Sorriso Idiota escrita por N_blackie


Capítulo 3
Capítulo 3




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Maybe I'm Crazy

Tá, eu venho flores amarelas pelo caminho. E olha que é inverno.

Antes que pensem que eu me apaixonei pelo sorriso daquele idiota, não, não foi isso. Imagina só! Uma biblioteca toda pra mim, cheia de títulos bruxos fascinantes que eu posso devorar compulsivamente como uma caixa grande e cheia.

Uhum, eu posso, eu posso sim. Quando cheguei em casa, fui direto para o quarto, colocar o fone no meu amado aparelhinho, carinhosamente apelidado de Jimmy (sim, eu sou cruel) para lembrar sempre dessa dirty little secret que ele carrega.

Assim, como prometido no outro dia (ah, me poupem, eu estava ultra ansiosa para ver quantos livros tinha naquela biblioteca máster Power!) fui até a casa – mansão (devidamente agasalhada) e bati com os nós dos dedos na porta de carvalho. Quem atendeu foi uma elfa doméstica, tipo daquelas que certa vez encontrei em Hogwarts. Pessoalmente, nunca concordei com a escravidão descarada com que os bruxos tratam esses seres. Mas nunca tinha visto uma elfa assim. Em vez do pedaço de tecido sujo que eu sempre vejo em elfos domésticos, ela usava um laço cor de rosa na cabeça e um belo vestidinho da mesma cor. Parecia uma boneca. Sua aparência naturalmente não era muito bonita, mas sendo tão bem cuidada, não havia como ela não ser bonita de algum modo. Sorri para ela.

- Olá Senhorita! Deve ser a menina que o menininho Jimmy disse que viria para ver a biblioteca certo?

- Ah, sou sim.

- Venha cá então menininha.

''Menininha''. Boa Lily.

- A Sra. Potter... Quero dizer, Tia Marta. Não está em casa?

- Oh não queridinha! A senhora tem muitas coisas para fazer no ministério! Mas os garotos estão em casa! Quer vê – los?

- Não! Er... Não, eles devem estar ocupados.

Enquanto a elfa me guiava para o segundo andar, eu simplesmente me prendi a cada detalhe daquele lugar "mágico" (com o perdão do trocadilho). As paredes, os móveis, era tudo lindo. Fofinho, simpático. Quando cheguei ao terceiro e último andar da casa, ouvi um barulho esquisito vindo de uma porta no fim do corredor. Vendo o meu olhar, a elfa explicou:

- Ah, não ligue para as explosões querida, são muito freqüentes no quarto do meu senhorzinho, especialmente quando os outros garotinhos estão aqui.

Quando eu estava quase na porta da biblioteca, uma porta grande e escura ouvi uma voz vinda do fim do corredor me chamar.

- Lily?

Olhei para a fonte da voz e revirei os olhos. Lá estava ele, o maldito Potter, novamente me encarando com aquele sorriso retardado na cara. Controlando a vontade de meter a mãe na cara dele, e acabar com aquele sorriso idiota, respondi:

- Oi Potter.

- Vai me chamar pelo sobrenome até na minha casa? Ora vamos, Evans!

Não sei por que, ele me chamar de ''Evans" soou estranho aos meus ouvidos. Talvez os anos escutando ele me chamar de apelidos estranhos ou pelo primeiro nome tenham me afetado ouvidamente. E não me perguntem o que isso significa.

Quando abri a porta, após resmungar qualquer coisa para tirar Potter dali, deixei o queixo cair. Aquela biblioteca era meu sonho de consumo desde que eu havia descoberto que "a letrinha 'o' mais a letrinha 'v' mais a letrinha 'o' significa 'ovo' ". Eram livros e mais livros espalhados por belas estantes, que iam até o teto. Ei já ia perguntar como poderia alcançar os livros mais altos quando a elfa disse:

- Se quiser procurar os livros mais altos, é só pedir.

Pedir pra quem? Enfim, a tarde foi mágica. Li o máximo de livros que consegui , e voltei para casa só de noite, quando o sol estava se pondo.

Pelo menos não encontrei o Potter.

Assim, acordar não é bom. Pelo menos não quando se tem Petunia como irmã. Ela me irrita. Tudo bem sou conformista, eu ignoro. A sorte é que eu peguei emprestado um livro lá dos Potter... A dama dos dementadores. Impressionante.

Assim, é claro que a história nunca podia ser real, se levarmos em conta que a "dama" em questão tinha a minha idade e simplesmente se apaixona por um dementador. O caso é :dementadores não amam. Mas o da história amava. E ao que tudo indica, muito. Só que eles têm aquele jeitão estranho e tudo o mais, então os dois não podiam ficar juntos...

E eu ainda não sei o final. Ótimo, vou ler então.

Bom, o fato é que nesse exato momento eu estou chorando. O livro é tão triste. Decidi voltar para a casa dos Potter, pra fugir. Da Petunia, eu digo. Porque problema por problema, eu não sei qual é o pior, Petunia ou Potter.

Hã... Petunia. Pelo menos Potter não me enche a paciência perto da mãe dele. Há, eu posso, eu posso. Tá Lily, deixa disso.

Tudo bem peguei um casaco (sim, dessa vez eu me lembrei de pegar um.). E segui até a casa mansão. Logo que cheguei lá estava aquele maldito, se jogando na neve com seu amiguinho Black, os dois rindo feito uns idiotas.

Detesto ele. Quando me viu, sorriu de novo daquele jeito ridículo.

- Quer que eu chame a minha mãe certo?

Ele parece que está se divertindo. Isso o torna mais ridículo.

- Quero. Podia fazer o favor de chamar ela e...

- Querida! Pode entrar! JIMMY! Porque não disse logo pra ela entrar?

Nossa. Ela gosta de mim. E muito.

- Oi!

- Vamos entrando anjinho! – caraça, ela gosta mesmo de mim! – Gostou do livro?

Bom, agora me pergunto como ela sabe que eu peguei um livro.

- Ah... Aham.

- Ele é meio triste, eu sei. Mas é um dos maiores clássicos bruxos do século vinte sabe?

Caramba. A mãe do Potter conhece das coisas ou é só impressão minha?

- Vou pegar um do mesmo autor que eu acabei de ler ontem a noite. Acho que você vai gostar.

Assim que ela subiu, senti um arrepio percorrer as minhas costas. Era o Potter.

- Admirada?

Ah, é assim, é? Hahaha Potter, se pensa que vou falar o que você espera, está enganado.

- Talvez.

- Ela gosta de você. – ele respondeu, como se eu fosse me apaixonar por ele só por isso.

- Eu vi. Gosto dela também.

- Quer sair comigo?

- Eu disse que gosto da sua mãe, não de você,

Há, ele me olhou daquele jeito. Não daquele jeito idiota, daquele jeito normal, como ele me olha toda vez que eu digo "não". Na hora em que ele ia dizer alguma coisa (provavelmente alguma besteira) a mãe dele veio com outro livro. "Uma aventura élfica".

Opa!

Estou começando a gostar dela. O livro parece bom, pelo menos. Bom, além disso, hoje conheci alguém que eu nunca tinha visto na casa – mansão: o Sr. Potter. Assim, ele é mais ou menos do tipo ''Nossa. ''. Faz o meu pai parecer um velho feio de quinta categoria (o que garanto, ele não é.). Ele é alto (mais que o Potter, pelo que pude constar), tem os olhos claros (não sei se são verdes ou azuis, eu sei é que são lindos), estava bronzeado e usava o mesmo tipo de óculos que o Potter. A única coisa que não gostei nele foi o sorriso. Quando me viu, olhou significativamente para o Potter e deu aquele sorriso. O mesmo que tanto me incomoda no Potter.

- Você deve ser a menina que o pirralho aqui tanto fala! Tudo bem?

- Erm... Tudo.

Surpreendente. Como um pai pode chamar o filho de ''pirralho''? Assim, que eu me lembre, pirralhos são crianças chatas. Bom, talvez Potter tenha sido uma criança chata. Não duvidaria se alguém me dissesse.

- Allan esteve fora numa missão no Caribe querida, por isso não o conhece.

Bom, isso explica tudo. O bronzeado (já mencionei que o Sr. Potter é tipo... muito hot?) e a ausência dele.

Credo, parece que estou afim dele.

- Missão?

Minha mãe sempre disse que eu era curiosa demais. Tomara que eles não pensem o mesmo.

- Eu trabalho no quartel general dos aurores, no departamento de execução das leis da magia.

- É como se fosse... hum... Polícia?

- O que é polícia?

Sim, temos um caminho longo aqui. Fui explicando o que era polícia, e depois ele quis saber como eles conseguiam achar os bandidos sem varinhas e nem vassouras e etc... Quando me dei conta já estava escuro. E... Bem. Digamos que não é muito interessante uma moça assim, de dezessete anos, sair por aí de noite desacompanhada. E o Mr. Hot me disse isso. Eu já ia dizer que não importava, já que eu era uma garota bruxa e podia muito bem acabar com qualquer maníaco quando ele mandou a sentença:

- James, seja um cavalheiro e vá levar sua amiga para casa fazendo o favor.

- Claro Papai.

Claro, tudo que eu merecia uma caminhada até em casa com o cara mais idiota e exibicionista de Hogwarts como acompanhante. E ele ia sorrindo. Nunca o odiei tanto.

- Odeio o seu sorriso.

Ele sorriu mais ainda. Ridículo.

- E eu amo o seu.

- Muito engraçado.

Pela primeira vez, Potter ficou sério. Após alguns minutos apenas andando e fitando a neve marcada pelos passos de muitas pessoas ao mesmo tempo, ele disse:

- Posso te perguntar uma coisa?

- Só porque pediu permissão, pode.

- Me odeia mesmo? Assim, pra valer?

Antes que eu pudesse dizer sim, parei para pensar. Será que odiava ele mesmo? Assim, meu pai sempre disse que ódio era uma coisa muito forte. Não podia odiar ele.

- Não. Só não gosto de você.

- Por quê?

- Esse seu jeito me incomoda. Egocêntrico, arrogante, metido. Você se considera acima d e todo mundo por que consegue subir numa vassoura.

Para minha surpresa, ele corou.

- É. Eu pareço assim mesmo.

- Parece?

- Por você eu mudaria. Sabe, a maioria das coisas que eu faço é para chamar a sua atenção.

- Podia tentar chamar minha atenção de outro jeito.

- Se eu mudasse, aceitaria sair comigo?

- Não sei. Você não mudou ainda.

Ele parou de andar. Nem tinha percebido, mas já estava em casa. Podia ver a chama da lareira acesa clareando a sala através da cortina. Quando estava indo para a porta, escutei:

- Lily...

Quando virei, ele se aproximou um pouco de mim e disse:

- Eu juro que nunca mais, nunca mais, faço nada de estúpido para chamar a sua atenção.

- Pode ser.

- Eu te amo.

- Amar é uma coisa complicada Potter.

- Um dia você vai acreditar.

Inconscientemente eu sorri. Foi um sorriso leve, mais um sorriso. Ele sorriu de volta e, por incrível que pareça, esse sorriso não me incomodou como antes, pelo contrário, só me fez sorri mais ainda. E outra vez, quase contra a minha vontade, corria até ele e tasquei um beijo estalado em sua bochecha fria e corri para casa.

Eu devo estar louca.


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