POV Evyllin

  Eu corria tão rapidamente que nem via a estrada passar, logo eu estava me aproximando da entrada de minha casa.Só mais uma curva e eu estaria lá.Eu já havia me acostumado à visão embaçada, e já nem ligava para meu choro alto entrecortado por soluços, sendo abafado pelo som da musica melodiosa que tocava.Só agora percebi qual era, When I Look at You, da Miley Cyrus.Eu gostava da musica, da letra por trás do som.E eu me lembrei dele...e do beijo que Damon me deu.

  Mais lagrimas inundaram meus olhos, se é que isto era possível, e foi quando aconteceu.

  Eu virava a curva, eu já podia ver a pensão e logo depois a entrada de minha casa, e então eu já não via mais nada, apenas sentia a dor em cada músculo de meu corpo.Percebi meus olhos fechados, e os abri, lentamente; doíam, e então eu pude ver os destroços que a batida do caminhão contra meu carro proporcionou.Minha cabeça girou e eu sentia algo quente e úmido abaixo de meu cabelo, sangue.Depois, meus olhos se fecharam, para o que me parecia um para sempre.

...

POV Damon

  Eu estava de olhos fechados, esperando que meu choro parasse, quando ouvi o alto barulho vindo da curva.Provavelmente um acidente.Pelo som que causara, as vitimas morreram no exato momento em que houvera a batida.

  Repentinamente uma dor inundou meu coração.Nunca sentira algo tão ruim e forte assim, nem mesmo com a morte de Katherine e Elena...doía demais.E eu gritei de frustração enquanto tudo a minha volta queimava.Por alguma razão, girei meu carro e segui para onde viera o som da batida de carros.

  Assim que cheguei próximo a curva, pude ver o caminhão tombado em um lado da pista, e um carro totalmente destruído do outro lado.Com toda certeza não poderia haver sobreviventes, tudo que restara eram destroços.Deixei meu veiculo em ponto morto e saí, caminhando até a BMW M6 prata.E foi quando tudo desmoronou.Era ela, eu podia sentir o cheiro de seu sangue em todo lugar, forte, quente, inconfundível.Virei o carro que agora se encontrava de ponta cabeça, vendo o corpo flácido de Evyllin preso entre as ferragens.Não sei porque, mas vê-la assim me matou.Estava me corroendo por dentro, cada parte de mim estava morrendo junto com aquele corpo.O choro que havia se cessado, voltou.Não pensei duas vezes antes de pegar seu corpo mole em meus braços e tira-la do meio de todo aqueles destroços.Ela não tinha movimento, não conseguia nem perceber sequer um mínimo movimento de sua respiração, não havia nenhuma batida de seu coração.

  Eu corri mais rápido, e em um segundo já estava em meu quarto, na pensão.Coloquei Evyllin na cama, e beijei sua testa com força, fechando meus olhos apertados, enquanto minhas lagrimas caiam em seu rosto.

  -Por favor, por favor, Evyllin, não me deixe...por favor, me desculpe por tudo o que eu disse...por favor, não morra, não morra...-A ultima palavra saiu fraca,  sobressaltada por meus soluços altos-

  Parei e olhei aquele corpo sem vida, vendo a beleza que existia nele, e junto com ela, eu me sentia morrendo.Por que eu precisava dela pra viver?Por que sua morte me provocava tanta dor?E por que eu não podia fazer nada para salva-la?

  Ou talvez...eu pudesse.Eu já havia bebido de seu sangue, agora era só derramar meu sangue em seus lábios e ela se transformaria, ela viveria, e se tornaria como eu.

  Não pensei duas vezes antes de firmar meus próprios dentes sobre a pele de meu pulso, sentindo o cortar e depois o sangue escorrendo do pequeno ferimento.Impulsionei meu pulso contra sua boca entreaberta, enquanto eu via as gotas caírem em seus lábios.Sorri.Daria certo...teria de dar...

  Parei assim que já havia sangue suficiente em seu corpo, e me encostei ao lado de minha cama, assentado no chão, encarando minha amada garota ao meu lado.

Não sei quanto tempo estou aqui, mas parece fazer dias que a espero acordar, mas até então, não houve nada, nem um mínimo movimento, nenhuma fraca...

Respiração!Eu encarei-a, vendo o leve movimento de sobe e desce por conta de sua respiração.Deu certo.Ela está viva!Posso ouvir o mais baixo som do bater de seu coração, ela está viva...Suspirei, fechando os olhos e encostando minha cabeça na beirada da cama, finalmente descansando.