Do You Remember? escrita por BiaFlones


Capítulo 4
Capítulo 4




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Pra quem pensa que as coisas muito são fáceis: isto non ecziste.

Depois daquela noite, no Dom, eu achei que as coisas com Danny fossem finalmente acontecer. E realmente aconteceram. Nas duas semanas que se seguiram, a gente se encontrava no final da tarde ou nos finais de semana e parecíamos bem. Eu inclusive passei a frequentar sua casa e conversar com a sua mãe.

Ele havia começado a treinar todas as tardes, pra passar o tempo, e depois de ficar uma semana sem o ver (porque trabalho e faculdade são duas coisas que sugam até nossa alma) numa tarde qualquer eu resolvi fazer uma surpresa. Liguei pra ele, só pra dar uma de JoãoSemBraço e saber o que ele iria fazer. Ele disse que iria pra casa descansar, estava morto e mimimi. Perfeito.

Quando eu cheguei, a mãe dele estava de saída e disse "espera lá no quarto dele querida, ele não deve demorar". E assim eu fiz.

Ele nao demorava tanto mas ok.. Sentei na cama, coloquei seus fones enormes e fiquei ouvindo música. De repente eu olho pra porta e vejo Danny segurando a mão de uma Camille sorridente, me olhando horrorizado.

Eu tirei o fone da orelha, calcei meu tenis e só consegui dizer um "Desculpa, eu achei que voce viria descansar".

Eu não corri nem chorei nem fiz aquele dramalhão todo. Andei pra casa, comendo os bolinhos que eu havia comprado pra ele, pensando se eu deveria mesmo ter ficado com ele aquele dia.

Ainda no mesmo dia, meu celular tocou e eu via o nominho "D. Jones S2" piscar na tela. Atendi, né

-Alo.

-Samantha?

-Não, o bozo. Fala, Jones - tentei ser divertida mas devia parecer que eu chorei.

-Será que a gente pode se ver? - Ele parecia inseguro

-Agora?

-É.

-Sabe o que é, Danny... eu preciso estudar pra prova, amanha ainda é quinta e você sabe da minha dificuldade... Entao a gente ve outro dia tá? Desculpa.

E desliguei, sem esperar a resposta e corri na agenda, pra tirar o coraçãozinho que coloquei do lado do seu nome, pensando se eu não deveria ter inventado uma desculpa pior.

Com a chegada do final de semana, os torpedos e as ligações também chegaram e eu sabia que seria inevitável encontrar com ele, ainda mais pelos amigos em comum.

Numa ultima tentativa de não o ver, liguei pra Alice e perguntei o que ela faria. Harry sairia com os meninos e ela ficaria em casa. Ligamos pra Anna e marcamos uma sexta pras meninas. Eu contei a elas o que aconteceu e elas só não choraram comigo porque eu não deixei. Alice foi sincera e disse que eu estava certa em não causar, mas que eu não deveria colocar uma placa verde de disponível na testa pra ele. Depois do chororô e de todas as fofocas em dia, resolvemos sentar na calçada pra tomar uma cerveja e jogar cartas. Mulher que faz isso em bar nao merece respeito, mas na calçada até pode, e teria sido maravilhoso se os meninos não tivessem aparecido lá depois de um tempo. Ele as vezes tentava conversar, mas eu mudava de assunto, falava sobre qualquer coisa menos sobre o que havia acontecido. Todo mundo no grupo percebeu a mudança e fingiam muito mal.

Eu já estava me acostumando com nossos encontros, nossas saídas em grupo, até o dia que ele apareceu na casa de Anna usando uma aliança. Os meninos ficaram tão passados quanto eu e o Dougie, inocentemente, perguntou

-Que cinturão é esse na mão, Jones?

-É da Camille, ela pediu uma chance e eu não pude dizer não. Então estamos juntos de novo. - Ele respondeu olhando pra baixo, com um sorrisinho torto.

Aquelas palavras tiveram o mesmo efeito de uma britadeira num montinho de plástico no meu pobre coração. Tom me olhava meio desesperado, entendendo minha situação.

-Sam, vamos comprar mais sorvete? - Ele tentou sorrir sinceramente.

-Uuhun, vamos sim.

Me levantei voando e entrei no carro. 

-Eu sinto muito, minha linda... Eu sei o quanto voce quis ficar com ele. - Tom alisava meu cabelo, tentando me confortar. - Tente não o odiar... Ele te adora...

-Eu não o odeio - e era verdade - Voce pode me deixar em casa? Não precisa mentir pra eles, só diz que eu preferi assim.

Tom me deixou em casa em menos de cinco minutos e eu só conseguia lembrar da imagem daquele cinturão de boxe no dedo dele. Que merda. E parece que quando tá tudo errado, o destino vem com tudo pra matar a gente. Minha madrasta precisou operar e meu pai estava contando comigo pra me ajudar a cuidar dela enquanto ele não arrumasse alguém confiável o bastante. A parte fácil era que as férias estavam proximas e a dificil era ter de ficar dias e dias no sítio, longe de tudo. Mas talvez me fizesse bem.

Nos reunimos pela ultima vez no Dom, na quinta a noite, antes de eu viajar. Estavam todos apreensivos com a situação, eu estava visivelmente abatida e não fazia muita questão de esconder.

Mesmo assim, me arrumei da melhor maneira possível e fui. Encontrei nossos pufezinhos devidamente ocupados, sobrando só o meu.

Os casais pareciam ter se dissolvido só aquela noite por minha causa e eu agradeci mentalmente por isso. E lembram do DJ sábio que tocou lovely? O animal fez isso de novo, fazendo meus olhos se encontrarem com os de Danny involuntariamente. Ele fez menção de se levantar e eu olhei desesperada pra Anna. Ela rapidamente levantou e começou a agitar pra todo mundo ir dançar, ficando entre nós dois. Sorri pra ele, sem jeito, e fui dançar. Dancei e bebi feito gente grande a noite inteira e na hora de ir embora, me despedi de todos como se estivesse indo pro Iraque por vinte anos.

A surpresa foi Danny se oferecer pra me levar até a rodoviária.

-Hm, por mim, tudo bem - foi a única coisa que consegui responder.

No outro dia cedo, Danny chegou com uma cara de sono tão incrivel quanto a minha. Coloquei as malas no porta-malas e entrei no carro. Seria uma viagenzinha demorada, por causa do transito.

Em dado momento, senti sua mão em minha perna. Olhei assustada primeiro pra sua mão depois pro seu rosto.

-Eu não quero magoar você ou te perder de novo - Danny estava aborrecido.

-Eu sei, meu bem. A gente só confundiu um pouco as coisas. Não se preocupa - Eu tentava me enganar mas era foda.

-Não é tão simples assim... - Ele queria pedir desculpas ou era impressão?

-É sim. A gente que complica. - Sorri docemente e tirei sua mão de cima de minha perna, a segurando com carinho.

Ao chegar, não deixei que ele saísse do carro. Beijei sua bochecha com amor e pedi pra que só abrisse o porta malas, eu me viraria. E ele me atendeu. Vi ele se afastar, reconhecendo a dor de o ver partir novamente e assim, me permiti chorar suavemente. De novo, aquela dor.


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