Quando eu vi os dementadores eu soube que não ia ser fácil. Eu fui com Harry até a casa de Hermione. Hermione era uma mulher da idade de Harry que era sua melhor amiga na infância e adolescência, e que estava casada com Rony que era o melhor amigo de Harry na infância e adolescência. Ela era uma mulher de cabelos castanhos mais cacheados que nem os meus,porém menores(também... Eu acho humanamente impossível que alguém tenha cachos com cinco centímetros de espessura que nem os meus), um sorriso encantador e olhos castanhos muito inteligentes. Era brilhante, e eu adorava ela por isso. Rony era um cara da idade de Harry, ruivo e meio atrapalhado, mas era bem legal.

Enfim,ela foi e pegou uma pequena bolsinha de contas e me deu.

– Coloque isso nas meias ou botas, assim mesmo que houver algo e vocês precisem correr, você não perderá isso.

Ela me deu a bolsinha. Eu sabia que ela equivalia a um cômodo inteiro no quesito espaço lá dentro.

– E tome isso emprestado,se você,ãnh,se perder, dê um clique e você encontrará o caminho de volta– Disse Rony, me entregando um pequeno isqueiro de ouro.

Eu assenti,solene.

–Obrigado, Rony,Hermione.–Disse Harry. E fomos de volta para a casa deles.

– Tome emprestadas, vai precisar– Disse Harry,me entregando duas barracas de acampar.

–E toma saquei de meu cofre hoje, um presente para a viajem. 500 dólares,20 Galeões e 70 Dracmas de ouro.– Disse Tia Gina me entregando três bolsas recheadas de dinheiro.

–Não precisava fazer isso, Tia Gina.

–Mas eu quis fazer isso,sim.– Ela disse sorrindo. Fiquei pensando por quanto tempo não veria aquele sorriso de novo.

– E tome isso.–Ela me deu três estojinhos de maquiagem redondos com espelho.– São comunicadores. Eu fico com um. Você dá esse outro para sua amiga Lunna. Ela parecia bem ansiosa por ajudar. E você fica com esse.Você passa o pincel na parte rosa e você fala comigo. Passa na parte azul e fala com sua amiga Lunna.

–Que engenhoso–Eu disse, pasma.

–Obrigada, Tio Harry,Gina. Vou indo preparar minhas malas.

Eu me despedi deles e fui embora e chamei todo o grupo para colocar as coisas mais importantes ali dentro, da bolsinha de contas,na Casa Grande (Passei primeiro na meu chalé para pegar uma capa de inverno). De início ninguém entendeu mas quando eu enfiei metade do meu corpo dentro da bolsinha(a cabeça até a cintura, se eu pusesse os pés lá dentro,provavelmente ia levar um tombo) eles se ligaram que no mundo dos bruxos nada é o que parece. Nem as pessoas, pensei. Grunhi.

Eles jantaram, eu não. Eu fui para a cozinha, mas por que decidi pegar alguns mantimentos, afinal, éramos sete, para viajar de Nova York até as Bermudas e depois Nova York, de novo. Quíron ainda me disse depois que nós tínhamos até 21 de junho para fazer tudo isso pois era o solsticio de verão. Ótimo. Ainda tínhamos de obedecer a um prazo. Quando verbalizei minhas queixas Percy me disse que se eu não quisesse trabalhar com prazos curtos que não entrasse no mundo da mitologia grega. Olhei para ele inexpressivamente até que ele se tocou.

– Ah, vai, Selena, pelo amor de Poseidon! O que é isso? Tá bom que você não queria participar do nosso mundo mas não precisa me olhar assim.

Ergui uma sobrancelha e lancei um olhar puramente maligno a ele.

Ele se encolheu e falou rapidinho:

–Desculpe qualquer coisa, minha nova irmãzinha que tive a honra de,ãanh, ser irmão. Cara, nunca imaginei que uma menininha de treze anos pudesse conseguir ser tão maligna assim.Se bem que eu conheci Annabeth então não posso dizer muita coisa.

Enquanto eu murmurava(‘‘E olha que é namorada dele...’’) Annabeth deu uma bela de uma cotovelada nele enquanto perguntava:

– Como é,Cabeça de Alga?.

–Desculpe qualquer coisa, Menina-mais-linda-e-inteligente-que-eu-já-conheci-e-tive-a-sorte-de-ser-minha-namorada.

– Ah, Bom.– Disse ela dando um sorriso e chegando mais perto dele para um beijo.

– Hora da garota maligna de treze anos sair de cena– Eu murmurei, para fugir da sessão Love melosa. Nico que era quem estava segurando vela veio logo atrás de mim murmurando( ‘‘Eu sabia que tinha razão desde o começo mas quando eu falei, parecia que ele ia me enrolar num saco de carne e me jogar para os lobos!’’).

–Ah! Oi, Nico. – Eu disse e acrescentei pesarosa:– Parece que nosso encontro foi cancelado...

– Não acho que tenha.– Ele disse vagarosamente. Depois abriu um sorriso.– Só remarcado. O que tem para fazer agora?

– Mas já passou do toque de recolher... Para falar a verdade,nada. – Eu me corrigi. Sabia que tio Harry aprontara bastante em Hogwart,agora, era minha vez.– Já andou de vassoura,Nico?

– Você diz vassoura de bruxa?

–O que acha que eu sou?Uma vampira?

– Vou pegar o casaco.

– Não precisa. Accio casaco de Nico di Ângelo– Eu ordenei com a varinha, enquanto uma forma negra que descobri  ser um casaco de aviador vinha velozmente parar na minha mão.–Accio Firebolt!

Uma vassoura veio para na minha mão. – Sobe aí e segure-se em mim,Nico.–Eu disse já em cima da vassoura. Nico subiu e se segurou na minha cintura. Corei, e senti ondas de calor vindo de seu rosto também. Eu subi com a vassoura e senti que qualquer coisa teria ficado para trás por que estávamos muito ocupados avistando todo o acampamento de cima as estrelas em cima e as nuvens ao nosso lado. Acho que

 deveria  ser uma visão nada tipíca uma bruxa(Qualquer um teria certez disso,não só por estar na vassoura,mas também pelo fato de minha capa estar esvoaçando atras de mim, negra como breu)

– Então, se posso perguntar, onde estamos indo mesmo?

– Para lugar nenhum... Para todos os lugares... Onde você quiser ir.–Eu disse

– Acho que devia ter pensado antes de te convidar... Eu não faço a menor idéia.

– Então, por que não simplesmente voamos? Sem rumo nem objetivo. Só olhando as estrelas e olhando tudo do alto?

–Acho que está certa,Sel. Parece uma boa coisa para se fazer.

Eu pensei um pouco, e descobri que realmente gostava de Nico. Era alguém por quem desistiria de ser caçadora. E isso era completamente errado. Eu passara a escola da vida aprendendo todo dia a mesma lição: Não confiar em ninguém. O olhar que via na minha mãe me ensinara que quando você dá alguém seu coração você está lhe dando todas as armas para te destruir.

  Mas ao que parece após todo esse tempo ainda não havia apreendido absolutamente nada.

Nico olhou para baixo.

– Falando nisso,acho que a gente está bem alto mesmo.

Eu ri e ele me acompanhou.

Após um momento de riso seguido por outro de silêncio eu perguntei:

– Como é? Você sabe, com seu pai?

Ele pensou por uns instantes e disse:

– É difícil. Percy acha que eu sou o único que ele escuta. Que o trás para a razão quando ele está errado. Mas eu sei que ele preferiria minha irmã.

– Preferiria?– Perguntei,surpresa pelo verbo passado.

– Minha irmã morreu há alguns anos, Percy sabe melhor que eu como foi. Ele viu ela morrer, tentou impedi-la, mas no fim não conseguiu.– Ele disse e depois acrescentou,com uma careta:– Uma coisa tenho que reconhecer, minha irmã era muito cabeça dura. – Depois ele continuou:– Durante mais ou menos um ano eu tive raiva. Tive rancor. Na minha cabeça, a culpa da morte de minha irmã era dele. Tudo culpa de Percy. Até hoje me arrependo.– Disse ele como se desculpasse.

– Não precisa se desculpar,Nico. Eu sei como se sente. – Eu disse. E lhe confessei:– Na verdade você é muito melhor que eu. Você perdoou, e depois de tudo,superou. Minha mãe morreu faz anos e olhe para mim. Estou numa missão suicida só por que talvez possa encontrar quem fez isso com ela.

– Isso é diferente. Ela foi assassinada. Ela não teve escolha voluntária. Ele a matou a sangue frio. E além do mais não é uma missão suicida. Vamos conseguir.

– Ela teve escolha. E ela decidiu que eu ia viver. Mesmo que para isso ela não pudesse viver.

–Por favor,Sel. Você não pode trazer ela de volta.

– Não, eu não posso. Mas quem sabe eu possa vingá-la. Traze-la justiça.

Nico olhou para mim riu e falou algo que parecia ensaiado:

–Estes não são a mesma coisa.

– Cara, agora estou me sentindo uma vilã maléfica–Eu disse rindo e agitando os dedos.

–Não,mas agora é sério ,Selena. Não pode fazer isso.

– Eu sei que posso não ser capaz. Mas não posso deixar de tentar. Meu padrinho diz que no final eu vou fazer o que for o certo. É claro que não tenho a mínima sugestão do que é isso.

Eu ri com ele e senti o clima mudar também, de um clima tenso e sombrio a um leve e doce.

–Sabe,Nico, eu realmente gosto de ficar com você.

–Eu  também gosto de ficar com você.

Ele deu um sorriso incrível ao qual não consegui ficar indiferente.

Eu também sorri.

Eu pensei um pouco.

– O que você mais quer, Nico?

– Não sei... Eu queria minha irmã de volta,mais isso é imposivel. Talvez me encaixar, que é uma coisa na qual não sou muito bom. Eu me sinto bem no acampamento mais será que aqui é onde eu realmente deveria estar?

– Entendo... Sei bem o que é isso. Eu também não tenho certeza.

– Não tem?

– Acho que não.

– Pois não parece.

–Como asssim?

– Ah, sei lá... Você é sempre tão confiante de si, descolada, de bem com a vida... Não parece que você não se encaixa. Parece que você sempre sabe o que vai acontecer e o que você vai fazer sobre isso.

– Ah, é o que deve parecer para alguém de fora – Eu disse e sorri. Soube que era verdade. Quando vi, as palavras iam escapulindo antes que eu pensasse muito sobre elas ainda que tudo que eu dissesse era verdade.– É verdade. Eu sempre sei o que fazer. Na maioria das vezes, nós bruxos podemos resolver nossos problemas como um toque de mágica. Mas a magia trás tantos problemas como os resolve. Se eu não estou num lugar exclusivo a bruxos, e eles sabem de meu segredo, eu viro a bruxa esquisita. Quando eu cheguei nesse acampamento, mesmo que eu soubesse o que estava acontecendo, não pude deixar de ficar confusa. Eu me senti meio perdida, vendo todos unidos como uma grande família. – Eu suspirei.

– É por que somos uma família. Nós nos sentimos seguros por que sabemos que sempre vai haver alguém para nos pegar quando caímos.

– Às vezes literalmente. – Eu disse e rimos.

– Enfim, termine o que estava dizendo.

– Foi por isso que minha irmã se uniu as caçadoras, sabe? Ela sabia que havia quem cuidar de mim. Ela viu Percy e achou que se era esse tipo de pessoa que habitava o acampamento, ela podia ir em paz, e mesmo assim saber que eu estava em boas mãos. – Ele parou de sorrir e ficou um tanto pálido, como alguém que iria confessar um crime– Acho que ela estava cansada de ser a irmã mais velha 24 horas por dia.– Suspirou.

Era assim que ele se sentia? Eu não poderia deixar isso acontecendo... Ele estava infeliz! Dentre todas as pessoas... Eu não podia deixar isso acontecer. Era tão... errado.

Sem saber o que fazer, virei meu tronco e toquei sua mão, segurei-a firme mas ainda si delicadamente.

– Acho que se fosse por você, valeria pena.– Eu disse. Por algum motivo ele pareceu melhor quase talvez radiante. Ele segurou gentilmente minha mão.

– Mas... E você?

– Como assim?

– Com o que você sonha?

– Ãnh, pergunta difícil. Antes de chegar aqui, meu sonho era ser uma caçadora virgem. Mas agora... Agora, fico pensando se isso é mesmo o certo. Desistir de algo que eu nunca senti.  – Eu disse olhando para aqueles olhos ônix que eram pensativos ao mesmo tempo em que ardiam de emoção. Era verdade. Eu poderia desistir daquilo?

– Não quero que desista. - Ele tinha o rosto a três centimetros do meu.

– No momento? Eu também não. - Reparei que estava cada vez mais perto dele, até notar de que era eu chegando mais perto,embora,com uma analise rápida,eu visse que ele também. Agora estávamos a um centímetro de distância. Os narizes quase se tocando... Eu corei e abaixei a cabeça. Virei para a frente,mas não soltei sua mão.

– Vamos, vamos descer antes que alguém dê por nossa falta.–Eu disse. Descemos até em frente de meu chalé.

– Quer um chocolate quente antes de ir?

–Claro.

No resto da noite brincamos,fazemos palhaçadas e quando chegou sua hora ele partiu em direção ao chalé de Hades.

E eu escovei os dentes e fui dormir.

Enquanto eu dormia, eu sonhei. Estava num castelo com paredes escuras e um tapete vermelho sangue e andava lentamente.

–Lordes.

Uma forma encapuzada se curvou para dois homens. Ela estava coberta com uma capa preta e longa, mas dava para ver parte das mangas, que eram rosas e nas pontas prata, elas iam até  os dedos e tatuagens  tribais rosas shock metálicas. Os dois eram gêmeos, com certeza. Tinham um cabelo loiro bem escuro, tinham uns 40 anos e uma feia cicatriz no rosto. Era estranho. Em um, a cicatriz estava do lado direito. Do outro, o esquerdo. Os dois pareciam se completar. Juntos tinham um rosto perfeito e um rosto deformado.

– Como vai o plano?– Disseram uníssono.

–Cronos está cooperando. Logo, a semente da dúvida estará plantada na mente da garota.

– Nós sabíamos que ele ia cooperar. A garota sabe da existência da profecia?– Disseram eles novamente. Eram como um só homem e não dois.

–Nem imagina senhor. Impediram no acampamento de contar qualquer coisa a ela. Mas temos que ficar de olho,Milorde. Quíron já deu com a língua nos dentes antes.

– Nós sabemos. Mas Quíron não revelará a profecia a criança. Foi um plano bem complicado que O Tortuoso criou para encobri-la. Ela é a melhor arma existente para derrotar os deuses e são eles que a estão protegendo.

– Eu estou sendo de grande ajuda, não é? Posso, por favor, saber qual é o plano?

– Não  vemos como isso pode ser da sua conta, Semideusa. A deusa ainda está segura?

–Está,Lordes.

– E a pequena lady?– Ela está no seu quarto no castelo.

– Ótimo. - Um dos gêmeos se foi o outro continuou -Ela será vital para o plano.

– Deseja mais alguma coisa, Mestre?– Ela perguntou. Eu podia ouvir o duplo sentido em suas palavras.

– Por enquanto nada. Pode se retirar.

– Obrigada, Milorde.– Ela disse e depois se retirou com seu manto negro esvoaçando atrás dela.

Ele fechou os olhos virou para o ponto onde eu estava e olhou nos meus olhos e disse:

– Sinto sua presença, mas não sei quem você é.– Ele disse sem se alterar– O que você quer? – Ele perguntou, numa súbita chama de raiva mais poderosa do que o magma dos vulcões.

Eu cai para trás em  estado de choque. E acordei. Acho que eram mais ou menos quatro da manhã. Não sei. Só o que sei é que eu lembrava de ficar em choque e mais nada.

Eu arfei e fiquei sentada esperando meus batimento cardíacos se acalmarem.

‘’ Sonho idiota’’ murmurei.

Um pacote em cima da penteadeira me chamou atenção, com uma onda de culpa percebi que era o presente de Lunna. Eu havia ficado tão ocupada com as aulas de Percy, a missão, Nico... que não havia nem aberto o presente dela.

  Engatinhei até a penteadeira peguei o pacote e voltei para a cama.

Estava num pacote negro com um laço vermelho sangue. Ele exalava magia.

Eu o abri e lá estava um colar. A corrente finíssima era de ouro e tinha uma pedra verde clara com o desenho de um trevo de  quatro folhas. Vinha com um bilhetinho dizendo:

‘‘Desejo-lhe um feliz aniversário,

Boa Sorte e toda a felicidade do mundo.

Lunna. ’’

Que fofa! Pensei. Eu sabia que não ia voltar a dormir então tomei um banho comi o café da manhã e me preparei. Coloquei calças jeans, botas, uma blusa branca confortável e uma jaqueta marrom de couro de grife que parecia feminina e chique mas na verdade era resistente e impermeável. Coloquei a bolsinha de contas(com a sorte líquida) na meia e a varinha na bota, coloquei brincos de prata com pequeninos diamantes, o anel de Grifyndor e o anel da verdade, o colar de Lunna e o grampo-armadura.

E fiz uma coisa que não fazia de verdade a muito tempo.

Eu cheguei no espelho e me avaliei realmente. Quer dizer, realmente,realmente mesmo.

Até os mínimos detalhes.

Eu não era feia, isso era uma certeza. Mas também não era linda,posso afirmar.

Meu cabelo era preto Cleópatra,coisa que mamãe dizia ser legado de meu pai, com grandes cachos grossos emoldurando o rosto em formato de coração e que caiam até por quase a cintura.

Tinha olhos verde – mar, que eu realmente gostava; me lembravam o mar,que por mais que eu odiasse Poseidon, eu amava,por que era como estar no meu lar, coisa que era difícil, pois em todo lugar que eu ia,eu me sentia deslocada. Aqui,no acampamento não me sinto assim... Espantei esse pensamento. Poderia refleti-lo depois.

  Meu lábio superior era grande comparado com o inferior. Herdado da família de minha mãe,eu sabia. Pois minha querida prima Bella,com quem vivi por um certo tempo tinha o mesmo pequenino erro de genética.

  A pele pêssego desbotada, chegava a ser translúcida. Outra herança. Do mesmo jeito que Bella.

  Eu era magra,porém meio molenga. Também; ri-me comigo mesma sobre essa questão.

Mas nada que você não visse numa garota pela rua.

Eu desisti de minha pequena avaliação e me sentei na sala e peguei uma concha e assoprei-a. Ela transformou-se em violão e eu toquei baixinho, só para mim. Pensei em tudo que estava acontecendo comigo,em Nico, no meu mais novo,e querido(pensei com surpresa), irmão mais velho, em minha mãe... Demorei-me em mamãe. Pensei em como eu fui forte ao enfrentar sua morte. Não é algo que se espere de uma menina de quatro anos. Pensei que, apesar de tudo, eu era uma menina normal. Tinha Sentimentos. Saudades de mamãe. Amizade por Annabeth. Um amor quasee maternal por Gina e um amor paternal sobre Harry. Um amor fraternal a Percy. Amizade para Lunna. E Nico... O que eu sentia por Nico? Eu realmente não sei. Mas é algo forte. E cantei. Nadar,esgrimir,cantar... Essas sempre foram coisas que me faziam me sentir melhor.

‘‘ I'm just an Ordinary Girl Sometimes I'm lazy, I get bored. I get scared, I feel ignored I feel happy, I get silly. I choke on my own words I make wishes, I have dreams And I still want to believe Anything can happen in this world For an Ordinary Girl

So give it everything or nothing at all You get back on your feet, When you stumble and fall A little luck can go a long way So don't you worry about what people say Who knows where the wind may blow For an ordinary girl

Just an ordinary girl Sometimes I'm lazy, I get bored. I get scared, I feel ignored I feel happy, I get silly. I choke on my own words I make wishes, I have dreams And I still want to believe Anything can happen in this world For an Ordinary Girl Like you, like me For an Ordinary Girl Like you, like me

For an Ordinary Girl For an Ordinary Girl Like me, like you’’

– Que Lindo,Selena– Disse uma voz conhecida atrás de mim.

Eu me virei. Dois pares de olhos verdes e dois de um azul tempestuoso me encaravam.

– Ah, Oi, Perce,oi,Annie. O que estão fazendo por aqui?

– Ah, é que a porta estava aberta, tínhamos vindo para nos organizar melhor.–Disse Annabeth.

–Bom,Annie, eu já arrumei todos os mantimentos, está tudo organizado.

– Quer ir tomar café?

– Ah,não,Annie. Eu já tomei.– Eu disse.

– Então eu to indo.

– Ta.

– Será que pode ir na frente,Annie? Eu queria falar com Selena. Eu já estou indo. É só um instante.–Percy disse.

–Ta bem. Mas não demore.–Ela disse,dando um beijo em Percy. Revirei os olhos. Love meloso de novo.

Ela se foi e Percy me olhou.

Ele veio até mim e se sentou no sofá.

–Iaí,maninha? –Ele disse. Eu revirei os olhos e sorri.

–Oi.

–Eu estava pensando...

– Vixe! Aí vem bomba!

Ele revirou os olhos.

– Quando voltarmos da missão...

–Supondo que voltemos vivos.

–Quando voltarmos vivos da missão... Eu estava pensando... Se você gostaria de se mudar para o chalé de Poseidon.

Eu gemi.

– Olha Percy, eu realmente gosto de ter você como irmão e estou quase aceitando Poseidon, mas... Uma coisa de cada vez,tá?

–Você está quase aceitando Poseidon?

–Quase.–Eu disse,

–Quase.–Percy suspirou.

– E Selena...– Percy começou, com um sorrisinho malicioso que me deu medo– O que você estava fazendo fora do seu chalé ontem a noite?

Eu gelei.

– Você... viu?

– Vi o que? Como as estrelas estavam brilhantes... Como os hipocampos estavam nadando... Ou que você estava com Nico?

Eu devo ter parecido apavorada por que Percy riu.

– Eu realmente não me importo,Selena. Você realmente gosta de Nico? Ele te faz feliz?

– Eu não sei,Percy. Estou tão confusa. Ele me faz feliz, isso eu garanto. Mas não sei... Ainda não decidi o que estou sentindo.

– Acho que você deve se decidir logo,Sel. Ele é um bom amigo. Tome cuidado,se não pode magoá-lo.

Eu suspirei. Ele tinha razão; eu precisava me decidir. Não só por Nico,mas por mim. Não saber o que sentia era uma baita novidade.

– Tem razão,Percy.

– Em geral eu tenho.Em questões como essa,pelo menos.

– Tenho certeza que Annabeth é uma menina complicada.

–Você nem imagina como.– Ele disse, assentindo com a cabeça loucamente. Eu ri.

- Mas sério, - ele disse - Ela me deixa louco, louco,pirando...

- Mas ainda assim, você está louco por ela.

- Obrigado. - Quando eu franzi as sobrancelhas ele acrescentou - Por me entender. Acho que só você consegue fazer isso.

– É fácil conversar com você,Cabeça de Alga.– Eu disse.

– Ei! Você também é filha de Poseidon, também podem te chamar assim.

– Sim! Mas eu sou, em primeiro lugar, uma bruxa,ou seja, não é válido.

– Você devia ser filha de Atena, sua espertinha.

– Fazemos como podemos.–Dei de ombros.

– Falta uma hora para partimos, chegue uma meia hora antes e passe no chalé de Nico para chamá-lo, aquele garoto dorme mais do que eu acharia possível.

– Claro. Mas Percy...– Eu mordi o lábio. Outra característica de Bella.

– Diga o que lhe preocupa.

– Percy, eu tive um sonho e ...

– Me conte, Selena– Ele disse pulando para o meu lado – Sonhos de meio-sangue quase nunca são só sonhos.

– Bem, foi assim...– E contei a ele.

– Bem, se realmente há alguma profecia, você, como bruxa conselheira do acampamento, tem o direito de saber a profecia. A menos que...– Eu podia jurar que eu vi uma lâmpada acendendo na cabeça dele.

– A menos...?

– A menos que a profecia seja sobre você.– Ele disse como se fosse uma coisa tão óbvia que ele não conseguia acreditar como não havia pensado nisso antes.

P.O.V. Nico di Ângelo

Eu acordei com alguém batendo em minha porta.

– Já vai! – Eu gritei, quase dormindo. Olhei para o relógio na parede. Ainda faltava um bom tempo para a missão. Escovei meu dentes rapidamente, podia ser Selena.

Eu abri a porta e fiquei decepcionado. Percy.

– Oi.– Eu disse,minha voz com tédio. Eu me virei deixando a porta aberta,como um “pode entrar”. Eu podia lhe dar um chute e mandar sair de meu chalé, mais depois dele quase ter me arrebentado uma vez, ter tentado me proteger durante o ano que eu quis mata-lo, eu te-lo enganado sem querer querendo, ele ter ficado todo forte depois de um banho no rio Styx, acho que foi sensato da minha parte. Sem falar que ele era o irmão mais velho da minha namorada, ou o que quer que seja que a Selena seja minha. Percy pareceu ouvir meus pensamentos.

–    Eu sei onde você estava noite passada.

Eu arregalei os olhos.

– Na meu chalé,imagino.– Fiz-me de inocente.

– Nico, você lembra o que você disse quando eu fugi naquela maldita missão? Você disse que ia inventar alguma coisa coisa...

–... E que eu era bom nisso.– Eu sorri. Ele não parecia nervoso, mas nunca se sabe.– Tá tudo bem pra você, cara?

– Você namorando minha irmãzinha? Nah, imagina.– Ele disse rindo.– Não,sério,por mim tudo bem. Eu vejo como ela te olha. Eu posso até ser meio avoado, mas o acampamento inteiro está comentando que ela gosta de você e que você gosta dela. E eu vi, ontem.

– Ela gosta de mim?– Eu perguntei e me senti flutuando. Acho que eu flutuei de verdade, por que o Percy se acabou de tanto rir.

– Isso, maninho, você pergunta pra ela.– Ele riu. Algo me dizia que eu estava mais vermelho que um tomate. Maravilha.

– O que exatamente você viu?

Ele fez uma cara que me deu muito medo para mim.

– O que exatamente eu não deveria ter visto?

Eu revirei os olhos.

– Faz favor? Eu tenho treze anos. Há mais chances dela ser uma má influência para mim do que eu para ela. – Eu comecei e ele ergueu as sobrancelhas para mim, mas eu mal notei.– Se bem que isso seria impossível com aquele rosto angelical ,as bochechas rosadas, o sorriso estonteante, os olhos inteligentes e sinceros, os mais lindos que eu já vi...– A cara que ele fez de descrente era de dar vontade de rir mas eu estava muito ocupado quase flutuando.

– Peraí! Foco,garoto! Minha irmã,lembra?! – Ele disse e eu olhei-o com olhos suicidas.

– Sai do meu chalé!– Eu joguei um travesseiro na sua cara.– Não aconteceu nada,ok? Nada!

– Calma aí,maninho. Entendi. Nada. Só quero dizer que eu aprovo,ok? – Ele nós batemos a mão num cumprimento–.Sei que eu vou quebrar sua cara se faze-la infeliz mas também sei que é um bom garoto – Ele foi se levantando– ...e se a minha irmã tinha que se apaixonar por alguém desse acampamento fico feliz que seja por você.– Ele disse,saindo.

– Isso quer dizer que ela está apaixonada por mim?– Gritei, ainda na cama.

– Eu não disse isso.– Gritou pelo ombro, já lá fora.

Algum dia, os filhos de Poseidon me deixarão louco.

P.O.V Selena Alexandra Joy

Cara, por que minha vida nunca foi normal?

Primeiro, sou uma bruxa.

Sei fazer magia e poções tão bem que os professores de Hogwarts se espantaram.

Segundo, minha mãe e meu padrasto são assassinados.

Eu vou parar num abrigo enquanto meu padrinho cuida da papelada.

Terceiro , descubro ser filha de Poseidon.

Eu tenho um irmão.

Quarto, descubro que tenho uma profecia.

Não, por que Percy estava impecavelmente correto.

Eu seria avisada das profecias, a menos essa.

Percy me falou que Annabeth está no acampamento há anos e ela sabe de todas as profecias. Mas,é claro, que Quíron provavelmente a fez jurar pelo Rio Styx que ela não contaria, que é um juramento que até os deuses devem cumprir, se não morre, ou então vai para o Tártaro e blá,blá,blá...

  Enfim, o que eu quero dizer é por que tudo tem que ser comigo? Quer dizer, existem 6 bilhões de pessoas do planeta, por que não qualquer outra? O que fiz de errado?

Tá. Sei o que você deve estar pensando.’’ Não seja melodramática,querida. Essa Profecia provavelmente nem é sobre você. Você precisa parar de roer as unhas’’ . Peraí, de onde veio essa última parte? Enfim. Mas essa profecia é sobre mim. É a única solução.

  Era nisso que estava pensando ali sentada no sofá. Foi quando eu me dei conta que eram sete horas. Fechei os olhos. Foi quando o telefone tocou.

– Alô? – Eu falei,ao  colocá-lo na orelha.

– Alô? Selena? – Eu ouvi uma mulher um tanto desperada.

– Ah,oi.

– Aqui é Renée.

Ah,sim. Agora as coisas estão esclarecidas. Renée é uma parente próxima, minha tia por casamento, mãe de minha prima Bella.

– Ah,oi,Tia.O que houve?

– Ah,é a Bella,Alex!

Aí eu fiquei preocupada.

– O que houve,tia? A Bella está bem?

– Ah, não aconteceu nada, Selena. Fisicamente.

– O que houve então?

– A Bella quer ir morar com Charlie!

– Mas ela odeia Forks... Isso não faz o estilo dela...

– Eu sei! Ela... Eu sei que ela está fazendo isso por mim, para que eu possa ficar com Phil em suas viagens. Eu disse que ela não precisa fazer isso, mas você sabe como ela é cabeça dura.

– Sei.

– E eu sei que isso a vai fazer infeliz, mas eu não posso dizer nada por que ela insiste em dizer que isso é o que ela quer.

– Ah, tia. Acho que não devia se preocupar com isso. Bella é forte,durona. Ela vai se sair bem em qualquer local. Ela sempre vai falar com você seja por e-mail,telefone,webcam... ou o que for. Não vai dar nem para sentir saudades. Mas se é o que você quer eu ligo para ela,mas não garanto nada.

– Aaaaaaah, obrigaada,Selena! Vou ficar te devendo eternamente!

– De nada,tia. Mas eu tenho que ir, talvez eu esteja meio ocupada nesses dias, mas eu ligo. Juízo,tia– Eu lhe pois ela realmente precisava*

*Maiores informações ler Crepúsculo

– Eu sempre tenho. Obrigada,Selena. Mesmo.

– Então,tá. Beijo, tia.

– Beijo,tchau.

A linha ficou muda. Outra preocupação. Mas essa era menor,pois apesar de que eu realmente ligaria para Bella, sabia que ela estava fazendo o que era certo, de um jeito ou de outro. Ela sempre fazia. Eu a amava, por isso também. Ela era cheia de amor e ternura, e sempre fazia o que deixassem as outras pessoas felizes,mesmo se tivesse que passar por cima de seus próprios sentimentos.

Eu suspirei. Estava chovendo, vi pela janela. Por dentro de mim,também parecia que ia chover. Suspirei de novo e abri a porta. Na entrada achei uma flor, não sabia identificá-la,mas era linda, amarela, cheia de vida. Nela havia um bilhete:

Não desista.

Um dia,

Tudo dará certo.

Sempre haverá alguém para lutar por você.

Eu sei de pelo menos um.

Eu.

De alguém que te adora.

E aquela foi a primeira flor.