Os Raios de sol adentraram descaradamente a janela do quarto pelas finas cortinas.

Sakura se escondeu deles e rolou sobre a cama, pensando por qual razão seu despertador não havia tocado, especialmente porque aquele dia era o dia em que tinha planejado ir ver a mãe de Sasuke.

Cerca das dez da manhã, Naruto chegou para lhe buscar. Ele havia se voluntariado para levá-la ao condomínio da senhora Uchiha.

Há poucos dias atrás, ela havia dito a ele e a Ino a historia completa, sobre o colar, sobre sua irmã, Rin, e como sua relação com Sasuke passou de zero a sessenta em menos de uma semana.

-você esta nervosa?

Naruto perguntou, parando em frente ao lugar.

Estavam em um daqueles condomínios, onde todas as unidades, incluindo as dependências ao redor deles, eram perfeitas. A da senhora Uchiha era umas das ultimas.

Havia um carro estacionado com manchas de ferrugem na frente e alguns jornais sobre o carpete de bem-vindos.

-quer que eu vá com você?

Sakura agitou a cabeça e saiu do carro, o colar pressionado firmemente em sua mão.

Dez degraus até a porta.

 Subiu sobre eles lentamente, tentando se acalmar, abrandar as batidas de seu coração.

No oitavo degrau, parou e olhou para traz e encarou o carro de Naruto.

Viu o loiro levantar o polegar para cima e continuou grata por ele estar ali.

Finalmente, tocou a campainha. pode ouvir alguém se mexendo no interior.a porta se abriu um segundo depois.

-posso ajudar?

Ela era mais velha do que Sakura imaginava, na casa dos sessenta, com cabelos prateados e olhar cansado.

-é Mikoto Uchiha?

Perguntou, ouvindo o palpitar em sua voz.

-quem é você?

Os olhos negros se estreitaram devido à estranha em sua porta, as linhas de expressão se aprofundaram como se tivessem sido cortadas a faca.

-acho que tenho algo que pertence à senhora.

Disse fazendo o melhor para se manter calma, ignorando a pergunta anterior.

-e eu acho que esta falando com a pessoa errada.

A morena já estava fechando a porta, mas Sakura foi capaz de detela colocando o pé na porta, rapidamente, levantou sua Mao e deixou o pingente sair da prisão de seus dedos, balançando levemente em frente aos olhos negros da mais velha.

-onde conseguiu isso?

Mikoto olhou alem, em direção a rua, para ver se a rosada estava sozinha.

-Sasuke queria lhe dar isso.

-quem é você?

-sou amiga do seu filho.

-bem, meu filho esta morto.

E como se fosse um ponto final, ela tenta fechar a porta novamente, mas o pé da rosada continuava firmemente em seu lugar.

-por favor- a rosada disse- quero dizer, eu sei que parece loucura, mas me escute, eu tenho sonhos sobre ele.

Mikoto balançou a cabeça com cansaço.

-vá embora, ou eu chamo a policia.

-espere!- a rosada insistiu, mantendo a porta aberta.

A mãe de Sasuke pegou o telefone que se encontrava sobre uma mesinha na entrada e discou as teclas rapidamente.

 Esticou seu braço, o colar sendo balançado rapidamente, tentando atrair a atenção da mulher.

-as torradas!As torradas francesas!

Por alguns segundos a mulher travou. devagar se virou para encarar a rosada com o braço esticado.

-as torradas francesas! Que ele queimou e que voces tiveram que comer sucrilhos!As flores que ele te deu!

E assim Sakura contou sobre ele, despejando todos os detalhes que Sasuke lhe disse sobre o dia das mães e da torrada francesa, como é que ele lhe havia dado flores silvestres, e como o colar foi arrancado de seu pescoço.

-ele foi lançado pelo banheiro - sakura disse- você o procurou por toda a parte, mas não podia encontrá-lo, estava no radiador.

A senhora Uchiha parou de discar e abaixou o telefone, a mão dela tremia sobre a boca.

-ele quer que você saiba que ele não te culpou por sua morte.

-como você sabe tudo isso- a mulher indagou indo na direção da rosada novamente.

-eu sonho com ele- repetiu, ainda com o colar estendido para ela.

Ela pegou o colar e tentou dizer algo.

Sua boca moveu-se para formar palavras, mas nada saiu.

-eu sei que não faz sentido- disse- mas talvez não precise, talvez a única coisa que importa agora é você parar de viver uma vida de culpa.

E talvez até Sakura fosse fazer o mesmo.