Casos Macabros escrita por Saito


Capítulo 10
Caso 10: Jogando com as sombras


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo saiu mais rápido do que eu esperava :) Aproveitem!!



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Sabe aquela brincadeira infantil de sombras? Aquela de correr atrás da sombra, quando é de tarde ou de noite? Ou de você tentar pegar a sombra, mas sem que ela te imite?

Que bom que você lembra.

Assim, fica mais fácil de contar esta pequena história.


 

Há um mundo escondido pelas sombras do nosso mundo. Você poderia pensar como sendo um “reflexo”, embora esse não seja o termo correto. De qualquer forma, nós não temos acesso a esse mundo de sombras, embora elas tenham acesso ao nosso mundo. Só que esse acesso não é fácil, é preciso que uma troca seja efetuada.

Depois dessa breve introdução, vamos aos fatos.

Crianças são naturalmente atraídas pelo proibido. E elas conseguem sentir quando algo não faz parte de nossa dimensão, mas insistem em manter-se em contato, até o momento em que crescem e deixam isso de lado. Por isso, a maioria dos adultos não percebe o “outro lado”.

Anna era uma dessas crianças curiosas, e muito sensível ao sobrenatural; uma combinação perigosa, eu devo dizer. Ela adorava brincar com os animais de estimação da rua, mas tinha a preferência por brincadeiras que envolviam sua sombra. Para ela, não havia ninguém que tivesse sua forma física, ou que penssasse como ela, a não ser seu reflexo no espelho, ou sua sombra.

Lentamente, a sombra começou a perceber que não era ignorada por sua dona, mas muito amada. E passou a desejar viver no mundo que Anna habitava, um mundo de luz e com detalhes definidos. Tal desejo passou a consumir a sombra. Ela já não desejava mais ser uma mera sombra. Queria tornar-se real, palpável.

És tu aquela que deseja passar ao outro lado?

A sombra de Anna tinha recorrido ao Senhor da Noite, aquele que criara as sombras. Sabia que ele podia ajudá-la, e não se importava com o preço a ser pago.

– Sim, meu senhor. Desejo viver do outro lado, junto de Anna.

Entretanto, tal ato é impossível, pequena sombra. Não podem existir duas da mesma pessoa, a não ser quando geradas num mesmo ventre.

Como aquilo era possível? Então, como faria para existir do outro lado?

Há algo que podes fazer. – a sombra escutou com atenção. – Anna tem de tomar teu lugar neste mundo. Ou você pode usurpar o lugar dela. A primeira opção é apenas uma troca de lugares; ela ainda pode ser capaz de retornar ao mundo de origem. A segunda opção, porém, é mais definitiva. Só poderás existir no outro lado se matar aquela a quem pertence.

E dizendo isso, o Senhor da Noite deixou a pequena sombra.

O desejo continuava a mexer com ela. Queria viver do outro lado, para poder ficar junto de Anna! Não poderia matá-la! Mas se apenas trocassem de lugar, e Anna conseguisse voltar, a sombra seria odiada eternamente! O que fazer?

Todavia, a sombra começou o quão bom seria poder receber a luz todos os dias, sem se importar em desaparecer. E pensou em um plano.


 

– Sombra, quero ver você me pegar! – Anna corria na frente do muro, ora pulando da sombra, ora tentando pegá-la.

– Peguei. – a sombra esticara o braço para fora. Maravilhada, viu que seu braço ficara idêntico ao de Anna. A menina ficou pálida ao ver o que ocorria, mas não soltou nenhum grito, pois entrara em estado de choque.

Assim que pôs a perna para fora, a sombra vira que era uma cópia exata de Anna. E encarou a criança, numa súplica.


 

– Anna!

– Sim, mamãe? – Anna virou-se para a mãe, que lia na varanda da sala.

– O que houve? Você demorou hoje!

– Eu só estava brincando com a minha sombra. – a mãe deu um sorriso e mandou a menina ir se lavar para o jantar.

Ao chegar no banheiro, Anna despiu o vestido e analisou-o; depois, jogou no lixo.

Uma enorme mancha de sangue cobria o traje. 


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Notas finais do capítulo

Puuuuutz, tô vendo que ninguém mais lê isso aqui... Será que é hora de parar? .-.



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