Um Romance Acidental escrita por Luciana Oliver Barragán


Capítulo 6
Capítulo 6




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Nesse momento eu fiquei paralisada, as pequenas palavras do senhor tinham chegado muito dentro de mim.
Não sabia se começar a chorar ou a rir ou a gritar mas tinha uma coisa que sabia, o que ele tinha falado, estava certo.

Eu senti a grande necessidade de correr para encontrar o Jean mas se eu chegasse assim do nada correndo ele ia achar meio estranho nê?
Então, eu tentei me acalmar, agradeci sinceramente ao senhor e fui embora.

No caminho, que não foi muito por que o Jean estava perto, eu tentei reflexionar as palavras do senhor. Repeti tanto minha cabeça, que depois eu não conseguia tira-las dos meus pensamentos. Eu ia sim falar para ele todos os meus sentimentos, quem sabe ele não sentia o mesmo que eu. Continuei reflexionando, eu diria até de mais, até que encontrei o lugar onde agente tinha combinado de se encontrar. Era um restaurante ao ar livre bem perto da torre Eiffel.
O restaurante era pequeno e muito simples, eu adorava ele por que você se sentia como se estivesse em casa. Antes do Jean ir agente passava horas ali conversando e rindo, o pessoal do restaurante já conhecia agente e tinha vezes que ficávamos conversando todos juntos, era muito divertido.

Ao chegar lá eu notei que não tinha muita gente, tinha um casal de velhinhos, uma senhora sozinha trabalhando, um casal com 2 filhos e um garoto de costas que não dava par ver bem.
Será que é ele? Será que o garoto de costas é o Jean? Eu não estava reconhecendo ele, claro que estava de costas nê?

De repente se aproximou até mim uma das garçonetes que já me conhecia.
-Audrey, faz tempo que você não vinha!
-Oi Marie, pois é faz muito tempo mesmo, eu já estava com saudades de vocês!
-Você já viu o Jean?
-Não, cadê ele?

Ela apontou para o garoto que estava de costas, eu não conseguia acreditar, era ele mesmo.
Me aproximei, e ao chegar perto dele, encostei a minha mão no seu ombro.
Ele virou surpreso e ao me ver ficou com um sorriso gigante na cara. Eu fiquei emocionada, a reação dele tinha sido muito diferente ao que eu esperava.

-Audrey!!!

Ficou em pé e me abracou. Foi um abraco muito forte, eu senti que tinha durado uma eternidade. Depois, ele pediu para que eu me sentara na cadeira, mais eu estava perplexa, ele nunca me tinha abraçado e menos assim. Eu sentei na cadeira e notei que ele estava diferente mesmo, tinha o cabelo mais cumprido, estava mais magro, ele estava muito mais gato do que eu imaginava. Também a voz dele tinha engrossado, coisa que eu achei muito engraçado e até comentei.
-Jean, a tua voz. Está bem diferente!!
-É pois é, eu acho isso muito chato todo mundo no telefone acha que sou meu pai.

Os dois rimos muito e depois ele me perguntou o que tinha acontecido depois de ele ter ido embora. Agente ficou conversando de todas as coisas que tinham acontecido, eu estava muito feliz e até tinha esquecido o nervosismo que tinha por dentro e até tinha esquecido que ele alguma vez tinha ido embora.

Foi ficando de noite e eu ainda não conseguia falar nada dos meus sentimentos para ele.
O restaurante começou a dar indiretas para agente sair daí, mas a conversa ainda não tinha terminado, eu ainda não tinha falado nada.
O Jean falou para mim que melhor agente ia embora por que eles já estavam fechando.

-Vamos caminhar, eu levo você até tua casa.

No caminho, agente nem conversou, eu estava pensando no momento indicado para falar com ele mais não conseguia acha-lo.
Mais adiante agente ficou sozinho, não tinha pessoas, nem carros, tudo estava muito silencioso.
Nesse momento ele se deteve, eu achei que tinha acontecido alguma coisa ruim. Ele olhou para mim e colocou a sua fria mão na minha. Eu não consegui entender nada, mas falei para mim, este é o momento.


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