Segredo Familiar. escrita por mokoli-me
Tiro certeiro.
Passo a noite em claro, estou sentindo uma coisa estranha, talvez seja porque amanhã vai ser o grande dia.
O máximo que eu consegui dormir foi uns minutinhos, meu corpo está cheio de vida, eu estou esperançosa.
Eu vou passar algumas instruções para o Bruno. Eu sei que ele é mais esperto que eu, mas eu não quero que as coisas dêem errado.
Minhas mãos soam, estou nervosa, mas ainda vou ter que ir para a escola.
Arrumo-me e vou à escola com minha mãe.
A tarde chega, Rose vai me buscar e finalmente chego em casa.
Como o esperado Bruno está me esperando para nós começarmos o desafio de entregar todas as pistas para alguém que poderá colocar um fim nesta história.
─Aonde nós vamos Bruno?
─Nós vamos até a delegacia, mas os papéis originais estão conosco. Entregaremos isso tudo para os policiais, mas vamos fazer com que todos saibam desta história, assim a polícia não poderá encobrir.
─Gostei da ideia.
─Bela, eu escaneei os papéis e agora nós vamos lançar em uns sites da internet.
─Bruno, se você não conseguir fazer isso, se você me perder, eu quero que você deixe tudo nas mãos da Juliana, ela saberá o que fazer.
─Bela, eu não a conheço.
─Ela está no hospital Windsor, na ala de crianças com câncer, eu não sei o sobrenome dela, ela tem 14 anos, mas se você falar com a enfermeira Mariana 22 ela sabe.
─Se acontecer alguma coisa como eu vou conseguir parar neste hospital?
─É o mais perto daqui, é o único perto, lá tem tudo e eles não levam ninguém para outros hospitais porque os outros ficam na outra cidade.
─Fechado. Juliana tem leucemia, enfermeira Mariana 22.
─Isso.
─Vamos espalhar nos sites.
Começamos a mandar e-mails e a postar as páginas em sites. De grandes a pequenos sites, o que nós passamos deixamos as cópias de tudo.
Bruno também fez um texto contando tudo o que aconteceu, pois só os papéis não seriam o suficiente para provar.
Os vídeos foram parar na internet também, ninguém se livraria, não desta vez.
─E agora?
─Vamos até a delegacia.
Ouvimos o barulho da porta, minha mãe acabara de chegar.
─Bela, nós temos que ir logo.
─Vamos.
Pegamos tudo, Bruno colocou tudo dentro de uma sacola e descemos até o andar de baixo.
Esperamos ela ir até o escritório e saímos.
Sem nenhuma preocupação ou suspeita saímos e seguimos até o final da rua. Não percebemos que um carro nos seguia.
Tudo que ouvi foi uma voz gritando:
─Maldita, você me paga!
Me virei e vi minha mãe no carro, sua mão para fora com uma arma. Uma dor horrível me invadiu, meu rosto pingava sangue, minha cabeça latejava sem parar.
O carro bateu no poste. Eu gritei:
─Bruno, continua.
─Bela!
Essa foi a última palavra que ouvi antes de ficar inconsciente.
[POV Bruno on]
O mundo desabou na minha cabeça. Fiquei paralisado, vendo a imagem da pequena Bela no chão com um tiro na cabeça. O tiro vindo de sua própria mãe.
A culpa disso tudo é minha, eu deveria ter cuidado dela, mas não há mais tempo para escolhas. Atendo o seu último pedido ou a ajudo?Talvez os dois sejam uma boa opção.
Grito para uma pessoa da rua levar ela para o hospital Windsor, coloco os papéis na minha calça e corro o máximo que eu posso.
O carro saiu do poste, ela está vindo na minha direção. Cláudia atira, mas os primeiros tiros não me acertam e eu continuo andando e pedindo por socorro.
Um tiro acerta meu braço, mas a dor não me impede de continuar. Corro, corro e levo um tiro na perna, a gota d’água, por mais que meu corpo queira continuar minha perna não deixa. Corro, mas caio indefeso no chão.
Agonizo no chão e escuto a sirene da polícia passar por mim em uma velocidade incrível.
Penso em Bela, eu tenho que conseguir por ela. Não sei o estado em que ela se encontra, mas o meu único objetivo agora é entregar essas pistas para a polícia.
Deus ajude a Bela, me leve, salve ela. Esse é o meu único pedido.
Sou posto dentro da ambulância e sigo para o hospital Windsor, como Bela havia falado.
Juliana é nossa única salvação. O pesadelo se instalou. Eu quero acordar logo e descobrir que tudo isso não passa de um sonho.
Chego ao hospital e não vejo ninguém além dos paramédicos.
─Eu preciso da polícia.
Todos parecem não me ouvir. Eu preciso fazer com que eles me escutem.
Chego em uma sala e peço desesperadamente:
─Eu quero falar com a enfermeira Mariana 22 urgente.
─Para que?
─É urgente.
Ela saiu correndo e finalmente eu conseguiria fazer pelo menos uma coisa. O futuro desta história estará todo entregue nas mãos de uma garota de 14 anos e de uma enfermeira.
Esse desafio é com certeza o mais difícil que eu vou passar em toda a minha vida.
─Você está me chamando?
─Sim, por favor, entregue isso pra Juliana, a amiga da Isabela que tem leucemia.
─Lembro-me. Entrego sim.
─Obrigado, por favor, entregue.
─Vou agora mesmo.
─Obrigado.
Um alívio dominou meu corpo e fui para a mesa de cirurgia.
[Bruno off]
[Isabela on]
Quando acordei estava no hospital. Uma máscara foi colocada no meu rosto e eu não vi mais nada de novo.
[Isabela off]
[Juliana on]
Estou no meu quarto esperando a visita de meu pai, quando alguém bate na porta.
─Pode entrar.
─Com licença.
─Oi Mariana. – ela veio na minha direção.
─Ju, pediram para eu te entregar, parece que tem a ver com a Isabela.
─Obrigada, tchau.
Não pode ser as provas. Ela conseguiu! Abro a sacola e posso ver os DVDs e os papéis. Eu acho que ela não conseguiu entregar para a polícia, eu devo fazer isso, mas como?
Já sei, meu pai, ele tem que fazer isso por mim. Vou esperar até que ele chegue, é a nossa única salvação.
─Olá filha.
─Oi pai.
─Pai, eu quero te pedir uma coisa.
─O quê?
─Eu preciso ajudar uma pessoa. Entregue isto para a polícia, é a única coisa que lhe peço.
─O que tem aí.
─Umas provas.
─De quê?
─Pai, é só você entregar, não seja reconhecido.
─Juliana, o que é isso?
─Pai, são umas provas para pôr uma pessoa na cadeia.
─Filha, eu não posso fazer isso, é perigoso.
─Por favor, pai, deixe isso lá e vá embora. Peça para alguém entregar.
─Para quem é este favor?
─Pra minha amiga Isa, a mãe dela, a Cláudia matou o irmão dela.
─Como você sabe disso.
─Ela me contou pai, faz isso por mim.
─Tudo bem.
Meu pai estava triste e com certeza não gostou da ideia, mas eu sabia que ele iria fazer isso por mim. É por uma boa causa.
Espero ansiosamente a sua volta. Eu quero ouvir dele que deu tudo certo. O objetivo da Isa agora está nas mãos do meu pai.
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[Bruno on]
Saí da mesa de cirurgia e o primeiro pensamento me veio à cabeça: Será que deu tudo certo?
Isso seria questão de tempo, nessas condições o máximo que eu posso fazer é aguardar por notícias.
Bela, fique boa logo, Bela nós precisamos de você.
Tomara que tenha dado tudo certo. Espero a notícia enquanto a anestesia ainda está fazendo efeito.
[Bruno off]
[Juliana on]
Estava a ponto de cochilar quando meu pai chegou.
─Pai, você conseguiu?
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