Ilusão escrita por NoOdle


Capítulo 1
Metrô, 70, Osaka


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! hahaha, é minha primeira fic escrita assim ^^,



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Chuva. Finalmente, a chuva. Depois de quase um mês de seca em Osaka, a água caía do céu, molhando tudo e todos desabrigados no grande centro.

Ele corria com os cadernos na cabeça, se protegendo. Ninguém estava esperando por aquilo, agora que chegou tinha que tentar se molhar menos possível.

Mas tinha um plano: ia pegar o metrô das 7:30 para poder chegar em sua vila, indo para a casa onde a irmã mais nova, Hina, morava.

 *

A chuva caia fortemente, raspando as janelas do carro da menina, acabando com a angustiante seca do local.

É claro que para ela um pouco de água molhando as plantações não fazia diferença, afinal naquela semana mesmo havia chovido na Inglaterra, cidade onde morava com toda sua banda.

Desceu tranquilamente, o taxista abriu a porta, pegando suas malas. Abriu o guarda chuva, encarando a estação de metrô onde devia encontrar Russel umas 7:30.

 *

Muitas pessoas passavam em sua volta, esperando o metrô chegar. Faltavam 10 minutos, tinha que se apressar, não podia perder aquele ou se não faria sua própria janta, e depois de ter estudado a tarde toda aquilo não era legal.

 *

Algumas pessoas a rodeavam, indo para seus devidos lugares. Ela olhou o relógio, faltavam 10 minutos para encontrar o baterista na plataforma e pegar o avião de volta para a Kong.

 *

“Com licença...” Perguntou ele a um guarda. “Qual é a estação que passa pela vila de Konoha?”

“Estação 9, senhor.” Respondeu educadamente. O garoto assentiu, estava perto, dava até para se encostar em um pilar e descansar da correria.

 *

O telefone tocou. Ela pegou, sorrindo um pouco ao ver quem era. “Olá, Russe-Kun. Sim, estou a caminho, fique calmo. Eu sei, plataforma 9, não vou me atrasar. Não, não peguei chuva. Já estou chegando, beijos.”

Desligou, olhando em volta. Estava perto, dava até para se encostar em algum pilar e arrumar o sapato que tanto a incomodava.

 *

Respirou fundo, quase sentando no chão. Cinco minutos para o metrô passar, poderia arrumar os materiais, porque até o fluxo de pessoas diminuírem na entrada o tempo seria maior.

Balançou a cabeça, a água pingando por todos os lados. Olhou para cima, checando o relógio central de novo. Seus olhos caíram em uma garota de cabelos roxos e repicados, parada no meio do corredor, o encarando de boca entre aberta.

 *

Observou o relógio mais uma vez. Cinco minutos, dava tempo de arrumar o sapato - tinha que dar, ele a incomodava mais que nada mais que tudo. Parou em um corredor, ajeitando a bota, olhando para os lados.

Seus olhos caíram em um homem de cabelos brancos e olhar penetrante, que tentava arrumar muitos cadernos com folhas bagunçadas, todo atrapalhado. Ele mexeu o cabelo e olhou o relógio logo em cima dela, depois enfim a viu.

 *

Ela estava ali. Não podia acreditar, tinha que ser uma miragem, fazia quase um ano que não a via. Mas ela estava logo ali, parada, o olhando.

Tinha que falar alguma coisa, tinha que chamá-la para ir a sua casa, lembrar os velhos tempos ou ao menos conversar. Abriu a boca, mas só o som do metrô que ele deveria pegar soou pelo local, enquanto a menina, agora séria, assentia para ele com um pequeno sorriso no canto da boca.

Indo embora.

 *

Ele estava ali. Não era possível, não dava para acreditar, tantos lugares em Osaka para irem e se encontram justo ali, justo naquela hora, quando ia embora!

Tinha que falar alguma coisa, tinha que chamá-lo para dar uma volta ou pelo menos perguntar se estava bem. O observou, ele abrira a boca para falar algo, mas o som do metrô abafou qualquer palavra. Ele tinha que ir mais uma vez. Ela sorriu um pouco, acenando com a cabeça.

Indo embora.

 *

Muitas pessoas passaram por seu campo de visão e algo de errado aconteceu: ele piscou. Ela não estava mais ali naquele lugar.

‘Droga!’ Pensou consigo mesmo. ‘Já aprendi muitas vezes que não se deve piscar nos momentos mais difíceis! Uma robô maligna pode aparecer te enforcando ou... a menina que você não vê a tanto tempo pode sumir de vista.’

 *

Ela olhou para baixo, bagunçando a franja e respirando fundo. Logo a frente podia ver Russel a esperando, inquieto.

Inquieta.

Estava muito inquieta, não acreditava que realmente tinha visto ele ali. ‘Talvez fora só uma ilusão. Não devia ser ele, poderia ter sido qualquer um que me conhece pela TV.’ Pensou, olhando para o chão. ‘Ou eu posso ter perdido a única chance que tive de falar com ele de novo. ’

 *

O metrô soou mais uma vez, alertando os passageiros que estavam fora. Ele acordou de seu pequeno devaneio, indo correndo para pegar um lugar, olhando pelas janelas.

Era estranho, e quase impossível aquilo que tinha acontecido. Quase um ano sem vê-la, tentando não pensar nela.

‘É,’ concluiu consigo mesmo. ‘foi só um sonho. Nada de mais.’

 *

O som do metrô passou mais uma vez por seus ouvidos e ela olhou para trás, esperando vê-lo de novo.

Russel a chamou, e ela colocou o foco no baterista.

‘É,’ concluiu consigo mesma. ‘foi só um sonho. Ou uma ilusão.’

‘Nada de mais.’

*


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Notas finais do capítulo

gostaram? *-*



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