Metrô, perigo & um beijo

O sinal do colégio bateu, e com calma, eu guardei o material, dei uma última olhada pra porta, por onde ele acabara de sair. Suspirei, e me levantei, com passos curtos fui até a saída do colégio. Com intuito de ir pro metrô.

Chegando lá, apenas esperei que o trem chegasse. Assim que ele chegou, entrei, e fui pro último vagão, e me sentei o mais afastada que pude. Fiquei apenas a olhar pelo vidro da janela, vendo apenas borrões. Borrões como ultimamente andam saindo meus desenhos. Não consigo pensar em nada, somente aquele ruivo me vem a cabeça.

Sasori, esse é o seu nome.

Com um suspiro cansado, deitei a cabeça no vidro, e fechei meus olhos.

_Ora, ora, o que uma gatinha como você faz aqui? – meu braço foi puxado nada delicadamente, e eu acabei me assustando, deixando a bolsa cair ao chão, e fazer um pequeno estrondo.

_Solte-me, por favor. – murmurei. Estava tão assustada, que mal conseguia falar. Meus olhos estavam mareados.

Meu pedido não fez efeito, pois o homem puxou-me pra cima, colando nossos corpos. Com seu ato, gritei.

_A moça pediu pra solta-la, se bem ouvi. – aquela voz. Olhei e encontrei com os olhos castanhos de Sasori. O homem não respondeu, e me apertou mais contra ele.

_Me sol...! – antes de conseguir completar a frase, fui levada ao chão. E só pude ver o ruivo, socar o homem, e o mesmo, cair. Fiquei ali, parada, não sabendo o que fazer. Apenas... Fiquei olhando...

_Levanta-se. – ele estava ali. Com seu jeito imponente, parado a minha frente. Abri a boca pra falar alguma coisa, mas não emiti som algum. Ele segurou firmemente em meu braço, e me puxou pra cima. Mas o trem se mexera tão bruscamente, que eu fui pra trás, e acabei o puxando. Somente senti a maciez de seus lábios presos aos meus. Eu sabia que estava corada, mas não fiz nada para que ele se afastasse de mim. Seus braços foram apoiados no chão, para que ele se levantasse. Mas o segurei, e o puxei, novamente colando nossos lábios. Mas desta vez, o beijei. Deixei que todo o sentimento que oprimi todos esses anos se esvaísse em um simples toque. Sentia a sua língua aveludada explorar cada cantinho da minha boca. Sentia o choque elétrico que aquilo me proporcionava. A única coisa que podia nos separar daquele momento, era o ar. Que já faltava aos meus pulmões. Segundos depois, abri meus olhos, encontrando com seu olhar atento. Que de alguma maneira tentava me desvendar. Afinal, eu era apenas uma garota tímida, que tinha vergonha até de dar um 'oi'. Mas essa vergonha simplesmente sumiu para lhe beijar. Talvez eu deva começar a andar mais de metrô!

Owari