A Letargia do Ultimo Amor. escrita por Shaarp


Capítulo 1
Capítulo Unico.


Notas iniciais do capítulo

Eu acabei de escrever isso numa loucura passageira, e sinceramente, eu gostei, mas deve ser por que fui eu que escrevi, nao teria como eu mesma nao gostar, se nao eu nao postaria... Chega de devaneios! Enjoy ♥



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   Aquela noite parecia nunca ter fim. Os sonhos eram pesados, barulhentos, mas nada era concreto, apenas a assustava de maneira misteriosa. Tinha sangue para todo o lugar, e ela sentia dor, mas não sabia de que lugar do corpo ela vinha, sentia como se uma ressaca tivesse batido de frente em sua cabeça, as luzes do clarão do relâmpago pareciam-lhe fortes de mais, o quarto tomava-se por uma neblina densa e...

   Pulou na cama de susto, acordou ofegante, suando por todo o corpo como se ali fizesse quarenta graus enquanto dormia. Que diabos foi isso? De repente sentira um cansaço corporal, uma vontade de simplesmente voltar para a cama e dormir, uma letargia incontrolável. Não posso, não agora. Tenho de fechar a janela.

E se deu conta de que a janela estava realmente aberta.

     Passeou os olhos pela escuridão do próprio quarto, via sangue gotejado pelo chão, via então sua janela aberta como não havia a deixado antes de ir dormir, a chuva forte entrava e molhava o chão, deixando-o brilhante e reluzente misturado ao sangue, em um relâmpago, ela se jogou para trás de susto antes que pudesse chegar até a janela a fechá-la: Uma silhueta de um homem aparentemente alto estava pousada em sua janela, como uma gárgula, e quando mais um relâmpago iluminou o céu, os olhos vermelhos lhe apareceram, e seu quarto pareceu ficar branco, uma espessa neblina novamente, como no sonho, invadia o local de maneira sobrenatural, não conseguia se mexer, e já não era de medo, não conseguia gritar, não conseguia ao menos fechar os olhos, estava paralisada enquanto aqueles olhos vermelhos pareciam se tornar cada vez mais brilhantes, a água gelada misturada ao sangue quente no chão faziam seus pés tremerem como num choque enquanto aqueles olhos pareciam engoli-la ao longe.

   A pessoa, a coisa, por Deus o que fosse aquilo, moveu-se lentamente no peitoral da janela, a cortina que balançava como numa dança não a deixava ver por inteiro o que era aquilo, mas ela seguiu os seus passos com o único movimento que podia fazer: O dos olhos. A coisa desceu uma perna até o chão molhado, depois a outra, usava um sapato engraxado brilhante que podia ser visto quando o quarto se iluminava com um relâmpago. Se pôs sentado na janela e de lá desceu como se estivesse em câmera lenta e lhe pareceu flutuar sobre o chão até ela rapidamente.

   Os olhos vermelhos se tornaram grandes frente ao rosto da rapariga, ela não se moveu, a boca permanecia aberta como estava antes de se tornar paralisada, antes de poder gritar. Os olhos famintos eram de ódio, brilhavam e oscilavam com a luz da lua refletida pelos respingos da tempestade. A neblina que parecia tomar conta de seu corpo desapareceu então, e ela caiu no chão como um corpo morto. Abriu a boca num grito agudo, mas nem um som saiu de sua garganta.

   Novamente sentiu uma espécie de letargia tomar conta de seu corpo, ela tentava se levantar mas seus braços e pernas pareciam dormentes, os olhos quase se fechando, arrastou-se para longe daquela coisa com as mãos, mas foi em vão, a coisa dera apenas um passo e se colocara na sua frente novamente, só os olhos vermelhos lhe eram perceptíveis, e pareciam tomar conta de seu corpo, como uma força sobre si. Um cheiro forte e cítrico foi perceptível então, e ela percebeu conseguir retomar as forças de repente. Olhou para a coisa de cima a baixo quando um novo relâmpago iluminou o quarto.

   Era um homem, vestido de um sobre tudo preto rasgado, os cabelos encaracolados avermelhados lhe desciam os ombros como se não os cortasse há muito tempo, os mesmos voavam com o vento como as plumas de uma ave ainda pequena, tinha o rosto fino, um cavanhaque negro lhe descia o queixo e um bigode se enrolava nas laterais dos lábios. Os olhos agora eram do verde mais claro que uma íris poderia ter. Ele está perdendo a força sobre mim. Ele é lindo. Foi só isso que ela pôde constatar em seu estado de pouca consciência. Fitava seus olhos com desejo agora, o que ela estava pensando afinal? Aquilo não era um homem, era uma coisa, não era humano e ela sabia pela força que ele exercia sobre ela, aquela letargia, a vontade de arrancar as próprias roupas e ao mesmo tempo o medo, um medo que parecia tomar conta de todas as mínimas células de seu corpo. Seus olhos verdes se contrariaram numa imagem de pena e dor agora. Ela tentara se arrastar para mais longe novamente, sem tirar os olhos daquele homem. E em seu primeiro movimento, seus olhos voltaram a brilhar naquela vermelho escarlate, e ela voltou a sentir seu corpo pesar, e seus braços perderam a força de sustentar seu corpo, as costas voltaram a bater no chão gelado em um som abafado. Tentou gritar qualquer coisa novamente, mas uma espécie de grunhido sem som lhe saiu pela garganta desta vez. O homem se ajoelhou e colocou seu corpo em cima do dela. A letargia voltou, o forte cheiro cítrico exalava dele, sua visão começara a ficar embaçada e disforme, ele puxara os cabelos da jovem e colocara seu rosto sonolento perto do seu. Os olhos vermelhos gigantes estavam tão próximos dos dela agora, pôde sentir sua respiração calma e gélida como a de um morto passar por seu rosto. Letargia. Os olhos foram se fechando lentamente, não importava o quanto ela lutasse para mantê-los abertos, para se mover, para gritar, correr dali chamando por ajuda.     

    Enfim seus olhos se fecharam, a mão gélida daquele homem lhe soltou os cabelos e segurou seu pescoço para que sua cabeça não voltasse a bater no chão, em um milésimo de segundo. A outra mão gélida deslizou por sua cintura, seu corpo tremeu, aquele toque era diferente de qualquer coisa que já havia sentido, parecia dar choque em seus músculos.

  A boca então ofegante chegara perto de sua boca e a beijara selvagem, um beijo molhado com um gosto metálico de ferro, um gosto de sangue, seu corpo se arrepiou e se desmanchou quando a boca daquela coisa se afastou da dela. Era como se ele tivesse sugado toda sua alma pela boca.

   A boca gelada encostou em seu pescoço e deslizou por ele, brincando, e ela sentiu então sua pele ser perfurada por duas protuberâncias afiadas feito espinho, que foram lentamente rasgando a epiderme, a dor era insuportável ao mesmo tempo em que era sedutora, maliciosa. Ela queria gritar por mais daquilo, e queria gritar para afastar aquilo. Sabia que estava morrendo, sentiu as forças de seu corpo irem-se esgotando lentamente, mas ela sorriu com o prazer daqueles lábios gelados dilacerando sua carne como um animal abatendo sua presa. E por fim adormeceu, sorrindo.

Ele é o homem da minha vida, pensou no seu ultimo suspiro.


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Notas finais do capítulo

Ok, eu adoro quando me dizem o que acharam da historia, entao se voce leu, deixe um review (: se nao leu e só passou a barra da pagina até o fim, morra. ♥



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