Reita levantou com vontade. Me olhou com um certo mal-humor na cara. Pegou no meu braço com muita, mas muita força. E me puxou até o elevador. Apertou o botão do subsolo. O trajeto foi de um puro e irritante silêncio.

Chegando lá, ele me puxou até o seu carro e me sentou no banco passageiro.

Deu a volta e sentou no volante. Saímos do prédio.

Reita dirigia com velocidade. Parecia descontar tudo o que queria no acelerador. Eu me segurava no banco, torcendo para ele não bater.

Parou no acostamento e virou para mim, sério.

-O que é isso, Reita?

-Eu é que digo, você aparece em casa do nada?

-E você nem atende.

-Me diz se vai dar vontade de atender depois que te beijam, mas você descobre que não "era você"?

Ele falava meio alterado, meio... irritado. E eu podia ver uma pontada de mágoa em seu olhar. Será que Reita gostava de... mim? Não sabia que ele era gay. Já conheci muitas namoradas dele... estranho.

Silêncio. Ele tomou um pouco de coragem, respirou fundo.

-Que tal irmos visitar Aoi? Assim você resolve tudo?

-Hãaa? -Que tipo de proposta era aquela?! Visitar Aoi? Ele tinha me deixado! Mas eu bem que gostaria de ver ele de novo e resolver tudo...

Será que eu deveria ir?