Opostos. escrita por Spaild


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Esta fic foi originalmente postada a quase um ano numa comunidade de Fan fics de Snape como presente de amigo oculto para Nat Corsaria. Agora estou postando aqui para que os fãs do casal possam ler.

Boa Leitura.

~Senju.



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Abriu os olhos e a dor lancinante veio lhe incomodar, era a quarta vez naquela semana que acordara com uma dor de cabeça tão forte. E para seu azar, todo o seu estoque de poção de dor havia acabado e com essas seus ingredientes. Puxou a coberta com velocidade e jogou os pés para fora da cama quente. Tomar um banho gelado poderia diminuir as fisgadas de dor. Ao menos por sorte, era sábado e ele poderia ir tranquilamente a Hogsmeade comprar os ingredientes para fazer a tal poção.

“Pestes, Demônios...” pensava em azarar cada aluno que passava ao seu lado. Até os pensamentos daquelas pestes estavam piorando a sua dor. Chegava à altura das escadas para sair do castelo quando uma mão o parou. Olhou de soslaio e percebeu que não poderia ignorar o dono daquela mão enegrecida. Maldito Albus, ele sabia mesmo quando importunar.

Virou-se a fim de encará-lo e mostrar o quanto não estava para conversinhas e encontrou o testa rachada na barra das vestes do diretor.

“Moleque arrogante, ah se eu pudesse... quem sabe uma torturazinha de leve...”

- Severus? – a voz do Diretor o tirou de seus devaneios.

- Diga logo Albus! – rodou o polegar e o opositor sobre as pálpebras doloridas.

- Hoje me ausentarei, pretende ficar muito tempo fora do castelo?

- Vou comprar veneno de rato... – e olhou sugestivamente para Harry. - ... e alguns outros ingredientes.

Dumbledore olhava como se analisasse cada centímetro de Snape, antes, porém que o velho diretor pudesse dizer qualquer coisa que fosse Poppy Pomfrey surgiu feito um rabo de vento entre diretor e professor.

- Professor Dumbledore, preciso que autorize a saída de um dos alunos para mim urgentemente!

O cenho de Snape franziu levemente, de repente ele se interessara na tagarelice de Pomfrey. E notou como sempre Potter estava de orelha em pé, os olhos verdes brilhantes, esperando por receber alguma informação dita valiosa. Menino burro! Severus odiava quase tudo nele, mas não podia negar o quanto ainda sentia falta daqueles olhos verdes o fitando de bem perto. E quando citou seu nome, o muro de recordações doloridas ruiu.

- Severus vai ao povoado, peça a ele...

- Não! – exclamou a velha gralha da enfermaria. – Ele é ótimo em escolher os ingredientes, porém eu... Er...

- Você não confia em mim! – disse lentamente, separando cada palavra com desprezo.

Não esperou nem se quer o apelo do diretor, girou seus calcanhares e saiu, a capa flutuando com o seu caminhar apressado. Ouviu, porém o desespero na voz de Pomfrey.

- Quem sabe Diretor, uma aluna confiável, seguidora das regras e responsável... Quem sabe...

Snape se permitiu um pequeno sorrisinho de deboche, não existia uma só pessoa naquela escola que não tenha transgredido regras.

Andava em silencio, comungando com seu interior tudo o que teria de fazer com o passar do tempo, permitindo-se imaginar o quanto poderia ter sido diferente a sua vida se a força superior, que rege o tempo e o espaço tivesse lhe dado uma pequena chance de ser... Feliz.

Abriu a porta e o sino pendurado abaixo do nome da botica o anunciou, o velho atendente aproximou-se com seus olhos azuis perturbantes, sorrindo um sorriso tão amarelo e irregular quanto o seu. Pela primeira vez, ele teve orgulho de seus dentes.

Não havia nem cinco minutos que estava ali dentro escolhendo ingredientes quando o sino tocou novamente. Os anos de espião lhe serviram para identificar a pessoa como uma mulher, devido à leveza de seus passos. E de olhos fixos no vidro em mãos, permitiu a sua mente brincar de espião.

“Mulher, jovem, uns 1,65 de altura, aproximadamente... 50Kg”

- Com licença! – a voz cantou em uma melodia doce, conhecida de Snape.

- Pois não minha jovem.

- Poderia senhor, me ajudar com estes ingredientes?

Então era isso que Pomfrey e Dumbledore faziam jus a confiável? Hermione Granger, sozinha ou com os amigos patetas era sinônimo de regras transviadas.

Pois que fosse, continuaria ali até ela sair com os malditos ingredientes para a enfermeira.

Escondido entre as sombras de um dos armários ele a vigiava, os cabelos soltos, caídos displicentes sobre os ombros.

Hermione se perguntava por que aquele homem continuava se escondendo, afinal de contas, ela viera sabendo que ele estaria ali. E mesmo que não soubesse, o perfume Fougère Ambarado era facilmente reconhecido por ela. Não que ele usasse muito perfume, não mesmo, Severus Snape não era esse tipo de homem, ele provavelmente tinha este cheiro por causa dos anos de preparador de poções, era um cheiro cativante.

Hermione passou a mão sobre os braços, seus pelos teimavam sem se eriçar sempre que sentia aquele cheiro.

- Senhorita, aqui está o seu pedido.

- Se importa se eu der uma olhada? – disse já abrindo o embrulho.

Hermione remexia nos vidros, tomando cada um deles entre os dedos e os examinando contra a luz e os separando.

- Estes aqui estão passados! – disse ela séria.

Apontava para quatro frascos de aspecto repulsivo. O velho vendedor os tomou em mãos com o sorriso irregular.

- Estão em ótimo estado!

- Não estão não! Estão passados!

- Minha jovem, quem saberia mais? Um velho vendedor ou uma aluna?

- Tente um Mestre em Poções! – disse uma voz de veludo atrás de Hermione.

Ela não se moveu nem um centímetro se quer, continuou a olhar inflexível para o velho vendedor.

Snape olhou para o homem que rapidamente saiu com os frascos em mãos resmungando para si mesmo. Ele não era tolo de confrontar um bruxo como aquele, ainda mais tendo os precedentes que Snape tinha.

- Obrigada Professor Snape. – disse sem olhar para ele.

- Não me agradeça Senhorita Granger... Afinal de contas, estes ingredientes são para escola e é meu dever como professor!

Hermione o olhou com um pequeno sorriso nos lábios, como rotina sua pele arrepiada. Afagou os braços, sentia-se tão imbecil por ter aquela reação tão intima perto do professor mais odiado de toda Hogwarts. Porém para ela, ele era um incompreendido, um homem brilhante e difícil.

Snape sentia o cheiro de flores do campo vindo de Hermione, nunca sentira antes, talvez fossem os diversos cheiros exalados de poções que o impediam de senti-lo dentro de sala. E como fazia há algum tempo, embora nunca de tão perto, a observava. Os olhos dela moviam-se pelas prateleiras. E ela mordera o lábio, aquele ato falho que Snape conhecia tão bem.

- Pois não? – incentivou-a.

Ela o encarou, surpresa, ele nunca deixava ela perguntar nada. Sorriu tão abertamente que pode ver a inquietação dentro dos olhos negros dele.

- Será que o Senhor, poderia dar uma olhada em uma poção experimental?

Snape franziu o cenho, aquela garota era perigosa, uma pequena brecha e ela escorregaria para dentro de sua barreira. Nem ele mesmo soube dizer de onde viera aquele concordar de cabeça. Mas soube muito bem de onde vinha aquela vontade de roubar aquele sorriso somente para si.

O velho retornou com os ingredientes novos, Hermione os recolheu e fechou o embrulho. Deixou alguns galeões sobre a bancada e ia saindo da botica quando a mão grande de Snape a parou.

Segurando o braço dela por uma reação espontânea, Snape balançou a mão da varinha e os ingredientes dos qual precisava estavam todos sobre o balcão. Jogou os galeões para o velho e saiu com seu embrulho em uma das mãos e Hermione na outra.

Sentia claramente os olhos dela sobre si, podia ouvir as perguntas brigando para sair, e a boca dela ligeiramente aberta.

- Parece um peixe...

Ela o ignorou fitando-o mordeu o lábio, engolindo todas as perguntas.

- Poderia para com isso? – disse ele soltando-a.

Hermione levantou os olhos para ele, parecia completamente inocente. Olhou a sua volta reconhecendo o local.

- Com isso o que Professor? – e mordera novamente o lábio.

- Por Merlin! Isso! – E segurou o queixo da menina. – Senhorita Granger...

Ela estava presa pelos olhos, nunca antes experimentara tantas sensações boas. Os olhos de Snape eram como lagos profundos, chamativos. Aquele hálito ao contrario do que muitos diziam cheirava café preto e seu perfume, arrepiando toda pele de Hermione.

Ela lambeu os lábios e ele fechou os olhos, era como se sentisse dor.

Não havia nada além da casa dos gritos e dos dois, tão próximos, que poderiam passar por um.

Ao abrir os olhos ele mal pode resistir, passando o polegar sobre o lábio rosado, sentindo a textura macia, vendo-a ceder tão facilmente com aquela pequena caricia.

Ela era mesmo uma boa Grifinória, corajosamente, segurou o ombro dele e suspirou...

- Professor...

Aquilo estava errado, completamente errado, mas Snape não conseguia mais conter. Havia tanto tempo, vinha observando-a, sempre de longe. E ela tão bela na simplicidade, com atos tão comuns e sedutores como aquela mordida no lábio.

Não podia mais resistir, não agora estando tão próximo. Não havia sequer razão para fazê-lo.

Hermione suspirou quando sentiu os lábios quentes tocando nos seus, e seus olhos fecharam em resposta, cedeu a passagem que ela sabia que ele queria.

O sabor de Hermione Granger era impossível de vocalizar, Se houvesse mesmo um deus, certamente ele teria feito Hermione à perfeição divina da sedução.

O que importava mesmo? Nada, naquele momento, apenas a língua da Senhorita Granger se enroscando sedutoramente na sua lhe importava. Não havia dores de cabeça, não mais, ela o entorpecia de tal forma que sentia apenas sua libido fluir entre as veias.

Snape era apenas ações, sua razão ficara escondida sob camadas de desejos.

Os dedos frios emaranhando-se nos cachos profusos. A união dos corpos dado pela mão livre dele que arrebatara a cintura fina para si. Possessivamente.

- Professor... – ela suspirou quando ele deu brecha.

- Senhorita Granger... Hermione!

Ela arregalou os olhos quando ouviu seu nome sair daqueles lábios com tanta volúpia. Só pode sorrir nada mais. Ele a guiava em direção a casa dos gritos, a mão sobre a sua cintura, ela era dele e parecia não se importar muito com isso. Aquela casa o lembrava de tempos passados que ele queria esquecer, Hermione Granger seria uma boa maneira do fazê-lo.

Ele finalmente a soltou quando chegaram ao segundo piso da casa instável. Sentando-se em uma poltrona puída ele enfiou os dedos entre os cabelos.

- Hermione... Senhorita Granger...

- Shiii... Professor, se eu não quisesse teria dado um jeito simples de acabar com isso quando começou...

Ela era tão corajosa e determinada. E a forma que se aproximava deixava completamente claro o quanto ela era decidida. Sentou-se no colo de Snape e afundou seu rosto contra o pedaço de pele do pescoço que estava a mostra.

Aquele era o ponto do qual não tinha mais volta, mesmo sendo tão divergentes eles convergiam. Era puramente lógico, opostos que se atraem.

Aquela casa foi a expectora de tão deliciosa união, as mãos percorrendo-se, descobrindo-se, os corpos unidos, suados em um mesmo ritmo, numa única cadência. Era a união de dois seres em um. E os gritos escapavam de sua garganta, os risos. Jura de amor entrega total. Eram um do outro, corpo, alma e mente.

Não havia passado, não precisavam de futuro, eles eram o agora, o presente! Ela adormecera sobre o peito dele, aninhada. Os cabelos mais rebeldes agora, e ali, nos braços de Hermione Granger, Snape sentia-se normal como nunca antes se sentira.

Ela era a cura para todas as suas deficiências, era o seu ópio.

O que seriam deles dali em diante, ele não sabia, e tendo a Senhorita Granger em seus braços, ele mal se importava. Descobriria quando fosse a hora, até lá, trataria de ser um pouco feliz, trataria de fazê-la mais feliz.


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Notas finais do capítulo

N/A: Espero sinceramente que tenha gostado. Eu quis fazer aqui, algo mais simples e amável, como eu vejo os sentimentos de Hermione.