até o Sol se Pôr. escrita por Julyana


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, desculpa a demora em postar esse capítulo mais é que eu estava em provas finais.
Agora que tudo isso já acabou e eu passei direto o/ vou ter mais tempo para me dedicar a história XD



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Meu coração batia acelerado e minhas mãos tremiam quando eu o vi, apoiado na mesa onde costumava ficar, conversando com Nana. Minha mente e meu coração ainda estavam assimilando os acontecimentos de ontem no lago. Fora tudo tão perfeito que eu acho que temia acordar e ver que tudo não tinha se passado de um sonho bom.

Alertado por Nana de que eu havia chego ele voltou-se na minha direção e, com aquele sorriso de canto que fazia meu coração parar de bater, veio se aproximando de mim. Estávamos dentro da sala de aula, com a perspectiva de o professor chegar a qualquer momento e com toda a turma nos observando, mas nada me importava mais quando ele me abraçou pela cintura e aproximou nossos rostos.

- Senti sua falta. – Sirius sussurrou com nossos lábios a centímetros um do outro. Ele havia me levado em casa ontem “para garantir minha segurança”, isso quer dizer que não faziam nem dez horas desde a última vez que nos havíamos visto, mas ele estava certo. Eu também estava morrendo de saudades.

- Eu também. – mal terminei de proferir essa frase quando ele me beijou. Deveria ser proibido por lei beijar como ele. Quando seus lábios encostavam-se aos meus era como se todo o mundo deixasse de existir e só restasse a pressão de sua boca sobre a minha e a doce exploração de sua língua.

O som de um grito abafado perfurou a bolha em que nos encontrávamos e eu senti um par de mãos tentarem me afastar de Sirius, que prontamente me segurou e se voltou para a pessoa. Qual não foi minha surpresa ao ver que era Lívia, com os olhos arregalados de choque e os lábios franzidos em fúria por ter-nos visto juntos.

Voltando minha atenção para Sirius vi-o apertar os olhos com puro ódio em direção a menina. Ao notar que havia ido longe demais Lívia deu um passo a trás a fim de escapar da fúria silenciosa no olhar de seu primo.

- Nunca mais, enquanto você viver, ouse encostar na minha namorada, entendeu bem? – o tom de Sirius retratava um ódio tão profundo que até eu me assustei. Definitivamente, dessa vez, Lívia tinha ido longe demais.

- Você não pode fazer isso comigo! Quando minha mãe falou que vocês vinham para cá eu achei... Eu achei... – a voz de Lívia tremeu e eu vi a raiva e o ciúme com os quais ela sempre me olhou se multiplicarem ao ver o quão protetoramente Sirius me abraçava. Não sei se o que eu senti naquele momento por ela foi pena, asco ou algo do gênero.

- Se é assim que você quer priminho, que assim seja. Mas não se engane Isis, esse arremedo de romance não vai durar. - com essa frase Lívia pegou seu material e foi embora da sala. Olhei pasma na direção de Sirius buscando uma explicação para a atitude dela e o olhar torturado dele fez meu coração doer.

- O que aconteceu, Sirius? – tentei manter minha voz o mais normal possível enquanto mantinha seu olhar no meu. O que quer que ele estivesse escondendo de mim era, obviamente, sério e de conhecimento daquela tentativa frustrada de Barbie.

- Mais hora menos hora nós vamos ter que conversar sobre isso Isis, mas ainda não é o momento. Porque estragar um dia perfeito e especial com a mancha da inveja da Lívia? – não fosse pela sinceridade com a qual Sirius me disse isso acho que não conseguiria relaxar, mas ele estava certo. Esse era nosso dia, um dia que ia ficar marcado para sempre, e se houvessem problemas, como obviamente haveriam, nós os resolveríamos quando viessem.

- Mais ainda assim você não escapa dessa conversa por muito tempo Sirius McClain. – eu podia até respeitar o tempo dele porque, afinal, isso é sempre necessário, mas seria impossível controlar por muito tempo minha curiosidade – Eu posso ser paciente, mas é só enquanto consigo lutar contra a minha curiosidade. E, infelizmente, isso não é tanto quanto eu queria.

Tive que controlar meu riso ao encarar minha melhor amiga. Seu olhar mesclava assombro, descrença e admiração. Quase podia ouvir as engrenagens em seu cérebro funcionando e desvendando tudo que havia acontecido ontem e levado ao “show” de hoje. Obviamente haveriam muitas coisas que Nana não conseguiria adivinhar sozinha, assim como haviam coisas que eu ainda estava por descobrir, mas, sorrindo em respostas as perguntas mudas da minha amiga, sabia que agora tudo iria começar a acontecer.

Lembro que certa vez li que o tempo é precioso demais para ser desperdiçado com sentimentos que futuramente não significarão mais nada e exatamente por isso nós devemos saber aproveitar quando as oportunidades únicas batem à nossa porta. Dessa vez ela havia batido na minha e, por mais complicada que as coisas pareçam que vão ficar, eu saberia trilhar esse caminho que a vida estava me apontando.

Com esses pensamentos impregnando minha mente passei a observar o garoto sentado ao meu lado que agora, por uma reviravolta do destino que o trouxe da Escócia para mim, respondia como meu namorado. A forma como as sobrancelhas dele se franziam em concentração ou como tamborilava os dedos indicando sua vontade de que a aula acabasse logo.

Ainda me perguntando o que um cara como esse havia visto em mim notei que ele me observava de volta. Senti-me afundar na constante tempestade a qual me transportavam aqueles olhos verde-acinzentados enquanto sentia Sirius segurar minha mão por debaixo da carteira.

Era tão fácil me perder no sentimento que ele fazia transbordar por meu peito. Era como se isso fosse à única coisa que importasse em todo o mundo. Mas mesmo com essa sensação de amor e paz o recado subentendido na fala de Lívia perturbava meu coração.

O que, afinal, ela sabia e eu não? De que forma isso poderia afetar meu novo mundo perfeito? E porque Sirius relutava tanto em me contar?


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado e comentem *--------*