No dia seguinte na escola, Monsieur Iruka, o professor de Francês, colocou os alunos em pares para treinarem o diálogo.

Os diálogos eram tirados dos livros, Sakura fazia Isabelle, enquanto Ino, sua dupla, era Marie-claire. Estavam conversando sobre seus hobbies e matérias da escola e então,quando o Monsieur pareceu muito preocupado enquanto colocava na parede figuras de vários tipos de queijos franceses,e Ino e Sakura tiveram que rever os limites de seus vocabulários em Francês, Ino lhe falou que no ano passado, em meados de dezembro, bem antes do baile do segundo ano, ela era a menina nova, também.

-É uma droga quando você precisa deixar toda sua vida para trás.

A loira disse, transformando seu longo rabo de cavalo em uma trança ao lado de sua cabeça.

Sakura concordou, pensando em todos os seus amigos que deixou em sua cidade natal, e desejando que estivessem junto com ela.

E se perguntando se sentiam falta dela, também.

-Então, eu percebi que você não está com ninguém - Ino continuou. -Eu vi você sentando sozinha na cafeteria outro dia, isso é um suicídio social, você sabe, se não for tratada, pode te levar ao atropelamento social.

-Atropelamento social?

A loira concordou, ainda mexendo em seu cabelo, tentando ajeitar a longa franja que jogava para o lado direito.

-É matar sua vida social, isso ficará marcado em sua vida escolar, especialmente no meio do ano, sabe, todo mundo já pertence a uma panelinha.

-Panelinha?

-Sim!

Os olhos de Ino brilharam como se fosse algo grande Sakura não entender o que ela estava falando, mesmo não estando falando em Francês.

-Todo mundo já anda com alguém- Ela explicou. -Pessoas verão você como uma perdedora. Eu penso, ao menos que você queira ficar sozinha...

-Eu não tenho exatamente pensado muito sobre isso.

-Bem, você deveria. Porque não há muito tempo.

Sakura sentiu seu rosto enrubescer, enquanto tentava entender a filosofia de Ino ao mesmo tempo que seu vocabulário.

-Quer minha opinião? - Ino perguntou inquieta.

A rosada abriu a boca para mudar de assunto, para perguntar sobre o próximo dever de casa, mas então Ino lhe deu sua opinião de qualquer jeito.

-Porque se mudar para East Burn Suck, Massachusetts, que leva em torno de três horas e doze minutos vindo de Boston...? Num dia bom, claro. Resumindo: você totalmente deveria andar comigo e Naruto.

Enquanto Sakura franzia a testa tentando entender o que uma coisa tinha haver com a outra. Um rapaz de cabelos loiros espetados, pele morena, de olhos azuis brilhantes que Sakura presumiu que fosse Naruto, colocou sua cadeira colada com a dela.

-Será que alguém me chamou?

-Naruto, Sakura. Sakura, Naruto.

Ino disse apresentando os dois.

-Enchanté, moncherri. - Naruto disse pegando a mão de Sakura e depositando um beijo que fez a garota adquirir um tom forte de rubro na face. - Mas meu nome é Jean-claude até o sinal tocar. -E mandou um sorriso galanteador a Sakura, que fez Ino rolar os olhos.

Logo Ino deu um resumo de toda a situação de Sakura, transformando o status de aluna nova em uma analise social. De acordo com ela, Sakura teria somente mais uma semana, no máximo, logo seu status de solitária perdedora seria permanente.

-Não ligue para Ino. - Naruto disse percebendo o desconforto da garota. -Ela tende a levar tudo para o lado político-social.

-Que seja. - Ino disse, prendendo um elástico em sua trança, finalizando o trabalho. -Você sabe que eu estou totalmente certa.

Naruto deu de ombros, mudando o foco completamente para Sakura.

-Então, o que você me diz? Mesa para trois,começando amanhã?

-Você é uma droga de queijo fedido. - Ino disse, sem dúvida se referindo ao seu Francês.

-Soa legal.

Sakura sorriu, notando que aquela era a primeira vez que se sentia normal desde que se mudara para lá.