Filho de Netuno escrita por lady riot


Capítulo 2
Prólogo




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O Filho de Netuno

Prólogo: Quem?

Percy abriu os olhos e tornou a fechá-los por causa do excesso de luz. A cama também não estava muito agradável. Parecia dura demais. Resmungou algo e mudou de posição. Depois desistiu de voltar a dormir e abriu os olhos e esperou que eles se acostumassem com a claridade.

Percy arfou.

Ele estava dormindo em um... No meio do mato! Tinha até uma tendinha feita de... Pés de uva, a cima dele. E um cheiro de vinho que o estava deixando bêbado. Ele provavelmente estava bêbado quando foi dormir ali porque ele não fazia idéia de como foi parar lá. Ele ainda devia estar bêbado porque não fazia idéia de quem ele era. Percy se lembrava do seu nome: Perseu. Apenas isso. Nada mais. Um grande buraco na sua memória.

Ele escutou um rugido a alguma distância dele e se pôs tenso. Ele realmente devia estar bêbado porque estava esperando que algum bicho estranho, como uma esfinge, o atacasse; mas era apenas um garoto de espreguiçando. Um cara muito mal encarado. Do tipo que fariam as mulheres agarrarem a bolsa com mais forca e apertarem o passo. O estranho cocou a nuca, falou um palavrão e olhou para Percy.

Percy ainda estava tenso. Aquele garoto era exatamente como ele imaginava um skin-red. Percy não era emo, mas skin-red`s não precisam de desculpas para arranjarem uma briga. O garoto falou um palavrão por causa do sol que estava bem na cara dele e disse:

- É mano, acho que nós bebeu um monte ontem. – ele deu uma risada que parecia um latido – Nós dormiu na vinheda, mano.

- Quem é você?

Talvez isso não fosse o mais inteligente a se perguntar a um cara que parecia que iria amar te usar como saco de pancadas, mas logo Percy iria descobrir que coisas inteligentes não eram o forte dele.

- Eu sou Vênus, mano, não `tá vendo?

Percy o fitou. Vênus não era o nome romano de Afrodite?

O cara era grande. Parecia ser um jogador de futebol americano de tão alto e musculoso. A cabeça era raspada com alguns fios louros desapontando de sua cabeça. Os olhos eram de um castanho puxado para o vermelho. O nariz tinha um ângulo estranho, como se ele já tivesse levado muitos socos de direita. Também tinha várias tatuagens bizarras pelos braços.

- Não. – responde Percy. Apesar de estar pensando que se ele era mesmo Vênus, ele/ela era uma deusa, ou seja, pode assumir a forma que quiser e ficaria bem chateada por ele dizer aquilo. Apesar de não saber como ele sabia daquilo.

Para surpresa dele o “jogador de futebol” caiu na risada.

Provavelmente também estava bêbado.

E continuou rindo por muito tempo.

Ok. Com certeza também estava bêbado.

- JONATHAN!!! – alguém berrou por perto interrompendo a crise de risos do bebum #2.

- Quem é Jonathan? – Percy perguntou a ele.

- Eu neh Pér.

- Você não era Afrodite? – Percy disse em dúvida.

- Na verdade era Vênus.

- Você não era Vênus?

- Ah... Não.

- Ah! Aí estão vocês mocinhos. Vamos levantando e indo já a seus afazeres. Olha só o caminho de rato que você fizeram nas minhas uvas! Seus debilóides sarnentos. Vou colocar furnicida no almoço de vocês esperem para ver. Esperam para ver.

Era uma mulher. Ou pelo menos parecia uma mulher. Uma mulher verde, mas uma mulher.

- O que é furnicida?

- Você vai descobrir no almoço, Pér.

- Quem é Pér?

A mulher verde e o bebum #2 olharam para o Percy.

- Tu neh Pér.

- Eu?

- Nããão, eu.

- Mas você não era Jonathan?

- Ah eu não acredito! Não acredito! Vocês estão bêbados?

- Eu não! – respondeu Pér, ou Jonathan, ou Vênus, Percy ainda não tinha certeza.

- Ah claro! Quem mais seria? O Pér? – disse a mulher verde indicando o Percy.

- Mas ele é o Pér, não eu! – se defendeu Percy.

- Certo, talvez o Pér também, Jonathan. Apesar de eu ter minhas dúvidas porque ele sempre parece estar bêbado. Mas você?!

- Ah que isso meu brócolis amado... Eu jamais trairia você.

- Júpiter! Com tantos faunos legais eu tinha que namorar um filho de Marte beberão...

- Espera aí. – disse Percy – Você chamou a sua namorada de brócolis?!

- Ráh! Nenhum fauno é tão bom quanto um semideus gostosão. É ou não é Pér?!

- Você está falando comigo?

- Não o envolva nisso Jonathan! – disse a mulher verde – Pér! – ela se virou para o Percy, então ela provavelmente estava falando com ele. – Volte para o acampamento.

- Voltar para onde?

- Aaaaarrrg! Siga a trilha de destruição que você e o meu querido namorado quase-morto fizeram.

Por um instante Percy pensou em perguntar para que lado ele tinha que ir já que tinha trilha para todo lado, mas agora a mulher verde estava de um verde assustador (e Percy jamais havia pensado que verde poderia ser assustador, não que ele também soubesse se tivesse pensado nisso, mas...), então resolveu seguir onde a trilha estava melhor marcada.

Ele andou por algum tempo seguindo a trilha, tempo o bastante para ele se perguntar como – Santo Poseidon! – ele havia chegado tão longe estando tão bêbado a ponto de não se lembrar de nada que tinha feito nem no dia anterior, nem nos antecessores. E ele ainda estava bêbado, então deve ter sido um porre lascado. Ele não devia estar de ressaca, dor de cabeça e uma baita sede?  Não que ele estivesse reclamando.

- Pééér! - Percy sentiu alguém pular no seu pescoço e dar um beijo estralado na sua bochecha, o que o fez corar. – Ah que gracinha, você corou!

Percy olhou por cima do ombro para ver o que o tinha capturado e quase perdeu o fôlego ao ver uma garota agarrada a ele. Ela tinha os cabelos longos e loiros balançando com o vento, os olhos eram azuis como uma fonte de água cristalina, o nariz delicado, a boca carnuda e bem vermelhinha e bem beijável, a pele bronzeada. Ela era alta, quase da altura de Percy.

Essa sim era como Percy imaginava Afrodite.

- Amore, quero te apresentar minha amigooona Diana. - Ela indicou uma garota baixinha, pelo menos se for comparada aos dois, cabelos pretos. Os olhos azuis eram travessos e suas feições, delicadas. É. Delicada era uma boa palavra para definir a garota. Diana. Parecia uma fadinha de contos infantis. Nos lábios pequenos, tinha um sorriso sedutor. – Que apesar do nome é filha de Baco. Eeeeee. Diana, esse é Percy Jackson, de quem eu te falei.

- Eu não me lembro de você ter me falado dele antes de hoje.

- Ah sua bobinha, isso porque você tem uma memória muito ruim. Nem parece que é filha do deus do amor, amiga!

- Ah é porque meu pai estava mais para médico do que para conquistador quando me fez.

- Ráh! Duvido.

- Eu entendo. Também acho difícil aceitar isso. – as duas riram. - Então, Percy, é um prazer te conhecer. - Diana estendeu a mão para ele, mas ele apenas ficou olhando para ela. - Tudo bem, eu lavei minha mão hoje. – ela disse em tom de brincadeira, mas seus olhos o analisavam.

Percy estava com a cabeça começando a doer. Merda! Devia ser a ressaca chegando.

- Quem é você? – ele perguntou a garota loira.

- Eu sou Ella.

- Quem?

- Ella. Ella Votorantim.

- O seu nome é ela?

- É! – ela riu – Pér você andou bebendo?

- Ah, eu acho que sim, mas não me lembro...

- Ooow, bebeu tanto que nem se lembra de ter bebido? – Ella riu e depois franziu o cenho. – Cadê o Jonathan?

- Ele está lá para cima levando uma bronca da mulher clorofila.

- DE QUEM?! – Percy deu um pulo.

- Ah, eu não sei o nome dela. Quero dizer, talvez eu saiba, mas não me lembro.

- COMO ELA ERA?

- Era uma Dríade. – disse Percy sem saber como ele sabia daquilo, como sempre.

- UMA DRÍADE?

- É.

- AQUELA VADIA CLOROFILADA ME PAGA! – dizendo isso Ella saiu correndo pelo caminho que Percy tinha chegado, ou pelo menos ele achava que era aquele o caminho.

- O que foi isso? – perguntou ele depois que ela tinha sumido de vista.

- Bem, você acabou de presenciar o lado ruim de ter duas namoradas.

- O quê?

- Jonathan. Ele namora Ella e Margarida ao mesmo tempo. Aquele boiola!

- Ele namora duas garotas ao mesmo tempo e você acha que ele é boiola?

- Um palpite. – Percy a encarou até ela começar a rir. – Brincadeira. Mas nunca se sabe, não é mesmo?

Talvez não fosse ele, Percy, o louco dali porque essas pessoas pareciam todas serem loucas.

- Onde eu estou? – ele perguntou a Diana.

- Em casa.

Então por que ele estava com a sensação de que não deveria, de jeito nenhum estar ali?


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Notas finais do capítulo

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