Definitivamente Separados?! (Pov. Bella)

Are We There Yet– Ingrid Michaelson

“Eles dizem que seu lar fica onde seu coração está

Então eu acho que ainda não encontrei o meu lar

E continuo andando em círculos

Com medo de chamar esse lugar de meu

Nós já estamos lá?

Eles dizem que existem revestimentos de prata

Dobrados dentro de cada nuvem chuvosa

Bom nós precisamos que alguém entregue

Nossos revetismentos de prata agora mesmo

Nós já estamos lá?

Nós já estamos lá?

Nós já estamos lá?

Lar, lar, lar

Lar, lar, lar.”

(Are We There Yet – Ingrid Michaelson)

– Vamos lá Bella? – Jéssica falou pela décima vez, em outros dias isso me irritaria com toda certeza... Mas eu estava tão emocionalmente abalada que somente revirei os olhos – Você precisa de um pouco de diversão –

– O que a Jéssica quer dizer Bella, é que sim... Você tem todos os motivos do mundo para estar triste – Ângela disse calma, olhando brava pra Jess que apenas deu de ombros – Pelo que você disse, foi tudo muito intenso e bonito – Eu sorri, era bom ver alguém falando de nós assim – Mas talvez, você devesse seguir em frente –

– Eu sei Angel – Tentei soar confiante, mas no fundo eu sabia que seria muito difícil – E eu vou seguir, mas isso não significa que eu deva me enfiar numa boate barulhenta, onde todas as pessoas menos eu... Vão estar felizes, então não vejo como isso pode me ajudar –

Ângela sempre delicada assentiu, já Jess levantou e imitou um lavar de mãos:

– Lavo minhas mãos – Disse impaciente tão típico dela – Vamos Ang, ainda tenho que escolher meu vestido –

– Ok – Ângela respondeu enfadada, e me olhou sorrindo – Vê se fica bem ok?Qualquer coisa me liga –

Assenti, eu não queria ser grossa e dizer que eu queria chorar sozinha... Elas estavam sendo legal comigo, desde esses dois dias que eu cheguei de Forks... E ainda muito mais pacientes na questão: Minha história com Jacob!!

Mas realmente uma boate era a última coisa que eu queria nesse momento... Apesar de não saber ao certo o que eu queria, agora...

Elas se despediram e saíram, animadas... Eu suspirei, novamente o vazio e a solidão.

Confortável né? Essa foi à última coisa que eu pensei que estaria quando cheguei aqui, doce engano... Na verdade, esse lugar parecia não me pertencer mais, nada ali me lembrava a Bella que eu sou hoje...

Menos orgulhosa, menos preocupada com futilidades, menos tudo que eu era...

Eu sentia saudades de Jacob, sim... Apesar de tudo, as lembranças dele... Todas eram as únicas coisas que faziam meu coração bater feliz nas horas de tristezas...

Saudades de Charlie, de Forks, La Push, a família Black... Realmente tudo isso me fazia falta, o movimento, a bagunça... A felicidade.

Sentada no sofá, olhei o apartamento vazio... As lágrimas escorreram. Imagens de mim, Charlie, Sue e Seth envoltos da mesa, sorrindo, brincando... Tão doce e familiar!

Eu havia conversado com Charlie, logo no outro dia que cheguei aqui... Ele disse que me entendia, mas sua voz estava partida e triste... Quando eu saí de Forks, era por razões óbvias, e Charlie não era uma dessas razões, ele sabia...

Era Leah e Jacob, juntos... Não eu não podia ver, não queria. Não conseguiria...

No mesmo momento que eu sequei minhas lágrimas, o toque da campainha me fez pular!!

Sem querer meu coração acelerou, mas não... Na mente masoquista, não podia ser ele. Devia ser alguém conhecido já que o porteiro não avisou pelo interfone!

Talvez Ângela com sua bondade infinita, decidiu voltar e partilhar um balde de sorvete e um filme romântico comigo, sorri com esse pensamento patético. E abri a porta.

Quando vi a figura que estava parada na porta, tomei um susto... Edward. Era ele. Instantaneamente imagens dele, no dia em que eu finalmente terminei o nosso namoro me preencheram. Sua voz irritada, os olhos cheios de raiva, as mãos me apertando...

– O que você quer? – Perguntei indiferente, engolindo o nó que se formou na minha garganta –

– Falar com você – Ele disse simplesmente – Trouxe para você - Ele disse elegante, me oferecendo um buquê de rosas brancas, que eu nem mesmo havia percebido que estava em suas mãos –

– Obrigada – Agradeci, e peguei somente por educação – Entra –

Afastei um pouco e ele entrou, vestido em uma calça jeans preta e uma blusa social azul escuro... Edward parou no meio da sala, arqueou a cabeça pra trás e suspirando falou:

– Quantas lembranças –

Não sei por que, mas de repente um pequeno enjôo tomou conta do meu estômago e eu fiquei meio que tonta... Com isso, rapidamente me sentei no sofá. Respirando!

Edward me olhou, percebeu que eu já me encontrava sentada e logo se sentou então, á minha frente...

– Eu vim aqui Bella, pra te pedir desculpa... Por tudo – Ele disse sorrindo de lado, sorriso que eu amava. No passado – Pelas nossas brigas enquanto estávamos juntos, por ter feito você sofrer de algum jeito... E obviamente, pela minha atitude naquele dia, você sabe –

Assenti, o incentivando a continuar...

– Eu fiquei raivoso, sei lá. Eu fiquei perdido, e contrariado... E bom, você sabe – Ele tossiu de leve e corrigiu sua postura – Eu fui muito mimado pela minha família, único filho homem, único irmão... Então quando eu sou contrariado fico furioso –

– Realmente, você foi tão rude – Concordei, ele estranhamente se aproximou –

– Eu sinto muito, muito mesmo – Umas de suas mãos acariciaram meu rosto, eu franzi o cenho, mas não afastei – Você pode me perdoar? –

– Claro – Disse, surpresamente sincera... E também querendo me afastar de seu toque –

“Eles dizem que você não é uma pessoa de verdade

Enquanto outra pessoa não te amar

Bom eu estou esperando para arranjar alguém

Em breve

Nós já estamos lá?

Nós já estamos lá?

Nós já estamos lá?

Lar, lar, lar

Lar, lar, lar”

– Agora nós podemos retomar de onde nós paramos – Ele disse animado, segurando meu rosto mais firme –

– Não – Eu falei levantando de uma vez só, Edward me olhou confuso – Nós não podemos, não –

– Mas eu achei, achei que você tinha acabado com ele... Que você estava de volta porque tudo ia voltar ao normal – Ele disse se levantando também – Eu achei que se eu pedisse desculpas você me aceitaria de volta –

– E o que você não sabe é que o meu relacionamento com o Jacob me fez vê coisas, coisas que eu não via – Coloquei as flores que estavam na minha mão sobre a mesinha, e voltei a olhá-lo – Você e eu, nós nunca daríamos certo... Eu tinha que viver mudando, sendo alguém que eu não sou pra ficar do seu lado. E seu eu me apaixonei tão profundamente assim pelo Jacob é porque o nosso amor já não era como antes –

– Mas eu posso fazer você voltar a gostar de mim – Ele se aproximou, segurou meu rosto entre suas mãos, e eu tentei afastá-lo, mas em vão – Agora sem ele você pode voltar a gostar de mim, e você não precisa mudar... Eu te amo assim –

– Edward pare... –

– Não Bella, agora sem ele você pode me amar – Falou tão próximo, seu perfume doce me enjoando – Você me amou não é? –

– Amei, mas chegou ao fim. Acabou – Falei encarando seus olhos, pra que ele visse a verdade latente nos meus olhos. O enjôo ficando cada vez mais forte, revirando meu estômago –

– Não, deixa eu te mostrar que você pode – De repente, me senti suando frio... Um embrulho no estômago – Você pode voltar a me amar – Ele aproximava seus lábios, e eu tentava empurrar... O meu estômago embrulhando -

Assim que Edward acabou de falar, meu estômago embrulhou de vez... E eu vomitei nele, foi bem rápido, e eu coloquei logo minha mão na boca, de surpresa e vergonha.

Ele fez cara de nojo, e antes que eu pudesse pedir desculpas... Veio mais. Mas esse eu não deixei sair, e corri para o banheiro!!!

E vomitei, até bastante. Eu estranhei, será que estava ficando doente?

Quando consegui terminar, lavei minha boca que estava com aquele gosto azedo e salgado, e também joguei um pouco de água no meu rosto. Quando olhei minha imagem refletida no espelho percebi que eu não lembrava nada a Bella de alguns dias atrás!

O brilho nos olhos tinha sumido, o sorriso meio idiota que ficava em meus lábios 24 horas por dia tinha sumido, além das olheiras enormes. Com certeza eu devia estar doente.

Dei um pulo quando o telefone na sala tocou... Eu forcei minhas pernas a andarem rápidas, mas com cautela pra não cair de cara no chão. E fiquei boquiaberta ao chegar à sala e encontrar Edward atendendo ao telefone.

– Ela não pode atender no momento – Sua voz tinha malemolência, isso me irritou. Depois disso ele colocou de novo no gancho –

– O que você pensa que estava fazendo? – Perguntei irritada, nunca gostei de invasões de privacidade – Quem te deu o direito de atender?E quem era? –

– Calma – Ele falou meio assustado pela minha repentina presença – Só atendi porque você estava vomitando – Ele disse com as mãos ao alto, em rendição – E era só um cara vendendo seguros –

Bufei ainda irritada, o olhando de soslaio... O observei já com outra blusa, aqui no meu apartamento tinha várias roupas dele ainda!

Dentro de mim algo dizia que podia ser Jacob, mas porque afinal ele ligaria?

E definitivamente queria colocar um ponto final nessa história. Minha paciência já estava esgotada.

– Edward, acho que já dissemos tudo um para o outro. Não há volta, é o fim... Quero que podemos ser bons ex’s, mas só isso – Falei de uma vez -

– Sabe o que é ruim? – Ele perguntou com uma careta de raiva, eu neguei com a cabeça pra que ele continuasse – Enquanto você está aqui sofrendo e se acabando por ele. Ele está lá, numa boa com a ex dele –

Meu coração faltou uma batida quando ele disse isso, meus olhos empoçaram lágrimas... Então eles estavam mesmo juntos?

Quando conversei com Charlie pelo telefone não tive coragem de perguntar. E ele também não tocou no assunto, apesar de que no fundo eu queria saber... Perguntar!

Mas é a coragem?

– Saí daqui Edward – Gritei, andando até a ele e o virando para empurrá-lo pra fora – Saí daqui –

Quando ele saiu a contragosto, bati a porta com força... E fiquei ali, depois me encostei a ela escorregando até ficar sentada de uma forma que pude abraçar meus joelhos... Chorando copiosamente!

Me apertei com força, queria me sentir inteira... Queria parar essa dor, queria somente um colo, um abraço... De mãe!!

“Você vai deitar no tapete

Enquanto eu brinco com o cachorro

E não será nada demais

“Porque isso é demais

Porque isso é demais para eu agüentar

Isso é demais para eu agüentar

Lar, lar, lar”

Depois de chorar muito, eu decidi levantar secar essas lágrimas e começar a tomar as rédeas da minha vida!

Comecei com algo básico e necessário, peguei todas as coisas de Edward que ainda estavam aqui empacotei tudo... Pedi para o porteiro vir pegar, chamar um táxi e mandar para o endereço que dei á ele!

Depois disso tomei banho, bem longo. Arrumei-me, tentando não pensar em Leah e Jacob juntos, tentando dar a volta por cima!

Precisava de umas férias, mental e espiritual... Precisava-me sentir segura, me sentir em casa.

Arrumei uma pequena mala, e arrisquei ir ao aeroporto e conseguir uma passagem para Jacksonville, á casa da minha mãe.

Pelo telefone eu não podia sentir seu amor tocando a minha alma, e eu queria isso... Queria também a alegria de Renée, a forma como ela sempre via tudo de um jeito divertido e conseguia um sorriso com suas maluquices!

Antes disso fiz algo, coloquei o anel que Jacob tinha me dado no dia que tinha me pedido em casamento no correio, mandando de volta á La Push.

Nessa hora chorei descontroladamente, não pude evitar!Era mais forte que eu, que o meu desejo de seguir em frente.

Logo depois parti em direção ao aeroporto, torcendo pra encontrar passagem disponível.

Pra minha sorte, uma mulher grávida tinha passado mal antes do vôo e desistiu, respirei aliviada por conseguir, apesar de me sentir mal pela mulher... Foi então que por segundos me imaginei grávida, de Jacob. Sorri, era um sonho. Distante agora né? Nós estamos definitivamente separados não é?

Balancei minha cabeça, e peguei minha passagem!

Fiz o check-in e logo estava acomodada na minha poltrona.

E assim sozinha, deixando tudo pra trás não pude deixar de soltar mais algumas lágrimas, não pude deixar de evitar lembrar-se daquele sorriso quente e iluminado, daqueles olhos negros, daquele calor, daquele amor!!

Como eu não havia dormido direito por esses dias, e ao meu lado sentou uma idosa que não tinha me dado muito papo... Eu acabei dormindo e só acordei quando o avião já estava perto de pousar!

Espreguicei-me bocejando, e olhando pela janela vi o sol brilhando sobre a imensidão de água azul! Sorri.

Desci calmamente do avião peguei minha mala, e logo depois já estava em um táxi indo em direção a casa de Renée...

Mesmo depois que ela tinha mudado pra cá, eu já tinha vindo aqui várias vezes. E sempre ficava embasbacada com a beleza do lugar. Aquele tipo lugar praiano!

Parei na frente da casa azul escura, com janelas e portas brancas... Sorri em meio a algumas lágrimas, paguei o táxi e fiquei ali parada um pouco só fitando a casa ao entardecer!

Pois já era quase noite aqui!!

Parecendo ter me visto ou sentido minha presença, Renée apareceu esbaforida na porta... Olhou-me sorrindo, quase quicando!

Assim como quando criança, sempre que ela colocava seus olhos em mim e eu não estava bem, ela franziu o cenho e correu em minha direção!!

Eu soltei minha mala, sendo dominada pela mesma forma que eu fazia quando não estava bem e a via ainda criança, e corri para seus braços!!

Ela me abraçou com intensidade e carinho, e eu soltei minhas lágrimas trancadas sobre esse braço!!

Eu estava em casa?

“Nós já estamos lá?

Nós já estamos lá?

Nós já estamos lá?

Lar, lar, lar

Lar, lar, lar

Lar

Nós já estamos lá?

Nós já estamos lá?

Nós já estamos lá?

Nós estamos lá?”

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Duas semanas depois...

Olhei o mar pela janela do quarto, um vento frio entrou chicoteando meu cabelo... Eu respirei aquele cheiro de maresia e foi impossível não se lembrar de Lapush, de Jacob...

Quem foi que disse que a distância ajuda? Estupidez total. Pensei, soltando um suspiro longo.

Fazia duas semanas que eu estava aqui em Jacksonville, com minha mãe e Phill... Estava realmente sendo bom passar esse tempo com minha mãe, nesse sossego!

Mas eu não podia me enganar, dizer que esse tempo ou à distância me fazia bem, me fazia esquecer aquelas pequenas e maravilhosas lembranças. O rosto de Jacob ficava dia e noite na minha mente, me torturando. Lembrando que eu não estava mais com ele!

– Bells? – Renée me grita, um sorriso brota no meu rosto... Já estava me acostumando novamente a esses gritos que me acompanhou durante toda minha infância e adolescência –

Desci as escadas correndo, com certeza as panelas estavam saindo do controle dela. Durante esses dias que passei aqui eu estava cozinhando, mas hoje Renée resolveu que iria cozinhar!

Ela era terrível na cozinha, sempre foi... E estava tentando fazer o jantar, porque ultimamente eu estava tendo tantos enjôos enquanto cozinhava.

– Oi? Tá precisando de um help? – Perguntei, entrando na cozinha e me sentando no banquinho, e me apoiando sobre a bancada –

– Não – Ela falou meio duvidosa, ri de como ele estava toda bagunçada, e desajeitada – Só queria saber como foi sua conversa com a Alice –

Alice tinha acabado de me ligar, conversamos bastante. E até meu de uma enorme vontade de perguntá-la se viu Jake em algum momento... Mas ela logo disse que não!

Desanimando-me, apesar de tudo eu queria saber dele... E queria muito, porque talvez ficar imaginando era muito pior do que realmente saber, ou ver.

– Foi bom, Alice sempre foi uma boa amiga – Disse dando de ombros, pegando um pedaço do bolinho de carne que Renée fritava –

Mas como sempre estava acontecendo ultimamente, foi colocar na boca pra vir àquela vontade de colocar pra fora!

E assim fiz, corri na direção da área de serviço, e sem conseguir segurar vomitei até as tampas... Ficando meio tonta logo em seguida.

– Bella o que é isso?Você está bem? – Renée perguntou me apoiando sobre seu ombro, passando sua mão sobre o suor que se formou em minha testa – Você tem que ir a um médico filha, você tem passado muito mal ultimamente –

– Não é nada – Falei lavando minha boca, e jogando também um pouquinho no rosto e na nuca –

– Talvez seja emocional –

Neguei com a cabeça, recebendo aquele olhar acariciador da minha mãe... Mas eu não queria esse olhar, eu já o via todos os dias no espelho enquanto me olhava!

Então saí ali por trás mesmo, indo pra varanda... E assim que cheguei lá e sentei na rede que tinha ali. Renée apareceu pela porta da frente, e se sentou ao meu lado.

– Você tem certeza? – Falou acariciando meu braço – Tem certeza que fugir, e vir pra cá foi o melhor –

– Não, hoje eu sei que a distância não ajuda em nada... Mas naquele momento me pareceu a única saída – Falei emocionada, tentando segurar as lágrimas que se formavam em meus olhos – E também não muda nada, eu ainda o amo... Muito – Suspirei –

– Então porque você não vai atrás dele? –

– Porque eu não sei se eu tenho forças pra encarar o pode estar por vir... Eu não sei se consigo ver eles e a Leah juntos, não sei se sou forte o bastante –

– É claro que você é forte – Renée falou com convicção, mas eu realmente não sabia. Antes de Jacob e o que eu sentia por ele. Eu tinha certeza que era forte pra tudo, mas esse sentimento me tornava muito forte e ao mesmo tempo muito fraca... Vulnerável –

– Eu não sei, realmente não sei – Falei soltando um suspiro longo, minha mãe segurou minhas mãos, e eu me senti acolhida –

– Sabe o que eu faço quando estou assim perdida? – Neguei somente com a cabeça, pra que ela continuasse – Eu ando descalça na praia, olho o mar, sinto o vento batendo no rosto... Fico sozinha comigo mesma, acho que é disso que você está precisando –

– Porque você não vai pensar um pouco?Hum?Esquecer de tudo? – Falou passando as mãos no meu rosto carinhosamente, secando as lágrimas. Sorri e assenti – Mas volte a tempo para o jantar... Phill vai trazer a torta de nozes que você estava tão desejando –

Assenti, beijei seu rosto... E caminhei em direção a praia, descalça com os cabelos soltos... Vestida apenas com um vestido branco, com um lenço vermelho em volta dos meus ombros... Hoje não era um dos dias mais ensolarados daqui.

O tempo estava me acompanhando hoje, totalmente nublado só com aquele mormaço enfadonho.

Caminhei tranqüila pela areia branca, deixando minha mente vazia por enquanto. Só aproveitando os pequenos toques das ondas na beira do mar, sentindo os ventos batendo no meu rosto.

Olhando as crianças que brincavam na areia, vendo a vida passando diante dos meus olhos!

Andei até onde ficavam as pedras, lá subi e fiquei em silencio apenas fitando o mar. E chorei ao constatar que eu fui e estava sendo fraca...

Jacob me amava eu sei disso, e eu também o amava. E por medo talvez eu estivesse o deixando escapar pelas minhas mãos!

Têm idéia do quanto frustrante é isso? Entender que você não foi forte o suficiente pra assumir o rumo da sua vida? E lutar pelo que você quer.

Fitando o mar profundamente, eu decidi que sem me importar com nada eu voltaria a Forks, e lutaria qualquer batalha que fosse preciso para tê-lo de volta! E também pra entender o que realmente aconteceu!

Sorri entre lágrimas com essa certeza...

Como eu queria que você estivesse aqui Jacob, Suspirei alto.

– Jaaaakeeeeeeeeeeeeee – Gritei com a voz embargada pelo choro, ouvindo e ecôo pela praia quase vazia –

– Tô aqui – Falou uma voz rouca atrás de mim, fazendo meu coração acelerar desesperadamente dentro do peito –

Era sonho ou real?