Movimentos Estranhos (Pov. Bella)

Acordei sentindo meu corpo grudando e melado, pura calda de sorvete. Pensei, Esse Jacob era mesmo um maluco, só pode ser. Mais eu o amava mais que a mim mesma.

Rolei na cama me espreguiçando, e vasculhando com as mãos por ele. Mas pra minha enorme frustração a cama estava vazia. Fiz um muxoxo enquanto me sentava na cama, me senti abandonada.

– Bom dia – Jacob disse me assustando, abrindo a porta de costas. Mostrando uma enorme bandeja de café da manhã quando se virou – Como é seu último dia hoje aqui, trouxe café na cama –

– Hum, que bom já estava me sentindo abandonada – Eu disse manhosa, erguendo meu pescoço para beijá-lo – Vai me deixar mal acostumada assim hein? –

– Bom, porque assim eu vou ter a certeza que toda manhã eu vou acordar do seu lado – Ele falou de uma forma tão séria que milhões de borboletas voaram no meu estômago, como se eu fosse adolescente ainda –

– Bobo... Como se precisasse disso pra ter a certeza que eu quero sempre acordar do seu lado – Eu disse tirando um sorriso lindo e enorme dele –

Comemos entre conversas sobre coisas bobas, mas eu podia perceber toda tensão em Jacob, ele estava meio que pensativo.

Tirei à bandeja de cima da cama, colocando a no chão. Jacob estava tão avulto que nem viu meu ato. Me aproximei, puxando seu rosto que estava baixo pra encarar meu olhar.

– Ei, eu sei muito bem o que tá passando nessa cabeçinha heim?Quer conversar? – Perguntei beijando seu rosto, ele sorriu sem humor, evitou, mas começou a falar –

– Bella você não tem noção, mas pra mim você representa tudo. Ter você do meu lado, me faz crer em coisas que eu achava impossível. Eu tenho medo de te perder –

– Você também representa muito pra mim Jacob, eu acreditava que eu era feliz, eu acreditava que eu amava, que era amada. Até eu conhecer você e descobrir que na verdade tudo que eu sempre imaginei, sempre acreditei era nada quando se ama de verdade – Eu disse tudo com muita calma encarando seus olhos –

Não precisou que eu dissesse mais nada, ele percebeu e sentiu a veracidade no meu olhar, nas minhas palavras.

Passeou seus lábios sobre os meus, roçando de leve, me enlouquecendo, me fazendo perder os sentidos.

Nossos corpos logo respondiam a cada toque nosso, e um beijo era capaz de incendiar tudo. Deitamos na cama e mais uma vez nos amamos, um amor desesperado.

Mas pra minha infelicidade eu ainda tinha que ter aquela conversinha chata com o Edward, então era melhor me apressar se eu quisesse resolver isso logo: Washington me espera.

Mas ainda sobrou muito tempo pra que eu e meu amor tomássemos um banho demorado e gostoso juntos, cheio de beijos e caricias.

Saímos do quarto juntos e como sempre um brilho enorme brilhava envolto de nós dois: Era nossa ligação.

– Até que enfim saíram daquele quarto, queria me despedir da minha cunhadinha – Becca disse assim que nos chegamos à sala, eu corei –

– Eu tenho prioridades irmãzinha – Jake disse divertido me colando ao seu corpo, eu só sorri sem graça –

A família de Jacob já era como uma família pra mim, eu os adorava. Todos fizeram questão de me abraçar, e se despedir. Rachel era a única que ainda era meio distante, acho que por causa da sua amizade com a Leah, mas ela não me tratava mal então não me incomodava.

– Eu posso te levar lá Bells – Eu ri da insistência de Jacob, essa já era a milésima vez que ele dizia isso –

– Já disse que não precisa meu amor – Eu falei o beijando, nós estávamos perto do meu carro. Ele não queria me deixar ir –

– Tá bom, mas volta correndo pra mim – Ele falou em um muxoxo –

– Não, eu vou voltar voando pra você – Eu disse acariciando seu rosto e o beijei –

Nós beijamos mais por alguns minutos, até que eu decidi que era hora de ir. Jacob seguiu para a oficina e eu para Washington, sem saber o que esperar de lá. Da minha conversa com Edward.

Confesso que estava nervosa com isso, gostava muito de Edward e não queria o magoar nunca. Vivi momentos lindos e felizes ao lado dele, mas agora todos os meus momentos estavam destinados a Jacob.

Sorri com as lembranças dele em minha mente, quando meu celular começou a vibrar e a tocar no meu bolso.

– Charlie, era o nome que piscava no visor –

Parei no acostamento e atendi o aparelho gritante em minhas mãos.

– Pai? – Atendi aflita –

– Bells... Gr gr filha será que você podia voltar pra casa? – A voz de Charlie era nervosa e completamente ansiosa –

– Pai, o que foi? O que esta acontecendo? – Perguntei aflita, aquele jeito dele estava me assustando –

– Eu sei, eu sei que você acabou de ir pra casa da Becca, mas... –

– O que? Que casa da Becca? Eu não estou entendo nada Charlie – Sussurrei pra ele meio perdida –

– Eu estou bem, sério. E que o seu namorado esta aqui – Charlie falou meio sem graça, quase em um sussurro –

– O Jacob? – Perguntei confusa –

– É o Edward – Aquela palavra me fez congelar no lugar, parecia que tudo tinha girado ao meu redor –

Edward?O que ele estava fazendo aqui? Que loucura era essa? Isso era real?

– Bells, Bells – Charlie chamou em um sussurro desesperado –

– Eu tô aqui - falei ainda meio perplexa e avisei que já estava indo –

Eu estava completamente confusa, mas mesmo mecanicamente eu dirigi rapidamente pra casa de Charlie, mesmo sem entender nada do que estava acontecendo.

Hesitei um pouco na porta, respirei fundo e mesmo com as mãos soando abri a porta entrando finalmente.

Edward estava elegantemente sentado em uma poltrona e ele sorriu a me ver, Charlie estava de frente pra ele no sofá; Visivelmente tenso.

– Oi – Eu falei tentando controlar meu nervosismo mordendo o lábio inferior –

– Bella – Edward cumprimentou, enquanto levantava em um pulo vindo até a mim com seu lindo sorriso torto, e me abraçando com força. Eu fiquei constrangida –

– Oi Edward – Falei ainda circulada por seus braços – O que está fazendo aqui? –

– Eu vou deixar vocês sozinho – Charlie avisou e logo subiu as escadas –

– Vem cá – Edward me puxou pela mão me sentando no sofá, ao seu lado – Tenho noticias boas pra você –

– O que? – Perguntei insegura –

– Aquele dia que eu te liguei eu senti sua voz tão estranha, e juntando com o que Alice me falou. Eu entendi tudo – Ele falou tranqüilo e brando como sempre –

– Entendeu?... Bom, eu quero que você entenda que isso é mais forte que eu, foi incontrolável, foi de repente e... –

– Calma, calma minha Bella. Eu entendo é o seu pai – Edward falou encostando sua mão na minha –

– O que? Meu pai? – Minha voz se elevou e eu levantei de uma vez –

– É, você ficou balançada por rever seu pai depois de todos esses anos. E é normal que você queira ficar perto dele –

– Ah, claro – Falei meio inerte, tentando entender se era realmente isso que ele entendeu –

– Por isso, nós estamos nos mudando pra cá. Eu estou mudando pra cá – Ele falou de uma vez sorrindo angelicalmente, minhas pernas bambearam e eu me sentei atônita –

– Calma, eu não entendi. Você vai morar em Forks?Como? Por quê? – Perguntei meio zonza com tanta informação –

– Bom, primeiro que minha mãe sempre quis morar em cidade pequena. Segundo que Carlisle sempre teve essa proposta do hospital daqui, do diretor desse hospital. Eleazar é muito amigo dele – Ele deu uma pausa, passou as mãos por seus cabelos dourados e continuou –

– Então Alice que esta completamente louca por um cara daqui, deu a maior força. E eu pra ficar mais perto de você. Por que eu sinto que você tem vontade de ficar aqui –

– É – Disse no automático, toda essas revelações me soavam extremamente esquisito –

– Então estamos todos felizes, quer dizer menos a Rose que detestou o lugar – Ele falou de forma divertida, eu sorri forçada e me pus de pé –

– Edward é muitas novidades, e tudo bem, mas eu preciso... –

– Espera um minuto – Ele me pediu, enquanto puxava o seu celular do bolso que piscava – Eu preciso ir – Ele disse depois de um tempo encarando o visor, com certeza uma mensagem, eu me pus em sua frente, espalmando minha mão em seu peito impedindo a passagem -

– Não, eu preciso falar... –

– Eu também queria ficar, e falar e te ouvir. Mas eu preciso ir agora. Elas encontraram uma casa, e querem que eu cuide da negociação –

– Elas quem? – Perguntei confusa, ele deu ‘meu’ sorriso torto favorito, porém, ele não me afetava mais –

– Alice, Esmee e Rose. Não precisa ter ciúmes, eu sempre fui e sempre serei seu – Aquilo fez uma culpa que eu nem sabia mais existir, queimar dentro de mim –

Sem me dar mais tempo de nada, ele prensou seus lábios nos meus. Eu me mantive estática, com os olhos abertos, tentando inutilmente me afastar dele.

– Até logo – Ele disse quando finalmente se afastou, e saiu –

Eu fiquei ali parada em choque, todas as informações processando-se lentamente em minha mente.

– Nossa isso foi rápido – Espraguejei baixinho, vendo Charlie descer as escadas –

– E aí? O que aconteceu?Você está bem? – Ele me examinava preocupado – Fiquei com medo de te deixar sozinha com ele, esses riquinhos tendem a ser violentos quando tomam um fora –

– Acho que eu preciso me acalmar, acho que eu preciso de um chá – Resmunguei, ignorando o comentário afiado de Charlie –

– Vem comigo querida, vem – Charlie disse circulando meus ombros, e me caminhando pra cozinha –

~~~~~~~~~~~**~~~~~~~~**~~~~~~~~~~~**~~~~~~~~~~~~

Passei quase o resto do dia conversando com Charlie, ele até conseguiu arrancar umas boas risadas de mim. Almoçamos juntos e foi ótimo ficar na companhia dele, como eu fui estúpida em perder isso por tanto tempo.

Voltei pra casa, ou melhor, pra casa do Jacob. E quase caí pra trás com a cena que eu vi assim que abri a porta dos Black’s: Uma Leah leve e sorridente, encarando um Jacob divertido, junto com Billy, Rachel e uma Becca carrancuda.

– Bella? – Becca foi a primeira a me vê, e pareceu realmente satisfeita com minha presença-

Olhei sem entender para aquela cena, fiquei meio hesitante parada no batente da porta. Jake levantou rapidamente parecendo perceber minha hesitação caminhou até a mim com um sorriso enorme nos lábios, mas uma surpresa indisfarçável em seus olhos.

– Bells... O que você está fazendo aqui? – Ele perguntou com uma voz natural, sem nenhuma repressão, somente curiosidade –

– História longa, conto depois – Eu disse encarando aqueles olhos negros que me prendem, e me aproximei lentamente segurando seu rosto entre minhas mãos e selei nossos lábios docemente, ele devolveu –

Encerrei o beijo, com um abraço apertado. Encarando nosso pequeno ‘público’ eu ainda não estava entendendo o que a Leah estava fazendo aqui.

– Bem, tem alguém esperando por você – Ele disse animado me puxando para o meio da enorme sala, instintivamente meus olhos não se desviavam de Leah –

– Oi Bella - Ela disse sem graça, e flashes de seu modo agressivo, e seus xingamentos há alguns dias povoaram minha mente –

– Oi – Falei quase engasgada pelo nó em minha garganta, ela sorriu e se levantou andando até perto de mim e de Jake, eu me encolhi silenciosamente com a aproximação de sua silhueta –

– Bella será que eu posso falar com você? – Ela perguntou, olhou ao redor da sala durando alguns segundos a mais em Becca – E o Jake também, claro –

– Claro – Tentei mostrar segurança, e caminhamos para o lado de fora da casa em seguida –

– E então? – Perguntei quando nos encontramos na varanda –

– Bom, vou começar do jeito melhor e direto... Me desculpe – Ela falou meio forçada, e eu me surpreendi – Me desculpa por ter sido tão intransigente, tão rude. Eu me descontrolei, eu não devia ter batido em você –

– Nossa, ouw eu não esperava por isso – Eu falei sincera, ela sorriu sem graça. E senti Jake aperta de leve a mão nas minhas costas – Mas, isso é bom. É –

– Eu passei um dia inteiro pensando e... Eu vi que toda a minha atitude era errada. Por que eu culpava você pelos motivos errados. Eu simplesmente não conseguia aceitar que o Jacob não gostava mais de mim, que ele não me queria mais –

– Mas tentem se colocar no meu lugar, e aí vocês vão ver que... Eu não fiz por mal – As palavras dela eram cuidadosas, e apesar da doçura eu sentia que eram falsas –

– Talvez eu não tivesse uma reação tão explosiva quanto a sua, mas com certeza eu teria uma reação... Ainda mais da forma que você descobriu tudo, te dava o direito de pensar o que quisesse –

– Eu também devia ter sido um pouco mais claro, talvez assim isso não te magoasse tanto – Jacob disse, e ela sorriu derretida pra ele –

Um ciúme ridículo e mesquinho tomou conta de mim. Afinal eu já tinha visto os dois juntos, e também vi várias fotos em que eles pareciam felizes.

– Então estamos acertados? – Ela perguntou, demonstrando uma alegria forçada e mais uma vez uma sensação de falsidade se apossou de mim –

– Por mim sim – Jacob disse animado levantando as mãos pro ar, ele realmente parecia convencido do arrependimento de Leah. Mas por que eu não conseguia aceitar realmente? No sentimento eu não conseguia –

Ele me olhou como se dependesse somente de mim a resposta definitiva, Leah me olhou questionadora e mio zombeteira, eu me senti um poço incomodada, mas disse:

– Claro, claro – Calmamente, e um sorriso se despontou no rosto de Jake –

– Que bom – Ela disse dando um logo suspiro – Mas agora eu tenho que ir, tenho um compromisso –

Eu e Jacob assentimos, ela ofereceu sua mão pra mim. Relutante eu apertei, já em Jacob ela deu um abraço demorado, e ele respondeu. O ciúme queimou mais forte em mim, fazendo meus olhos marejarem um pouco.

– E ah – Leah falou parada no degrau da escada, chamando nossa atenção – Eu queria pedir se não for pedir muito, que você volte pra casa Bella. Eu vi como o Charlie ficou triste quando você saiu... E ele é um cara legal demais para que eu possa fazê-lo sofrer –

– Eu vou pensar nisso – Avisei, meio incomodada –

– Ok – Ela sorriu e saiu acenando –

Enquanto ela acenava, entrando no carro. Eu tentei compreender o porquê de eu me sentir tão incomodada com essas desculpas da Lee, me incomodava, soava falsa.

Mas não era isso o que eu queria? As desculpas dela?E mesmo que fosse falso por que ela fingiria isso? O que ela ganharia com isso?

– Vocês não acreditaram nisso não é? – A voz de Becca na porta, despertou eu e Jacob que estávamos parados olhando o carro sumir – Isso soou tão falso, tão falso. Foi como uma nota de trinta –

Olhei pra ela com cumplicidade, vendo que não fora só eu. Então não devia se ciúmes, ou qualquer outra coisa.

Jacob andou até a irmã e sua voz foi firme ao dizer:

– Você só está falando isso por causa dessa sua implicância, e isso realmente é feio... Eu nunca duvidei que quando a Leah se acalma- se ela ia pedir desculpas e aceitar tudo numa boa –

– Jacob acorda, ninguém aceitaria isso numa boa. Nunca – Becca falou parecendo óbvio, e suas palavras me soavam cada vez mais certas – Ainda mais em tão pouco tempo –

– Você entende disso muito bem né?Já que com todo esse tempo nunca conseguiu superar que Sam ficasse com ela ao invés de você –

– Jake – O repreendi pelas duras palavras, e ainda mais por vê-lo defender a Leah dessa forma –

– Quer saber Jacob pouco me importa, por que no fim das contas nem eu e nem ela ficou com ele, a mulher dele é Emily, mas quer saber? Acredite no que quiser – Becca disse visivelmente desapontada, e caminhou pra longe da casa –

– Você foi muito dura com ela – Disse a Jacob, ele balançou a cabeça negando –

– A Becca precisa de limites, acusar uma pessoa dessa forma não é justo... – Jacob disse fazendo minha vontade de dizer que sentia o mesmo que ela – Vem, vamos entrar. Preciso saber por que não viajou –

Segurei sua mão firmemente e entramos na casa.

~~~~~~~~~~~~xx~~~~~~~~~~~~~~xx~~~~~~~~~~~~xx~~~~~~~~~~~~

Algumas horas depois, eu já havia contado a Jacob tudo o que aconteceu. Nós estávamos arrumando a cozinha depois de mais um adorável jantar com a família Black, e até mesmos os meninos apareceram aqui.

Eu claro cozinhei pra todos, eles adoravam. E eu também.

Embry, Sheth, Quill e até Sam, eu já estava me sentia bem a vontade perto deles.

– O que foi que você está assim tão quietinho? – Perguntei me encostando no peitoral de Jake, assim que eu acabei de secar os pratos. Ele estava casualmente recostado no balcão da cozinha –

– Estava pensando nesse aparecimento surpresa do seu... ‘Namorado’ – Ele teve dificuldade de falar a última palavra –

– Foi estranho, foi muito estranho – Confessei encarando seus olhos – Mas... – Hesitei em falar sobre o estranho arrependimento de Leah, e olhei para o chão –

– Mas? – Ele perguntou levantando o meu olhar –

– Também achei estranho o comportamento da Leah, pronto falei –

– Ah não Bells não entra na paranóia da Becca, eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele ia se acalmar e entender – Ele falou jogando as mãos para o ar –

– Tudo bem, vamos dizer que ela se arrependeu. O que você sentiu? – Parecia ridículo, mas eu estava receosa, com medo de que isso o tivesse balançado –

– Sentiu como?Sentir como se quisesse uma reconciliação?... Se eu ainda gosto dela? – Eu assenti lentamente, ele gargalhou –

– Não rir, é sério – Eu o repreendi rindo sutilmente, e ele fingiu parar – Vocês se entendiam, eram felizes e... –

– E você chegou? – Ele perguntou e eu assenti – E foi aí que tudo ficou melhor, você é a melhor coisa da minha vida –

– Você tinha uma vida tão calma Jake, tão certa, tão feliz. Se não fosse eu você teria casado, e seria tudo tão tranqüilo –

– Você está certa – Ele disse segurando minha mão, me puxando pra perto - Eu acho que talvez eu tivesse tido um casamento tranqüilo se você não existisse. Talvez eu achasse que a felicidade fosse isso... Uma vida tranqüila, comum, sem transtornos, um emprego bem sucedido... Mas como que isso pode bastar pra mim agora que eu experimentei o que é ser feliz de verdade? – Meus olhos marejaram com a declaração, e aos poucos eu me aproximei o beijando –

Um beijo lento, molhado, apaixonado. Jake me segurava perto, circulando meu corpo, me fazendo derreter, vibrar.

– E você? – Ele perguntou ofegante colando nossas testas, assim que encerrou o beijo – O que você sentiu? –

– Nada com o que você precise se preocupar – Garanti dando-lhe um selinho demorado nos lábios –

– Eu não posso garantir eu não o conheço – Jake disse dando de ombros, como de desdenhasse, eu ri – Será que ele vai ter alguma reação explosiva? –

– Não, o Edward é um cara muito bom, centrado, calmo. Tenho certeza que ele vai entender- Garanti, e ele estreitou os olhos –

– Os calmos, centrados são os piores – Ele falou debochado – E tenho medo que isso faça com que ele te conquiste novamente –

– Isso não vai acontecer Jacob, eu amo você – Garanti o beijando docemente –

– Mas vocês tiveram muito tempo de namoro e você pode... – Eu não o deixei terminar e o beijei novamente – Voltar atrás e ele pode... –

– Eu amo você Jacob, você – Garanti agora encarando seus olhos, ele sorriu e assentiu – Não importa se o que a Leah estava dizendo era mentira, não importa que o Edward apareceu do nada. Não importa nada –

– Eu vou resolver as coisas e nós dois vamos ficar juntos pra sempre ok?Vamos deixar de sonhar e vamos viver – Ele sorriu assentindo e selou nossos lábios mais uma vez – Se bem que viver ou sonhar com você tanto faz –

– É?- Ele perguntou sorrindo maliciosamente e me virando, me colocou em cima do balcão da cozinha –

– E – Eu disse encaixando minhas pernas em sua cintura, o puxando mais pra perto –

Nós engatamos um beijo ardente, apaixonado e cheio de desejo. Jake fez um caminho torturante de beijos pelo meu pescoço, eu arfei puxando de leve seu cabelo.

Jake também gemeu, e eu emaranhei meus dedos ainda mais em seus cabelos. Enquanto ele beijava meus seios, por cima da blusa.

Ele esparramou suas mãos na bancada, bem do lado de fora dos meus quadris. Inclinando sua cabeça para um lado, ele se moveu mais para perto. O cheiro dele, que era todo de terra, almiscarado, me inundou.

Eu inalei duas respirações agudas. Não. Isso não estava certo.

– Jake, Jake – Eu o chamava entre arfadas, tentando segurar seu peito – O seu pai Jake, ele pode aparecer a qualquer momento, nós devíamos ir, definitivamente devíamos ir -

– Ir para cá? - Sua boca estava no meu ombro. - Ou para cá? - Ela se moveu para o meu pescoço -

Meu cérebro não conseguia processar um pensamento lógico. A boca do Jacob estava perambulando para o norte, sobre a minha mandíbula, sugando gentilmente minha pele...

– É sério – Eu o repreendi gemendo sobre suas caricias – Devíamos ir para o quarto -

Ele finalmente me ouviu, e me pendurou em sua cintura. Ele tropeçou durante todo o caminho, afinal nossas bocas ávidas não se desgrudavam.

Quando eu senti a cama macia sobre as minhas costas, e os lábios dele sobre a minha pele eu tive certeza de que esses movimentos estranhos podiam significar tudo, mas ao mesmo tempo nada.

Porque enquanto nossos estivéssemos assim, conectados pelos mesmos sentimentos. Não havia nada que o mundo pudesse fazer contra nós. Nenhuma tempestade podia nos derrubar.

PODIA?