— Sim, você é louco, louquinho. Mas vou lhe contar um segredo: as melhores pessoas são assim! – a mulher sorriu ao ver o bebê em seus braços rir com gosto, balançando as mãozinhas na direção do livro que ela segurava na frente deles.

— Duvido que ele esteja entendendo alguma coisa, Alice.

— Ele está se divertindo – ela colocou o cabelo para trás da orelha enquanto olhava para o marido – Não é verdade, Neville? – o menino de um ano de idade riu novamente – Viu?

— Ele só está feliz porque está com você – o homem sentou-se no braço da poltrona onde a esposa estava sentada – Não é verdade, filho? É... Ele é um garoto inteligente, é claro que ficaria feliz com a sua companhia.

— Oh, Frank, pare com isso – Alice riu enquanto o marido beijava o seu pescoço e colocou o livro na mesinha ao lado da poltrona – Papai está me distraindo, querido.

— Você está sempre me distraindo – Frank se afastou da outra e olhou para o bebê no colo dela – Mas eu realmente acho que ele não estava entendendo nada do livro...

A mulher bateu de leve no braço do marido, antes de encostar-se nele. O homem sorriu tristemente enquanto acariciava os cabelos da bruxa com uma mão e, com a outra, segurava a mãozinha do filho.

— Como ele pode fazer aquilo, Frank?

— Não sei.

— Eles eram melhores amigos! E o Harry! O que vai acontecer com ele agora? – a mulher puxou o filho para mais perto do corpo.

— Dumbledore dará um jeito em tudo, querida – Frank beijou o topo da cabeça dela e fechou os olhos – Mas, não se preocupe, ele já se foi.

— Pelo menos isso... Um mundo sem aquele monstro.

— Sim.

Alice sorriu ao sentir os braços do marido em volta de seu corpo e as mãozinhas de Neville apertando os seus dedos com o máximo de força que uma criança de um ano podia ter. Aquele-Que-Não-Devia-Ser-Nomeado fora derrotado, o mundo mágico estava livre do mal que ele poderia causar, sua vida poderia ser normal novamente, ela poderia voltar a trabalhar, assim como Frank, seu filhinho poderia ter uma infância normal...

— É – ela murmurou, fechando os olhos – Tudo está bem.

E tudo ficou bem, pelo menos pelos cinco minutos que se seguiram, antes da vida de Alice, Frank e Neville tomar um rumo totalmente inimaginável.