2 meses se passaram, eu e o Rafa estávamos firmes, ele me ajudo a esquecer tudo, ele sempre será o melhor pra mim. Eu agora tenho 17 anos, sim hoje é o meu aniversario. Não vou fazer festa, nem nada do tipo. Eu só vou sair com o Rafa... O telefone começa a tocar.

- Alô? - disse.

- Oi amor. - disse a voz do Rafa do outro lado.

- Ah oi.

- Amor, desculpa... Eu sei que hoje é o seu dia especial. Mas eu não posso ir, eu vou ter ir ao hospital, preciso ver uma pessoa lá. Desculpa mesmo.

- Como assim, ver uma pessoa? Ela é mais importante que eu? - disse irritada já.

- Não, você não entende depois eu te explico melhor... Realmente eu sinto muito.

- Rafael... - então não tinha mais ninguém ali.

Desliguei o telefone irritada; eu já tava arrumada, então peguei minha bolsa e desci escada baixa e sai.

- Não vou perde minha noite, porque ele tem que visita "alguém". - disse pra mim mesma.

Andei sem rumo pela a rua, nervosa. Então passei, por aquela praça... Parei ali, olhei pro céu. Respirei fundo, e me virei para ir embora, quando o vejo... Fico paralisada, olhando pra ele. Ele usava uma touca, blusa xadrez, calça preta e um all star, estavam bem mais magro do que da ultima vez que o vi. Ele me olho surpreso, como se não esperava me encontrar aqui.

- Ellen... - foi tudo que ele disse.

Então eu o olhei, e fiquei com raiva. E comecei a andar, mas algo pega o meu braço e me puxa pra trás.

- Não vá. - falo ele.

- Me de um motivo pra mim fica? - falei nervosa.

Ele me olho um pouco triste, então solto meu braço e olho pra baixo.

- Você tem razão... Não tenho motivos pra você fica aqui comigo... - disse ele, então me olho novamente

- Feliz aniversario.

Então ele que se viro e começo a andar.

- Espere... - quando percebi, era eu que tinha falado dessa vez.

Ele olho pra mim, mas só de lado. Estava com a mão no bolso, mesmo ele estando diferente de antes, mesmo assim, continuava lindo. Eu prendi um pouco a respiração e disse.

- E essa touca? Você disse que não queria uma touca...

- Era pra você poder me esquecer mais rápido... e eu também. - disse ele e começo a andar. Então eu percebi, meu coração tinha acelerado quando o vi parti, e aquela maldita dor começava a voltar.

- Não, não, por favor não volte... - resmungava. Porque ele tinha que aparecer agora? logo agora que tudo estava perfeito.. que ódio. Voltei pra casa, com mais raiva de quando sai.

- Filha, que houve? - falo minha mãe.

- Nada, não houve nada. - falei e fui pro meu quarto.

Deitei na minha cama, e relembrei, relembrei de coisas que lutei pra esquecer, relembrei de tudo. E meu coração ainda doía por isso.

- AAAAH – gritei.

Porque ele tem que reaparecer logo agora? Agora que tudo esta bom, tudo esta perfeito novamente, por quê? Porque quando o vi, meu coração quase despedaça? EU NÃO QUERO MAIS ISSO. Porque você faz isso comigo? Porque Eric... Comecei a chorar, mas não de dor, mas sim de raiva. De raiva dele, e de mim mesmo por não ser forte o bastante. Então de repente tomo uma decisão, uma decisão estranha; irei à casa do Eric. Levantei-me, me olhei no espelho, me arrumei e sai. Comecei a correr e correr. Estava sem fôlego, mas não parava. Minhas pernas se moviam por vontade própria. Parei na frente da casa dele e gritei:

- ERIC! ERIC, ERIC. – gritava descontroladamente. Mas não foi ele que apareceu na porta, e sim sua irmã. Ela me olho com um olhar triste e veio até a mim.

- Você não soube? – a pergunto.

- Sobre o que? 

Os olhos dela encheram de lagrima, me olho e disse:

- Ele esta no hospital, ele esta morrendo... – falo ela.

Na mesma hora eu caio no chão... Ele esta morrendo? Como assim?

- Ta brincado né? Não brinca com umas coisas dessas... Ele ta ai em cima não é? Ele só falo pra você falar isso pra não me ver não é? – disse quase chorando.

Ela começo a chorar.

- Ellen, ele tem câncer. Ele está te esperando, ele sempre esteve te esperando...

Fiquei paralisada olhando pra ela, eu não podia acreditar naquilo. Eu não podia.