Poison Heart escrita por JHirako


Capítulo 1
Coração Envenenado


Notas iniciais do capítulo

Viajei demais... Pobre Prússia, pobre Poison Heart.
Por que todo mundo é malvado nesse mundo!



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No one ever thought this one would survive

Helpless child, gonna walk a drum beat behind

Lock you in a dream, never let you go Never let you laugh or smile, not you.

Estava no chão, machucado, por fora e por dentro. Apesar de ser o mais velho, era sempre o mais idiota. Ele havia sido vencido. Todos haviam o deixado de lado, todos estavam contra ele. Achavam que ele havia morrido, mas não havia acontecido isso. Prússia era muito forte.

Viu a garota ir embora. Hungria não estava sozinha... Mas e quanto as lembranças deles dois?

Ao seu lado, seu irmão, Alemanha, mas ele via nos olhos dele, a falsidade.

- Vamos... Para casa. - Disse o outro. Querendo levar o mais velho para casa.

Apenas por pena, talvez por maldade. Afinal, era humilhação demais ser derrotado assim...

Todos eles, não sentiam nada por ele... Prússia pensava assim. Queria sair correndo, queria morrer...

Não tinha como, mas não queria mais continuar. Viu todos indo, se vendo obrigado a ir com o seu irmão.

Mesmo não querendo. Mesmo o seu irmão o olhando indiferente.

Well, I just want to walk right out of this world,

'Cause everybody has a poison heart

I just want to walk right out of this world,

'Cause everybody has a poison heart.

Olhava pela janela... Ainda que dissesse "Eu sou incrível", aquilo não fazia mais sentido. O mundo era realmente falso. Todos, todos, todos. Mentiram para ele. Exceto seres puros o suficiente para isso.

Lembrou da garota indo embora. Ela ia de mãos dadas com Áustria. Não acreditava naquilo, mas seu corpo não podia se mover, para que ele dissesse para voltar.

Era uma expressão apreensiva... Ele havia ajudado aquela garota tanto no passado. Eles se odiavam tanto, mas se amavam tanto. Como se ela quisesse dizer alguma coisa, mas não pudesse, por afinal estar indo embora com outra pessoa.

Prússia não queria mais viver. Olhou ela se afastar, ainda olhando para trás. Leu os lábios dela.

Era um "Eu te amo".

Pensou no quanto ela estava sendo idiota, falsa, e vadia fazendo isso... Fechou os olhos, precisava ir, no seu rumo.

Making friends with a homeless torn up man

He just kind of smiles, it really shakes me up.

There's danger on every corner but I'm okay

Walking down the street trying to forget yesterday.

Viu o canário aparecer pela mesma janela que estava. Era apenas um animal inocente. Pegou-o na mão.

- Você é realmente fofo... - Falou. - Você não é que nem eles...

Até ele, até a sua amada, até mesmo seu irmão.

Todos eles, tinham a falsidade, aquela hipocrisia... Nem que fosse apenas um pouco. Soltou o pássaro... O pássaro ia voltar, quando ele mesmo, voltasse.

Saiu de casa.

Pensando na garota. Eles pequenos, crianças, inocentes. De seus olhos, caíam lágrimas. Lágrimas desesperadas... Eram todos falsos! Ele também era... Por não dizer a ela que a amava. Até ele... Até mesmo ele. Ninguém merecia isso.

Ele tentava ir, evitando os outros, mas tudo aquilo o atormentava. Era a perversidade do mundo, de todos os corações.

Well, I just want to walk right out of this world,

'Cause everybody has a poison heart.

I just want to walk right out of this world,

'Cause everybody has a poison heart, a poison heart, a poison heart, a poison heart ... Yeah!

Estava perdido. Era o que realmente queria... Estar longe de todos, desorientado, num estado que não poderia diferenciar as coisas, e então, a inconfidência de todo esse mundo. Por que todos eram assim? Quando abriu os olhos, procurando alguma direção, só viu na bebida uma saída.

- Pelo menos por algumas horas eu não vou mais pensar nisso... - Pegou a caneca, com a mão machucada dos acontecimentos anteriores...

Seu coração envenenado estava encontrando um lugar aconchegante, mesmo que fosse uma injúria, uma ofensa.

Até mesmo ele, que achava que todos eram os malvados, que via a maldade até nos olhos verdes de Hungria. Que via maldade no simples gesto do seu irmão mais novo em lhe ajudar. Que via a maior das maldades, a maior das perseguições, no fato de Áustria ter se casado com Hungria.

Via falsidade nela, mas ao mesmo tempo que via isso nela e nele próprio... Achava que eles eram as vítimas.

You know that life really takes its toll

And a poet's gut reaction is to search his very soul

So much damn confusion before my eyes,

But nothing seems to phase me and this one still survives.

Saiu, bêbado. Sem noção de nada... Estava num beco, sem nada para se guiar. Confuso, sem saber quem era bom, quem era ruim... Ainda assim, queria livrar-se disso tudo.

Pensava na melhor saída. Ele ainda era o melhor, tentava se lembrar disso... Mas não era isso que bastava! Ele estava sozinho, sem saber se ele era apenas mais um dos falsos que acusava...

Afinal, quem seria mais falso do que alguém que acusa os outros, mas não sabe nem acusar a si mesmo? Que não sabe diferenciar se sua amada é falsa ou não...?

Ela costumava o odiar, por o amar. Ela por vezes tinha pena dele. Por vezes ela também se rendia. Ele, fazia o mesmo... Então, quem tinha o coração envenenado nessa história? Era tudo tão confuso. Estava tão inconformado... Ainda queria ir deixar tudo isso de lado.

I just want to walk right out of this world,

'Cause everybody has a poison heart.

I just want to walk right out of this world,

'Cause everybody has a poison heart

Encostou-se numa parede, mas a força da bebida fez com que desabasse com sua testa na mesma, lhe fazendo um corte devido a parede ser feita de tijolos. O sangue escorria. Ajoelhou-se no chão, esperando que o corte tivesse sido realmente grande. Queria morrer logo.

Mas como sempre, ele sempre sobrevivia. O corte não era grande, não era fundo. Era apenas um machucado de um bêbado inconformado. Fechou os olhos, tentando afastar a dor. A dor que sentia na pele, a dor que sentia no coração.

Seu coração envenenado.

Viu o vestido verde, a expressão indefinida. Os olhos verdes, os cabelos castanhos de Elizabeta. A sua Elizabeta. Ela estaria o procurando? Passeando com Áustria? Apenas com pena dele?

- Se você ficar bebendo por aí e se jogando em paredes, vai morrer cedo... - Ouviu a voz doce dela dizer, mesmo em tom de desaprovação. Ela já tirava alguns lenços do bolso do avental. Viu nos olhos dela a falsidade, a mesma que viu nos olhos do irmão.

Ela nunca seria honesta com ele?

Well, I just want to walk right out of this world,

'Cause everybody has a poison heart,

a poison heart, a poison heart, a poison heart.

- Me desculpe... Eu acho. - Prússia falou, com a voz embriagada, o hálito de bêbado.

- Eu que lhe devo desculpas... Estou sempre com pena de você. - Ela continuou, limpando seus machucados. Ele tinha um sorriso de bêbado.

Seus corações eram envenenados mesmo. Ela ainda tinha pena dele, ainda havia malícia no fundo daqueles doces olhos. Pelo menos, ela ainda era honesta.

Havia a falsidade no seu próprio coração. Ninguém se salvava. E era por ele achar que ela ainda poderia ser pura, que ele era um daqueles que tinha perversidade consigo. Era apenas mais um... Se mereciam.

Ele ainda queria ir embora, escapar disso, mas queria ir com ela... E por isso, não escapava mesmo, era apenas mais um.

A poison heart, a poison heart, a poison heart, a poison heart.


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Notas finais do capítulo

Estraguei com uma música dos Ramones... Viajei com ela assim como viajava com Pet Sematary.
Desculpem os fãs de Ramones, devo ter feito vocês ficarem furiosos com a minha interpretação.

Então, mesmo que você não tenha gostado, não custa dar um review. Se você gostou, bem... Só dizer que gostou, não?
Obrigada por ler e chegar até aqui. :D



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