MUDANÇA DE VIDA

   POV Lindsay ( ano de 1863 )

   Você já pensou em perder a única pessoa que você ama? Que você ficaria só no mundo? Que, mesmo sendo muito jovem, tivesse que se virar sozinho? Não? Pois eu sim. Meu irmão, Jasper, desapareceu há três dias. Nós moramos aqui no Texas, ele entrou no exercito com 16 anos, fingindo ter 18, mas ele é muito bom, sabia lutar e era estrategista e, ele tinha que cuidar de mim. Ele tinha, em 1863, 20 anos e eu 15 anos.

   Ah, eu tinha um problema, meu corpo tinha uma capacidade anormal de curar ferimentos e doenças aceleradamente.

   Eu procurei feito louca por ele.

   E para meu azar, eu achei.

   Eu fiquei feliz nos primeiros quinze segundos que eu o vi, depois veio o terror. Seus olhos eram vermelhos vivos, sua pele era pálida e ele estava lindo – nós nos parecemos muito, a única diferença é o cabelo, enquanto o meu é preto ondulado, o dele é loiro cacheado – e tinha dentes enormes, os caninos para ser mais exato, levou dois segundos para eu perceber no que ele havia se transformado, um vampiro. Qualquer pessoa poderia ter errado na suspeita, mas ninguém erraria se visse seus dentes em ação.

   - Lindsay! – ele gritou, mais furioso do que feliz em mim ver – saia daqui! Eu vou acabar lhe matando!

   Mas era tarde, ele avançou e cravou os dentes em meu pescoço, ele passou uns 15 minutos se alimentando, uma forte dor percorria todo o lugar onde ele mordia, como veneno, mas meu sangue parecia se purificar mais rápido que o veneno. Minha habilidade anormal de cura em ação.

   Ele me soltou, parecia saciado, percebi que tina uma mulher ao seu lado, ela também se alimentou de mim, ela pareceu ficar saciada, mas eu me sentia bem, era como de ela não tivesse bebido nenhuma gota de sangue. Meu corpo fazia mais sangue na mesma velocidade que ela sugava, isso me tornava uma fonte infinita de sangue.

   - Como? – a mulher vampiro pareceu interessada, depois viu que o lugar onde ela cravou seus dentes já havia se fechado.

   - Ela tem uma habilidade de cura anormal, Maria – disse Jasper, eu senti raiva daquela Maria, que, obviamente, foi quem transformou meu irmão – não sinta raiva Lindsay – disse Jasper, um momento? Como ele sabia o que eu estava sentindo, eu nem havia demonstrado minhas emoções, devia ser coisa de vampiro.

   - Quer dizer que ela não morre? – perguntou Maria, Jasper deu de ombros – isso é ruim, ela sabe demais, vamos ser pegos pelos Volturi e mesmo se pudéssemos transformá-la, ela é muito jovem, estamos fritos.

   - Quem são os Volturi? – perguntei.

   - Não podemos lhe contar até que seja uma de nós – e essa com certeza não era a melhor noticia da minha vida – talvez, se injetarmos muito veneno em varias partes do corpo, não tenha tampo do corpo se livrar dele.

   Jasper olhou pra mim como quem pede desculpe, n mesmo segundo, seus dentes estavam em meu pescoço, depois ele mordeu meu braço e muitos outros lugares, fazendo meu corpo inteiro latejar com o veneno em chamas que corria pelo meu sangue, desta vez, não havia como impedir o veneno, ele estava em grande quantidade, meu corpo só conseguia atrasá-lo, eu queimava enquanto ele me transformava lentamente.

   Depois de duas semanas queimando, Jasper me falou que estava demorando demais, devia ter durado só três dias, mas meu corpo insistia em tentar se livrar do veneno, o que atrasava as coisas.

   Chegou uma hora que eu parei de me transformar, eles disseram que a transformação ainda estava na metade, mas conforme eu me transformava, minha simples habilidade de cura estava se transformando em um dom complexo de vampiro e agora ela era tão ou mais forte que o veneno, ou seja, nunca mais eu mudaria, arderia para sempre. Jasper e Maria tiveram que injetar mais veneno em mim, mas não adiantou.

   Eu queria morrer, fugir deste inferno, mas eles não sabiam como me matar.

   Então, Maria teve a idéia de dilacerar minha cabeça do corpo, Jasper não queria me matar, ele ainda me amava, mas sabia que era melhor morrer do que queimar para sempre. Eles arrancaram minha cabeça, foi ai que as coisas assumiram um rumo estanho, minha cabeça começou a criar um pescoço, depois um tórax, depois braços, até se regenerar por completo. Meu corpo fez o mesmo. Agora eu era duas, mas uma de mim, era vampira e a outra era humana.

   Maria ficou desesperado por causa dos tal Volturi que iriam castigá-los por criar uma criança imortal e me matar depois, então Maria tentou me matar antes, enquanto Jasper não via, ela me dilacerou e queimou os pedaços, como se mata um vampiro normalmente, mas o fogo não me destruiu, eu continuei queimando, mas sem ser destruída, meu dom de regeneração era tão poderoso quanto o fogo. O fogo só parou, quando Jasper chegou e o apagou, eu pude me regenerar. Jasper ia dar uma bronca ou até matar Maria, mas ele se esqueceu, os dois ficaram muito assustados ao ver que não havia como me matar.

   Resolveram seguir comigo, e com minha parte humana que era tão imortal quanto eu, na verdade eu tinha três dons: o de cura, o dom de persuasão – também conhecido como hipnose – e eu podia me multiplicar. Eu podia – apenas a forma vampira – se multiplicar em ate quatro iguais a original, depois podendo voltar a ser uma só, mas minha parte humana não se unia a parte vampira, por que eram fisicamente diferentes, mas nós duas podíamos conversar por telepatia e tínhamos o mesmo sistema nervos – quando ela sentia dor, eu sentia, quando ela se emocionava, eu me emocionava, etc. – e tínhamos a mesma memória, eu também descobri que tinha um quarto dom: absorver outros dons, eu descobri quando eu – corpo humano - toquei o rosto de Jasper com as duas mãos e podia agora usar o seu dom de perceber e influenciar as emoções de todos a sua volta.

   Nós éramos imbatíveis, Maria, Jasper, Peter e eu éramos uma família, nós conquistávamos regiões de caça, com exércitos de recém-criados, mas eu fiquei só três anos com eles, por que um vampiro inimigo me viu e nos denunciou aos Volturi – uma organização que zela pelo segredo da espécie, punindo com morte os que desrespeitam a lei. E criar crianças imortais como eu era quebrar uma lei.

   Eles vieram logo, tentaram me matar, mas eu me regenerava, Aro – um dos lideres dos Volturi, junto com Caius e Marcus – gostou de mim, dos meus dons na verdade, ele queria a mim, eles perguntaram a mim quem me criou e eu menti – para o bem de Jasper – dizendo que aquele que me criou estava morto, Aro não se deu ao trabalho de usar seus dons para ter certeza, queria que eu confiasse nele. Alec, um dos membros da guarda – que parecia tão jovem quanto eu – junto com Jane eram o mais poderosos, esse garoto Alec ficou interessado em mim e eles me levaram.

   Alec era um ser insuportável, o que prova que o amor em se duvida um lixo, e com o dom que absorvi de Jasper, eu sabia que o que ele sentia por mim era amor mesmo. Por causa dele, Aro não insistiu na minha morte depois que eu recusei fazer parte da guarda. Aro não queria antagonismo com Alec, ele o adorava.

   E mesmo sem querer, eu me apaixonei por esse Alec.

   Todos os dias nós saímos de Volterra para conversar um pouco a sós, Aro queria que ele me convencesse a usar meus dons para os Volturi, mas Alec nem tentava, ele só queria ficar comigo, estávamos conversando. Havia duas semanas, eu estava com os Volturi, e conseqüentemente, meu lado humano também, éramos inseparáveis, e eu – corpo humano – também amava Alec e deixava que ele se alimentasse de mim para não machucar outra pessoa, ate eu me alimentava de mim mesma.

   - O que pretende fazer quando sair de Volterra? – Alec perguntou, embora ele fosse maligno, ele era o ser mais lindo que já vi.

   - Procurar um jeito de viver sem precisar matar humanos.

   Naquele noite estávamos tão próximos um do outro, eu em seu colo na floresta de Volterra, que acabamos fazendo sexo.

   Depois daquele dia, o sexo era algo mais constante.

   Eu o amava, mas já havia decidido partir, procurar por Jasper.

   Eu havia absorvido o dom de Demetri para achar Jasper, só não sabia como usar o dom.

   Eu deixei Volterram, mas minha relação com Alec ainda era intensa. Graças a ele, os Volturi me deixariam viver.

   Eu não achei Jasper, mas achei alguém quem me ensinou a viver sem sangue humano: Carlisle.

Continua...