Imaginemos que nossa vida seja como uma folha em branco, que pudéssemos escrevê-la do jeito que quiséssemos, ou então apagar as partes ruins, voltar atrás depois de um arrependimento. Não seria tudo mais fácil? Quando escrevemos uma história, usamos nossa imaginação, e se não gostamos do que escrevemos com o lápis, pegamos nossa borracha e apagamos. Porém, qual seria nosso aprendizado na vida? Sem a chance de poder errar? Ficaríamos sempre errando, e cada vez que errássemos, sempre daríamos o jeito de achar uma borracha para apagar. Não teria muita graça.

Quem acredita em reencarnação, acredita que só voltamos novamente para a Terra pelo fato de termos errado na vida passada e a chance de acertamos na nova vida. Imagine se pudéssemos passar a borracha em todos os erros cometidos, nas brigas que nos envolvemos, nos desrespeitos com algumas pessoas queridas. Se apagássemos tudo isso, qual seria o sentido da vida?

Claro que seria bom se pudéssemos apagar uma linha de nossa vida e preenche-la novamente. Por exemplo, com a morte de uma pessoa, poderíamos apagar esse acontecimento, e em vez de morte, um nascimento de uma criança. Apenas vida, nenhuma morte. Há pessoas que acreditam que quando chega a “hora” de uma pessoa não tem jeito. Porém, pessoas que foram assassinadas em assaltos pediriam para ter uma borracha, para apagar aquele caminho que havia feito naquele dia, e ter pego um caminho mais longo e mais seguro de volta para casa, ou ter ficado mais tempo no trabalho ou no lugar em que estava antes de tudo acontecer, só para simplesmente ter uma nova chance de viver. Elas pediriam outra chance, pediriam uma borracha. E as pessoas que amavam essa vítima, pediriam uma borracha para pelo menos terem a chance de dizer um “te amo” pela ultima vez.

Por isso eu acho que as pessoas devem viver intensamente e sem arrependimentos, pois nós somos os “autores” de nossa própria vida, não existe uma borracha, só um lápis, que vai preenchendo os espaços vazios de nossa folha em branco com erros e acertos.