The Ghost Of The Day escrita por lucivampire, carioca


Capítulo 5
Capítulo 5 - Dangerous approach


Notas iniciais do capítulo

Ui, dei uma acelerada nesse capítulo e sinceramente amei! Se acharem muito... (vocês vão saber) reclamem com a minha co-autora Stephanie Viana nos comentários! kkkkkkk
Boa leitura



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- Qual o problema? – cruzei os braços no peito. Parecia que ele estava com... ciúmes. Primeiro: ele era um fantasma e nunca teria nenhuma chance comigo. Segunda: meu pai era meu... pai!

   - Por enquanto... nenhum. Mas depois que isso começar a me incomodar, eu vou dar um jeito.

   Eu não falaria nada. O deixaria falar até que visse que não queria papo. Eu iria tomar banho de novo, isso. Peguei umas roupas dentro do armário e Pedro não disse nada, apenas sentou e ficou me olhando andar de um lado pro outro no quarto.

    Um banho quente... ai era só isso que eu precisava. A água quente descia em meus cabelos e me fazia bem, tirando aquele frio que por muitas horas me perseguiu. Aquele calor era a mesma coisa que o frio que Pedro emanava de seu corpo. Ele jurava que não tinha sido ele que havia me deixado com calor, e havia algo nos seus olhos que me fazia acreditar que ele dizia a verdade. Era bom não sentir mais aquele frio... muito bom.

    Remexi na roupa que trouxe pro banheiro em cima do cesto e não encontrei o short. Droga, eu havia esquecido de pegar, só pode! Enrolei-me na toalha, torcendo pra quê Pedro tenha esquecido a ideia de fazer da minha casa o “hotel” dele.

    Sair andando rapidamente do banheiro, e me deparei com ele deitado relaxadamente na minha cama, assistindo minha série de The vampires diares, e rindo.

    Entrei no quarto como se não tivesse ninguém e corri praticamente até meu guarda-roupa, sem olhá-lo.

    Apenas o ouvi levantar.

    - Até que enfim uma atração na noite – quando vi, já estava sem toalha e apenas de roupas intímas. Procurei, exasperada pela minha toalha, mas não encontrei. Por algum motivo não sentia vergonha de estar ali, daquele jeito, com ele... Mas, eu queria respeito!

   - Me devolve a toalha – disse séria.

   - Oow, ela ficou séria agora – ele tirou minha toalha de trás das suas costas. – Então você quer isso agora, né? – ele balançava a toalha na minha direção. – Venha pegar.

   E sumiu, aparecendo um segundo depois em cima da minha cama, andando de um lado por outro, balançando a toalha.

    Coloquei minhas mãos em torno da minha cintura, ainda séria.

   - Eu não vou correr atrás de você – falei.

    - Então vai ficar sem a tolha.

   Eu ia voltar assim mesmo pro banheiro, depois secava meu cabelo com outra toalha.

   - Não vai não – disse ele, em um piscar de olhos fechando a passagem da porta do quarto. – Você vai ficar assim aqui comigo.

   Tentei o empurrar de lado, mas era como empurrar uma pedra.

   Desisti. Eu ia conseguir a toalha.

    Ele pulou em cima da cama, e eu fui atrás dele. Pedro era rápido, até demais. Eu só queria minha toalha e sair dali.

    Sem querer me desequilibrei e cai na cama, deitada. Eu sabia que tinha sido ele a colocar o pé na frente para eu cair. Aquele...

    Quando olhei de novo ele estava em cima de mim, me silenciando de o xingar com uns bons palavrões com seus lábios. Eu queria gritar, mas era impossível. Eu não queria que ele parasse, mas eu precisava. Mordi fortemente seu lábio inferior e senti gosto de sangue.

    - Ai, você me mordeu! – reclamou ele, tirando seus lábios do meu.

   Era impossível eu sair dali, estava presa embaixo de suas pernas.

   - Cara, me deixa em paz – pedi – Tem tanta mulher bonita ai fora, e tem que ser logo eu?

   - Elas não têm para oferecer o que eu quero – ele se fazia de sedutor.

    Naquela eu não cairia. Fiquei com calor de novo.

    Ele me beijou de novo, e dessa vez eu não queria parar, eu queria aquilo. Não, eu não, ele. Pedro estava dentro da minha cabeça de novo, me comandando a fazer o que quisesse. Então eu não podia parar, eu tentei o morder de novo, mas minha boca não obedeceu. Tentei o chutar, mas de novo meu corpo não obedeceu. Eu me sentia atraída, eu. Atraída por ele, pelo perigo.

    De repente minhas mãos estavam levantando sua camisa. Eu tentei gritar, mas nada saiu, como se minha voz tivesse sumido. Quando ele já não estava mais com a camisa, parou de me beijar e me olhou, rindo.

    - Você não queria, e agora quer? – perguntou.

    Confusão tomou minha cabeça.

    Então ele não estava na minha cabeça? Era eu mesmo? Impossível... se não eu teria conseguido gritar ou chutar ele. Eu não teria tirado a camisa dele... Fitei seu torso descoberto e... Ual! Foi só isso que consegui dizer. Agora podia ver melhor seus músculos, e minha boca abriu. Tá, eu tinha que confessar, ele era surpreendentemente lindo! Uma beleza que era perigosa. Na verdade, tudo nele era perigoso.

    - Então eu estava certo... você quer... safadinha mesmo... – ele beijava meu pescoço.

    - Sai de cima de mim! – consegui gritar.

    - Você pode ser tudo, menos normal – ele parou de me beijar. – Um minuto você quer, e outro não?

   - Eu não quero nada! Foi você que entrou na minha mente e me fez... fez fazer isso – apontei pra sua camisa jogada do outro lado da cama..

    - Maluca, eu não estava na sua mente! Apenas não deixei você me chutar e nem gritar, mas você que quis.

    Aproveitei seu momento de distração e consegui o empurrar e o tirar de cima de mim. Eu queria desesperadamente voltar a beijá-lo, e depois desse pensamento acreditei que era eu mesmo que tinha tirado a sua camisa. Eu era muito nova pra certos tipos de relacionamentos.

    - Agora você é a novinha que é santa? – ele estava sentado do meu lado, e eu levantei, antes de ele me puxar para seu corpo de novo; comecei a empurrar ele ferozmente.

    Ele segurou meus braços e me obrigou a olhá-lo, aqueles mesmos olhos que me tiravam o fôlego.

    - Me diz a verdade – ele implorou. – Você não gosta de mim?

    Por um momento eu achei que ele estava magoado, mas mudei de opinião. Aquele sentimento não se aplicava a ele.

    Ele me deixou levantar e apenas o fitei, já em pé.

   - Só uma coisa que te digo, se gostasse mesmo de mim, não faria essas coisas que faz comigo.

    E segui meu caminho ao banheiro, já com a toalha.

Estranho, quando voltei ele não estava mais lá. Um remoto alívio me veio, mas junto com o alívio veio... não sabia se eram saudades – o que eu já achei impossível. Parecia mais um vazio... no quarto!

    Então Pedro não havia aguentado a pressão de saber que eu não gostava dele... isso era bom, mesmo sendo mentira.

    Eu não estava acreditando, eu havia acabado de dizer para mim mesma que eu gostava de Pedro...  Isso com certeza nunca havia acontecido... era impossível um humano se apaixonar por um fantasma. Há um dia eu dizia que queria um amor meio sobrenatural, que eu queria me apaixonar por um ser místico, e agora eu via que era a coisa que eu mais queria abandonar, por mais que isso me tentasse a ir mais longe. Eu nunca poderia namorar aos 13 anos, muito menos por um fantasma.

    Decidi nunca mais mentir pra mim, e a partir daquele momento eu diria a verdade para o meu eu.

    Querendo ou não, gostando ou não, eu gostava de Pedro.

    Cobri meu rosto com o edredom, evitando que um sorriso aparecesse. Pensar em Pedro desse jeito me deixava... feliz, e o medo sumia, uma coisa que eu não queria. Se o medo continuasse, talvez eu desistisse dessa ideia maluca de gostar de um fantasma.

    Agora eu poderia pensar com mais calma e com... privacidade.

    Eu tinha gostado do que tinha acontecido antes. Realmente Pedro não havia me obrigado e tirar sua camisa, e o que eu vi depois disso.... aquilo sim me deixava com mais calor do que qualquer coisa. Seu corpo musculado me alucinava, outra coisa que eu não gostava. Ele tinha que ser tão bonito?

    E outra coisa que eu ainda não tinha entendido: por que eu?

    Será mesmo que ele tinha se apaixonado por mim, ou era só diversão? Pedro tinha cara de gostar de iludir meninas, ainda mais da minha idade. Mas havia algo nos olhos, que como sempre, me faziam acreditar que sim.

    E eu queria mesmo acreditar.

   Lembrei-me do meu pai, que havia saído há duas horas, ainda estava cedo para voltar, mas... que horas voltaria? E quem era a mulher que ele havia saído? Será que ela seria a minha “futura madrasta”? Eu não ligava, mas não queria vê-lo chorar de novo.

   Todos esses acontecimentos estavam me lembrando de coisas: amanhã eu sairia com a minha mãe. Por que eu não sabia, mas eu não queria ir.... Não era possível. Então era melhor esquecer que eu poderia querer ficar amanhã com Pedro, do que sair com a minha mãe, que eu não via há duas semanas e que me fazia muita falta. Ela viria de São Paulo – sem seu namorado, graças a Deus, aquele ali nunca tinha me tratado bem, e tinha um olhar para mim... estranho – e ficaria hospedada em um hotel. Por que ela não podia ficar aqui em casa? Ela mesma não queria...

    Ainda lembrava o dia da separação dos meus pais, há três anos. Foi doloroso para mim, nós éramos uma família bem alegre, mas foi melhor, eles começaram a brigar de mais. Na verdade eu nunca os tinha entendido, e nunca tinha entendido o amor. Se eles eram felizes, por que começaram a brigar de uma hora pra outra e se separaram? Mais uma prova que eu era jovem demais para entender certas coisas, o que me lembrava de ás vezes querer um relacionamento com uma pessoas que não merecia.... não queria pensar em Pedro assim: meu namorado.

    Comecei a rir, aquilo era impossível. Primeiro, e não novidade: ele era simplesmente um ser sobrenatural. Segundo e fato: ele não tinha cara de querer namorar, nunca. Para mim, ele estava aqui mesmo – tirando me matar – para se divertir, e logo comigo. E eu não gostava nem um pouco dessa diversão...

    Ah! A quem eu queria enganar? Aquela diversão dele me chamava, querendo ou não, sendo jovem demais ou não, podendo ou não. O episódio da camisa confirmava isso. Como eu podia ter feito aquilo? Eu, eu e eu. Euzinha, nova desse jeito, querendo aquilo... Ri de novo, escondendo meu rosto no travesseiro. Eu, simplesmente, queria, ponto final. Senti-me estranha, como se fosse a única dessa idade a querer aquilo. Será? Eu precisa conversar com Alice... Não, não seria bom falar para ela tudo o que estava acontecendo. Além de ela pirar e ficar cheia de medo, falando que eu tinha que me afastar dele o mais rápido possível – uma coisa que eu não queria... por mais estranha que parecesse – Pedro também não ia gostar, e pela primeira vez senti a necessidade de agradá-lo, pelo menos uma vez, apenas uma, não contando para ninguém, seria melhor para todos.

   

Acabei pegando no sono.

    Acordei eram exatamente sete horas da manhã, e me senti totalmente faminta. Levantei e fui ao quarto de meu pai, ele não estava lá. Tinha um bilhete em cima da mesa, dizendo:

Tive que ir buscar sua mãe no aeroporto. Ela me ligou ontem e disse que o vôo dela havia atrasado da noite, e que chegou hoje de manhã e que o táxi que iria buscá-la atrasou também... já sabe a confusão que vai dar, por que o namorado dela também está vindo. Não sei que horas voltarei, mas ligo assim que puder.

    Beijos, Luiza.

   Não me senti bem com aquele bilhete, e uma sensação ruim me veio, não como aquela da sala, o que me pareceu ter acontecido há anos; era uma sensação... não, uma sensação não, um calafrio. Minha intuição não costumava falhar.

   Eu sabia que esquecer aquilo não seria bom, mas fui tomar café, mesmo agora sem fome. Enquanto tentava engolir algumas torradas – pois não comia nada desde ontem – pensei na “confusão que iria dar”. Sim, se o namorado dela não se comportasse, meu pai... ah, meu pai não tinha pavio curto não.

    Tomei banho e fiquei assistindo TV. Não estava me sentindo bem, meu coração parecia mesmo faltar um pequeno pedaço, e não batia direito. Outra coisa que não era possível... eu não ficava tão solitária quando meu pai não estava em casa, então tinha relação mesmo a Pedro, algo que me deixava desconfortável, precisar dele era uma coisa desconfortável.

    - Você deve ter pensado muito em mim, né? – ele apareceu sentado na cama, em sua forma de gasparzinho do mau.

    Levantei assustada, não por ser ele, e sim pela forma que ele estava. Aquilo ainda me assustava.

    - Calma, já mudo – e Pedro voltou a aparentar um humano.

   - Como consegue fazer isso? – perguntei, curiosa.

   Ele sorriu.

    - Um corpo emprestado.

   - Então você não era assim... – eu não sabia completar a conversa. – Tipo... assim – apontei para o corpo – com esse corpo?

    Ele riu.

   - Sim, nós, fantasmas, só pegamos a matéria do corpo, mas o físico mesmo continua o mesmo – eu me senti aliviada com aquela resposta.

    Ele foi chegando para mais perto, mais e mais, enquanto eu ia me afastando para longe eu ia me encostando-se à cama, puxando o edredom para perto de mim.

    - Eu estava com saudade, sabia? – seu hálito fresco banhou meu rosto. Eu não diria nada desse assunto, e ele riu de novo com aquele pensamento meu. Que bom que ele não estava aqui para ouvir o resto...

    - Espere, onde você foi?

    - Humm, ciumenta, tenho que anotar isso nas suas qualidades... ou seria um defeito? – ele dizia para si mesmo.

     - Eu não sou ciumenta! – reclamei, e senti meu biquinho aparecer, o desfiz rapidamente.

    - Eu fui... conversar com um amigo – parecia que ele não queria tocar no assunto, e chegou bem mais perto, eu já não tinha pra onde fugir, e ele estava ainda mais perto.

    Quer saber? Dane-se!

    Pedro me beijou, e eu retribuí. EU RETRIBUÍ!

    Eu não estava acreditando naquilo, mas era bem melhor beijá-lo quando eu queria, e não quando era obrigada. 

    Pedro foi jogando seu corpo mais para cima de mim, e quando vi estava deitada, com ele em cima de mim. Dessa vez, eu mesma me lembrei que eu mesma queria tirar a sua camisa, e tirei. Eu me sentia idiota, e ele ria, enquanto me beijava.

    Eu precisava de ar, nunca tinha dado um beijo daquele na minha vida, não que eu estivesse reclamando...

    - Você se acostuma – sussurrou ele em meu ouvido, e me fez tremer. Aliás, depois senti um enorme calor, de costume. – Você também pode se ajudar... tirando essas roupas.

    Eu estava hipnotizada pela sua voz melosa em meu ouvido, meu pescoço, em minha boca, iguais aos seus lábios, que faziam o mesmo percurso, e me deixavam maluca e tonta; eu nunca havia me sentindo tão feliz e completa como estava, e era óbvio que a culpa era dele. Eu não queria, mas era inevitável.

    Sua mão desceu em minha cintura e foi puxando devagar minha blusa para cima; não me importei, eu queria mesmo, tirando meu lado racional, que me dizia que ainda estava cedo demais.

    Aliás, fantasmas podiam ter filhos?

    Eu queria rir, mas rir muito da minha pergunta idiota, mas o beijo não deixava.

   - Não – ele respondeu em meu pescoço, minha respiração estava acelerada e eu arfava. – Mas podemos tentar...

    Eu já estava sem camisa...

    Agarrei seu cabelo com minha mão trêmula e o beijei mais intensamente. Eu queria parar, mas eu não conseguia. Meu coração estava praticamente pulando peito á fora, e eu gostava daquela sensação.

    O perigo me chamava, sussurrando venha brincar...

    Não, não, não, não, não, não. Repeti milhares de vezes. NÃO!

    Eu não queria isso pra mim, e eu não o queria, não, não e não. Ele não era normal, muito menos humano. Afastei-me dele o mais rápido possível e procurei minha blusa em algum lugar da minha cama. A vesti rapidamente e o encarei.

    - Juro, que se encosta em mim de novo...

    - Você vai fazer o quê? – ele estava visivelmente com raiva. – Gritar pra todo mundo que sou um fantasminha? Ser internada em um hospício? Me bater?

    Comecei a chorar, não queria me mostrar fraca, mas as lágrimas desciam sem explicação e eu nem sabia o motivo de estar chorando.

    Ele me puxou para seus braços, e beijou meu cabelo. Aquele era um jeito dele que eu não conhecia, e nem queria conhecer. Eu queria que ele me odiasse! Que me matasse! Era pra isso que ele estava ali, não para ser romântico comigo.

    - Desculpe – sussurrou em meu cabelo.

    - Você não entende? – disse, com a voz embaraçada de tantas lágrimas. – Eu e você... não existe! Você não é humano! Você praticamente não existe! Eu não quero você, mas não consigo dizer não. Era pra você me matar! – levantei e fiquei em pé em frente a ele.  – Me mate! Agora!

    Ele apenas me abraçou, me colocando em seu colo.

   - Eu iria mesmo fazer isso, mas... não consigo e nem quero.

   - Por quê?! – gritei.

   - Será que você também não entende? – ele estava falando mais alto. – Não vê meu lado também? Eu me apaixonei por você, é difícil de entender? Eu era mesmo uma... pessoa má. Eu só pensava mesmo em matar, mas... você é... você muda as pessoas ao seu redor.

    Eu chorei mais ainda, e perdi a conta de quanto chorei, ele tentando me acalmar. Como? Como? Era só isso que eu me perguntava.

    - Eu sinceramente parei de forçar a barra depois que você disse aquilo, mas é impossível... não consigo ficar longe de você – murmurou ele. Levantei a cabeça e passei a mão em seu rosto, sentindo que ele estava mesmo ali. Eu já não podia mais dizer que não o queria, já não conseguia mais mentir para mim mesma. Aproximei seu rosto do meu e o beijei suavemente. Aquela sensação não se comparava a outra, e eu não sabia mesmo se estava apaixonada...

    Sentei-me em seu colo, e o beijei mais, me sentindo mais confiante... não, aquilo não era confiança, eu estava me sentindo sexy.

    - Adoro você sexy – ele disse, e me beijou mais.

    Meu celular tocou, e eu suspirei. Não queria que aquilo acabasse.

   Pedro apareceu com o celular nas mãos e me entregou. Era meu pai, eu devia atender.

   Tentei normalizar minha respiração e Pedro riu. Ele ria de tudo.

   - Oi, pai – disse.

   - Ah, oi, filha. Já estou indo pra casa, com a sua mãe... e o namorado dela – senti que ele estava mesmo com raiva.

    - Tudo bem. Quer que eu faça alguma coisa?

    O ouvi respirar fundo antes de responder.

    - Não, não precisa. Thau.

    Desliguei o aparelho e encostei minha cabeça no ombro de Pedro.

    Suspirei.

    - Você tem muita coisa pra me explicar e contar, sabe? – comecei, esperando que ele abrisse a boca e me explicasse sobre... sobre essas coisas dele!

    Ele me olhou, e ficou com cara de dúvida, depois deu um sorriso sedutor.

   - Precisa ser mesmo agora?

   E me beijou. Por ele, eu adiaria até quando pudesse.

   Pedro tirou minha camisa novamente, e agarrou minha cintura, me fazendo se moldar em seu corpo, e me fazendo sentir mais calor. Tirei sua blusa também, fitando aqueles músculos a mostra. Estava deitada novamente, com ele me beijando. Estava convencida que eu o queria, mas tinha sempre algo pra atrapalhar minha felicidade: idade. Eu estava mesmo muito nova, podia esperar um pouco mais. Aquilo era errado, eu me sentia errada.

    - Por favor, né? – sussurrou ele, beijando minha orelha, suas mãos não saiam da minha cintura, e eu queria tentar respirar, mas seus lábios eram uma tentação. Ele era uma tentação, seu corpo era uma tentação, seu sorriso era uma tentação, tudo nele me atentava. – Não vai dar uma de santa.

    Afastei seu rosto para vê-lo, era carregado de sedução e prazer. Eu não queria desmanchar aquilo, o que tanto estava me agradando.

    - Por favor, Pedro – pedi. – Agora não.

    Ele separou nossos corpos, e vi que eu estava suando. Pedro se sentou do outro lado da cama, e fitava a parede, sem expressão. Sentei ao lado dele e o abracei, isso me fez bem.

   - Desculpa, mas ainda me sinto muito nova, por favor – pedi e o abracei mais. Pedro me abraçou.

   - Tudo bem. Acho melhor você se arrumar, seu pai já tá chegando – ele olhou para a camisa jogada novamente de lado na cama.

    Apenas fechei os olhos, me sentindo completamente feliz, e um pouco incomodada com a visita a mais que viria.

    - Não se preocupe... estarei ao seu lado. Se ele aprontar alguma coisa... – e ele riu. Engraçadinho, eu sabia me defender.

    Levantei e coloquei minha camisa, enquanto Pedro levantou e colocou a sua, me assistindo. Arrumei a cama e o quarto rapidamente, antes de ouvir alguém batendo na porta. Pedro veio a mim e me deu um rápido beijo, mas eu puxei e o fiz durar mais.

    - A porta – disse baixo, em meus lábios.

    - Ah, é – disse, ele me deu um abraço e sumiu, deixando apenas um espaço vazio no meu peito.

...

Now I think we're taking this too far

Don't you know that it's not this hard, well it's not this hard

But if you take what's yours then I'll take mine

Must we go there, please not this time, no not this time.

Tradução

Agora eu acho que nós estamos levando isto longe demais

Você não sabe que isso não é tão difícil? Bem, não é tão difícil

Mas se você levar o que é seu então eu levarei o que é meu

Nós devemos chegar a tanto? Por favor, não dessa vez, não, não dessa vez.

Brighter, Paramore.

...

Abri a porta, fitando meu pai com algumas malas pequenas e me olhando. Beijou o topo da minha cabeça e seguiu pra dentro da casa. Parei quando vi a minha mãe. Minha mãe! Eu estava com tanta saudade dela, que pulei em seu colo, e ela me abraçou fortemente. Consegui ver por trás dela seu namorado, que sorriu pra mim maliciosamente. Aquilo me deixou com medo. No colo da minha mãe, eu me sentia apenas uma criança, que há uns minutos, estava crescendo muito rápido, mas que o necessário.

    Minha mãe foi correndo direto para meu quarto, me puxando junto, e eu senti os olhos do namorado dela em mim.

    Sentei na minha cama, rindo da ansiedade da minha mãe em saber tudo, e ela fechou a porta atrás de nós.

    Ah... minha mãe, Roberta, era tão legal. Depois da separação foi morar em São Paula e começou a namorar com aquele sujeito que eu não fiz questão de gravar o nome. Sempre vivia lá e cá, vindo me visitar e trabalhando na loja de roupas dela. Ela me fazia muita falta mesmo, aquele jeito de adolescente responsável.

    - Me conte tudo que aconteceu nessas duas semanas! – ela dizia isso come se tivesse sido uma eternidade. – Você está tão diferente. Espere... estava chorando?

    Rá, mais uma habilidade que minha mãe havia em comum com meu pai e Alice, observadora. Será que todos ali tinham que me observar tanto assim?

    - Não, mãe, claro que não – abaixei minha cabeça, eu nunca contaria o que havia acontecido para ela. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram ? Entenderam por que reclamar com a Stephanie?
kkkkkkk
Ai, eu gostei!
Comentem por favor, ok ?
kisses...



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