Tokyo Angel's Friends

Capítulo 12 - Mew Aqua

O grupo olhou para cima, seguindo a direcção da Mew Lobo, os seus olhos arregalaram-se quando viram aqueles olhos…frios, sem expressão e especialmente sem brilho ou vida…ninguém queria acreditar que o seu ataque era nada mais, nada menos do que….

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…Sulfus…

"O q-que é que se passa aqui?!" exclamou Kabale quando viu o seu parceiro por cima da sua cabeça e das dos outros, com a sua mão estendida na direção deles e chamas prontas para serem atiradas de novo. Estavam todos em choque, porque é que estava a atacar eles? Isto não fazia sentido! Eles não eram o inimigo!

"Sulfus o que é qu-" Raf não conseguiu acabar a sua pergunta pois o demónio disparou uma, duas, três bolas de fogo de seguida na direcção deles de novo, mal tiveram tempo de se desviarem delas "Não entendo!"

"Se queremos descobrir, então teremos de lutar. Não temos outra escolha!" disse Zakuro, determinada enquanto segurava o seu mew pendente. Ela e as outras quatro beijaram os pendentes e imediatamente assumiram as suas formas de guerreiras. Evocaram as suas armas and saltaram na direcção daquele que uma vez fora o seu aliado.

"Não esperem!" exclamou Raf, assustada, nem ela nem os outros queriam atacar Sulfus, ele era um deles! Ele era amigo deles, não podiam magoá-lo! Mas as Mew Mews pareciam bastante determinadas em parar o demónio, custasse o que custasse.

"Ribbon...Lettuce Rush!" gritou Mew Lettuce, apontando as suas castanholas e disparando jactos d'água contra as bolas de fogo, Sulfus reparou naquilo a tempo e parou de atirar bolas de fogo e conseguiu evitar que a água o atingisse. A atacante seguinte foi Mew Mint, usando o seu Mint Echo mas de novo o demónio derrotou-a, ele activou o seu Voo Corporal, apanhou a seta entre as mãos e partiu-a em dois.

Mew Ichigo apareceu por detrás dele e antes que ele pudesse evitar, ela atingiu-o nas costas o que o enviou de imediatado contra o chão. Os anjos e demónios viam sem puderem fazer nada como o seu parceiro era atirado ao chão. Mew Ichigo estava prestes a usar o seu Strawberry Check nele quando de repente, Raf meteu-se à frente do demónio caído, de braços abertos

"Não, por favor não o magoem!" disse ela causando a mew mew parar o seu ataque em seco, para não a atingir desnecessariamente

"Sai da frente, Raf! Ele atacou-nos, ele está a agir como se nós fossemos o inimigo, não podemos colocar isso para trás das costas!" disse Mew Ichigo, no entanto a anjo recusou-se a deixar o seu amado naquele estado e abanou a cabeça, determinada em protege-lo.

"Não! Não posso deixar que o magoem!" então virou-se para Sulfus e ajoelhou-se ao lado dele "Sulfus, por favor pára com isto, eu não sei por que razão estás a fazer isto mas por favor pára..." suplicou ela, o demónio abriu os olhos âmbar e a rapariga ficou chocada quando viu o quão vazios eles estavam, aqueles não eram os olhos do seu querido demónio, eles nunca eram tão frios! Onde estava o brilho e o calor?! Estando demasiado apanhada nestes pensamentos, a anjo não reparou que o demónio estava prestes a agarrá-la. Ele virou-a ficando ela de costas para ele e de seguida colocou um braço em roda do seu pescoço, segurando-o com força. O seu outro braço segurava ambos os braços dela atrás das suas costas. A anjo tentou respirar mas o seu aperto no seu pescoço era demasiado forte.

"S-Sulfus, p-pára!" tentou ela dizer por entre engasgos

"Larga-a!" gritou Urie

Raf tentou libertar-se do seu agarro "Sulfus, eu suplico-te! Pára! Este não és tu!" gritou cheia de dores quando o demónio puxou ainda mais os seus braços, ainda assim não desistiu "Tu lembras-te quem eu sou, não te lembras? Sou eu, a Raf! O teu anjo, este não és tu, tu não és assim! Volta!!" aquelas palavras pareceram ecoar pelos ouvidos do demónio, ele soltou-a o que causou-lhe a queda no chão e segurou os seus braços doridos enquanto olhava para ele, esperançosa que ele tinha finalmente acordado.

Antes que Sulfus pudesse reagir de novo, Mew Zakuro apareceu-lhe por trás com um olhar frio "Lamento Sulfus mas tu não me deixas outra escolha" sussurrou ela antes de lhe bater na parte detrás do pescoço, causando-lhe desmaio e queda nos braços da mew. Quando todos se asseguraram que era finalmente seguro aproximarem-se, assim o fizeram, Urie ajudou Raf a levantar-se que não conseguia deixar de olhar para o amado, preocupada...e todos tinham exactamente a mesma pergunta a correr-lhes pelas suas cabeças....

O que raio tinha acontecido a Sulfus?

~*.*~*.*~

Não muito tempo depois, estavam todos de novo dentro do café, todos nas suas formas humanas, os eternos incluidos já que agora sabiam que era seguro. Sulfus ainda estava a dormir, no piso de cima, mas não sozinho no quarto, Raf tinha-se recusado a sair do seu lado porque da última vez que o fizera, este estranho evento acontecera. No entanto nem tudo eram más notícias, Ryou e Keiichiro tinham anunciado que a suposta cura que eles tinham estado a experimentar tinha resultado na perfeição na pequena amostra de sangue que tinham retirado do demónio, o que significava que a cura era capaz de eliminar o veneno no seu sistema. Neste momento estavam a preparar uma porção maior para poderem injectar o suficiente no corpo de Sulfus para que assim limpasse tudo.

A febre alta tinha voltado e tal como acontecera na última tarde, o rapaz mal conseguia respirar e tinha a cara completamente vermelha e suada, mais uma razão para a anjo ter recusado sair do seu lado. Ela sabia que de certa maneira não valia a pena mas não conseguiu evitar em espalhar um pouco de água fria sob a testa dele com uma toalha molhada. Ela suspirou enquanto rezava mais e mais para que Ryou e Keiichiro se desapachassem e lhe dessem a cura...

As suas preces depressa foram ouvidas, o loiro e o homem de cabelo castanho entraram no quarto com tudo preparado. Sem dizer uma palavra, Raf sentou-se sobre a cama e colocou a cabeça de Sulfus sobre o seu colo, ela acariciou-lhe o cabelo antes de erguer a manga da sua camisola. A anjo loira olhou para os dois homens, Ryou estava a segurar uma seringa que continha um liquido azul brilhante dentro, algo que ela achou estranho...por que razão era tão brilhante?

Ryou aproximou-se do casal e injectou o liquido brilhante no braço do demónio, ele pareceu mover-se um pouco no seu sono mas depressa se acalmou. Em poucos minutos a sua respiração voltou ao normal, o seu rosto já não estava tão vermelho e ele parecia  estar mais calmo, como se a dor tivesse desaparecido.

"Resultou!" exclamou a anjo

"É claro que sim" contra-rebateu o adolescente loiro "Nós dissemos que resultaria" tudo o que a anjo loira se limitou a fazer foi deitar-lhe a lingua de fora, às vezes ele irritava-a! Não era de admirar que a sua humana perdia a sua paciencia com ele tão facilmente! Sorte a dele que esta anjo era mais paciente. Ryou simplesmente cruzou os braços atrás da cabeça e saiu do quarto, Keiichiro sorriu e abanou a cabeça.

"Deves estar a perguntar-te que tipo de cura era" disse o homem enquanto limpava as coisas usadas

"Estou" disse a anjo, curiosa

"Bem não te preocupes, amanhã o Sulfus já é capaz de conseguir estar de pé e então nós contaremos tudo o que precisam de saber. Por agora, deixa-o descansar, ele precisa depois destes dois dias de sofrimento." agarrou na mala que tinha trazido e estava prestes a sair do quarto quando a anjo o parou.

"Keiichiro" chamou ela, causando o homem parar de andar e virar-se para ela "O que é que achas...que poderá ter causado ele comportar-se daquela maneira à algumas horas atrás...?" perguntou ela hesitante

"Acredito que foi culpa do veneno, Raf...parece que tinha mais efeitos do que nós pensavamos" e então saiu do quarto, a loira suspirou e  acariciou a cabeça do seu amado antes de se inclinar para a frente e beijar-lhe a testa, acariciando-lhe o rosto...

"Sabes...acho que devia ficar doente mais vezes...se tenho direito a este tipo de tratamento" Raf sobressaltou-se ao ouvir a voz de Sulfus finalmente erguer-se no quarto, ela olhou para ele e viu os seus olhos âmbar de volta ao normal, um pouco abertos.

"Estavas acordado!" exclamou ela

"Acabei de acordar" afirmou ele enquanto se tentava levantar mas acabou por ser puxado de volta para a cama

"Oh não, nem sequer te atrevas a sair dessa cama menino" ordenou Raf enquanto ela saia da cama para que assim ele se pudesse deitar como deve de ser

O demónio queixou-se e revirou os olhos "Queres parar de me tratar como se fosse um bebé? Sinto-me óptimo!"

"Acabaste de te safar de um veneno, não te vou deixar ires por aí e andares a fazer asneiras tão depressa! Por isso vais fazer como eu disser e vais ficar na cama até ser hora de voltarmos para a escola, estamos entendidos?"

O demónio revirou os olhos de novo e fez sinal de continencia "Sim mãezinha" disse ele num tom super sarcástico mas acabou por levar uma belinha em cheio na cabeça "Ow! Hey! Não me podes bater, eu estou doente!"

Raf colcou as mãos na cintura e ergueu uma sobrancelha "Eu pensei que acabaste de dizer que te sentias na perfeição?"

O demónio decidiu permanecer calado em vez de responder desta vez, simplesmente se afundou de novo para dentro dos lençois, Raf estava decidida a sair do quarto para que assim ele pudesse descansar, agora que ela estava segura que a sua vida estava fora de perigo mas Sulfus também estava decidido a não deixá-la ir tão facilmente por assim antes que ela se afastasse demasiado da cama, ele estendeu o seu braço e agarrou-lhe a mão com a sua, forçando-a de volta a ele. Apanhada de surpresa, a rapariga não conseguiu manter o equilibrio e acabou por cair em cima dele.

Ela corou ao ver o quão perto os seus rostos estavam um do outro; estavam apenas a uns pequenos centímetros de distancia...Sulfus sorriu provocador ao ver o seu embaraço "Estamos de volta ao anjo envergonhado?"

Ela revirou os olhos "Querias...." o demónio devagar mexeu a sua mão do seu braço para o seu pescoço e finalmente parou sob a parte detrás da sua cabeça "O q-que é que estás a fazer...?"

"Algo que tenho andado a querer fazer à muito tempo" e sem mais hesitações, puxou-a para baixo e beijou-a com toda a paixão que tinha mantido dentro de si, a vontade, a necessidade de beijá-la de novo, de sentir os seus lábios sobre os dela que ele tinha mantido dentro de si desde aquela vez em que se beijaram pela primeira vez, beijo que mais tarde se tornou num problema...

Ele finalmente soltou-a mas tinham-se beijado durante tanto tempo que ambos estavam encarnados e a arquejar, Raf colocou a sua mão sobre os seus lábios "O q-que é que tu fizeste? Tu sabes que-"

Ele sorriu matreiro "-que nada de mal acontecesse se nos beijarmos em forma humana, que é como nós estamos neste momento"

"Eu sei disso mas tu sabes que se as professoras descobrem..." ela suspirou "...da última vez fomos elibados das acusações porque supostamente fomos influenciados pelo feitiço da Reina...mas agora fizemo-lo de livre vontade, se eles descobrem...eles poderiam...eles poderiam separar-nos! E eu não quero isso e tenho a certeza que tu também não queres-" foi silenciada pelo seu dedo sobre os lábios dela

"Preocupas-te demasiado, anjo...não estamos na escola, ninguém que poderia denunciar-nos o viu, apenas os nossos amigos sabem a verdade dos nossos sentimentos, não te preocupes com isso" disse ele, Raf finalmente se acalmou...de certa maneira ela sabia que as suas palavras estavam certas...mas ainda assim ela não conseguia evitar estar preocupada....não conseguiria suportar ser separada dele de novo...

"Está bem...mas agora descansa, precisas de recuperar a tua força"

Ele suspirou derrotado; ela não o ia deixar em paz até que ele dormisse "Está bem, está bem...eu faço-o" acomodou-se melhor sobre o colchão e entre os lençois e rapidamente se deixou dormir, estava mais cansado do que tinha imaginado. Raf suspirou e depois de lhe acariciar o rosto, saiu do quarto e fechou a porta atrás de si.

"Importas-te de explicar o que foi aquilo?" disse de repente uma voz por detrás da anjo o que lhe causou um sobressalto pela surpresa, ela virou-se para a pessoa que tinha falado

"Z-Zakuro, assustaste-me" murmurou a rapariga, tentando esconder o seu nervosismo...o que é que ela tinha visto?

A mew mew mais velha cruzou os braços "Desculpa lá....mas acho que nos deves uma explicação, não achas?"

A anjo suou "E-Explicação sobre o quê...?"

"A tua verdadeira relação com o Sulfus...pelo que nos disseste antes, vocês são suspostos serem rivais, as vossas raças lutam constantemente, no entanto tu e ele têm uma relação que diz completamente o contrário disso...eu sei que há algo entre vocês os dois, eu vi..."

"V-Viste exactamente o quê...?"

"O beijo" afirmou a mew lobo "Tenho a certeza absoluta que não é uma coisa comum entre duas raças que são rivais eternos e que supostamente se odeiam. Eu acho que está na altura de tu nos dizeres o que se passa"

Raf olhou para baixo...tinha sido apanhada com a boca na botija...

~*.*~*.*~

"O que é que nos querias dizer?" perguntou Minto, vendo toda a tensão que a loira tinha no seu corpo desde que tinha vindo para o piso debaixo com Zakuro, esta última ergueu uma mão na direcção da mew pássaro, dizendo-lhe para estar em silêncio, ser paciente e ouvir.

Raf suspirou pela miléssima vez antes de finalmente decidir falar "Muito bem...a verdade é que...eu e o Sulfus já não somos simples rivais...nem nos odiamos...pelo contrário...nós estamos apaixonados"

As mew mews pareciam chocadas e surpreendidas, excepto Zakuro, no entanto deixaram a anjo continuar a sua fala "Tudo começou no ano passado. Quando chegou altura para eu começar o meu primeiro estágio na Terra, ele foi a primeira pessoa que eu vi quando aterrei, ele provocava-me constantemente e eu obviamente chateava-me quando ele fazia isso, o que claramente lhe dava gozo. A nossa relação era simples provocação e rivalidade mas depois comecei a aperceber-me que estava a começar a sentir algo mais quando estava com ele, algo mais para além do aborrecimento que sentia no ínicio. Eu sabia que algo se estava a criar entre nós os dois quando um fim-de-semana em que ficámos sozinhos e o que parecia ser mais um desafio, tornou-se num jogo divertido de apanhada pela escola"

"Mas as coisas ficaram mais confusas quando nesse mesmo dia, eu e o Sulfus fomos mordidos por uma aranha, não uma aranha qualquer, era uma aranha enviada por alguém que nos estava a vigiar desde o primeiro dia e que para o seu próprio bem, precisava que nós nos apaixonássemos e beijássemos."

"Espera, espera....estás a dizer que o vosso inimigo queria que VOCÊS se beijassem? Não é normalmente o contrário? O amor derrota o mal?" perguntou Ichigo, confusa

Raf suspirou "Não este e como eu disse, era para o seu proprio bem. De qualquer forma...aquela mordidela era suposto fazer-nos apaixonar e fazer-nos aderir ao desejo de nos beijar-mos. Mas a situação era que nós já estávamos apaixonados quando fomos mordidos, por isso a mordidela só fez os nossos sentimenos acelararem. O nosso inimigo era uma ex-anjo que cometeu um sacrilégio ao roubar o retrato do seu humano, ela tornou-se numa neutra e foi enviada para o Limbo, a sua única maneira de sair de lá era um novo sacrilégio, um beijo entre um anjo e um demónio e nós fomos os seus alvos. Ela e o seu servo, que era o humano cujo retrato ela roubou, continuaram a trancar-nos em diversos lugares para ficarmos sozinhos. Primeiro enviaram-nos para outra dimensão onde ficámos cara a cara com um Minotauro e o seu Labirinto, depois conseguiram influenciar os humanos a irem a uma visita de estudo às Cavernas da Obscuridade, sabendo que nós, eternos, teriamos de seguir os humanos onde quer que eles fossem, assim conseguiram trancar-nos dentro das cavernas onde nós os dois quase nos beijámos mas conseguimos controlar-nos..."

Outro suspiro "Então aconteceu...durante o Torneio da Luz e da Escuridão, um torneio onde Anjos e Demónios lutam entre si. Eu e o Sulfus fomos escolhidos para lutarmos um contra o outro apesar de nenhum de nós o querer fazer, tinhamos de o fazer, para o bem das nossas equipas. Se eu ganhasse, um Demónio voltaria para casa, se ele ganhasse, um Anjo voltaria para casa. Mas a batalha nunca aconteceu, quando a hora de escolher o campo de batalha chegou, tudo explodiu e nós os  dois fomos enviados para outro tempo, para o passado, de volta ao tempo dos Maias. Lá nós vimos um Anjo e um Demónio que já tinhamos visto antes nos frescos do Labirinto do Minotauro, eles eram Tyco e Sai, dois rivais que, como nós, se apaixonaram. Eu tive uma discussão com o Sulfus por causa dos nossos sentimentos e no final, tal como o Tyco e a Sai, nós beijámo-nos..."

Lettuce parecia hesitante em perguntar "E...o que aconteceu a seguir?"

Raf olhou para ela "Bem...um amor entre um anjo e um demónios é raro mas proibido, um beijo significa o fim do mundo..."

"Espera...se vocês os dois se beijaram, de acordo com o que contaste o mundo devia ter acabado mas não aconteceu, ainda cá estamos todos. Como é possível?" perguntou Minto

"É aí que estou a tentar chegar. A única coisa que aconteceu depois de nos termos beijado foi um terramoto na nossa cidade, felizmente não houve mortes. Ambos fomos acusados de sacrilégio quando regressámos ao nosso tempo, atravessamos um processo disciplinar e quase fomos expulsos da escola, se não fosse pelos nossos amigos e professores, eles encontraram provas que a Neutra, que depois do beijo foi libertada do Limbo, usou-nos para escapar e por isso fomos considerados inocentes. Mas ambos perguntáva-mo-nos se os nossos sentimentos tinham sido falsos aquele tempo todo e que eles apenas nasceram devido à mordidela da aranha, mas como eu disse antes, descobrimos mais tarde através da Reina que a mordidela da aranha serviu apenas para acelarar os nossos sentimentos que queriamos esconder. Ao mesmo tempo descobri o porquê do mundo não ter colapsado quando nos beijámos, foi porque eu não nasci anjo mas sim humana."

"O quê?!" exclamaram as mews, Raf ergueu os seus cabelos loiros e mostrou-lhes o sinal que tinha no pescoço, mostrando-lhes a prova que há um ano atrás a torturara bastante.

"Eu nasci humana, ambos os meus pais eram humanos. Descobri que o servo da Reina, o Malachia, era o meu verdadeiro pai...mas ele morreu para me proteger da Reina...a minha mãe, Angelie...eu sei que ela está viva algures, eu oiço a sua voz às vezes na minha cabeça mas eu não sei onde ela está...tudo o que sei é que ela desapareceu num misterioso tornado enquanto brincava comigo no jardim da casa, eu era apenas uma bebé nessa altura. Quando o meu pai se tornou no servo da Reina, eu fui deixada sozinha e porque tinha sido um anjo a causar o desaparecimento do meu pai, as Altas Esferas adoptaram-me e tornaram-me num anjo."

"Estou a ver..."

"Bem...agora vocês já sabem a história toda...mas eu quero pedir-vos que não contem a mais ninguém esta história, eu e o Sulfus podemos estar juntos enquanto na forma humana mas como eternos temos de permanecer como os velhos  rivais que costumávamos ser."

"Tens a nossa palavra!" exclamou Ichigo, Raf sorriu e agradeceu-lhes.

~*.*~*.*~

"Equipa, seguiam-me, há uma coisa que quero que vejam" disse Ryou quando entrou no salão do café. Já tinham passado dois dias desde que tinham dado a cura para o veneno a Sulfus, tal como tinha sido previsto, ele estava bem, já tinha febre nem desmaios repentinos, apesar de  às vezes ter umas quantas dores de cabeça. O grupo olharam uns para os outros, o café tinha acabado de fechar, eles encolheram os ombros, nenhum deles suspeitava ou tinha alguma pista sobre o que o loiro lhes queria mostrar. Por isso limitaram-se a levantar e seguiram-no para um piso de baixo, encontrando uma porta que nunca tinham visto antes. Ryou abriu-a e deixou todos entrarem, ficando cara a cara com uma sala enorme, estava praticamente vazia mas tinha um enorme ecrã colado à parede, Keiichiro já lá estava e tinha um cesto com algo lá dentro, ele colocou-o em cima da pequena mesa que estava frente a ele.

O grupo aproximou-se da mesa e viram que o que estava dentro do cesto era nada mais nada menos do que um pato, parecia ferido.

"Oh pobrezinho" disse Dolce "O que lhe aconteceu?"

"Encontrámo-lo esta manhã junto ao lago. Estava ferido e não conseguia voar." explicou Ryou, então retirou um pequeno frasco de dentro do bolso das calças, os olhos de Raf arregalaram-se quando se apercebeu do que estava ali dentro "Agora vejam isto com atenção"

"Espera, isso não é a mesma coisa que vocês deram ao Sulfus?" disse a anjo, o rapaz simplesmente olhou para ela mas não lhe respondeu à pergunta, ele aproximou-se do pato e  umas quantas gotas cairam sobre o animal...uns segundos mais tarde já se podia mexer como se a ferida tivesse desaparecido, e de verdade tinha!

"Curou-se completamente!" exclamou Pudding

"O que é isso?" perguntou Urie, retirando os olhos de cima do animal

"Demos-lhe gotas de Mew Aqua" explicou o loiro

"Mew Aqua...?"

"A Mew Aqua, em termos mais simples, é uma água cristalina com um nivel elevado de pureza, é dito que tem a habilidade de revitalizar o corpo. Se alguém se fere, quando lhe é aplicada esta água, a pessoa cura-se"

"Então foi por isso que o Sulfus se recuperou tão rápido do veneno?" disse Raf

"Exacto, Raf" disse Keiichiro

"Espera, estás a dizer que testeram essa coisa em mim?" disse o demónio de cabelos negros

"Tiramos uma pequena amostra do teu sangue para testá-la antes de a darmos a ti, e como todos podem ver, resultou" disse Ryou

"Não acredito nisto...é incrivel..."

"Sim...nós também achamos difícil de acreditar. Acreditamos que a Mew Aqua tem outro poder, nós achamos que tanto vocês, Mews, como vocês, Eternos, podem ser influenciados pelo seu poder"

"O que queres dizer?"

"Quero dizer que o vosso corpo pode mudar quando em contacto com ela. Quando nos apercebemos dessa possibilidade, uns estudos mais aprofundados revelaram o segredo por detrás dela. Estas gotas de Mew Aqua são provavelmente restos do que antes foi a fonte original. O poder destas gotas são apenas uma centena de milionésimos do poder original." continuou o loiro "No entanto..."

"No entanto o quê?" perguntou Cabiria

"No entanto, a fonte original de Mew Aqua existe algures neste mundo. Mas isto é apenas uma introdução por agora...a Mew Aqua, com toda esta capacidade...possuiu o poder de afectar o meio ambiente da Terra, ou até mesmo mudá-lo por completo. Encontrar a fonte original e extraí-la será a nossa máxima prioridade..."

TBC..