Dois Mundos, Duas Sacadas. escrita por larrycavalcante


Capítulo 9
Capítulo 9 - Ainda solteiros?


Notas iniciais do capítulo

oooi pesoar :D
Antes de começar o falatório quero desejar um
FELIZ ANO NOVO SUPER ATRASADO! Que 2011 seja um ano cheio de fanfics linds e que seja feito só de felicidade haha (:

Bem então, desculpa pelo mega atraso também, sabe né, época de festas, família vem passar tudo aqui em casa e mó bagunça OISIASIA'

Bem, vou postar :D
Até!



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– Até amanhã Shihouin-sama. – O porteiro baixinho da escola disse com a simpatia de sempre, quando a morena passou por ele.

– Até, Seya. – Ela retribuiu o sorriso e saiu andando até o estacionamento. No caminho tirou o elástico que prendia seus cabelos e por fim os soltou. Parou do lado do seu “New beetle” preto, entrou no carro e jogou as suas coisas no banco traseiro.

– Ah, eu não vou aguentar esses alunos por muito tempo. – Jogou a cabeça para trás, e deu um longo suspiro. – Eu que quis essa profissão, não vou reclamar. – Brigou consigo mesma e colocou a chave na ignição, deu a partida e o carro preto sumiu do estacionamento.

A professora já tinha morado em Karakura. Saiu de lá à cinco anos, sem dar notícias, nem aos mais próximos. Simplesmente havia sumido. Como morava sozinha, não precisou dar satisfações a ninguém. Nesses cinco anos, só tinha ligado para uma pessoa, uma vez. Mas em compensação ficou mais de 2 horas com ele no telefone. Esperava que quando ligasse iria discutir com ela, dizendo que era irresponsável e não tinha nada na cabeça. Mas foi totalmente ao contrário, ele agiu como se ela estivesse apenas a cinco horas fora da cidade. Às vezes esquecia-se de como era a personalidade dele, calmo. Tranquilo até demais.

– Idiota. – Yoruichi disse entre dentes, mas não conseguiu evitar o sorriso ao se lembrar das tantas coisas que passaram junto. Parou em frente a uma casa simples, porém grande. Desceu do carro, pensou em prender os cabelos, mas os deixou soltos mesmo.

Caminhou sem pressa até a porta e bateu de leve duas vezes. Não demorou para que um homem robusto abrisse a porta. Ele tinha um sorriso no rosto enquanto fitava a morena parada do lado de seu batente.

– Pensei que você tinha morrido Yoruichi-san. – Ele falou ainda com o sorriso no rosto. Vestia uma camiseta branca e uma calça de moletom verde musgo.

– Não podia morrer antes de te ensinar a se vestir melhor. – Alfinetou ainda de pé ao lado do batente. – Não vai deixar mesmo eu entrar, Kisuke?

O loiro não falou nada, apenas deu um passo para trás, e Yoruichi passou por ele sem o fitar. A casa havia mudado pouco. O assoalho ainda era de um taco claro, as paredes por incrível que pareça não eram verdes. Os movéis só tinham mudado de lugar e alguns objetos de decoração. Que provavelmente não tinha sido ele que tivesse posto ali. Urahara não tinha um gosto muito bom para objetos, e roupas para ficar em casa.

Urahara agora estava encostado na parede fitando a morena, com seu típico sorriso irônico. Yoruichi fazia o mesmo só que estava encostada no sofá, ambos com os braços cruzados.

– Eu esqueci que você é diferente dos outros, Urahara. – A morena desviou o olhar e voltou a falar. –Se fosse qualquer outra pessoa, já teria me abraçado e falaria que estava com saudades.

Urahara riu e se desencostou da parede. Ficou frente a frente à Yoruichi com as mãos nos bolsos da calça verde musgo.

– Se você quiser um abraço, é só avisar... – Kisuke disse com um sorriso brincalhão no rosto.

– Depois você se pergunta por que continua solteiro.

– Você sabe a razão para eu ainda estar solteiro.

– Sei?

– Claro que sabe. Não se lembra?

Yoruichi começou a lembrar de algumas cenas de cinco anos atrás e sacudiu a cabeça em seguida. Urahara Kisuke, era a pessoa que a fez ficar em dúvida se era mesmo certo sair de Karakura e morar em Fukuoka. Ela nunca foi muito boa em dizer o que sentia para os outros, mesmo esses outros serem seus melhores amigos, ou algo mais que amigos. Preferia guardar tudo para si.

– Heim? – O loiro se aproximou mais um passo da morena, a mesma apenas fitou seus olhos acinzentados.

– Lembro.

– Agora, pensa. Por que você, continua solteira também, Yoruichi-san?

- Por livre, e espontânea vontade? – A morena respondeu rapidamente, dando meia volta e se jogando no sofá.

– Confesso que esperava outra resposta... – O loiro andou até a cozinha, deixando Yoruichi sentada no sofá. – Quer sakê? – Perguntou da cozinha.

– PODE SER. – Gritou em resposta. – Eu ainda vou dirigir, mas ah! Estou pouco me importando com isso. – Sussurrou para si mesma. Não demorou muito para que ele voltasse à sala, com uma garrafa de sakê, e dois copos nas mãos.

– Mas me diz, onde está morando agora? – Ele serviu os dois copos, e ofereceu um deles a Yoruichi. E sentou-se ao lado dela no sofá.

– Perto do mercado. Onde aquele velho rabugento que vivia reclamando do barulho da casa do Gin, se lembra dele?

– Uhum, o senhor Ottawa. Morreu dois anos depois que você foi embora... – Kisuke deu um gole no seu sakê e relaxou no sofá. Jogou a cabeça para trás e fitava o teto. – Muita coisa mudou, desde que você foi embora Yoru-chan.  – O loiro ainda fitava o teto, só que agora tinha um sorriso no rosto.

– Você sabe que eu odeio quando você me chama assim. – Yoruichi tirou os sapatos altos e colocou as pernas em cima do sofá, fitava o homem ao seu lado curiosa, ele havia mudado também, estava mais forte. A barba estava mal feita, e a roupa mal passada. – Cadê Ururu, e Ginta? Não moram mais com você?

– Não, voltaram para a casa dos pais. Eles não queriam ir, mas seria o melhor para os dois. – Falou agora dando mais um gole no sakê, e voltando a fitá-la.

– Isso quando?

– Não faz nem um mês. – Respondeu sem muito ânimo. – E você? A quanto tempo está aqui?

– Cheguei anteontem. Me ligaram à noite, dizendo que a professora de Matemática tinha sofrido um grave acidente de carro, e me pediram para substituí-la. Já que aqui em Karakura não tinha nenhum professor disponível naquele horário. E como eu estava à disposição, aceitei.

Eles começaram a conversar sobre suas carreiras. Urahara falava da nova sociedade com Kuchiki Byakuya e Yoruichi dizia da sua longa jornada até conseguir ser uma professora respeitada nos arredores de Tóquio. Quando deram-se por si, já eram sete da noite, e a garrafa de sakê já estava para acabar.

– É quase acabamos com a garrafa, e ainda não ficamos bêbados. Fortes como sempre heim?! – Yoruichi estava deitada no colo do amigo que apenas sorria. – Sabe, eu senti falta disso. Foi difícil para mim sair daqui de Karakura, mas eu precisava. Se eu quisesse mesmo seguir o meu sonho de ser professora, eu precisava sair daqui. Preferi não ter despedidas, porque eu sabia que se fizesse isso eu não ia conseguir sair. – A morena agora brincava com o copo vazio nas mãos. E voltou a falar. – Você, por exemplo. Se eu me despedisse de você naquele dia...eu não ia conseguir ir embora. Tanto que só consegui te ligar depois que eu já estava com apartamento montado e com emprego fixo. Porque se não, eu voltaria para cá, sem pensar duas vezes. Imagina, se eu tivesse voltado...

– Nós dois estaríamos casados, e cheios de filhos. – O loiro completou a frase.

– Não, filhos não.

– Filhos não...claro. – Kisuke disse com um ar risonho.

– Posso usar a sua cozinha? – Yoruichi perguntou mudando o assunto. Aquela conversa a deixa constrangida demais.

– Pode, mas vai fazer o que?

– Estamos cheirando a sakê, vou fazer um café. Para despertar. – Ela se levantou do colo do amigo, prendeu os cabelos e se levantou do sofá.

– Eu gosto dele solto, Yo-chan. – Kisuke falou ainda sentado no sofá.

– Mas eu o prefiro preso. – A morena disse saindo da sala e caminhando até a cozinha. – “ Onde aquele palerma guarda o café?” – Perguntou mentalmente à si mesma. Procurou em todos os armários da cozinha, e até na geladeira (não podia duvidar nada dele). Voltou até a sala, o loiro ainda fitava o teto com um sorriso nos lábios.

– Não tem café nessa casa? – Perguntou ficando sem paciência. 

– Não gosto de café, esqueceu disso Yoru-chan?

– Sim, esqueci. E para de me chamar de Yoru-chan!

– Deve ter um pouco nos fundos dos armários.

– Não tem, já olhei todos os armários... 

– Sinto muito, então. – Urahara levantou do sofá, meio avoado , passou reto por Yoruichi, e entrou na cozinha. – Não gosta de chá verde? Deve ter um bolo de chocolate que a Ururu deixou aqui pra mim. – Falou com o tom de voz alterado, para que ela escutasse.

– Deixa, eu vou para casa. – A morena falou do corredor. – Preciso revisar as pastas dos alunos, ver exercícios, enfim.

Ela colocou os sapatos, pegou a bolsa, e fitou de pé à poucos metros da porta. Urahara estava do lado da porta,fitava a morena com curiosidade nos olhos, e Yoruichi fez o mesmo. Ficaram um bom tempo assim, sem conseguir desviar. Algo os prendia àquilo.

A morena conseguiu sair do transe e caminhou devagar até a porta, e antes que pudesse tocar a maçaneta, Urahara o fez.

– Eu tenho que abrir, se não você não volta. – Kisuke abriu a porta com um sorriso divertido nos lábio. Lá fora já estava anoitecendo.

– Você e essas suas superstições. – Ela saiu da casa e ficou em frente à porta. Sinceramente ela queria que ele fizesse qualquer coisa. Não ia conseguir sair dali tranqüila se ele não dissesse ao menos algo, nem que fosse uma simples indireta. Mas ela não iria fazer isso, ela não.

Esperou mais alguns segundos, e nada. Nenhuma palavra, nenhuma ação. Soltou um longo suspiro e por fim virou as costas. E começou a andar em direção ao carro. Antes de entrar no mesmo, se permitiu dar uma última olhada no grande sobrado.

Por fim entrou no carro e fechou a porta. Suas mãos não a respeitaram e não colocaram a chave na ignição.

Arg! – Encostou a cabeça no volante, e bufou.

Ela queria voltar ali, e nem que esperasse, minutos, horas ou até dias!

Mas queria escutar algo da boca de Urahara. Era como se tudo o que passaram à alguns anos atrás estivesse sido apagado da mente do loiro. Claro, ele era estranho, mas mesmo com a sua loucura, ele tinha um coração. Sabia que estava agoniada, mesmo que ela não demonstrasse nada. Ela tinha tido uma vida normal, com namorados e tudo mais. Mas o que sentia por aquele homem, era algo surreal.

Levantou a cabeça do volante, abriu a porta do carro e voltou a andar de volta à casa decidida.
Odiava aceitar a idéia de que ia tomar a iniciativa.

Mal precisou bater na porta novamente, Kisuke havia escutado o barulho do seu salto e já tinha aberto a porta. Ele tinha um sorriso aberto no rosto só de vê-la outra vez parada na sua varanda. Isso a irritou mais.

“O que eu tinha na cabeça? Ele não vai falar nada! Só fica com esse sorriso abobado na cara. Ele esqueceu mesmo, não duvido disso.” – Yoruichi abaixou o olhar por alguns instantes e voltou a fitar os olhos cinzas – Eu me esqueci de... dar Tchau – Forçou um sorriso amareki e deu um passo para trás. Ele continuava no batente, a fitando curioso – Tenha uma boa noite, Kisuke. – Ela queria ter virado as costas e ter ido embora, mas não conseguiu ficou lá plantada na varanda dele.

– Só seria uma boa noite, se você a passasse aqui. Mas tudo bem. – Ele sorriu e depois riu da própria indireta.

“Olha, pelo menos algo!” – Ela pensou com ironia. Ainda estava parada no mesmo lugar.

– Estou vendo que você não vai pedir um abraço.

– Quem disse que eu quero um abraço?

Urahara riu baixo e sem desviar os olhos, perguntou:

– Yoruichi, você quer que eu te abrace?

– Eu vou embora. – Disse com uma ponta de arrependimento por ter saído do seu carrinho e voltado para aquela maldita varanda.

– Me responda. – Ele insistiu, ainda a fitando firmemente, a deixando sem escolhas de mentir.

– Eu esperei isso o dia inteiro, idiota. – Yoruichi não pode evitar de retribuir o sorriso que ele lhe dera.

Sem nem pensar por alguns segundos, o loiro se livrou da distância que tinha entre os dois e a abraçou. Aproveitou os minutos que se arrastaram para sentir seu perfume por completo. Sentira mais falta dela do que conseguiria descrever. Mas ele nunca fora bom com palavras mesmo, e Yoruichi sabia disso.

– Eu senti a sua falta. – Urahara disse em um sussurro no ouvido da morena.

– Uhum. – Respondeu em um murmúrio que conseguiu arrancar um riso baixo do loiro, que apenas apertou mais o abraço. Yoruichi suspirou e ambos se afastaram.

 Sem dizer mais nada, ela se afastara com um sorriso e caminhou até o carro sem olhar para trás. Urahara ficou parado com um sorriso nos lábios finos. E antes dela entrar no carro gritou:

– FAÇA A BARBA! – Entrou no carro e finalmente deu a partida fazendo o carro preto sumir de vista.


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Notas finais do capítulo

Bem, como esse não tem Ichiruki, vou postar o próximo capítulo depois de amanhã mesmo, para compensar o atraso todo xD

Beijos!



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