Você sabe que não adianta gritar. Vai morrer.

Observe-me baixar o machado e decepar sua mão. Você grita. E como grita! Como se não soubesse que eu gosto de ouvir o grito. De saber que está funcionando, que você está sofrendo.

Debruço-me sobre você, e com cuidado faço um rasgo em sua face com a lâmina. Viro seu rosto de modo que o sangue escorra sobre sua boca e entre em teus olhos. Os cílios pingam sangue, e você ainda segura o braço, o braço sem mão.

Mas eu faço você largá-lo, e pego a restante. Dessa vez, dedo por dedo. E você sabe que não adianta gritar! Não vou perder a audição, vou aguçá-la. Para escutar melhor seu sofrimento.

E eu separo uma perna do corpo! Você está morrendo, a vida se esvaindo como o sangue, saindo do corpo, afastando-se deles como os membros que eu corto.

E assim que percebo que está prestes a falecer, o machado desce sobre o abdome, te cortando ao meio. O grito é bruscamente interrompido, em meio a um gorgolejar sangrento.

Mesmo que eu gostasse de ouvir sua voz agonizante; finalmente, silêncio! Pois eu avisei, várias vezes: Não adianta gritar.