No Amount Of Masks... escrita por Shinobu
Notas iniciais do capítulo
Já que hoje estamos numa de actualizar, mais um cap de Lenka, yay Q
Quero dedicar este capítulo às pessoas felizes que recomendaram esta fic: Nanda-chan (Nandahh), marida (KiitaT) e MayMe. Muito obrigada pela vossa invasão constante nos meus reviews, significa o mundo para mim! ♥
E claro, obrigada a todos os outros que perdem o seu tempo a ler as minhas coisas fail. |D
Se todos nós fossemos livres de fazer o que quisemos, já imaginaste como seria o mundo?
Já se haviam passado umas semanas desde o incidente com a Miku e Kaito. Naquela noite, perguntei a Meiko como ele estava e ela disse-me para não me preocupar, e para esperar. Ela proibiu-me de ir às festas, para que não encontrasse nem Kaito nem Miku.
Esperar pelo quê?
Não fazia a menor ideia do motivo que a levara a fazer isso. Mas é óbvio que os meus pais não toleraram a minha falta de comparecência durante muito tempo.
Aliás, o que é que eles toleram do que eu faço?
Suspirei e deitei-me na minha cama. Peguei num livro qualquer que a minha mãe me havia posto na mesinha que estava ao lado da minha cama e comecei a folheá-lo. Falava sobre várias regiões de vários países e a história deles.
Supostamente, a única coisa que interessa nos casamentos é se a família do nosso cônjuge é rica. Os casamentos são todos arranjados à base de dinheiro. Mas a minha mãe insistia que sabedoria e aparência também influenciavam, e por esse motivo obrigava-me a ler estes livros desinteressantes.
Uma conversa qualquer com ela sobre sentimentos fazia com que eu aprendesse sempre alguma coisa, e que valia muito mais do que as outras tolices.
– Hoje também não vais ao baile de máscaras? – A minha mãe estava à porta do meu quarto, a olhar para mim. Olhei para ela durante uns segundos, e depois desviei o olhar para o livro novamente. – A Meiko ligou, e disse que podias voltar a ir. O que é que ela quis dizer com isto, Len? Tu não ias por causa dela?
Sentei-me rapidamente na cama e pousei o livro na mesinha antes de olhar para a minha mãe. – Não. Eu não ia por causa de Kaito e Miku.
– Miku…? A princesa de verde? E Kaito…? Mas Kaito é teu amigo, Len.
– Acabei por os magoar sem eu querer. Mas se Meiko diz que já posso voltar a ir, então é porque o devo fazer. Adeus. – Sem esperar por uma resposta, fechei a porta e fui procurar as minhas roupas para a festa.
A minha mãe era uma das pessoas mais importantes para mim e eu não a queria magoar também. Mas enquanto eu não tiver uma maneira de a manter feliz, mais vale não dizer absolutamente nada.
~x~
– Len!
Assim que cheguei ao castelo da família de Miku, que era o local onde iria haver a festa, encontrei a Meiko. Ela sorriu assim que me viu e aproximou-se de mim.
– Pensei que não viesses hoje também.
– Uma certa pessoa disse-me para deixar de vir, né. – Respondi secamente, fazendo com que ela cruzasse os braços.
– Que mau humor~ se responderes assim ao Kaito ele vai voltar a ficar zangado.
Pisquei os olhos várias vezes, para ter a certeza do que ela tinha dito. – Voltar a ficar zangado? Então…
– Ele perdoou-te. – Ela piscou o olho e sorriu. – Claro que é tudo graças a mim, que lhe expliquei a situação toda. E ele finalmente percebeu que não vale a pena gostar da Miku porque ela é mocinha sem sal. – Meiko começou a rir sozinha como se tivesse dito a maior piada do mundo, e eu apenas encolhi os ombros.
– Está bem…e obrigada.
Ela parou de rir e fitou-me durante alguns segundos. Do nada, cruzou os braços e fechou os olhos. – Oh, não tens de quê. Afinal de contas, eu sou a maior, não é? – E voltou ao seu riso tolo, que apenas me fez suspirar.
– Meiko, eu–
– Ah Len, existe outra coisa que te quero dizer. Quando Kaito falar contigo, tenta ser compreensivo. Afinal de contas, tu também gostas de uma pessoa e sabes o que custa vê-la longe, não é?
…hã? Eu gosto duma pessoa?
Mas do que é que ela está a falar?
– M-Meiko?!
– Ah, é verdade. Já sabes o nome da tua amiga incógnita? – Ela sorriu mais uma vez.
– N-Não, m-mas Meiko–
– Ah, boa sorte com isso então! Não a deixes fugir. – Ela murmurou a ultima parte e piscou-me o olho. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela começou a chamar por Kaito, que vinha a entrar no palácio.
– Ah…boa noite Meiko. Len…
– Kaito…
– Desculpa por ter assumido coisas que não eram verdade. Não deveria ter recusado ouvir a tua explicação. – Ele sorriu e estendeu-me a mão. – Amigos novamente?
Desta vez, fui eu quem esboçou um grande sorriso enquanto lhe apertava a mão. – Sim, claro!
Caminhámos os 3 enquanto conversávamos alegremente para um canto da sala. Depois de alguns minutos, Meiko cutucou-me.
– Ne, Len…será que aquela é a rapariga de quem me falaste? – Ela apontou para um par que dançava alegremente pela sala. Era ela sem dúvida alguma; reconheceria aquela forma de dançar e o cabelo rosa à distância. Hoje ela trazia um vestido azul, mas num tom mais claro que o da outra vez. E o outro era…
– Gakupo?! – Ouvi Kaito exclamar, surpreendido. – Isso significa que Gumi também está aqui.
– Não só Gumi… – Murmurei, fazendo com que Meiko e Kaito olhassem para mim, preocupados. Antes que me dissessem alguma coisa, caminhei até Gakupo, sendo seguido por eles. Assim que nos viram, pararam de dançar.
– Ah, Len.
– Não me digas “ah, Len”. O que é que estás aqui a fazer?
– Vim visitar, claro.
– Sozinho?
– Não, não. Elas vieram comigo. Mas Piko preferiu não vir. Os teus pais não gostam muito dele, sabes–
– Nem eu gosto muito dele. – Respondi, olhando para o lado.
– Ora ora, Len. Então porquê? Ele é bom rapaz, deverias dar-lhe uma oportunidade. – Pude ver pelo canto dos olhos que Gakupo havia forçado um sorriso.
– Alguém que ameaça a minha família não merece uma segunda oportunidade. – Murmurei, e virei costas.
– Ela está feliz ao lado dele. Talvez ela realmente tenha razão…tu sempre foste o prodígio. E talvez por isso mesmo é que consideras o casamento uma coisa fútil. Deverias seguir mais vezes o teu coração. Se fizeres tudo o que te pedem, nunca vais conseguir ser livre.
Pensei em voltar-me e responder-lhe que ele estava errado. Que todas as minhas decisões foram tomadas somente por mim, sem influência de mais ninguém.
Mas no fundo eu sabia que isso era verdade.
O prodígio havia acabado por ser ela, no final de contas. Era ela que estava feliz, e eu que estava indeciso.
– Ah, talvez já seja suficiente. Eu garanto que vou ensinar-lhe algumas coisas. – Voltei-me e vi-a entre mim e Gakupo, voltada para ele.
– Mas, ainda temos bastante que conversar, Lu–
– Shhh. Isto é um baile de máscaras, não é? Não quero que o meu nome seja revelado assim tão facilmente. – Ela fez uma vénia e voltou-se para Kaito e Meiko, que estavam atrás de mim. – Fico feliz por ver que tudo acabou por se resolver entre vocês.
Eles entreolharam-se, confusos. Mas pude ver que sorriram quando a viram pegar na minha mão e levar-me para fora da sala.
– Antes que faças alguma pergunta, sabes o que o azul representa?
Respirei fundo antes de lhe responder. – Não faço a menor ideia. Mas também não percebo porque é que o Gakupo, que é casado–
– Ele veio…visitar.
– Visitar?
– Sim. As nossas famílias são amigas há algum tempo. Não imaginava era que ele também fosse teu amigo, Len.
– Não é. – Cruzei os braços e olhei para o lado, aborrecido.
– Está bem, então. Porque é que o detestas tanto? – Ela sorriu e segurou nas minhas mãos.
– Eu…não o detesto… – Senti-me corar um pouco por causa da proximidade dela. – Somos mais conhecidos do que amigos. Quem eu realmente detesto é Piko.
– Piko…? Não faço ideia que quem seja. – Ela fez um olhar pensativo durante alguns segundos.
– É normal. Ele é um camponês…
– Camponês?
– Sim. E ela casou-se com ele.
– Ela…?
– Sim.
Ela olhou para mim de uma maneira preocupada, e eu desviei o olhar, ainda corado. Hoje, mais do que nunca, parecia que a presença dela me incomodava. Mas não num mau sentido…
– Bom, Len. O azul representa muitas coisas boas. Acredito que já tenhas ouvido falar disso, certo?
Apenas acenei com a cabeça, ainda evitando o olhar dela. Ela sorriu e largou as minhas mãos para retirar um leque azul da mala dela.
– Hoje vamos falar da liberdade. – Murmurou, enquanto abria o leque à frente da face dela.
– Liberdade? Mas…não há nada de errado na liberdade. – Finalmente consegui olhar para ela e responder decentemente.
– Oh, errado. Sabes, a maioria dos sentimentos são bons até um certo ponto. Nada é bom em demasia, e o mesmo acontece com a liberdade. Com certeza, é interessante que uma pessoa se sinta livre para fazer as suas próprias escolhas, mas… se todos nós fossemos livres de fazer o que quisemos, já imaginaste como seria o mundo?
Abri a boca para refutar o que ela havia dito, mas nenhuma palavra saiu. Ela tinha razão, eu sempre havia querido ter mais liberdade para fazer as minhas próprias opções. Gostaria de ignorar o que os outros diziam como ela fez, e agir à minha maneira.
Mas liberdade em demasia faz com que acabemos por magoar os outros, tal como ela fez.
– Azul-escuro e azul não são a mesma coisa, assim como o branco e o cinzento. Têm isso em mente.
Acenei com a cabeça e olhei para o chão. Pensei que já tivesse ultrapassado tudo aquilo que havia ocorrido nos últimos tempos, mas afinal ainda me assombravam as memórias.
Até que ela me abraçou.
– E-Ei?! – Disse, sentindo a minha cara ruborizar.
– Escuta, Len. Apesar de ambos termos uma liberdade bastante limitada, existem coisas que tu tens toda a liberdade do mundo para fazer. Sorrir e chorar são umas delas. Por isso, mesmo que não saibas o meu nome, podes faze-lo ao pé de mim, está bem?
Senti-me como se todos os pesos que eu carregava desaparecessem subitamente, e abracei-a de volta. Respirei fundo e murmurei. – Por quanto mais tempo pensas esconder a tua identidade?
– Não sei. – Não podia ver a expressão dela, já que ela tinha o rosto dela escondida no meu peito. – Não por muito tempo…
– Está bem. Eu esperarei esse tempo se me prometeres uma coisa.
– O quê?
– Não voltes a dançar ali com outra pessoa que não eu.
Ela ficou em silêncio durante alguns instantes. – Está bem…
Quando nos afastámos, pude notar que ela também estava um pouco corada, mas sorria. Retribuí o sorriso e ela fez uma vénia.
– Então, Len. Está na hora de eu ir. Voltar-nos-emos a ver em breve.
Acenei com a cabeça e fiz uma vénia também. – Até outro dia então.
E apenas a observei a ir-se embora, como de costume.
Mas desta vez, havia lá outro sentimento presente, que não costumava existir.
~x~
Assim que cheguei a casa, a primeira coisa em que reparei foi as malas espalhadas pela casa. Dirigi-me à sala, encontrando-a sentada no sofá
– Len. – Ela levantou-se e dirigiu-se a mim com uma expressão nervosa.
– Rin. Já não te via há algum tempo.
– Ainda estás zangado comigo?
– Não. Apenas fico feliz de ver a minha irmã mais nova. – Forcei um sorriso e ela retribuiu-o.
– Desculpa por vos ter abandonado assim. Mas eu…realmente gosto dele.
– Eu sei. – Aproximei-me do sofá e sentei-me preguiçosamente. – E como tem estado a ser? Encontrei o Gakupo hoje.
– Óptimo. Ele e a Gumi vieram acompanhar-me, já que o Piko não quis vir. Mas o pai e a mãe ainda me detestam.
– É normal.
– Len…és o único filho deles agora. Por isso é normal eles estarem a obrigar-te a fazer escolhas que não queres. – Ela sentou-se ao meu lado no sofá.
Fechei os olhos e encostei a cabeça ao sofá. – Eu sei.
– E…como é que ela é?
– Ela quem?
– A tua noiva. Existe alguém de quem gostes, certo?
– Talvez. – Pela primeira vez que me fizeram aquela pergunta, houve alguém que me passasse pela cabeça. E eu comecei a perceber que afinal, aquele sentimento existia mesmo.
– Ah Len, continuas tão distante! Conta à tua irmã mais nova sobre as tuas paixões!
– Dispenso.
Ela fez-me cócegas e eu tentei afastá-la enquanto me ria. – Rin, já…chega!
– Buu~ está bem. Mas não te esqueças, quando voltar quero que estejas a sorrir e não com esse mau humor assustador!
– Quem é que é assustador? – Arqueei uma sobrancelha e olhei para ela dum modo tenebroso.
– Ah, não faças essa cara de idiota! Vais ficar com rugas se o fizeres.
– E ainda assim continuo a ser mais bonito que tu.
– Ah, que mau! – Ela pegou numa das almofadas e tentou acertar-me, mas eu desviei-me. Levantei-me do sofá e suspirei.
– Rin, é melhor ires deitar-te. Amanhã vai ser um dia complicado com a mãe e o pai.
– Eu sei. Por isso mesmo é que só vou cá ficar até amanhã. Apenas queria ver como é que vocês estavam.
– Está bem…espero que venhas visitar mais vezes no futuro, então. A casa fica vazia sem as tuas malas gigantes. – Caminhei para a porta lentamente.
– Ao menos podias dizer que ficava vazia por não haver a minha presença! – Ela pegou numa das almofadas e atirou-a contra mim, mas fechei a porta antes que esta me tocasse.
O azul é a parte do branco que escolheu mudar de cor. Vide…a liberdade.
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Esta fic começa a caminhar para o seu final. Acho que me vou sentir triste quando isso acontecer, por isso vou dar o meu melhor para encaixar mais cores na história. (porque se fosse fazer apenas o que tenho já planeado, isto acabava nos próximos 2 capítulos OTL)
Enfim, reviews? ;v;