A Far-off Memory escrita por LawlietShoujo


Capítulo 2
Muro do esquecimento


Notas iniciais do capítulo

Desculpe se demorei! >_



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Yosuke e Ryutaro se conheceram no final do ano anterior ao acidente, numa festa de reveillon. Com algum tempo de amizade, descobriram que moravam na mesma cidade, apenas em lados opostos dela. Eram tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidos que a evolução dos sentimentos que tinham um pelo outro fora inevitável. Seus pais não sabiam da amizade deles, muito menos do namoro que começaram em fevereiro. Marcar encontros nunca foi um problema, porque ambos tinham muita liberdade em casa e raramente eram questionados a respeito de suas vidas sociais.

Criaram uma ligação muito intensa - eram o apoio um do outro e a companhia também. Quando os assuntos dados pelas escolas em que estudavam coincidiam, marcavam para estudar num pequeno bosque que havia no limite da cidade. Aliás, aquele era o ponto de encontro dos dois para qualquer coisa. Um lugar muito silencioso, tranquilo e, por ser pouco conhecido, raramente visitado.
 

"Por onde será que anda o Ryucchan? Ele prometeu que ia me ligar de lá, droga.", Yosuke andava em círculos por sua casa, angustiado. Algo lhe sussurrava no ouvido ideias ruins sobre o paradeiro do seu pequeno de cabelos cor de fogo, roubando-lhe cruelmente o sono. Sua mãe não fazia o tipo preocupada e presente, assim como seu pai. Tinha dois irmãos mais velhos, mas um deles já havia tomado seu rumo para fora de casa, deixando-o apenas com o outro, que não era muito sociável.

– Yosuke, vá buscar o jornal pro seu pai!

– Estou indo, estou indo.

O moreno se dirige ate a porta, apanhando o caderno de notícias e se entretendo rapidamente com ele. Passou os olhos sobre as folhas sem compromisso, mas teve a atenção atraída a um pequeno espaço do jornal reservado a notícias locais sem muita relevância. Ao terminar de ler, deixou os papéis caírem no chão e não pôde conter a expressão de espanto. "A-acidente na estrada...?", balbuciou, ainda em choque e incrédulo, "A familia Shimizu...".

– M-mãe! Vou sair!

– Traga o jornal antes!

Yosuke junta novamente as folhas e as coloca sobre a mesa apressadamente, saindo sem dizer mais nada. No jornal não havia informação sobre o estado em que a família ficara, mas dizia que estavam num hospital perto do centro da cidade, então ele não demoraria muito para chegar lá. Estava com as mãos um pouco trêmulas e a respiração acelerada.

As portas automatizadas do centro hospitalar dão espaço para o moreno e toda sua preocupação passarem e alcançarem a recepcionista em poucos passos.

– Pois não?

– Em que quarto se encontra Shimizu Ryutaro?

– Deixe-me verificar.

A jovem digita algumas coisas num computador branco e fixa seu olhar na tela por um tempo, voltando-o para Yosuke em seguida, com uma expressão neutra.

– Ele estava no segundo andar, mas acaba de receber alta. Creio que já deve estar deixando o hospital.

– O-obrigado!

O adolescente segue pelo lugar, desviando de pacientes e funcionários até as escadas que o levariam para o andar em que estava Ryutaro. Não foi preciso subir: a familia Shimizu já estava conduzindo o frágil menino para o terréo, ainda preocupados com Megumi, que continuava internada.

– Ryutaro!

A voz de Yosuke ecoa, e ele sorri, aliviado, ao ver que não havia acontecido nada grave com seu pequeno companheiro. Mas o outro não responde, apenas o encara com uma expressão de desconfiança e cheia de dúvidas.

– Ryucchan, é um amigo seu? - A mãe pergunta.

– N-na verdade, eu acho que não o conheço. - O garoto parecia surpreso.

– R-Ryutaro?

– De onde nos conhecemos?

– Ora, deixe de brincadeiras!

A mãe do pequeno acidentado, a senhora Aiya, então toma a frente, pensando que talvez, com o acontecido, seu filho esquecera daquele jovem que estava ali. Ela puxa Yosuke pelo braço, o conduzindo para longe e deixando o outro com o pai.

– Ahn, menino, você conhece o Ryucchan há muito tempo?

– ... Não muito, na verdade. Nos vimos pela primeira vez no finalzinho de dezembro. Por que pergunta?

– Pobre rapaz! - A mulher assume um semblante piedoso. - Meu filho perdeu parte da memória recente ao se acidentar na estrada... Eu... Eu sinto muito, ele não mais se lembra de quem você é. Ele não sabe dessa perda de lembranças ainda, então, por favor... Não o procure até que ele se recupere... Me desculpe.

Yosuke recebe a notícia como se esta fosse um raio atingindo seu corpo com brutalidade, e não consegue articular nenhuma resposta, apenas observando o chão com a expressão vazia de quem acaba de perder a coisa mais importante que possuía. O pai de Ryutaro chama pela esposa, alegando que o ruivinho em questão precisava ir para casa descansar.

– Temos que ir. Espero que o Ryucchan retome suas memórias em breve...


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam apreciando a leitura >_______w



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