A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 59
Capítulo 10 - Por trás dos olhos azuis (P3)


Notas iniciais do capítulo

Termino do cap ;) Podem gritar aleluia ^^
Depois de terminarem me falem se valeu ou não a pena esperar a volta do Ed ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/105240/chapter/59

POV Bella

Acordei angustiada hoje, sentia minha barriga com um friozinho de ansiedade. Respirei fundo e puxei minha filha para mais perto de mim. Ela ainda dormia e o seu ressonar fez meu coração aquietar.

Fechei meus olhos e escutei no primeiro andar a empolgação de Bruna com o jogo dos garotos. Eles haviam conseguido chegar à final, e o jogo seria contra a tal cidade rival. Jacob estava tendo trabalho para segurar a ansiedade dos meninos, essa seria a primeira final de um campeonato importante que eles disputariam. Seria televisionado e com certeza olheiros de faculdades iriam estar presentes.

Minha sobrinha estava mais feliz ainda, pois seus pais prometeram ir, até cancelaram uma entrevista em um programa de TV dizendo que iriam a um jogo de futebol americano, pois era muito importante para sua filha, líder de torcida, a presença dos pais. Por esse motivo tenho certeza que o lugar estará com mais câmeras do que qualquer outra final de qualquer campeonato estudantil.

Ri baixinho ao ouvir Daniel reclamando da roupa de Bruninha e ela choramingar para Esme que ria da provável cena.

- Bom dia mamãe. – disse Nessie com voz sonolenta e abrindo seus olhinhos.

Bocejou e se aconchegou mais em meu abraço.

- Bom dia meu anjinho, dormiu bem? – ela respondeu um “Uhum” preguiçoso e eu sorri beijando o topo de sua cabeça.

[...]

Em torno das onze da manhã todos foram para o estádio que ficava em uma cidade exatamente entre as duas cidades que competiriam. Dan e Nati deixariam Bruna e Jacob em frente ao colégio já que eles iriam com o ônibus do time e das lideres de torcida.

Jasper, Alice, Rose e Emmett iriam com um carro e Esme, Carlisle e Charlie iriam com outro e levariam Nessie com eles.

Quanto a mim... Bem eu não me lembro, quer dizer, eu iria junto com minha filha, mas eu tive uma espécie de apagão e quando percebi estava sozinha em casa. Isso vem acontecendo bastante comigo nas ultimas semanas. Minha memória parece apagar algumas horas de meu dia. É realmente estranho. Não contei nada a ninguém, mas Alice percebendo a minha confusão quando eu de repente me deparava em um lugar e não sabia como havia parado ali, dizia o que eu tinha feito sem que os outros percebessem. Ela estava preocupada e eu confusa.

Isso me faz lembrar quando eu vi Victória no colégio. Foi estranho, porque em um momento eu discutia com ela sobre eu não ter senso de humor e em outro eu estava mais próxima da vampira que prendia minha sobrinha. Naquele momento eu fiquei sem reação, pois eu não tinha idéia de como aquilo tinha acontecido sem eu perceber. Quando eu cheguei em casa a minha cabeça parecia querer explodir e meu corpo fervia em febre. Dormi por bons dois dias para recuperar minha energia.

Bem... Mas agora eu estou aqui, sentada em minha cama, vestida com uma calça jeans de lycra branca, usando um cinto branco, um tênis branco, uma regata justa branca, com um casaco branco. Deus! Acho que até minhas roupas intimas são brancas. Não duvido nada que não esteja parecendo uma mãe de santo!

Olhei-me no espelho e foi estranho, por que a roupa em si não estava ruim, mas dava a impressão que estava vestida para algum evento importante, não como uma festa, mas mais para um acontecimento.

Meus cabelos caiam soltos pelos meus ombros e só agora percebi o quão longo eles estão. Como os prendo todos os dias nem reparei seu comprimento, mas eles estão na altura do umbigo... Caramba...

Fui até minha gaveta do criado mudo para pegar um elástico, mas percebi que nada havia ali exceto um papelzinho.

Nem pense em prender seus cabelos! Eles estão lindos de mais soltos!

Outra coisa... Você disse que iria mais tarde para o estádio, então é melhor sair agora e voando de preferência para não chegar aqui apenas na hora da comemoração...

Beijinhos da sua cunhadinha que te ama Alice.

Ok, quem sou eu para discutir com a fadinha?

Segui seu conselho e pulei no telhado, amarrei meu casaco na cintura e abri minhas asas para voar o mais rápido possível e não perder o jogo de meus alunos. Ow! Ainda bem que estou usando uma regata, já cansei de rasgar camisetas e casacos por causa de minhas asas.

POV Bruna

A pequena viagem de 1 hora foi animada. Nós estamos super ansiosos e felizes. Fomos cantando da saída do colégio até a chegada ao estádio. Dês de gritos de guerra até músicas como o “... roubou pão na casa do João”, por que viagem de escola sem essa música não é viagem!

Jake gargalhava com as brincadeiras.

Descemos do automóvel animados, as meninas primeiro com os pompons brancos e azuis, combinando com nossos uniformes que eram inteiramente brancos e detalhes azuis. O uniforme dos garotos era ao contrário.

Olhamos admirados para o lugar. O estacionamento estava quase cheio, mas ainda tinha muita gente chegando, o estádio era simplesmente gigantesco, perto dele vi uma aglomeração de repórteres em volta de alguém.

- Parece que seus pais já estão sendo azucrinados. – sussurrou Jake e eu ri assentindo.

- Mamãe vai ficar louca. – sussurrei de volta e ele gargalhou.

- Sem dúvida alguma pequena! – disse em tom normal passando um braço em cima dos meus ombros.

Escutei os corações baterem agitados em meus amigos, eles estavam muito ansiosos.

- Muito bem galera! Cheguem perto aqui! – chamou Jake e logo todo o time e as lideres de torcida estavam em volta dele.

Jacob sorriu para todos rodando em seus calcanhares. Era notável as feições nervosas em todos.

- Escutem bem o que vou dizer... Não quero que joguem pensando em ganhar. – disse seriamente e nós trocamos olhares sem entender. – Quero que joguem pensando em se divertir... Vocês amam esse jogo, pois se divertem jogando, competindo e isso é o mais importante, o resultado é apenas um detalhe. Sei que como é grande a rivalidade com o outro time vocês querem muito ganhar, mas usem essa vontade a favor de vocês, tenham foco no jogo, mas não se desesperem, se divirtam! É isso que quero de vocês, quanto às meninas... – ele pausou sorrindo. – Façam o que vocês sabem fazer de melhor!

Gritamos empolgados e juntamos as mãos no centro.

- 1,2,3... COTA! – gritamos a sigla da nossa cidade e seguimos em direção ao estádio. [N/a: Ray, só coloquei um T no meio xD]

Andamos em grupo para ver como era o lugar. Nosso jogo começaria daqui uma hora e meia e Jake foi avisar os organizadores que nós já havíamos chego.

Estávamos muito animados. Seguimos conversando para a entrada do estádio. Passamos exatamente do lado de meus pais em quanto eles eram entrevistados e tudo mais. As câmeras viraram em nossa direção filmando principalmente as meninas. Meus pais sorriram para mim que retribuí timidamente e acelerei o passo para irmos de uma vez para dentro, já foi muito difícil eu ignorar os olhares de todo o colégio quando eu fui para aula no dia seguinte que a vampira apareceu por lá. Meus amigos não perguntaram nada, mas eu tinha grandes suspeitas, para não dizer certezas, que eles sabiam exatamente quem e o que eu era.

O estádio era simplesmente gigantesco. Possuía três andares. O térreo era uma espécie de mini shopping, possuía lojas, restaurantes e um grande espaço. Nos dois andares a cima ficava as arquibancadas e o camarote no ultimo andar possuindo uma vista privilegiada.

Paramos em frente a uma loja de bonequinhos bizarros e ficamos rindo dos brinquedos expostos na vitrine.

- Bruna Swan? – uma voz conhecida soou ao meu lado.

Virei-me sorrindo largamente e então corri me jogando aos braços da garota de lindos cabelos dourados e cacheados.

- Anny! – gritei feliz.

Nos duas começamos a pular que nem loucas abraçadas. Ana Pitty, filha do doutor Ulisses. Ela é um ano mais velha do que eu, nos conhecemos no dia em que tia Bella morreu e voltou a vida, mas criamos uma forte amizade e perdemos o contato a pouco mais de um ano.

- Como você está?

- Como você está? – perguntamos juntas e então rimos, pois nós sempre fazíamos isso de falar a mesma coisa ao mesmo tempo.

Sai de seu abraço e assim que nos olhamos ficamos de boca aberta.

- Sério? – perguntei rindo e ela me acompanhou.

Minha amiga vestia um uniforme de líder de torcida todo preto com detalhes em vermelho, ou seja, ela era da escola que nós iríamos enfrentar.

Puxei-a pela mão e apresentei a meus amigos.

- Gente essa é Ana Pitty uma amiga minha de infância... Não olhem feio para ela porque apesar dela ser líder de torcida do time adversário ela é muito louca! – disse divertida e meus amigos sorriram tranquilamente.

- Isso foi um elogio? – perguntou ela erguendo uma sobrancelha.

- Para você sim. – respondi rindo e ela me mandou a língua e logo desatou a rir.

- Você é nova não é? Não me lembro do teu rosto nos anos anteriores. – disse Maggie.

- Entrei na metade do ano passado. – respondeu tranquilamente. – Mas estou pensando em sair, as garotas são muito nojentas, se acham as superiores e os garotos nem se fala.

- Concordo plenamente. – disse Nicholas com a cara fechada olhando para nossas costas.

Ele puxou Maggie possessivamente e ela o olhou como se pedisse calma. Nunca entendi esses dois, quer dizer, eles são melhores amigos e tudo mais, mas tenho quase certeza que Nick gosta dela.

- E ai Pitty, fazendo amizades piores que as que já têm? – perguntou um garoto loiro com ar de deboche.

- Querido... Supera! Eu não quero você, não precisa bancar o idiota que foi humilhado ao receber um toco... Ah! Opa, você é ele né? – disse minha amiga sarcasticamente e eu e meus amigos rimos.

O garoto ameaçou chegar mais perto e Anny simplesmente expôs seus dentes.

- Me respeite Johnny como se eu fosse qualquer pessoa, como se tem que respeitar qualquer um... Mas antes de querer me ameaçar se lembre o que eu sou. – disse ela seca.

Virei para meus amigos e dei um sorriso amarelo.

- Esqueci de mencionar que ela é uma mestiça... Filha de uma mulher humana com um cara da lua. – então sussurrei para minha amiga. – Eles não sabem o que eu sou e muito menos quem eu sou... Então se você puder manter segredo.

- Sem problemas. – respondeu e então se virou para meus amigos. – Não se assustem comigo, só ameaço babacas. – então piscou de um olho só nos fazendo rir.

- Caramba Johnny, você costumava ter mais moral... Não que ela fosse muito grande, mas... – provocou Denis.

Mas acho que o tal loirinho não tinha medo de humanos, pois simplesmente voou com a mão em punho na direção de meu amigo.

Antes que ele o acertasse, Jake apareceu segurando o punho do garoto e segurando Denis pela camisa, já que ele ficara com raiva que Johnny tenha tentado lhe socar.

- Parou porra! – brigou Jake empurrando o loiro para o lado dos amigos e Denis para o nosso lado.

- Chega Denis! – pediu Bernardo com a cara fechada e puxando o amigo pelo ombro.

- Vá arrumar briga com outro Johnny! – disse Nicholas com o cenho fechado.

O loiro riu e olhou rapidamente para Maggie, seu sorriso alargou.

- Como sempre só ficando com minhas migalhas não é Nick? – minha boca se escancarou e desta vez foi Nick que voou para atacar o loiro, mas Jake o segurou antes.

- Já chega! – ele empurrou para trás e apontou o dedo para nosso time com muita raiva. – Que merda é essa? Por acaso não escutaram nada o que eu disse antes? Se quiserem brigar estão no esporte errado e eu só perdi meu tempo treinando vocês! Agora se querem mesmo jogar essa final não arrumem confusão, por que se eu souber de qualquer briga, intriga que seja, vocês não jogam essa final! Entenderam ou preferem que eu desenhe?!

Jake virou o olhar para o outro time que estava de olhos arregalados.

- Vão para o vestiário de vocês, seu treinador está esperando. – eles saíram rapidinho.

Anny deixou escapar um risinho, beijou minha bochecha e sibilou um “Até mais”.

Nosso time estava murcho com a bronca.

- Qual é Jake, pega leve com os garotos. – quem disse isso foi Paul, que diabos Paul estava fazendo aqui?

Jacob sorriu largo e os dois se cumprimentaram com um abraço caloroso.

- O que faz aqui Paul? – perguntou o treinador.

- Não posso vir assistir o jogo do time que meu irmão treina? – perguntou retoricamente. – Seth também queria vir, mas Rachel está de 9 meses e a qualquer momento a bolsa pode estourar e se ele não estiver por perto pode ter certeza que ela ficaria louca. – os dois gargalharam. – Quil está em Nova Iorque com Claire, ela está em uma idade, digamos que, difícil. – então riram mais uma vez.

Paul se virou ara o time que estava ainda cabisbaixo com a bronca.

- Ignorem Jacob, ele pode até se fazer da paz, mas adora uma boa briga. – Jake olhou feio para seu amigo e lhe socou no ombro fazendo-o cambalear e rir.

- Cale a boca e não destrua a pouca educação que coloquei nesses garotos.

Nós rimos e então seguimos para os vestiários.

Passando perto dos elevadores vimos uma aglomeração de repórteres, com minha visão aguçada percebi que ali entre os flashes estava nada mais, nada menos que Rick Santos, o melhor dançarino de todos os tempos.

- OMG! OMG! OMG! Não acredito! – começou Carol apontando e pulando e logo todas as garotas imitavam seus movimentos.

- O que foi? - perguntou Leo.

- É o Rick Santos! – respondemos ao mesmo tempo e os garotos ficaram nos olhando como se fossemos retardadas.

- E quem diabos é esse tal dos Santos? – esnobou Bernardo e em questão de segundos todas as meninas estavam a sua volta revoltadas.

- Você não conhece Nick Santos?

- Ele é o melhor!

- Ninguém dança igual!

- Ele é lindo!

- Ele é gostoso!

- E como se tudo isso fosse pouco...

- Ele é uma gracinha! – dissemos todas ao mesmo tempo suspirando.

- Hey! Aquela não é a professora Cullen? – perguntou Denis e todos nós viramos para onde ele apontou. – Caramba! Eu nunca a vi tão...

Agucei minha visão e minha boca se abriu assim como a de todos. Tia Bella estava linda, seus cabelos e olhos chocolate contrastavam com sua roupa branca e pele clara. Por onde ela passava deixava um rastro de olhares... Denis disse certo, caramba...

Ela nos avistou e sorriu, andando até nós com mais agilidade, mas antes de chegar ela passou ao lado dos repórteres e então parou ao escutar ser chamada.

- Isa?

EU NÃO ACREDITO! Tia Bella conhece o Rick Santos! OMG! Como eu nunca soube disso?

Ele pediu espaço entre os jornalistas e abraçou minha tia sorrindo.

- Rick? Deus! Há quanto tempo! – exclamou sorrindo e se afastando de seu abraço.

- Você continua linda! – disse ele e ela revirou os olhos.

POV Bella

Nossa! Fazia muito tempo que eu não o via. Rick era meu parceiro de dança ainda quando morava no Brasil. Nós compartilhávamos o desejo de viver da dança, fazer sucesso pelo mundo, mas como eu era imortal isso nunca passou de apenas um sonho para mim. Porém Rick é humano e pode realizar seu grande sonho.

Quando meu irmão apareceu na TV eu sabia que ele iria reconhecê-lo, então liguei para ele e contei a história toda e pedi que guardasse esse segredo. Meu amigo sempre foi meio louco e galinha, mas era alguém de confiança então disse que guardaria o segredo sem nenhum problema.

E agora tantos anos depois eu o encontro em um jogo de futebol americano! Mundo pequeno!

- O que está fazendo da vida Isa? – perguntou animado e totalmente confortável com os flashes a nossa volta.

Bem eu teria que me acostumar com isso, afinal eu não conseguiria escapar da mídia depois do que acontecerá hoje. Alice vem tendo visões desse dia, mas são apenas flashes, parece que muita coisa do que acontecerá dependerá definitivamente das atitudes que tomarmos hoje durante a luta.

- Dando aulas de física. – respondi com um sorriso calmo e ele riu.

- Ow! Eu sou péssimo em física, não gostaria de me dar algumas aulas particulares? – perguntou de maneira maliciosa.

Não acredito que ele está dando em cima de mim na frente de tantas câmeras. Minha boca se abriu incredulamente e então eu sorri da mesma maneira que ele.

- Infelizmente não dou aulas particulares, mas meu marido pode te ajudar de alguma forma... Sabe como é, demonstrações praticas de como funciona a gravidade se um corpo cai do alto de um precipício... Com a massa fezes a aceleração, contando o atrito do ar e a força que será lançado, talvez possamos descobrir com quantas toneladas o chão partirá ao meio. – respondi e ele riu.

- Outh! Acabo de levar um fora em rede internacional – disse ele.

- Você que pediu, sabe muito bem que sou muito bem casada. – disse lhe mandando uma piscadela.

- Eu já tinha me esquecido que seus foras são épicos... Pobre nerd que teve que fazer um implante...

- Não me critique, ele tentou me agarrar oras! – retruquei emburrada fazendo-o rir. – Foi bom te rever Rick, mas preciso ir, meus alunos ali – apontei para as bocas abertas. – me esperam.

- Ok, Isa, foi bom te ver. – disse e então estalou um beijo em minha bochecha.

Comecei a andar e pude ouvir atrás de mim.

- Quem é ela? – perguntou um repórter.

- Ela meu caro, foi minha primeira parceira de dança e acreditem quando eu digo que ela dança milhões de vezes melhor do que eu. – revirei meus olhos para o exagero.

Fui até meus alunos e as garotas praticamente voaram em cima de mim me questionando da onde o conhecia e tudo mais. Bruna não se conformava em não se lembrar dele de quando era criança.

- Ele é um idiota Bella. – disse Jake emburrado.

- E você um ciumento. – retruquei lhe mandando a língua.

Despedi-me deles desejando boa sorte no jogo e então segui andando, mas de repente minhas pernas não respondiam ao meu comando.

Que porra é essa?!

Relaxe princesa eu estou no comando agora. – uma voz soou em minha cabeça.

O que diabos está acontecendo! Quem é você! O que está fazendo comigo?! – gritava desesperada, mas minha boca não se abria e minha voz ecoava como se eu estivesse em uma sala vazia.

Meus olhos tinham vida própria e eu andei até os elevadores. Subi até o camarote. Na entrada os seguranças humanos perguntaram qual era meu nome para procurar na lista.

- Não encontrarão meu nome aí... – Deus! Minha boca se mexeu sozinha e minha voz soou áspera e rude.

Claire Neveu estava perto da entrada e assim que me viu veio em minha direção.

- Como vai Bella? – perguntou, ela sabia que eu tinha que manter as aparências.

- Bem Claire... Eu gostaria de entrar, tenho algo importante a tratar com meu irmão. – que porra, eu não consigo comandar meu próprio corpo.

- Claro. – respondeu ela com a testa franzida, provavelmente notando meu jeito estranho.

Meus pés se mexeram mais uma vez sem meu comando e fui diretamente até Daniel que estava encostado ao vidro ao lado da esposa.

POV Daniel

Encostei-me no corrimão que ficava em frente à grande parede de vidro do camarote. Nati fez o mesmo ao meu lado. O campo ainda estava vazio, porém o estádio estava lotado. Deixei meus olhos correrem pelas arquibancadas e logo localizei diversos rostos conhecidos.

Katharine, Carlisle, Esme, Charlie e Lara estavam um ao lado do outro, todos sorriam despreocupados. No degrau de baixo estava Emmett com Nessie em seu colo que gargalhava puxando o nariz do tio, Rose instigando para que ela puxasse mais forte, a pequena usava um uniforme de líder de torcida igual ao da prima, obra de Alice, Jasper olhando preocupado para sua companheira que estava séria, provavelmente tendo a visão do que aconteceria hoje. Eu já sabia, pois Nati sonhou com isso na semana passada. Avisei todos para ficarem preparados, pois não sabíamos ao certo a hora que iria acontecer.

Um pouco afastado deles estava o Doutor Pitty com sua esposa. Perto deles estavam alguns professores do colégio de Bella.

Voltei meu olhar para meu pai e o vi levantar e cumprimentar Paul.

Apesar das preocupações com o que irá acontecer hoje, todos pareciam, na medida do possível, relaxados.

Senti um arrepio nas costas e acho que Nati também, pois nos olhamos rapidamente e então nos viramos.

Minha irmã vinha em nossa direção, mas aquela não era a Bella que eu conhecia e sim uma mulher de olhos frios e sem expressão no rosto. A energia a sua volta também era diferente. Agora eu tinha certeza que essa não era minha irmã.

Durante as ultimas semanas eu vejo esse olhar em Bella, mas ele dura tão pouco tempo e logo fica tão inocente que eu pensei que estava vendo coisas, mas agora tenho certeza que estava errado.

- Você não é minha irmã, quem é você? – perguntei sem rodeios, com a voz baixa como um burburinho seria difícil até mesmo para os de audição aguçada entenderem, e ela sorriu satisfeita, mas com um ar debochado.

Era estranho ver em Bella essa expressão, mas essa mulher tinha essa característica impregnada em seu ser.

- Não precisa saber meu nome e nem o que eu sou ou como posso controlá-la... Só... – ela desviou o olhar e eu pude ver culpa neles.

Ela então fitou meus olhos com profundidade. Seus orbes chocolate tentando mostrar algo que eu não compreendia.

- Não posso deixar que ela cometa o mesmo erro, preciso impedi-la, eu vou impedi-la...

- De quem está falando? – perguntei com a testa franzida.

- Quem está no comando, quem sempre esteve por trás de tudo o que aconteceu e está acontecendo com a sua família é Line, foi ela quem instigou James a beber sangue humano, foi ela quem envenenou sua mente... – explicou e eu me surpreendi em como isso estava fazendo sentido.

Sua expressão ainda séria, mas enigmática.

- Ela é minha. Não se metam em meu caminho, não tenho absolutamente nada contra vocês e sua família, não tenho nada contra ninguém, mas não vou me segurar se alguém se meter.

- Sua alma não é tão brilhante quanto à de Bella, mas podemos ver que não é má pessoa... Então porque está com o corpo dela? Onde ela está? – perguntou Nati.

- Perguntas de mais majestade... Não se engane com o brilho de minha alma, ela só é assim por causa de sua cunhada... Mas não se preocupe com ela, assim que ela estiver preparada e forte o suficiente ela retomará seu corpo por conta própria e eu nunca mais a importunarei, eu prometo.

Dito isso ela simplesmente desmaiou. Segurei-a e então assim que ela abriu os olhos eu vi minha irmã.

- Bella? – chamei.

- Quem é ela?! – exclamou assustada e eu percebi que ela estava consciente sobre o que acabará de acontecer. – Minha cabeça dói. – choramingou.

- Shhi... Senta aqui. – disse a empurrado em um pufe.

- Cala a boca! – grunhiu ela apertando os olhos e colocando as mãos na cabeça.

- O que... – comecei, mas ela abriu os olhos para revirá-los para mim.

- Não você, ela... Argh! Teimosa é você! Saia da minha cabeça droga! Ta, ta... Ok... Mas fica quietinha vai, você está me confundindo tagarelando dessa forma. – falava sozinha e eu e Nati começamos a rir.

Concordo que a situação não é nem um pouco normal, mas não sentimos maldade na mulher que “está na cabeça de minha irmã”, é como se eu já a conhecesse. Como se ela fosse minha irmã, mas o lado, digamos que “bad girl” dela e mesmo assim eu me sinto seguro, confiante. Não sei como explicar, mas não sinto aquele peso no peito como a muito tempo venho sentindo, estou ansioso, sinto como se as coisas estivessem prestes a tomar um rumo diferente.

Bella nos olhou com um beicinho e murmurou.

- Ela calou a boca. – eu e Nati gargalhamos e minha irmã bufou.

- Que tal assistirmos o jogo? Já vai começar. – chamou minha esposa.

Bella levantou em um salto e se apoiou no corrimão da janela para observar.

POV Bella

Minha cabeça finalmente ficou livre daquela voz arrogante. Pelo amor, só por que controlou meu corpo estava se achando... Argh! Bufei em pensamento e prestei atenção na paisagem a minha frente.

As lideres de torcida entraram em campo para suas apresentações, primeiro as garotas de preto fariam sua coreografia e depois a nossa escola. As meninas estavam lindas.

- Onde está a calça de Bruna?! – rosnou enciumado meu irmão.

- Você realmente achou que ela dançaria de calça? – perguntei rindo.

- Não! Só não sabia que o colégio estava economizando em pano para os uniformes! – bufou.

Ri mais uma vez e pude escutar o pessoal em nossa volta rindo também. Daniel ficava hilário enciumado.

Finalmente foi a vez de Bruna, ela fiz uma apresentação linda, muito sensual o que tenha certeza que não deixou seu pai muito alegre. Daniel estava muito bravo, xingava baixo e dizia que teria que colocar seguranças em torno de sua filha para nenhuma gavião se aproximar, ficou indignado por uma “criança” estar dançando daquele jeito.

Eu gargalhava juntamente com quem escutava e Nati batia o pé com a mão na cintura brigando para ele se comportar.

- Você é um velho antiquado maninho. – disse entre risos e ele me mandou o dedo me fazendo-me rir mais ainda.

Voltamos a observar o jogo, Daniel mais relaxado já que sua filha não era mais o foco das atenções. Exceto pelos repórteres que já haviam notado qual time era a filha do rei, só faltava descobrir qual era ela. Quanto a mim, os repórteres já tinham idéia de quem eu era e para ajudar Rick ficava dando entrevistas e falando que eu nunca lhe dei chance e blá, blá, blá... Ele costumava ser mais legal, mas vejo que se tornou um completo idiota.

POV Bruna

O jogo estava crítico, faltava apenas um minuto para o fim e o placar estava empatado. Eu e as meninas já não torcíamos mais, nós gritávamos como loucas como se nossas vozes pudessem empurrar nossos amigos.

Mas foi faltando 5 segundos que o ponto finalmente saiu e nós corremos em êxtase para o campo comemorar com os jogadores.

Eu me senti muito alegre, meu coração batia forte emocionado. Corri em direção a Bernardo e me joguei em suas costas o abraçando.

- É campeão! – berrei em sua orelha.

- É campeão! – ele berrou de volta gargalhando e me colocando no chão para me abraçar direito.

Assim que nos soltamos sorrimos um para o outro.

Olhamos a nossa volta e começamos a rir com Denis que pulava e corria em ziguezague, assim que ele nos avistou correu em nossa direção.

- Ganhamos Brubs! – gritou fascinado e veio me abraçar.

O que aconteceu a seguir me fez esbugalhar meus olhos e travar minha respiração.

Denis veio me abraçar, ok, me tirou do chão, ok, eu gargalhei, ok, mas fui calada quando ele me beijou, não ok!

Fiquei completamente sem reação, apenas com os olhos arregalados em quanto ele grudava seus lábios nos meus com um selinho. E a única coisa que passou em minha mente foi: Fodeu! Meu pai...

Denis me largou e esbugalhou os olhos.

- Oh Meu Deus! Desculpa Bruna! Me empolguei e... – dizia ele com uma feição arrependida e eu não conseguia dizer nada.

FODEU!

Bernardo que até agora também ficou um tanto quanto surpreso começou a rir e então disse.

- Seu pai está assistindo não é? – perguntou entre risos.

- Eu sou uma líder de torcida morta. – murmurei e Bernardo riu mais ainda.

- Não Bruna... Denis é um jogador morto.

- Caramba, teu pai é tão bravo assim? Droga! Eu, eu... Explico para ele que foi coisa do momento e que... – Denis começou a gaguejar e então eu sem entender o porquê comecei a rir.

Sim eu sou uma retardada que está rindo da desgraça que acontecera em um futuro muito breve. Então Denis começou a rir também.

- Por que vocês estão rindo desse jeito? – perguntou Maggie nos olhando estranho.

- É para não chorar. – respondemos eu e Denis juntos.

Bernardo só faltava rolar no chão.

POV Nati

Ow! Acho que vai dar merda!

- Eu vou arrancar a cabeça daquele moleque! – sibilou rosnando meu marido e ameaçando pular pela janela.

Eu e Bella o seguramos pela cintura. Minha cunhada gargalhava.

- Como ele ousa? – rosnava.

- Hey, relaxa aí Dan... Foi apenas um beijo inocente. – disse Bella.

Daniel parou de se mexer e olhou incrédulo para Bella.

- Dês de quando um beijo é inocente? – perguntou como se ela fosse retardada.

Ela fez uma cara estranha tentando erguer apenas uma sobrancelha e disse.

- Maninha rolou beijo e foi tão... Inocente. – ela imitou a voz do irmão e eu escondi meu riso. – Foi isso que você me disse quando começou a namorar sua esposa.

Daniel bufou.

- É diferente.

- Não é não... – falei. – Relaxe, foi apenas um impulso... Eles são adolescentes, até parece que você nunca teve essa idade. – disse revirando os olhos. – Não prestou atenção que ela ficou surpresa e ele arrependido? – perguntei calmamente e ele bufou.

- Desculpe, não prestei atenção nisso... Por que eu estava ocupado de mais vendo um MOLEQUE agarrar minha filha! – disse insano.

Troquei um olhar com Bella e então caímos na gargalhada.

[...]

POV Edward

Fechei meus olhos e fiquei apenas escutando o som dos pássaros na floresta. Faz muito tempo que não me sinto com essa tranqüilidade.

Mas fui interrompido por um barulho de pegadas. Abri meus olhos e vi um par de pés. Ergui meu olhar, mas a imagem desapareceu. Tenho a leve impressão que eu estou alucinando.

Não sei mais quanto tempo fiquei ali, mas Victória apareceu, ela estava com as roupas rasgadas e respirava com dificuldade. Seus olhos estavam desesperados e então ela nos transportou.

POV Bruna

Graças acho que a mamãe, eu ainda não estou sentindo a culpa de ter um amigo morto pelo meu pai.

As pessoas começaram a sair do estádio para irem as suas casas, nós íamos para uma festa de comemoração.

Estávamos em volta do ônibus comemorando entusiasmados, nossos professores se juntaram a nós para parabenizar-nos juntamente com os pais dos jogadores e das lideres.

O estacionamento estava quase vazio, olhei perto do estádio e os Cullens, Katharine, vovô e Lara saiam andando. Logo nos avistaram e vinham em nossa direção. De repente Paul saiu correndo de trás deles com Nessie em suas costas. A pequena gargalhava e assim que chegou perto de nós pulou em Jacob.

- O Jakezinho ganhou! – disse animada fazendo-nos gargalhar e Jacob ficar sem graça.

- A cara! Eu vou te lembrar disso por todo o resto da sua vida! – disse Paul tirando sarro e o treinador lhe mandou o dedo do meio e depois deu um soco em seu ombro.

- Onde está sua mãe? – perguntou Jake para Nessie.

- Ela foi comprar um algodão doce para mim. – respondeu a pequena sorrindo largamente.

Olhei novamente para o estádio e avistei os repórteres saindo, fotografando e filmando meus pais. Deus! Não deixa papai arrancar a cabeça do Denis!

Meus pensamentos foram interrompidos quando bruscamente um corpo se chocou ao meu e eu voei a uns 7 metros de distância do ônibus.

Minhas costas bateram bruscamente contra o chão, mas não tive tempo para reclamar de dor, pois Victória estava com seus joelhos prendendo meus braços e suas mãos livres apertavam meu pescoço.

Ela tinha um olhar insano, ela realmente queria me matar e eu estava prestes a acreditar que ela conseguiria. Eu precisava de ar, mas eu não conseguia respirar com ela apertando meu pescoço. Eu tentava me mexer, mas seu aperto era de aço.

Concentrei-me e comecei a soltar descargas elétricas no corpo da vampira, mas ela era forte e nem sentiu minha tentativa de ataque.

Comecei a ficar desesperada. O que eu faço agora?!

“Esqueça suas mãos Bruna, concentre-se no que está livre.” – lembrei da lição de tia Bella.

A coragem acalmou o desespero e eu estiquei minhas pernas que estavam livres e consegui prender a cabeça de Victória com meus pés e a puxei tirando-a de cima de meu corpo.

Ela voou longe e eu com uma técnica ninja, haha, levantei-me em um salto.

Coloquei-me em posição de ataque e expus meus caninos.

- Não tenho medo de você. – rosnei.

Ela sorriu e correu em minha direção, mas antes que eu fizesse qualquer coisa fui puxada bruscamente pelo meu pai que me colocou atrás de seu corpo e quem se chocou com a vampira foi minha mãe.

Elas começaram a lutar. Logo percebi pelo estacionamento dezenas de vampiros e seres da lua, todos possuíam olhos vermelhos e quando fui verificar suas auras me surpreendi em não ver nenhuma. Lembrei-me que quando tive minha primeira experiência com esse poder, papai me explicou que os fantoches de Victória não possuíam aura, pois já haviam morrido há muito tempo e agora era apenas um corpo sendo movido por mentes perturbadas.

- Para casa Bruna! – disse meu pai me empurrando para perto do ônibus.

- Não! – bati o pé no chão indignada.

Meu pai realmente queria que eu fugisse dessa luta? Que deixasse todos os que eu amo lutarem sozinhos? Correndo o risco de serem mortos?

- Vá para casa Bruna! – disse ele aumentando seu tom e me olhando seriamente, ele não estava para brincadeira... Nem eu.

- Não papai! – disse tão séria quanto ele. - O senhor sempre me ensinou que nosso dever é proteger os humanos! Eu aprendi isso desde criança, não me peça para fugi agora! Não faça com que tudo o que eu aprendi se torne uma grande mentira! Posso não ter forças suficientes para lutar contra Victória, mas tenho suficiente para lutar contra seus fantoches! Aprendi a lutar com tia Bella, aprendi a lutar com o senhor! Eu tenho poder suficiente para proteger meus amigos! Por favor, não me impeça disso!

Meu pai estava muito bravo, ele grunhiu.

- Argh! Você é igualzinha a sua tia! – eu sorri e disse.

- Não pai, eu sou igualzinha ao senhor.

- Que seja! Agora, se você se machucar considere-se de castigo pelos próximos 2 milênios. – grunhiu ele e então me beijou na testa me abraçando forte. – Por favor, não se machuque. – sussurrou em minha orelha e eu assenti.

Papai me largou e começou a andar observando a luta de mamãe e se preparando para ajudá-la. Mas de repente ele se virou bruscamente e disse de cara amarrada.

- Quando essa porra terminar eu terei uma conversa bem séria com aquele moleque ali. – então apontou para Denis.

Gemi baixinho, eu pensei que ele ia se esquecer disso com toda essa confusão. Escutei Denis murmurar um “Mi fudi” e Bernardo rir baixinho.

- Ah Jake! Se eu soubesse que por aqui as coisas eram mais animadas já teria me mudado. – escutei Paul dizendo e andando em minha direção.

- Espere aí Paul! – pediu Jacob.

Paul já estava do meu lado e vi seu corpo tremendo.

- Mas que merda! Paul não se transforme porra! Ainda não! – gritou Jake, mas já era tarde de mais.

O homem ao meu lado tremeu da cabeça aos pés e então se transformou em um gigante lobo negro se colocando em posição de ataque.

- Hey! Sério que vocês vão se divertir sem mim? – perguntou Anny correndo e se colocando ao meu lado.

Ela sorriu e nós batemos as mãos.

- Meus pais foram ajudar os repórteres. – disse ela. – Quem eu posso destruir?

- Todos, não tem nenhum que não seja apenas um fantoche. – disse e então ela sorriu largamente correndo para a luta.

Ela era louca, mas era boa. Seu poder era controlar o vento e com isso ela supria toda a falta de força que ela tinha por causa de ser uma mestiça.

Corri para ajudá-la. Eu poderia controlar diversos poderes, mas sempre tem o preferido. O meu era controlar a eletricidade.

Formei em minha mão uma espécie de raio e então o lancei em um vampiro o transformando em pó. Abaixei-me desviando de um ataque e então chutei a barriga do ser que me atacava jogando-o longe.

POV Bella

Estava comprando um algodão doce para minha filha quando uma pessoa chocou-se comigo. Ela caiu no chão já que com sua força foi impossível me derrubar, mas como me pegou de surpresa o algodão doce voou longe. O homem estava com medo, tinha seus olhos esbugalhados, logo entendi quando vi um vampiro andando em sua direção.

- Fuja! – disse o homem para mim.

- Não se preocupe comigo, mas vá para fora, você terá mais chances de fugir do que aqui dentro. – disse a ele e então mudei a cor de meus olhos para azuis e formei meu arco de fogo lançando uma fecha diretamente no vampiro que parou de andar virando cinzas.

Chegou o momento, é minha vez de lutar. – disse seriamente a voz dentro de mim.

Sério que você vai controlar meu corpo novamente?

Já estou. – então eu percebi que eu corria para fora sem nem ao menos pensar nisso.

Espere! Minha filha! Eu preciso mantê-la segura!

Não se preocupe agora.

Como não me preocupar? Ela é apenas uma criança, se ela tentar fugir sozinha, vai acabar sendo pega! Por favor, me leve até ela! – supliquei desesperada.

Ok! Se acalme.

Corri para fora. Assim que a claridade bateu em meus olhos eu vi a situação. Ao meu lado esquerdo repórteres loucos em filmar as lutas que aconteciam em minha frente. Claire, Ulisses e Niki lutavam protegendo a imprensa que estava alucinada com a mais nova manchete exclusiva que transmitiam ao vivo.

Em minha frente Nati e Dan tinham dificuldades em lutar contra Victória que com seu poder de tele transporte os enganava.

Bruna, Ana e Paul lutavam contra os fantoches.

Um pouco para a esquerda vi os Cullens correndo até o ônibus dos estudantes. Charlie corria em sua grande velocidade com Lara e Kathy em seus braços. Deixou as duas perto do ônibus e beijou a testa de Lara.

Os Cullens também pararam lá antes de se dividir para a luta. Jasper e Emmett saíram correndo e arrancando cabeças e braços. Alice previa os ataques derrubava os fantoches com maestria e classe, como se a luta fosse uma dança. Rose já era mais agressiva e grudava nos cabelos das mulheres as jogando longe. Carlisle deu dois tapinhas no braço de Charlie e eles entraram na luta também. Jacob passou Nessie para o colo de Esme e então correu e saltou. Transformou-se no ar e caiu diretamente em cima de um vampiro e o mordeu sacudindo-o como se fosse apenas um boneco.

Outros seres lutavam também, muitos da guarda real, alguns lutando como civis e outros com os mantos cobrindo suas identidades.

Por que eu acho que isso está passando ao vivo para o mundo inteiro? Ah! Verdade os repórteres estão filmando.

Hey! Por que eu não estou lutando? Se mecha mulher! – disse indignada pela minha mente e eu a ouvi rir.

Você é muito apressada, é preciso analisar a situação antes de entrar quebrando tudo, veja a nossa direita, por exemplo, está vendo a floresta? E a quantidade de fantoches que está saindo dela e indo atacar diretamente os humanos?

Em minha mão formou-se um bastão fino de gelo. Estique minha outra mão e passei aquele gelo pela minha pele cortando-a. Estiquei a mão ao alto.

- Hey! – gritei apesar de não ser necessário já que com o cheiro do meu sangue a maioria dos seres e vampiros olharam para mim.

Alguns repórteres também me filmavam. Bufei. Ótimo momento para os meus 15 minutos de fama!

Ergui minha mão no alto e fui aproximando meu braço de meu rosto.

Ow! Você não vai fazer isso! – reclamei, mas foi inútil.

Minha língua lambeu o sangue que escorria pelo meu braço estendido e eu sorri. Esse foi o estopim para que os fantoches que atacariam os humanos mudassem sua rota e virem em minha direção. Que beleza!

Quando eles estavam próximos o suficiente e em toda a minha volta um circulo de fogo se formou em torno de minha barriga e ele aumentou rapidamente executando todos aqueles que não se abaixaram ou pularam.

Viu só?! Menos 12 fantoches com apenas um ataque! – gabou-se a mulher que controlava meu corpo.

Arrogante!

Só para quem pode!

Ainda faltavam muitos.

Duas lanças de fogo azul se formaram em minhas mãos e então eu corria atacando todos que se metiam em minha frente. Com apenas um encostar do fogo nos corpos eles viram poeira.

Ajudei Claire e os outros a se livrarem dos que atacavam então disse.

- Levem os repórteres até onde estão os outros humanos e depois tirem aqueles que se esconderam dentro do estádio, se eles continuarem lá, não será possível ajudá-los se algum fantoche entrar lá. – ordenei.

Peça por favor!

Por quê?

Por que ninguém é obrigado a fazer isso! E além do mais eu nunca pediria nada assim sem questioná-los se eles gostariam de fazer! Esse corpo ainda é meu!

Argh!

- Por favor, e se puderem fazer é claro. – revirei meus olhos pelo modo que isso soou estranho.

- Claro majestade. – disseram os três fazendo uma reverencia e correndo para executar minhas recomendações.

Corri em direção ao ônibus dos meus alunos. Seus pais estavam abraçados com os garotos e tinham mais medo que as crianças. Assim que me aproximei alguns se afastaram com receio.

Fui diretamente a Nessie que estava abraçada as pernas da avó que tinha olhos atentos para qualquer perigo a sua volta.

Ajoelhei-me no chão e Nessie correu até mim me abraçando forte e com medo.

- Shhi baixinha, eu estou aqui. – me surpreendi como minha voz saiu amorosa já que quem controlava meu corpo era a mulher ainda.

Não me julgue só por que minha voz é áspera ou porque sou arrogante, eu amo essa menina tanto quanto você.

Segurei Nessie pelos ombros e a afastei.

- Não mamãe, fica aqui comigo, não vai brigar com as pessoas malvadas! – dizia ela entre lágrimas e aquilo quebrou meu coração.

Eu quero ficar com ela.

- Desculpe anjinho, mas eu preciso lutar.

- Brigar é feio, mamãe. – chorou e eu sorri levemente.

- É feio sim, mas quando se é adulto às vezes é preciso lutar, mesmo que não gostemos disso... Nem sempre apenas o diálogo convence... – disse.

Mas que diabos, eu quero ficar com minha filha!

Eu sei, mas não pode.

Nessie se agarrou em mim novamente e novamente eu a afastei.

- Nessie... Nessie! – murmurei. – Renesmee! – minha voz soou mais firme e ela fungou. – Me escuta, eu quero que você fique com sua avó e não saia de perto dela está me ouvindo? – ela assentiu fungando. – Vou trazer seu pai de volta ok? – sorri.

Vai?

- Vai? – murmurou Nessie assim como eu.

- Alguma vez já quebrei uma promessa? – ela negou com a cabeça. – Pois essa é uma promessa.

- Bella! – virei meu rosto para fitar Alice. – Ou seja lá quem você for... Er, Edward está na floresta, mas não consigo ver onde, as árvores são todas iguais!

Lice estava eufórica e ao mesmo tempo assustada.

- Eu sei. – sorri.

Sabe?! E por que diabos não foi até onde ele está?!

Por que quem vai resgatá-lo é você e não eu... Eu tenho que fazer outra coisa antes.

Deus, eu vou enlouquecer com essa mulher comandando meu corpo!

- Alguma visão vidente? – perguntei e Alice me fitou revirando os olhos.

- Nada concreto, o que vai acontecer hoje depende da decisão de muitas pessoas.

Esme levou a mão na boca com um “OMG” emocionado ao saber que o filho está realmente vivo.

- Ts,ts,ts... Que coisa feia princesa, não deveria mentir para uma criança. – a voz de Line soou as minhas costas.

Virei-me e levantei encontrando a loira sentada em cima do ônibus balançando seus pés no ar. Rosnei alto expondo meus dentes eu estava ficando com muita raiva. Ela iria pagar por todo o sofrimento que fez minha filha passar, iria pagar por todo o sofrimento que fez Edward passar, por todo o sofrimento que minha família passou...

Sorri.

Você realmente não tem um pingo de egoísmo em sua alma... Mesmo que o sofrimento que você passou seja muito maior de que em qualquer um que você pensou... Já parou para refletir o porquê de ser tão resignada às coisas que te acontecem?

Do que está falando? – perguntei, mas tudo ficou em um grande silêncio e senti uma grande culpa, mas não tenho certeza se esse sentimento era meu.

Respirei fundo e virei novamente para Nessie. Abaixei em retirei de meu pescoço a corrente de Edward. A corrente que eu encontrara na floresta após seu seqüestro. A mesma corrente que eu só tirei do meu pescoço para colocar a aliança que o FBI encontrou na casa de madeira.

Peguei-a e coloquei no pescoço de minha filha. Lhe mandei uma piscadela e então levantei e voltei meu olhar para a loira.

http://www.youtube.com/watch?v=0szzp5Fss9A [Thousand Foot Krutch – Scream]

Thousand Foot Krutch – Grite

Eu não posso apagar isso mais.

Isso me segue em todo lugar que eu vou.

É como uma máscara que eu,

Não quero vestir mais.

Eu acho que eu encontrei um modo de deixar isso ir,

Mas ainda é muito cedo pra saber com certeza,

Eu daria tudo que eu sou,

Apenas para sentir alguma coisa.

Você pode sentir isso?

Meu corpo correu e voou em direção a Line. Caímos do outro lado do ônibus e rolamos ao chão. Levantei-me rapidamente e desviei do chute dela. Abaixei-me lhe passando uma rasteira, mas ela pulou.

A luta estava difícil, apesar de eu não fazer esforço para me mexer eu sentia a dificuldade que ela possuía para atacar e se defender.

Meus sentimentos estavam muito confusos. Eu sentia raiva de alguma coisa, sentia culpa, sentia medo, muito medo. Mas esses sentimentos não faziam sentido.

- Eu vou te trazer de volta! – disse Line e me deu um soco fazendo-me cambalear para trás.

- Não vai! Eu não quero voltar! Eu estava errada e você está cometendo o mesmo erro! – a voz saiu da minha boca e minha mão segurou o outro soco que Line me daria.

Grite! Quando a pressão me quebra,

Quando é muito difícil ver.

Quando eu sinto como se

Estou no fim da minha corda

Mais uma vez.

Grite! Quando o fogo me queima,

Quando é difícil me libertar.

Quando eu sinto como se

Estivesse na beira do precipício

Disso todo esse tempo.

Segurei firme sua mão em punho e apertei forçando-a a tentar se soltar, quando ela puxou o braço eu a soltei fazendo-a perder o equilíbrio, mas logo ela estava em cima de mim novamente.

- O que fizeram com você? Não se lembra do que fizeram conosco? Não existe bondade, só existe a falsidade, você sabe disso melhor do que ninguém! – disse Line me chutando o joelho e fazendo-me cair ao chão.

- Não! Por favor! Não seja cega como eu fui! Não deixe para enxergar as coisas somente no ultimo momento, você escolheu o caminho errado e está indo diretamente ao fim, está prestes a cair de um precipício, mergulhará em culpa e em sofrimento. Se liberte desse fogo que alimenta sua alma, se liberte dessa raiva, grite por socorro! Eu sei o quanto é ruim o que está sentindo, mas acredite em mim, será pior se não parar agora! – minha voz soou suplicante e eu percebi que essa mulher queria salvar Line.

Mas infelizmente eu sabia que não adiantaria.

Levantei do chão, senti algo quente escorrendo pela minha face.

Eu não posso suprimir isso mais.

Isso vem como uma inundação,

Exatamente como antes.

Quando isso chove, isso entorna

E eu não quero nadar

Mais.

Eu acho que encontrei um modo de deixar isso ir,

Eu não sei,

Se eu já me senti desse modo antes.

Mas tudo que eu sou,

Eu, apenas, deixo, passar...

Você pode sentir isso?

O sentimento que essa mulher tinha por Line era amor, um amor fraternal. Eu sentia sua dor, eu sentia sua angustia, eu sentia toda a sua vontade de salvá-la, mas isso não dependia dela, isso dependia somente de Line. Ela estava cansada.

- Por favor... Caia na real. – pedi.

- Me fala essas coisas como se realmente se importasse comigo! Mas você se deixou levar pelas palavras de nossos inimigos, eles te envenenaram contra mim! Preferiu aquele homem a ajudar sua única família! Trocou sua própria irmã por um humano sujo! Foi por isso que eu o matei naquela vez, foi por isso que instiguei James a matá-lo e por isso Victória vai matá-lo mais uma vez, talvez assim você se lembre de quem realmente é e para que realmente jurou trabalhar.

Solucei por dentro, por que tudo isso? Era triste e doentio. Ela guarda tanto rancor no coração que a impede de perceber que está errada, que tudo o que ela está fazendo é se destruir.

Grite! Quando a pressão me quebra,

Quando é muito difícil ver.

Quando eu sinto como se

Estou no fim da minha corda

Mais uma vez.

Grite! Quando o fogo me queima,

Quando é difícil me libertar.

Quando eu sinto como se

Estivesse na beira do precipício

Disso todo esse tempo.

Você me faz querer gritar.

De repente tudo o que eu senti dentro de mim foi resignação.

Não adianta, ela não me escuta... Terei que destruí-la.

Não! Não pode desistir tão fácil e nem usar meu corpo para isso.

Não é seu corpo Bella, é nosso corpo... Line está irredutível, entenda que ela não é má pessoa, está apenas confusa, nós sofremos muito com os humanos há muitos milênios atrás, eles nos usaram, nos fizeram sofrer e acabaram com todas as pessoas que amávamos, sobramos apenas eu e ela para nos proteger e juramos ficarmos fortes o suficiente para acabar com toda essa maldade. O problema foi que acabamos distorcendo as coisas, e não ligávamos para ninguém, pois acreditávamos que todos eram maus, que todos não se importavam com nada. Não importava se era criança, mulher ou homem, nós destruíamos sem dó acreditando que estávamos fazendo um bem maior ao planeta, eliminando tudo o que é maligno, mas sem perceber fomos nós que nos tornamos o caos.

Não é uma piada,

Eu me senti tão bagunçado quanto você,

Eu senti os sentimentos que você vem sentindo,

Estive através das mesmas coisas,

Que você esteve passando.

E eu sei como difícil isso é,

Se sentir como se estivesse totalmente sozinho.

A todos nós foi dado uma segunda chance,

Mas a escolha é totalmente nossa.

Meu nome é Caos, Bella. Era assim que todos me chamavam, pois onde eu passava eu levava o caos comigo e simplesmente destruía tudo com muito prazer. Line é minha irmã mais nova, tudo o que ela está fazendo é por confusão, pois não entende seus próprios sentimentos. Aprendeu que o que é bom é ruim e o que é ruim é bom. Ficou com raiva de mim, pois eu me apaixonei por um humano, ele me mostrou que eu estava errada e Line desesperada para me levar novamente para seu lado o matou, mas ela não sabia que quando fizesse isso com ele me mataria também. Mas para ela eu a abandonei e me tornei igual aos humanos, me tornei alguém que nutre sentimentos ruins e falsos, que posso me mostrar santa ao mundo, mas por dentro eu planejo coisas ruins. Tudo o que ela quer é que eu volte a destruir a todos, mas aprendi que isso não é o certo. Mas tenho que pará-la, nem que para isso eu tenha que destruí-la, pois sei o que ela está sentindo, eu já senti isso também.

Junto com suas palavras, lembranças apareciam em minha mente e apesar de confusas eu pude entender um pouco dessa história.

Então tudo aconteceu rápido de mais.

Em todo o momento em que Caos me contava sua história ela continuava lutando com sua irmã. E foi em um golpe de Line que meu rosto virou e eu vi Victória aparecendo com Edward preso em seus braços e meu irmão e minha cunhada pararam seu ataque.

- Edward! – gritei.

Edward! – gritou Caos dentro de mim.

Então eu percebi que eu tomara meu corpo novamente, mas não por que eu estava mais forte, mas por que Caos perdeu suas forças. Ela não queria matar sua irmã e estava deixando esse trabalho para mim.

Corri até Edward, mas quando estava próxima eu fui impedida por Line que se jogara contra mim nos derrubando ao chão.

- Mate-o! – berrou Line.

- Não! – berrei de novo chutando-a de cima de mim e a atacando seguidamente.

Grite! Quando a pressão me quebra,

Quando é muito difícil ver.

Quando eu sinto como se

Estou no fim da minha corda

Mais uma vez.

Grite! Quando o fogo me queima,

Quando é difícil me libertar.

Quando eu sinto como se

Estivesse na beira do precipício

Disso todo esse tempo.

Surpresa com meus golpes ela teve dificuldade para manter o equilíbrio. Girei em meu próprio corpo e a chutei com as duas pernas. Line caiu de joelho e eu fiquei de costas para ela. Rapidamente me virei formando duas lanças de fogo em minhas mãos e as cruzei de modo que ficaram entre o pescoço de Line.

Então eu parei.

Minha respiração estava pesada e eu sentia meu corpo tremer por dentro acho que era Caos sofrendo ao ver sua irmã de joelhos a minha frente e tão vulnerável.

- Vamos mate-me. – murmurou tremendo.

Fiz desaparecer as lanças de fogo então eu chutei-a em direção ao chão no melhor estilo “This is Sparta”.

- Eu não vou te matar. – disse a olhando de cima. – E sabe por quê? – perguntei seriamente e então eu gritei. – Por que eu não sou ninguém para tirar uma vida! Não importa o quão mal essa pessoa fez a mim ou as pessoas que eu amo, ninguém tem o direito de tirar uma vida! Não percebe que esse é um ciclo vicioso? Você tenta fazer justiça com as suas verdades, mas nem sempre elas são verdades para quem você ataca. O certo para você é errado para mim e quando nós queremos fazer o certo existe um confronto do qual ninguém ganha! Você pensa que sou alguém que eu não sou! Eu não irei fazer justiça com minhas próprias mãos, não me tornarei igual a você, então desista, não irá trazer sua irmã novamente! Ela sabe que estava errada, ela se redimiu e quer que você perceba que está errada.

Minha respiração estava acelerada e lágrimas escorriam pela minha face. Acalmei minha voz.

- Peça ajuda Line, eu sei que você não agüenta mais esse peso em seu peito. – seus olhos estavam confusos e ela os fechou levando suas mãos a cabeça.

Ela começou a soluçar encolhida no chão.

Virei-me e corri até ao lado de meu irmão e minha cunhada que tinham posições de ataque de costas para os humanos. Percebi a minha volta que a luta já havia acabado e os Cullens, meu pai e os Pitty estavam junto com os humanos.

http://www.youtube.com/watch?v=FwQf6Fs6w2M [Avril Lavigne - Keep Holding On]

Keep Holding On -Avril Lavigne


You're not alone 
together we stand 
i'll be by your side
you know i'll take your hand 
when it gets cold 
and it feels like the end
theres no place to go you know i wont give in 
no i wont give in.

Escutei vários soluços as minhas costas.

- Edward. – sussurraram Rose, Emmett e Jasper.

- Filho! – disseram Esme e Carlisle.

- Agüenta mano. – disse Emm.

- Nós vamos ajudá-lo. – completou Jazz.

Meus olhos não saíam de Edward e ele estava visivelmente morrendo. Mal se mantinha em pé. Seus olhos fechado e suas mãos soltas ao lado do corpo. Eu queria ajudá-lo, abraçá-lo e mate-lo por perto. Eu queria isso com todo o meu coração.

Victória olhava para todos os lados, poucos de seus fantoches sobraram as suas costas.

- Por favor, Victória... Solte-o. – supliquei.

Keep holding on
'cause you know we make it trough, we make it trough
just stay strong 
cause you know i'm here for you
theres nothing you can say, nothing you can do
theres no other way when it comes to the truth
so keep holding on 
cause you know we'll make it trough, we'll make it
trough

Eu sentia meu coração bater pausadamente e de modo descompassado. Eu precisava de Edward em meus braços, não agüentaria mais um minuto longe dele.

- Não! – disse ela assustada.

- Chega dessa vingança! Não percebe que não adiantará nada! Isso não irá trazer James de volta! – disse meu irmão com a voz dolorida.

- Eu sei o que está sentindo, sei o que é ver quem a gente mais ama morrer em nossa frente sem que possamos fazer nada, já senti uma vez a dor que está sentindo... Já senti esse vazio no peito e esse desespero... Já senti essa vontade de morrer, pois sua vida não tem mais sentido... Por favor, não me faça sentir isso novamente... Você sabe que essa dor não desejamos a ninguém. – pedi novamente entre lágrimas.

- Meu objetivo é provar que James estava certo quanto a você! – gritou ela.

- Não provará nada se matá-lo. – disse fungando. – Eu prometo fazer o que você quiser, mas largue-o, por favor.

- Bella! – olhou-me assustado meu irmão.

Não liguei para ele, eu não suportaria passar por aquilo novamente eu faria qualquer coisa por Edward, eu sempre estarei aqui por ele.

- Como vou saber que não está mentindo? – perguntou a ruiva.

- Ela não está. – a voz de Charlie soou a minhas costas.

So far away i wish you were here
before it's too late this could all disapear
before the doors close, this comes to an end
but with you by my side i will fight and defend i'll
fight and defend yeah yeah

Vitória pareceu ponderar. Os segundos pareceram eternidades, meu coração batia acelerado e minha respiração soava alta com a expectativa. Tanto tempo longe e agora ele estava ali, a apenas alguns metros de mim. Então a vampira simplesmente empurrou Edward que cambaleou para frente.

Keep holding on
'cause you know we make it trough, we make it trough
just stay strong 
cause you know i'm here for you
theres nothing you can say, nothing you can do
theres no other way when it comes to the truth
so keep holding on 
cause you know we'll make it trough, we'll make it
trough

Eu corri. Corri com as pernas bambas, meio cambaleantes. Corri cega pelas lágrimas que corriam grossas pela minha face. Corri surda pelas batidas de meu coração e meus altos soluços. Então finalmente eu estava inteira novamente.

Choquei-me contra seu corpo que caia sem forças. Segurei-o e nós dois caímos de joelhos ao chão.

- Edward! – chamei chorando e o abraçando forte.

Mas algo estava errado, pois ele não se mexia.

- Edward! – chamei novamente segurando seu rosto entre minhas mãos.

Ele abriu seus olhos e eu nuca os vi tão negros e tão sofridos. Ele estava com dor e eu me desesperei ao perceber que ele não tinha forças para falar. Virei meu rosto para trás e chamei desesperada.

- Me ajuda!

Em um piscar de olhos Jasper e Emmett estavam ao lado de Edward ajudando-o o levantar.

- Mano? Fala com a gente. – pediu Emm.

Levantei-me e segui até perto de meu pai e Carlisle que já estavam perto de Edward vendo o que ele tinha.

- Papai! – gritou Nessie correndo até nós, mas antes que ela chagasse Jake mordeu sua blusa a segurando longe de nós. – Não! Eu quero meu pai! – mas meu amigo a puxou segurando-a firme.

Depois eu o agradeceria por isso.

- Ele está morrendo... De fome. – disse Carlisle.

Nós estávamos ajoelhados em volta de meu marido.

- Nós caçamos para ele. – disse Jasper já levantando e se preparando para correr.

- Não adianta, sangue animal não fará diferença... Edward está muito fraco, ele precisa de sangue humano. – disse meu pai com dor.

- Não precisa não! – disse eu mordendo meu pulso e abrindo uma grande ferida.

Levei meu pulso até a boca de Edward, mas ele afastou o rosto.

- Não... – sussurrou com a voz seca.

- Vamos Edward, agora não é hora para isso! Se não beber você não vai resistir e meu sangue te deixa mais forte lembra? Por favor... – supliquei entre lágrimas e forçando meu pulso contra seus lábios.

Então finalmente ele abriu a boca e sentiu o gosto do meu sangue. Seus extintos superaram sua racionalidade e ele agarrou meu braço e começou a sugar sem nenhum cuidado.

Trinquei meus dentes com a ardência e a dor das mãos de aço prendendo meu braço. Eu estava começando a me sentir fraca, como se estivesse prestes a desmaiar. Não liguei para isso, eu só queria vê-lo bem.

- Edward... Já chega. – murmurou Alice, sua voz tinha uma entonação amorosa e ao mesmo tempo firme. – Não vai se perdoar se machucar a mulher que ama.

Neste momento meu vampiro arregalou os olhos e me soltou sumindo de minha frente e aparecendo a alguns metros de distância. Suas costas grudadas no carro e suas mãos agarradas na lataria. Sua feição demonstrando milhares de sentimentos em algumas frações de segundos. Mas a que mais marcou foi culpa.

Hear me when i say, when i say
i believe nothings gonna change, nothings gonna change
destiny
what ever is ment to be 
will work out perfectly yeah yeah yeah yeah

POV Edward

Minha respiração estava pesada e isso era horrível. Meus sentidos voltaram de supetão e o olfato estava tão aguçado que me deixava tonto com tantos odores diferentes. Porém um deles me chamava mais atenção. Um aroma doce, delicioso, só de sentir a fragrância minha boca se enchia de veneno.

Meus olhos seguiram rapidamente pela minha volta e logo eu me liguei no que acontecia. Meus extintos estavam à flor da pele e eu sentia gosto de sangue na boca, o melhor sangue devo salientar. Então eu me deparei com Bella.

Ela estava ajoelhada ao chão, sua mão direita inerte ao lado do seu corpo. Ela estava rocha com marca de dedos assim como seu braço e entre as marcas um rasgo vermelho ensangüentado. Meu olhar seguiu para seu rosto. Sua pele estava pálida, seus olhos tinham olheiras gigantescas e grossas lágrimas escorriam pela sua linda face. Então eu entendi. Bella tinha me dado seu sangue e eu a machuquei.

Que tipo de monstro sou eu? Rapidamente eu comecei a repassar tudo o que tinha acontecido há pouco. Deus! Se Alice não tivesse me dito nada eu não iria parar.

- Edward? – chamou minha princesa se levantando com dificuldade e andando lentamente em minha direção.

O vento soprou e seu cheiro bateu em meu rosto como um tapa.

- Não se aproxime! – disse desesperado, mas ela continuou andando.

Olhei para os lados procurando ajuda, minha família me olhava com dor.

- Segurem ela! Pare Bella! Pelo amor de Deus! – pedi sem saber como fugir. – Pare! Eu não quero te machucar ainda mais.

- Você não me machucou. – rebateu docemente ainda andando em minha direção.

- Não?! Olhe seu braço, eu quase te matei! – disse sentindo meu rosto entortar.

- Mas não matou. – respondeu suspirando.

- Eu poderia não ter conseguido parar.

- Já parou uma vez, podia parar novamente. – retrucou parando a três passos de mim.

Segurei minha respiração. Bella chorava e isso me matava.

- Respire. Você não vai me atacar. – por que ela tinha tanta confiança? – Não importa quanto tempo ficou longe, nada mudou... Eu ainda confio cegamente em você, não irá me machucar.

- Afaste-se, por favor. – supliquei, mas no momento que falei eu senti seu gosto no ar.

Meu peito se encheu e eu me lembrei de cada momento que tive para me adaptar ao seu aroma e apreciá-lo sem querer atacar. Lembrei-me de todos os momentos que vivi com minha princesa, tantos lindos momentos. E lembrei finalmente de todos os momentos de agonia e luta em quanto eu estava em cativeiro. Luta de nós dois, pois apesar de distantes em corpo, estávamos sempre juntos em alma. E agora eu me sentia a pior coisa do mundo, pois mesmo depois de atacá-la e feri-la Bella estava ali em minha frente, com seu coração batendo a mil, com seus olhos nadando em tantas lágrimas.

(La Ra Ra Ra Ra)

Soltei minhas mãos da lataria do carro e fiquei ereto. Olhei para minha princesa e ela segurava seus soluços.

- Não me machucou. – sussurrou.

- Então por que choras? – perguntei levando meus dedos com cuidado até sua face e enxugando suas lágrimas.

Ela fechou os olhos ao sentir meu toque e eu suspirei ao sentir o calor de sua pele.

“Choro de felicidade. Choro por finalmente estar aqui comigo. Choro de alívio. Choro não agüentando mais estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe de você.” – disse por pensamento então abriu os olhos e com muita emoção completou. – “Choro por que te amo.”


Keep holding on
'cause you know we make it trough, we make it trough
just stay strong 
cause you know i'm here for you
theres nothing you can say, nothing you can do
theres no other way when it comes to the truth
so keep holding on 
cause you know we'll make it trough, we'll make it
trough

Meu coração pareceu dar uma batida. Minha mão espalmou em seu rosto e a outra pousou em sua outra face e eu a puxei desesperado diretamente a minha boca.

Nossos lábios se chocaram e Bella deixou o soluço preso escapar. Seus braços rodearam meu pescoço e minhas mãos desceram para sua cintura e eu a levantei segurando-a contra meu corpo. Sentindo seu calor, sentindo seu cheiro, sentido seu coração palpitando em sua pele e batendo tão forte que parecia bater em meu peito também.

Minha princesa entre o choro começou a beijar toda a minha face com desespero, como se aquela fosse a ultima vez que o fizesse. Seus braços se apoiaram em meus ombros e ela se afastou me olhando de maneira apaixonada.

Retribui seu olhar e então a apertei contra mim. Enterrei meu rosto contra seu ombro e ela fez o mesmo comigo. Nossos choros se confundiam e nossos soluços se abafavam em nossas peles.

E após tanto tempo eu me sentia em casa novamente, eu me sentia forte, não só por estar saciado, mas por ter minha princesa e minha família ao meu lado novamente. Eu não estava mais sozinho. E agora podia vir que quisesse vir, eu não me importo mais, pois sei que agora eu sou capaz de proteger aqueles que eu amo.

Eu e Bella fomos nos acalmando. Soltei-a colocando-a ao chão e beijei sua testa ainda a abraçando.

Ela ergueu seu olhar e sorriu levemente.

“Ainda não acabou” – disse ela por pensamento.

Olhei seriamente para Victória e respondi e tom sombrio.

- Ainda não.

Fim do Capítulo 10.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado