Epílogo

- São lindas. Nymphadora comentou, depois de ler a última carta minha para Dorcas.

Depois de mandar a carta fiquei sabendo que seu corpo tinha sido encontrado a poucas quadras de minha casa. Eu amei Dorcas mais do que qualquer outra. Ela podia, a princípio, ser o meu oposto. A diversão. Agitação. Eu era calmo, tranqüilo. Com ela, tudo mudava. Olhei Dora ao meu lado. Os cabelos roxos, olhos castanhos. O espírito livre dela me lembrava Dorcas. Talvez eu tivesse a tendência de escolher mulheres assim.

- Vamos lá? – ela disse, e me estendeu a mão.

Ela leu as cartas, algumas delas eu havia tirado da bolsa que Dorcas carregava junto dela quando morreu. Chegamos ao cemitério.

Dorcas Meadowes

"Porque a lua pode mudar, mas o sol sempre brilhará novamente"

14 de maio de 1960 - 29 de setembro de 1981

Sorri, olhando para onde sua alma descansava. Eu a amava. Sempre amei, e sempre amarei. Anjos não morrem, eles voltam para casa. Quando meus olhos encheram de lágrimas, Nymphadora disse:

- Na última carta ela disse para você ser feliz. O que você fez?

Me virei para ela. Em seus olhos, onde eu esperava encontrar ciúme, achei respeito. Sorri.

- Me casei com você. Você me faz feliz. – e a beijei.

Subitamente, algumas pétalas de flores começaram a cair das árvores próximas. Eu sempre soube que ela estava comigo.

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