My Little Decoy escrita por Kaya


Capítulo 1
Here I Go Again




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Flórida realmente nunca me agradou.
Pessoas com músculos onde não deveriam ter, passeado por aí e mostrando suas tatuagens recentemente feitas, ou não, nunca me agradaram. Urgh!
Eu quero meus amigos de volta, e com eles, a vida que eu costumava ter em Nashville. Minha vida perfeita em Nashville agora estava longe demais de mim. Suspirei e voltei a minha realidade. Reclamar que tudo estava errado não iria arrumar o quarto, ou desfazer as minhas malas, mas sim as minhas mãos. As mesmas que estavam ocupadas segurando uma foto Polaroid que foi tirada na última primavera com os meus três melhores amigos: Joshua, Zachary e Jeremy. Virei a foto e no verso estava escrito "Give us life again" com a caligrafia do Zac. Sorri comigo mesma e guardei a foto no meu bolso quando ouvi o barulho da porta sendo aberta.

- E aí, gostou? Grande, né?

Concordei com a cabeça. Eu realmente não queria decepcionar a minha mãe, mas eu preferiria a morte à tudo isso. Ela veio até mim e me abraçou gentilmente.

- Eu sei que vai ser difícil pra você. Nova escola, novos amigos, novas rotinas... - minha mãe estava apenas começando um daqueles discursos típicos dela. Eu resolvi interromper.
- Eu sei, mãe. Obrigada. Mas eu realmente estou cansada, então eu vou apenas arrumar as coisas na parede antes que cheguem para colocar a cama e o sofá, ok?
- Ok. Eu te chamo quando eles chegarem. - ela disse sorrindo e saiu do quarto.

 Encostei a porta e fui até o banheiro do meu quarto, abri a torneia e fiquei observando a água correr. Enchi minhas mãos com um pouco de água e joguei-a no meu rosto. Era gelada. Fechei a torneia e enxuguei meu rosto na minha própria blusa. Era difícil aceitar a ideia de que eu ia me acostumar a ficar aqui. Dei de ombros e voltei ao quarto. Se eu parasse de implicar e analisasse o quarto de verdade, eu iria gostar. Quero dizer, era grande e tinha uma janela ampla de frente para o quintal. As paredes eram limpas então eu poderia me divertir bastante fazendo algo com elas. O armário era grande, branco, embutido e ele dava acesso ao banheiro. Se eu fechasse a porta, ninguém saberia que havia um banheiro ali. Como se fosse algo secreto. Ri com meu próprio pensamento. Fechei a porta do armário e fiz o banheiro desaparecer, então abri uma caixa que dizia "Se divirta". Tinha algumas tintas, pincéis, canetas, pôsteres, jornais, fotos e etc. dentro, então eu peguei um lápis e fiz um desenho de um retângulo distorcido na parede, depois peguei a cola e passei em toda a extensão do retângulo. Peguei algumas folhas de jornal abertas e coloquei-as na parede, colando-as. Depois que terminei o retângulo, fiz mais algumas figuras geométricas do mesmo jeito e com os mesmos materiais nas outras paredes, deixando a parede adjacente à porta limpa e branca. Então peguei as tintas e os pincéis e comecei a escrever palavras que significavam algo para mim. Descobri que roxo, laranja e preto combinam bem entre si. Colei os pôsteres e as fotos espalhadas pelas outras paredes e quando terminei de guardar o que faltava na caixa, minha mãe bateu na porta.

- O sofá chegou, querida. - ela abriu a porta e logo pude ver dois caras segurando algo enrolado em plástico bolha: meu sofá, meu mimo.

Sorri e apontei para a parede do quadrado com palavras. Eles colocaram lá e eu comecei a tirar o plástico bolha, enrolando o mesmo em uma bola e joguei-o no corredor. Voltei ao meu quarto e tirei alguns fiapos que estavam dançando no meu sofá de dois lugares e meio. Bem, dois para pessoas mais gordas, três para as pessoas mais magras. Então os mesmos dois caras voltaram com alguns pedaços de madeira branca, o que eu deduzir ser a minha cama. Sorri sem graça e apontei para o canto da janela e saí do quarto, fui até a entrada da casa - onde ainda estavam a maioria das caixas e malas - e peguei minha caixa de almofadas e lençóis. Subi com ela pela escada e fui até meu quarto, coloquei a caixa em cima do meu sofá e voltei para pegar a caixa do banheiro.

- Quer ajuda com isso? - meu padrasto me perguntou enquanto pegava uma caixa da cozinha.
- Não, obrigada. - sorri, peguei a caixa e voltei para o meu quarto. Ta aí uma coisa que eu não suporto tanto quanto a Flórida: meu padrasto. Resolvi ficar no banheiro até que terminassem de montar a minha cama, então entrei no banheiro com a caixa e com a desculpa de que ia arrumar as coisas ali dentro. O banheiro era bem mais bonito do que o meu antigo em Nashville. Era maior, tinha um grande espelho, uma banheira, a bancada da pia era feita daqueles tijolos-vidros que são transparentes, tinha um armário branco e pequeno - que eu deduzi ser feito para colocar toalhas -, a torneira parecia de prata e era elegante, mas eu não ligava muito para isso então parei de prestar atenção ao detalhes e abri a caixa, tirei um tapete de felpo e coloquei no chão, no meio do banheiro. Tirei todos os mil produtos que minha mãe insistia em comprar para mim, ou para decorar o banheiro, ainda não sei muito bem e comecei a colocá-los na bancada da pia lentamente, querendo que o tempo passasse mais rápido do que ele realmente podia. As últimas coisas na caixa eram as minhas toalhas, então as tirei de dentro da caixa e abri o armário. Quando passei a mão pela prateleira de leve para tirar um pouco do pó, encontrei um colar com um pingente de borboleta. Tirei-o de dentro do armário e então coloquei as toalhas lá dentro, fechei a porta do armário e tirei a caixa de cima da privada - que ficava ao lado do armário -, sentei em cima da mesma e fiquei olhando para o colar por um momento. A borboleta era, ao mesmo tempo, bonita e simples. Dei de ombros e coloquei o colar. Os velhos donos não iriam vir atrás dele mesmo. Sorri sozinha e peguei a caixa, saí do banheiro e observei que a minha cama ainda não tinha sido totalmente montada, provavelmente eu deveria ter demorado mais. Suspirei e desci as escadas, saí em direção ao quintal e deixei a caixa em um canto com as outras caixas vazias. Encontrei a minha meia-irmã sentada no chão com uma boneca na mão, olhando para o chão.

- Tudo bem, McKayla? - perguntei, sentando-me ao seu lado. Ela concordou com a cabeça e abraçou as pernas. – Tem certeza? Porque eu achei que a essa hora você já estivesse correndo pra lá e pra cá, deixando todo mundo louco. – ri baixo e cutuquei-a em uma tentativa de animá-la. Já bastava eu chateada naquela casa.
- Só to triste porque dessa vez o vovô não veio. – ela disse com a cabeça baixa. Eu apenas a abracei-a. Iria ser tão difícil para ela quando ela descobrisse


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Notas finais do capítulo

E, aí, gostaram? *-* ODHASIDHASOID