Era a primeira vez que eu entrava ali, então podemos dizer que eu estava definitivamente perdida. Haviam me dito que a sala onde eu teria a primeira aula do dia seria na 207 ou seja, naquele corredor – eu acho. Virei a direita para entrar no corredor, e comecei a andar procurando a minha sala quando eu começo a ouvir uma musica que era muito linda sóno piano.

A principio, a musica era desconhecida, mas quando começaram a cantá-la eu a reconheci.

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“Perco o tempo e faço mil coisas que você parece nem notar

Tantos planos e outra vez eu vou embora sem saber o que falar”

A musica era linda, e a voz que a cantava também.

“Talvez eu seja só um novo amigo talvez eu queira te levar comigo
Pra bem longe daqui Onde nem o céu seja o limite”

Fui me aproximando da porta donde vinha essa musica, e percebi um garoto sentado no piano tocando com os olhos fechados como se deixasse a musica dominar sua mente e seu corpo.

“Esperei o tempo

Falar por mim

Coisas que eu não sei dizer

Olhando pra você”

Então percebi que ele não estava sozinho. Havia outra pessoa na sala.

"Sei que vejo

Você de um jeito que ninguém consegue enxergar

Tantos planos

E outra vez eu vou embora sem saber o que falar

Talvez eu seja só um novo amigo

Talvez eu queira te levar comigo

Pra bem longe daqui

Onde nem o céu seja o limite

Esperei o tempo Falar por mim

Coisas que eu não sei dizer

Olhando pra você

Esperei o tempo

Falar por mim

Coisas que eu não sei dizer

Olhando pra você "

– Será que ela vai gostar? - uma voz perfeita perguntou.

– Eu acho que sim cara. se ela não gostar ela é mesmo uma tonta. - uma garota respondeu.

– será?

– Claro que sim! É melhor você criar coragem e ir lá falar com ela. Se não...

Fui me aproximando da porta que estava apenas encostada e vi as outras pessoas que estavam na sala. O que estava cantando estava sentado no piano de costas para a porta mas os outros estavam de frente, por isso os outros dois me viram e ele não...

– Cara, ela ta ali fora...

Ops... Agora só resta uma alternativa... CORRER!!!!!!!

Corri o máximo que pude, mas ainda sim consegui ouvir uma voz me chamando.

– Ei, espera!!

Eu não esperei e continuei correndo. Corri até não poder mais.

Mas não fui rápida o bastante. Logo ele me alcançou.

– Espera.

– Eu tenho aula. To meio atrasada.

– Era com você mesmo que eu queria falar.

Até então eu não tinha conseguido olhar para ele. Afinal, eu o tinha visto tocando e fui pega xeretando.

– Desculpa, mas eu não posso.

– Olhe para mim, por favor. - com seus dedos, ele levantou meu rosto cuidadosamente.

Seus traços eram perfeitos, parecia um anjo. Cabelos negros, um pouco abaixo do queixo; os olhos eram azuis, sua boca perfeita, o queixo um pouco anguloso. Não era muito alto nem muito gordo. Na medida.

– Eu preciso falar com você.

– Sobre o que? Eu nem te conheço, eu sou nova aqui e...

– É claro que você me conhece, Eu sou o filho da Mathilde...

– Você é...?? Não pode ser...

Minha paixão secreta por ele estava port um triz, estava quase sendo descoberta.

– Elisa... Sou eu, o Victor.

– Mas como...? - Desde que eu me lembrava, Victor sempre foi um tanto gordinho e desengonçado. Mas não era isso que eu estava vendo.

– E então, podemos conversar?

– Sobre o que? Nós nem somos mais amigos nem nada... Por que isso agora?

– É só que eu to meio ansioso e preciso te confessar uma coisa.

Enquanto eu tentava me acalmar e evitar de ficar vermelha, Victor se aproximou e pegou minhas mãos... Seu rosto estava sério, decidido - mas não deixava de transparecer o quão nervoso ele estava. Suas mãos tremiam, suavam.... Mas eram tão macias...

- Elisa, desde que eu te conheci eu me apaixonei. Ate hoje não sei o que mais me chamou a atenção, se foi o seu jeito, seus olhos... Só sei que eu nunca esqueci você por um segundo sequer. 

Conforme ele ia falando, os trechos da musica que ele estava cantando iam se encaixando, principalmente o primeiro trecho da segunda estrofe...

"Sei que vejo

Você de um jeito que ninguém consegue enxergar"

Será que...

- Elisa, o que eu queria dizer é que te amo. - Seus olhos me encaravam de um jeito diferente. Quase como se lessem o que se passava em minha mente. 

Inconscientemente, fomos nos aproximando. E a sensação de que era certo estarmos juntos aumentava. 

FIM