No Amount Of Masks... escrita por Shinobu


Capítulo 6
Sixth Lesson – Freedom.


Notas iniciais do capítulo

Já que hoje estamos numa de actualizar, mais um cap de Lenka, yay Q
Quero dedicar este capítulo às pessoas felizes que recomendaram esta fic: Nanda-chan (Nandahh), marida (KiitaT) e MayMe. Muito obrigada pela vossa invasão constante nos meus reviews, significa o mundo para mim! ♥
E claro, obrigada a todos os outros que perdem o seu tempo a ler as minhas coisas fail. |D



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Se todos nós fossemos livres de fazer o que quisemos, já imaginaste como seria o mundo?

Já se haviam passado umas semanas desde o incidente com a Miku e Kaito. Naquela noite, perguntei a Meiko como ele estava e ela disse-me para não me preocupar, e para esperar. Ela proibiu-me de ir às festas, para que não encontrasse nem Kaito nem Miku.

Esperar pelo quê?

Não fazia a menor ideia do motivo que a levara a fazer isso. Mas é óbvio que os meus pais não toleraram a minha falta de comparecência durante muito tempo.

Aliás, o que é que eles toleram do que eu faço?

Suspirei e deitei-me na minha cama. Peguei num livro qualquer que a minha mãe me havia posto na mesinha que estava ao lado da minha cama e comecei a folheá-lo. Falava sobre várias regiões de vários países e a história deles.

Supostamente, a única coisa que interessa nos casamentos é se a família do nosso cônjuge é rica. Os casamentos são todos arranjados à base de dinheiro. Mas a minha mãe insistia que sabedoria e aparência também influenciavam, e por esse motivo obrigava-me a ler estes livros desinteressantes.

Uma conversa qualquer com ela sobre sentimentos fazia com que eu aprendesse sempre alguma coisa, e que valia muito mais do que as outras tolices.

– Hoje também não vais ao baile de máscaras? – A minha mãe estava à porta do meu quarto, a olhar para mim. Olhei para ela durante uns segundos, e depois desviei o olhar para o livro novamente. – A Meiko ligou, e disse que podias voltar a ir. O que é que ela quis dizer com isto, Len? Tu não ias por causa dela?

Sentei-me rapidamente na cama e pousei o livro na mesinha antes de olhar para a minha mãe. – Não. Eu não ia por causa de Kaito e Miku.

– Miku…? A princesa de verde? E Kaito…? Mas Kaito é teu amigo, Len.

– Acabei por os magoar sem eu querer. Mas se Meiko diz que já posso voltar a ir, então é porque o devo fazer. Adeus. – Sem esperar por uma resposta, fechei a porta e fui procurar as minhas roupas para a festa.

A minha mãe era uma das pessoas mais importantes para mim e eu não a queria magoar também. Mas enquanto eu não tiver uma maneira de a manter feliz, mais vale não dizer absolutamente nada.

~x~

– Len!

Assim que cheguei ao castelo da família de Miku, que era o local onde iria haver a festa, encontrei a Meiko. Ela sorriu assim que me viu e aproximou-se de mim.

– Pensei que não viesses hoje também.

– Uma certa pessoa disse-me para deixar de vir, né. – Respondi secamente, fazendo com que ela cruzasse os braços.

– Que mau humor~ se responderes assim ao Kaito ele vai voltar a ficar zangado.

Pisquei os olhos várias vezes, para ter a certeza do que ela tinha dito. – Voltar a ficar zangado? Então…

– Ele perdoou-te. – Ela piscou o olho e sorriu. – Claro que é tudo graças a mim, que lhe expliquei a situação toda. E ele finalmente percebeu que não vale a pena gostar da Miku porque ela é mocinha sem sal. – Meiko começou a rir sozinha como se tivesse dito a maior piada do mundo, e eu apenas encolhi os ombros.

– Está bem…e obrigada.

Ela parou de rir e fitou-me durante alguns segundos. Do nada, cruzou os braços e fechou os olhos. – Oh, não tens de quê. Afinal de contas, eu sou a maior, não é? – E voltou ao seu riso tolo, que apenas me fez suspirar.

– Meiko, eu–

– Ah Len, existe outra coisa que te quero dizer. Quando Kaito falar contigo, tenta ser compreensivo. Afinal de contas, tu também gostas de uma pessoa e sabes o que custa vê-la longe, não é?

…hã? Eu gosto duma pessoa?

Mas do que é que ela está a falar?

– M-Meiko?!

– Ah, é verdade. Já sabes o nome da tua amiga incógnita? – Ela sorriu mais uma vez.

– N-Não, m-mas Meiko–

– Ah, boa sorte com isso então! Não a deixes fugir. – Ela murmurou a ultima parte e piscou-me o olho. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela começou a chamar por Kaito, que vinha a entrar no palácio.

– Ah…boa noite Meiko. Len…

– Kaito…

– Desculpa por ter assumido coisas que não eram verdade. Não deveria ter recusado ouvir a tua explicação. – Ele sorriu e estendeu-me a mão. – Amigos novamente?

Desta vez, fui eu quem esboçou um grande sorriso enquanto lhe apertava a mão. – Sim, claro!

Caminhámos os 3 enquanto conversávamos alegremente para um canto da sala. Depois de alguns minutos, Meiko cutucou-me.

– Ne, Len…será que aquela é a rapariga de quem me falaste? – Ela apontou para um par que dançava alegremente pela sala. Era ela sem dúvida alguma; reconheceria aquela forma de dançar e o cabelo rosa à distância. Hoje ela trazia um vestido azul, mas num tom mais claro que o da outra vez. E o outro era…

– Gakupo?! – Ouvi Kaito exclamar, surpreendido. – Isso significa que Gumi também está aqui.

– Não só Gumi… – Murmurei, fazendo com que Meiko e Kaito olhassem para mim, preocupados. Antes que me dissessem alguma coisa, caminhei até Gakupo, sendo seguido por eles. Assim que nos viram, pararam de dançar.

– Ah, Len.

– Não me digas “ah, Len”. O que é que estás aqui a fazer?

– Vim visitar, claro.

– Sozinho?

– Não, não. Elas vieram comigo. Mas Piko preferiu não vir. Os teus pais não gostam muito dele, sabes–

– Nem eu gosto muito dele. – Respondi, olhando para o lado.

– Ora ora, Len. Então porquê? Ele é bom rapaz, deverias dar-lhe uma oportunidade. – Pude ver pelo canto dos olhos que Gakupo havia forçado um sorriso.

– Alguém que ameaça a minha família não merece uma segunda oportunidade. – Murmurei, e virei costas.

– Ela está feliz ao lado dele. Talvez ela realmente tenha razão…tu sempre foste o prodígio. E talvez por isso mesmo é que consideras o casamento uma coisa fútil. Deverias seguir mais vezes o teu coração. Se fizeres tudo o que te pedem, nunca vais conseguir ser livre.

Pensei em voltar-me e responder-lhe que ele estava errado. Que todas as minhas decisões foram tomadas somente por mim, sem influência de mais ninguém.

Mas no fundo eu sabia que isso era verdade.

O prodígio havia acabado por ser ela, no final de contas. Era ela que estava feliz, e eu que estava indeciso.

– Ah, talvez já seja suficiente. Eu garanto que vou ensinar-lhe algumas coisas. – Voltei-me e vi-a entre mim e Gakupo, voltada para ele.

– Mas, ainda temos bastante que conversar, Lu–

– Shhh. Isto é um baile de máscaras, não é? Não quero que o meu nome seja revelado assim tão facilmente. – Ela fez uma vénia e voltou-se para Kaito e Meiko, que estavam atrás de mim. – Fico feliz por ver que tudo acabou por se resolver entre vocês.

Eles entreolharam-se, confusos. Mas pude ver que sorriram quando a viram pegar na minha mão e levar-me para fora da sala.

– Antes que faças alguma pergunta, sabes o que o azul representa?

Respirei fundo antes de lhe responder. – Não faço a menor ideia. Mas também não percebo porque é que o Gakupo, que é casado–

– Ele veio…visitar.

– Visitar?

– Sim. As nossas famílias são amigas há algum tempo. Não imaginava era que ele também fosse teu amigo, Len.

– Não é. – Cruzei os braços e olhei para o lado, aborrecido.

– Está bem, então. Porque é que o detestas tanto? – Ela sorriu e segurou nas minhas mãos.

– Eu…não o detesto… – Senti-me corar um pouco por causa da proximidade dela. – Somos mais conhecidos do que amigos. Quem eu realmente detesto é Piko.

– Piko…? Não faço ideia que quem seja. – Ela fez um olhar pensativo durante alguns segundos.

– É normal. Ele é um camponês…

– Camponês?

– Sim. E ela casou-se com ele.

– Ela…?

– Sim.

Ela olhou para mim de uma maneira preocupada, e eu desviei o olhar, ainda corado. Hoje, mais do que nunca, parecia que a presença dela me incomodava. Mas não num mau sentido…

– Bom, Len. O azul representa muitas coisas boas. Acredito que já tenhas ouvido falar disso, certo?

Apenas acenei com a cabeça, ainda evitando o olhar dela. Ela sorriu e largou as minhas mãos para retirar um leque azul da mala dela.

– Hoje vamos falar da liberdade. – Murmurou, enquanto abria o leque à frente da face dela.

– Liberdade? Mas…não há nada de errado na liberdade. – Finalmente consegui olhar para ela e responder decentemente.

– Oh, errado. Sabes, a maioria dos sentimentos são bons até um certo ponto. Nada é bom em demasia, e o mesmo acontece com a liberdade. Com certeza, é interessante que uma pessoa se sinta livre para fazer as suas próprias escolhas, mas… se todos nós fossemos livres de fazer o que quisemos, já imaginaste como seria o mundo?

Abri a boca para refutar o que ela havia dito, mas nenhuma palavra saiu. Ela tinha razão, eu sempre havia querido ter mais liberdade para fazer as minhas próprias opções. Gostaria de ignorar o que os outros diziam como ela fez, e agir à minha maneira.

Mas liberdade em demasia faz com que acabemos por magoar os outros, tal como ela fez.

– Azul-escuro e azul não são a mesma coisa, assim como o branco e o cinzento. Têm isso em mente.

Acenei com a cabeça e olhei para o chão. Pensei que já tivesse ultrapassado tudo aquilo que havia ocorrido nos últimos tempos, mas afinal ainda me assombravam as memórias.

Até que ela me abraçou.

– E-Ei?! – Disse, sentindo a minha cara ruborizar.

– Escuta, Len. Apesar de ambos termos uma liberdade bastante limitada, existem coisas que tu tens toda a liberdade do mundo para fazer. Sorrir e chorar são umas delas. Por isso, mesmo que não saibas o meu nome, podes faze-lo ao pé de mim, está bem?

Senti-me como se todos os pesos que eu carregava desaparecessem subitamente, e abracei-a de volta. Respirei fundo e murmurei. – Por quanto mais tempo pensas esconder a tua identidade?

– Não sei. – Não podia ver a expressão dela, já que ela tinha o rosto dela escondida no meu peito. – Não por muito tempo…

– Está bem. Eu esperarei esse tempo se me prometeres uma coisa.

– O quê?

– Não voltes a dançar ali com outra pessoa que não eu.

Ela ficou em silêncio durante alguns instantes. – Está bem…

Quando nos afastámos, pude notar que ela também estava um pouco corada, mas sorria. Retribuí o sorriso e ela fez uma vénia.

– Então, Len. Está na hora de eu ir. Voltar-nos-emos a ver em breve.

Acenei com a cabeça e fiz uma vénia também. – Até outro dia então.

E apenas a observei a ir-se embora, como de costume.

Mas desta vez, havia lá outro sentimento presente, que não costumava existir.

~x~

Assim que cheguei a casa, a primeira coisa em que reparei foi as malas espalhadas pela casa. Dirigi-me à sala, encontrando-a sentada no sofá

– Len. – Ela levantou-se e dirigiu-se a mim com uma expressão nervosa.

– Rin. Já não te via há algum tempo.

– Ainda estás zangado comigo?

– Não. Apenas fico feliz de ver a minha irmã mais nova. – Forcei um sorriso e ela retribuiu-o.

– Desculpa por vos ter abandonado assim. Mas eu…realmente gosto dele.

– Eu sei. – Aproximei-me do sofá e sentei-me preguiçosamente. – E como tem estado a ser? Encontrei o Gakupo hoje.

– Óptimo. Ele e a Gumi vieram acompanhar-me, já que o Piko não quis vir. Mas o pai e a mãe ainda me detestam.

– É normal.

– Len…és o único filho deles agora. Por isso é normal eles estarem a obrigar-te a fazer escolhas que não queres. – Ela sentou-se ao meu lado no sofá.

Fechei os olhos e encostei a cabeça ao sofá. – Eu sei.

– E…como é que ela é?

– Ela quem?

– A tua noiva. Existe alguém de quem gostes, certo?

– Talvez. – Pela primeira vez que me fizeram aquela pergunta, houve alguém que me passasse pela cabeça. E eu comecei a perceber que afinal, aquele sentimento existia mesmo.

– Ah Len, continuas tão distante! Conta à tua irmã mais nova sobre as tuas paixões!

– Dispenso.

Ela fez-me cócegas e eu tentei afastá-la enquanto me ria. – Rin, já…chega!

– Buu~ está bem. Mas não te esqueças, quando voltar quero que estejas a sorrir e não com esse mau humor assustador!

– Quem é que é assustador? – Arqueei uma sobrancelha e olhei para ela dum modo tenebroso.

– Ah, não faças essa cara de idiota! Vais ficar com rugas se o fizeres.

– E ainda assim continuo a ser mais bonito que tu.

– Ah, que mau! – Ela pegou numa das almofadas e tentou acertar-me, mas eu desviei-me. Levantei-me do sofá e suspirei.

– Rin, é melhor ires deitar-te. Amanhã vai ser um dia complicado com a mãe e o pai.

– Eu sei. Por isso mesmo é que só vou cá ficar até amanhã. Apenas queria ver como é que vocês estavam.

– Está bem…espero que venhas visitar mais vezes no futuro, então. A casa fica vazia sem as tuas malas gigantes. – Caminhei para a porta lentamente.

– Ao menos podias dizer que ficava vazia por não haver a minha presença! – Ela pegou numa das almofadas e atirou-a contra mim, mas fechei a porta antes que esta me tocasse.

O azul é a parte do branco que escolheu mudar de cor. Vide…a liberdade.



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Notas finais do capítulo

Esta fic começa a caminhar para o seu final. Acho que me vou sentir triste quando isso acontecer, por isso vou dar o meu melhor para encaixar mais cores na história. (porque se fosse fazer apenas o que tenho já planeado, isto acabava nos próximos 2 capítulos OTL)
Enfim, reviews? ;v;