Do Dia em que Saruman Encontrou a Bruxa escrita por Didi8Dedos
Vou contar nesse momento
Uma história de assombrar,
Vai estremecer o firmamento
Quando dela alguém lembrar.
Naquelas terras uma torre havia,
Muito alta, perfeita e bem cuidada.
Lá tudo quanto era pássaro sorria
Pois a vida no lugar era abençoada.
Eram belos aqueles caminhos
Entre carvalhos que cochichavam
E sorridentes azevinhos
Inúmeros animais habitavam.
Mas se por lá alguém aparecesse
Ó, coitado!
Deveria logo encontrar uma prece
Pois no mínimo seria acoitado.
Aham, encontrava o seu fim.
Porque o castigo ali morava.
Que o conte o meio-anão Boldin
Que ficou com grande calva.
Num casebre a dita bruxa morava,
Atrás de um alto e velho cercado.
Passarinho até se espantava
Com seu cabelo emaranhado.
Era bem alta e engraçada
Diz quem uma vez a viu.
Cheirava a sopa estragada,
Dum fedor que gambá fugiu.
Pode até parecer besteira,
Pode não ter sentido algum, não
Mas quando você vir a fogueira
Vai se lembrar de Saruman.
Minha mãe foi quem me contou
Tudo aquilo que aconteceu,
Foi bem antes do meu tempo
Quando a velha enlouqueceu.
Foi num dia belo de cantoria
Que a atenção de Saruman ela chamou,
No mesmo minuto ele a queria
E em namorar a bruxa ele invocou.
Trude e Saruman se conheceram
Em Fangorn, numa clareira,
Do mesmo amor desfaleceram
E não marcaram bobeira.
Quando por ela Saruman se apaixonou
Depois de muita loucura e promessa
Ela lhe deu um beijo e o amou
Mas como num clique Saruman percebeu a burrada
E então fugiu depressa da bruxa malvada,
Pela Terra-Média afora se meteu.
A bruxa, muito, muito malvada que era
Tinha feito um feitiço desvairado,
Para dominar completamente o abobado:
Colocou na caldeira capacho, bota e mangueira
Uma pitada de aranha caranguejeira.
Mexendo sempre para a direita
Com uma colher feita de pé de laranjeira.
Quando Saruman para a torre voltou
Melhor surpresa na poderia ter tido
Sobre a mesa havia o melhor vinho,
Comida e um pote em ouro convertido.
O mago com as coisas se satisfez
E duas ou três vezes arrotou,
Não lhe vinha à mente que cometia uma insensatez!
De tanto que Saruman se coçou
Um caroço em suas costas apareceu
E ele incansavelmente procurou
Feitiços, ervas e emulsões,
Mas sua mente estava embaraçada
Pelo efeito da garrafada que criou a bruxa malvada.
Ó, quanta decepção
Veio a me surpreender
Depois daquele dia de morrer!
Não havia gigante, homem mau ou viajante
Que pudesse a ninguém socorrer.
Saruman, que sempre fora bonzinho,
Cheio de encantos e muito poderoso.
Depois do que passou, o pobrezinho
Chorou pelos cantos, pesaroso
E ao Senhor do Escuro foi se fazer.
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