Shiroi Heya escrita por Sayami


Capítulo 1
unico




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Eu estava mais que puto.

            Estava naquele quarto de paredes tediosamente brancas. Entre lençóis irritantemente brancos. Olhando para o teto imaculadamente branco.

            Cheguei à conclusão que odiava branco.

            Bufei alto, controlando toda a minha vontade de sair xingando daquele quarto horrivelmente branco e ir para casa. Mas eu sabia que não me deixariam passar da porta.

            Foi então, que a enfermeira, vestida de branco, entrou e com uma voz melosa avisou-me que tinha visita. E por trás dela, surgiu Kouyou com um sorriso infantil nos lábios e um buquê de margaridas azuis.

            Eu sorri ao vê-lo, mas meu sorriso morreu quando notei que ele também estava de branco.

            A enfermeira saiu, deixando-nos a sós.

- Como está, Yuu? – Perguntou, depositando as flores sobre o móvel e aproximando-se da cama.

            Ele agachou a cabeça, depositando um beijo rápido em minha testa e em seguida um em meus lábios.

- Entediado. – Suspirei, rolando os olhos. – Não agüento mais esse lugar, Kou-chan! – Reclamei, como uma criança.

            Ele riu, puxando uma cadeira para o lado da cama e sentou-se.

- Se não queria passar por isso, não devia ter bebido até cair. – Disse meio sério, mas eu podia ver o sorriso debochado formando-se em seus lábios.

- Não me venha com lições de moral, Kouyou. – Murmurei emburrado. – Não estou com humor.

            Eu já estava chateado de ter de ficar naquele lugar. Por que ele não podia ser um bom namorado e ficar me mimando, em vez de me passar sermões?

- O que te deixa tão irritado, Yuu-chan? – Perguntou docemente, acariciando minha mão com a ponta dos dedos. – Parece até um velho.

            Fiz uma careta, olhando-o magoado. Odiava quando ele me comparava a um velho.

- Esse lugar! E todo esse branco espalhado por todos os cantos! – Olhei-o, sentindo seus lábios carinhosos beijando minha mão e meus dedos. – Parece mais um hospício! Além disso,... – Mordi os lábios e ele me encarou curioso.

- Além disso,...? – Incentivou-me a falar. Os olhos castanhos me encarando firmemente.

- Não posso nem beijar você direito deitado nessa porcaria de cama! – Falei, virando o rosto, evitando mostrar o quão corado estava.

            Fez-se um momento de silêncio, até eu sentir sua mão em meu queixo, virando meu rosto em sua direção. Seu rosto estava iluminado com um sorriso pequeno, mas um dos mais bonitos que já vira. Os cabelos claros caídos levemente sobre o rosto.

            E olhando por inteiro Uruha por inteiro à minha frente, reparei o quão bonito ele ficava de branco. Parecia um anjo.

- Você não pode me beijar, mas eu posso beijar você. – Sussurrou, colando nossos lábios.

            Eu estava com tantas saudades daquela boca, que não perdi tempo e minha língua se apossou de sua boca. Minha mão livre subiu até sua nuca, trazendo-o para mais perto, impedindo-o de se afastar.

            As mãos dele estavam pousadas em meu tórax, massageando-o levemente. Um beijo doce da parte dele, mas faminto de minha parte. Meus lábios exigiam mais dos seus, meu piercing roçando levemente por seus lábios, fazendo-o gemer por entre o beijo.

            As mãos de Uruha me afastaram gentilmente, num pedido mudo para deixá-lo respirar. Sua respiração rápida e quente chocando-se contra meus lábios estava me deixando louco. Eu tinha que me controlar para não arrancar o tubo de soro do braço, jogá-lo na cama e fazê-lo gemer mais e mais.

            Sorrindo, ele escondeu o rosto na curva do meu pescoço, depositando beijos carinhosos e leves mordidas por toda sua extensão. Eu suspirava, meus dedos perdidos entre os fios claros e macios. Aquele perfume invadindo meus sentidos e me entorpecendo.

- Eu tenho que ir. – Sussurrou em minha orelha, mordendo o lóbulo.

            Pisquei, saindo do transe, olhando-o chateado.

- Você vem, me beija, me deixa nesse estado – Apontei o olhar acusadoramente para meu baixo ventre – E vai embora? Uru, não vale! – Às vezes eu parecia mesmo uma criança mimada.

            Ele riu, afagando meus cabelos, beijando-os.

- Quando você for liberado, nós terminamos. – Prometeu, piscando para mim. – Volto amanhã.

- Estarei esperando. – Respondi sincero, recebendo de bom grado o último beijo que ele me oferecia.

            Eu precisaria de um banho frio toda vez que Uruha viesse me visitar.

Uruha saiu e eu voltei a fitar o teto branco. E ele não parecia tão chato agora.

Branco não era uma cor tão irritante assim.

           


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Notas finais do capítulo

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