O Perdão da Areia escrita por Boneca


Capítulo 1
Capítulo 1 - Único


Notas iniciais do capítulo

Acho, que tem um leve yaoi aí... Mas, nem vou classificar porque é apenas admiração ou idolatração...

Acho que ficou fluffy e OOC demais ._.
Sem contar que eu acho que estou me aventurando demais em Naruto.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/10724/chapter/1

O vento batia em meu rosto, a sensação era que meu corpo estava todo em dor. Dor e só mais dor. Cada poro, cada célula. E o vento continuava a bater em meu rosto. Era como se fosse uma leve brisa de verão, e nada mais, além disso. O meu rosto já rachado e aquela dor.

Mas era a dor que me fazia sentir a vida em mim.

Era a dor que me lembrava que eu também era humano, assim como todos os outros.

E que como um ser humano, eu também erro. E parece, a meu ver, que eu já errei demais.

E mesmo com esse vento em meu rosto, parece que é o meu fim, afinal de contas.

Eu gostaria de pedir perdão.

Perdão a todos aqueles que eu matei quando a minha sede de sangue era insaciável. Todas aquelas esposas que esperaram por seus maridos e só tiveram enterros. À todos os filhos que jamais veriam os pais vivos novamente.

Perdão a todas aquelas que eu assustei. Às pessoas da Vila que sempre me acharam um monstro. Àqueles que tiveram medo de mim por tantos anos. Que se afastavam. Que por medo do meu monstro interior jamais permaneciam perto.

Perdão a minha irmã. Perdão por tanto ter sido um encosto. Algo incômodo na vida. Por ter sido tão sanguinário. Por ter sido o monstro sedento de sangue e matança. Perdão por não ter sido o tipo de irmão caçula que sempre sai para brincar.

Perdão ao meu irmão por todas as ofensas e ameaças de morte. Perdão por ter sido tal sem coração. Tal sem amor no peito.

Mas é agora nesse espaço vazio em branco que eu não me reconheço.

Porque no branco o vermelho do sangue não é nada. E é assim que eu me sinto sobre isso. E é exatamente sobre isso. O vermelho que saiu de meu corpo. O vermelho que eu não sinto mais. A sede.

E esse vazio me envolve novamente. Como uma densa névoa.

Ele me ouviria se eu chamasse o seu nome?

E era ele que aparecia em minha mente como um exemplo. Aquele que tanto me ensinou. Aquele que foi o primeiro que eu pude chamar de amigo...

E essa palavra passa por mim como o vento que batia em minha face há muito, muito tempo. Amigo quer dizer “Pessoa que quer bem a outra”. Ele quis o meu bem. As pessoas mudam e ele me mudou.

Isso quer dizer que ele é o meu amigo.

Mesmo morto eu ainda me sinto grato.

...

Ele me apoiaria se soubesse da minha vergonha?


E naquele vazio em que só havia eu, houve ele também. Houve um sorriso que era a característica principal dele. Como uma marca. E era exatamente isso. Era a marca de Uzumaki Naruto. Ele me tirou daquele vazio me segurando pela mão. E ao abrir os olhos.

Ao abrir os olhos...

Todas aquelas pessoas importantes para mim estavam lá. Ao redor. Esperando por mim. Depois de tantos anos eu já não era visto como o monstro. Eu já não era o terror. Eu era uma pessoa.

Eu era o Kazekage.

Eu sou o Kazekage.

A minha vida foi tirada de mim uma vez, e agora, graças àquelas pessoas, eu posso viver segurando a minha vida como se fosse o meu dom mais precioso. E eu tenho amigos. Eu tenho o meu povo. Eu tenho meus irmãos. Eu tenho pessoas para viver. E eu tenho o próximo Hokage como amigo.

Ele me ouviria se eu chamasse seu nome? Ele ouviu.

Ele me apoiaria se soubesse da minha vergonha? Ele apoiou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!