A Estrela Mestra escrita por Modena


Capítulo 20
Resgate


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura para vocês!
Bjs;**



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/107908/chapter/20

Elas foram descendo cada vez mais por corredores tortuosos onde a única luz vinha de tochas acesas nas paredes. Os passos do homem ecoavam no silêncio e elas mal respiravam. Quando acharam que era impossível descer mais, o homem parou e tocou uma pedra na parede. Então as rochas começaram a se transformar em metal lentamente e acabaram se transformando em uma porta lacrada de aço inox. Havia uma trava com senha, igual às dos cofres dos bancos antigos e Sally fez questão de observar bem quais eram os números que ele estava colocando. Ela tentou entrar junto com ele no recinto, mas ele fechou a porta muito rapidamente.

Ela percebeu que ele ia demorar a sair de novo e sentou no chão, ao lado da porta. Catherine também se sentou e apoiou a cabeça no ombro dela. Elas estavam tão exaustas que adormeceram. Então Sally se descobriu em um sonho.

Ela estava dentro do aposento, ao lado de Nico. Uma lâmpada estava acesa bem em cima dele, fazendo com que não houvesse sombra alguma no quarto, além da dele. A câmara estava vazia e ele estava amarrado em uma cadeira de madeira. O homem com as vestes estampadas estava de pé diante dele.

- Então garoto. Meu nome é Dirceu. Eu sou um filho de Hécate e decidi ajudar os deuses hindus a fazer justiça contra os gregos.

- Um semideus filho de Hécate é a última coisa que você poderia ser! Você pode ter enganado aquele deus esquisito, mas você é puramente indiano. Dá pra ver pela sua cara. –respondeu Nico.

- Você se acha muito espertinho, não é? Mas se eu não tivesse poderes mágicos, como estaria fazendo esses espinhos brotarem da sua cadeira?

Nico começou a gritar. Farpas começaram a se levantar da superfície da cadeira onde estava amarrado, rasgando as vestes dele, que já não estavam em bom estado.

- Não! – exclamou Sally, desesperada tentando desamarrá-lo. Porém, suas mãos atravessavam Nico como se fosse um fantasma. – Não! Pare com isso, faça parar!

Ela acordou com os gritos dele dentro da câmara. Catherine também abriu os olhos, assustada. Sally a abraçou e tampou seus ouvidos para que não ouvisse. Grossas lágrimas rolavam de seus olhos castanhos avermelhados. Mais três longas horas se passaram assim, gritos intercalados com breves momentos de silêncio. “Não!” ela o ouvia gritar, “Não vai fazer isso!”, e a voz irritada do homem em resposta.

- Cath, eu quero que você vá para casa. Amanhã eu vou fazer uma ligação via arco-íris para você vir nos buscar, tudo bem? Encontre-nos bem na saída deste túnel.

Ela começou a chorar.

- Não, querida, eu vou ficar bem. E você também. Só precisa ir para o Acampamento, certo? Acredite em mim.

Catherine assentiu e desapareceu. Sally voltou a se cobrir com o Véu e a porta se abriu de súbito. Antes de sair por ela, ele se virou e disse a Nico:

- É isso que eu vou fazer agora. Se mudar de idéia... Bom, se você mudar de idéia eu não vou saber até voltar. – E deu uma risada escandalosa.

Sally se aproveitou da situação e passou pela porta, sem fazer barulho ou encostar-se ao homem. Ele, no entanto, pareceu sentir a presença dela ali. Observou as paredes da sala e espiou o corredor. Então saiu e trancou a porta atrás de si.

Não tinha mais volta. Sally estava presa com Nico na masmorra até ele voltar. Sabia-se lá que hora isso ia acontecer, mas ela estaria pronta para fugir. Ela olhou para Nico, todo machucado e ensangüentado, seus cabelos pretos compridos pingavam de suor enquanto ele arfava. Então despiu o véu, se materializando no meio da sala. Nico se assustou quase se derrubando da cadeira.

- Calma, sou só eu. – disse ela. Ele respirou aliviado.

- Como chegou aqui? – perguntou com a voz rouca, enquanto ela o desatava.

Então ela explicou o que acontecera no Monte Olimpo e como havia ido até lá.

- Eles querem que eu prenda a alma de Luigi Vittore. Quando eu disse que não, Yama mandou esse cara. Ele disse que é filho de Hécate, mas eu sei que não é!

- É, eu sei. – ela tirou um frasquinho de ambrosia de dentro da mochila que havia trazido e deu a ele enquanto contava do sonho.

- Ah, e você chorou, é? – ele riu já se sentindo melhor.

- Não. – sorriu ela, corando – Por que tem uma lâmpada aqui?

- Pra não ter sombras. Eu tentei escapar, mas me encontraram assim que eu reapareci em outro lugar. Me arrastaram para cá de volta e me amarraram embaixo dessa lâmpada. Assim eu não saio e ninguém entra.

- Ou entra. –disse ela. Eles riram. Continuou depois de um breve silêncio: – Sabe por que te encontraram? Estão vigiando quem atravessa pelas sombras. Não nos interceptaram porque Cath é uma filha de Hécate. Eles não fazem distinção de quem passa, só sabem quando o semideus não é filho da mãe deles.

Ele deu de ombros e ficou encarando a parede. Ela veio sentar no chão ao lado dele.

- O que ele disse que ia fazer? – perguntou ela.

Nico fechou os olhos e suspirou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram??



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Estrela Mestra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.