Segredo Familiar. escrita por mokoli-me


Capítulo 11
Uma luz no fim do túnel.


Notas iniciais do capítulo

O conto é de minha autoria,escrevi ele por impulso da mente, assim como todos os capítulos.
A frase do final eu achei em um livro meu e não sei de quem é,mas não é minha. O desafio do donut eu peguei na internet!



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Uma luz no fim do túnel.

Ainda resta uma saída.

Acordo cedo, como sempre. Hoje é o dia da apresentação e estou super empolgada.

─Mãe, quem da nossa família vai vim para me ver?

─A vovó e o primo Bruno, ele vai ficar aqui uns dias com a gente.

─Que bom.

─Vai se arrumar para não perder a escola.

Meu primo Bruno é muito legal, ele tem 17 anos e é compreensivo que nem o Bryan, só que ele não vem muito aqui em casa, minha família só aparece aqui de vez em nunca.

Estou animada e quero muito poder ver o Bruno e minha avó Luíza.

Fui para a escola, o dia foi normal e como sempre a Rose foi me buscar. Minha empolgação estava passando dos limites, eu fico muito eufórica em dia de apresentação.

Quando cheguei em casa, meus parentes já estavam lá.

─Oi vovó, oi Bruno!

─Bela!

Ficamos conversando e brincando por um tempo, até que a vovó parou para fazer crochê, ela é uma vovó e tanto! Continuei a brincar com o Bruno.

─Como vão as coisas Bela?

─Vão bem, e você?

─Também, você não quer me dizer nada?

─Agora não, hoje não, talvez não.

─Ta bom, eu só perguntei, sem maldade.

─Me desculpe, é que eu não estou bem certa de minha decisão.

─Que tal agente brincar de banco imobiliário?

─Eba!

A pergunta dele acendeu um alarme dentro de mim, talvez eu tenha encontrado a pessoa que tanto procurei, ou agora não seja a hora certa.

A hora da apresentação está chegando, só vou me trocar atrás do palco, tudo vai ser uma grande surpresa, eu estou muito feliz, ainda bem.

Espero meu pai chegar, para nós irmos ao centro de balé da minha escolinha.

Dou os últimos retoques no cabelo e finalmente estamos prontos para a apresentação da peça “Fios de ouro”.

Meu coração está acelerado, até porque eu vou ser a personagem principal pela primeira vez. Nas outras apresentações eu nunca era a principal, porque era muito pequena, e eles tinham medo de eu esquecer a fala ou falar muito baixo.

No meu cabelo tinham fios dourados, meu vestido era de uma fada, só que sem as asas, todo cor de ouro velho e meus sapatos eram... Bem, eu estava descalça e só depois colocaria a sapatilha, eu teria que fazer os passos quase a peça inteira sem sapatilha, iria ser um trabalho e tanto!

Todos os efeitos de iluminação são ligados, a música começa a tocar, os cenários recebem os últimos preparos e a peça começa:

─Era uma vez um mundo, cheio de encantos, nele viviam fadas do bem, fadas do mal, monstros, animais, sereias e um monte de criaturas mágicas. Era o mundo Fantastique.

A rainha e o rei eram criaturas maléficas, que só faziam o mal e criavam regras mirabolantes para Fantastique.

Em um dia chuvoso, andavam sete fadas juntas, as fadas dos tesouros, cada uma guardava consigo um tesouro, elas eram encantadoras.

Vic - a fada de prata.

Lala – a fada de bronze.

Bela – a fada dos fios de ouro.

Nina – a fada do mapa.

Fabi – a fada da rosa de vidro.

Bibi – a fada do sapatinho.

Zila – a fada do diamante.

Elas viviam em um cogumelo gigante e rosa, com várias casinhas dentro dele, onde as fadas dormiam.

Era uma tarde chuvosa, para ser mais específica, as sete fadas andavam em direção à floresta de algodão, para fazerem cobertores para os moradores da vila. Como guardiãs de tesouros elas tinham grandes responsabilidades.

Zila era a mais velha, seguida por Nina, Vic, Bibi, Lala, Fabi e a caçula Bela.

Elas não sabiam, mas naquele dia o rei e a rainha tinham feito uma regra que dizia: em todo dia de chuva, os moradores deverão ficar em casa, se não serão presos porque é muito perigoso ficar andando por aí em dia de chuva.

Uma regra sem pé nem cabeça feita de última hora. Elas já estavam no caminho da floresta, quando o casal maléfico assinou a ordem.

Todas já estavam com suas trouxinhas cheias de algodão, quando dez guardiões do rei as pegaram de surpresa e levaram-nas até o reino presas em cordas.

Chegando ao reino, elas foram separadas em celas. A mais velha e a mais nova foram postas juntas, a fada do mapa, Nina, ficou sozinha e as outras quatro ficaram juntas. As asas de todas foram retiradas.

A vila em que as fadsa dos tesouros moravam, souberam da prisão delas e foram até o reino.

─Por favor, rei deixe-as sair da prisão, elas não sabiam da regra, pois estavam na floresta do algodão.

─Sem dó, nem piedade. Não as soltarei tão cedo.

─Por favor, majestade.

─Sumam da minha frente, agora!

Todos saíram em disparada e lamentaram o ocorrido, dentro de suas casas, para que não fossem presos também.

Com frio e fome, a fada Nina que estava sozinha foi posta com a fada mais velha, Zila, no labirinto do castelo, onde tinham que achar a saída para o mundo Fantastique, mas havia desafios no caminho.

A experiente Zila ficou no meio do caminho, pois não suportou a dor quando foi dito em um desafio que o seu marido tinha traído ela. O desafio pedia que ela não chorasse, mas ela se afundou em lágrimas e ficou presa no labirinto. Não soube lidar com a dor de sua alma.

Nina a mais valente de todas, chegou até a última porta, mas viu a retrospectiva de toda a sua vida, viu toda a maldade que fez contra as pessoas e caiu em derrota. Ficou sem forças para passar pelo último desafio e ficou presa.

As quatro fadas que estavam juntas foram separadas em duplas e foram trancadas em um quarto escuro, onde tinham que responder perguntas para alcançar a liberdade.

Fabi e Bibi foram as primeiras a serem interrogadas.

─Fabi, por que o teu príncipe te deu uma rosa de vidro?

─Porque...

Fabi não soube responder, então o Robô das Questões respondeu por ela:

─Ele te deu esta rosa de vidro para que ela se quebrasse logo e você perdesse todo o seu encanto, ele não te amava e só queria te destruir.

Fabi ficou nos braços da amargura e não soube responder a próxima questão:

O João, enquanto toma o seu pequeno almoço, não tendo grande apetite, diverte-se a brincar com um "donut" e uma faca. O seu espírito sempre atento a pormenores totalmente inúteis leva-o a questionar-se sobre qual o número máximo de pedaços não necessariamente iguais em que conseguiria cortar o infeliz "donut" com um determinado nº de cortes direitos (retos, no mesmo plano). Facilmente conclui que com dois cortes conseguia obter 6 pedaços, mas só após muito esforço e vários "donuts", descobriu quantos pedaços conseguia obter com 3 cortes. Infelizmente, não chegou a vislumbrar sequer qual seria o resultado de 4 cortes no "donut", porque nessa altura já tinha sido levado, amarrado numa camisa de forças, por uma equipe de paramédicos chamada pelo proprietário da pastelaria...

Quantos pedaços obteve o João com 3 cortes (retilíneos, não esqueça!) no "donut" ? E atreve-se você a tentar descobrir quantos serão obtidos com 4 cortes ?

Ela era muito nova e não conseguia pensar, pois estava decepcionada com seu amor.

Bibi, vendo o estado da amiga, decidiu ser mais esperta e não deu respostas claras para o robô.

─Você quer sair deste quarto escuro, Bibi?

─Olhe nos meus olhos e verá.

─Vamos nadar?

─Sereia, cadê você? – ria sem parar, a pobre fada.

─O seu tesouro é a inteligência ou o sapatinho?

─O sapatinho, ora bolas!

─Um sapato não vai te levar a lugar nenhum, aproveite e fique com ele neste quarto para sempre.

Bibi ficou inconformada, tentou ser tão esperta, mas aprendeu tarde demais que não se tem tesouro maior do que a própria inteligência para vencer questões robóticas.

As duas fadas ficaram presas, foi decretado pelo rei.

Vic e Lala, as duas fadas valiosas enfrentaram um só desafio juntas. O desafio era: elas teriam que vender toda prata e todo bronze para o reino, só assim poderiam sair.

Elas não pensaram duas vezes toparam vender, só que se esqueceram que elas próprias eram a prata e o bronze. A partir daquele dia elas seriam escravas do reino, pois se venderam.

Só restou a caçula Bela, a fada dos fios de ouro, que teve a péssima notícia de que todas as suas amigas-irmãs tinham ficado presas no reino para sempre.

Ela foi colocada em um jardim cheio de pedras. Seu primeiro desafio: ela teria que andar sobre as pedras para superar a dor física.

Pensando nos momentos bons, que viveu em seus 10 anos de vida ela atravessou o trajeto inteiro.

Estava pronta para o segundo desafio: ver a cena de todas as suas amigas-irmãs amarguradas e sofrendo, ela não poderia chorar.

Ela pensou que não havia motivos para chorar, sendo que as lágrimas era um sinal de alegria ou de dor e isso ela já tinha superado.

O terceiro desafio foi imposto: ela teria de ver o filme em que seu namorado a deixou.

Como ela era muito nova, nunca estivera em relacionamento algum, e naquele instante percebeu que suas companheiras atacadas por causa de seus amores, foram enganadas pela falta de confiança.

Quarto desafio: fez um teste para testar sua inteligência.

O quinto e último desafio seria imposto, pois nada estava conseguindo derrotar a pequena fada dos fios de ouro.

Ela foi aprisionada dentro de um túnel, escuro, com ratos e outros insetos repugnantes.

Lá, tentaram comprar seus fios de ouro, vender alimentos envenenados, dar-lhe sapatos confortáveis e explosivos, dar-lhe mapas falsos, mas nada disso adiantou, ela se mantinha viva e firme.

Ela assistiu por fim o vídeo de sua vida, junto com os dez capangas do casal maléfico, onde eles viram que ela era uma fada inocente, que sofreu diversas barbaridades na vida, como ver a maldade, a traição, a dor física, a dor da alma, a perda, a fome, o frio, a sede, a tentação...

Eles perceberam que nada iria conseguir vencer a pequena fada, pois ela era pura, ela era apenas uma criança indefesa e bondosa.

Uma crise de choro a dominou, mas com os pés machucados, a dor no estômago, a sede, e o frio, ela continuou caminhando em direção à saída do túnel, ou pelo menos o caminho que ela achava que iria levá-la até a saída.

Quando os seus pés não a aguentava mais, ela caiu no chão e viu um par de asas brilhantes e amarelas vindo em sua direção.

Eram as suas asas, que foram retiradas pelos guardiões do rei, então ela pegou o bilhete em uma das asas e leu:

“Ainda resta uma saída”.

Bela, colocou suas asas e seguiu o caminho em que suas asas a direcionava. De repente ela viu uma luz no fim do túnel, que a levou até a saída.

Ela liberou os justos e espalhou bondade por todo o mundo Fantastique. Deu uma boa lição para o rei, para a rainha, e para seus guardiões, que ficaram presos em seus próprios desafios.

E todo povo bom e justo daquele mundo viveu feliz para sempre.

Fim!

Subi na cadeira suspensa no meio do palco e esperei ela subir, até que chegasse o ponto combinado com a professora.

A cadeira era coberta por folhas de plástico, que combinava com minha fantasia de fada e minhas sapatilhas de bailarina.

Quando cheguei à altura certa, liguei o microfone e disse alto e nitidamente:

─Sempre há uma luz no fim do túnel, sempre há uma saída. Batalhe para alcançar seus objetivos e não tenha medo de enfrentar a vida. A tocha da felicidade está te esperando no fim do caminho.

O salão foi dominado pelos aplausos dos pais emocionados e meu sorriso ia de uma orelha a outra.

Troquei-me e fui muito elogiada e parabenizada por todos.

Minha família estava muito orgulhosa de mim. Eu estava simplesmente radiante.

Cheguei em casa, onde fui recebida com mais sorrisos e elogios. Subi para o meu quarto, peguei uma canetinha, abri um envelope e escrevi dentro dele, onde havia uma linda folha. Escrevi um trecho que eu levaria por toda a minha vida.

O que eu escrevi?

“Às vezes, a vida nos prepara grandes desafios.

É preciso coragem para vencê-los”.


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Notas finais do capítulo

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