até o Sol se Pôr. escrita por Julyana


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem *---*



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Os dias que se seguiram foram normais exceto por uma coisa: de alguma forma, quase subliminar, Sirius parecia mais simpático comigo. Eram coisas pequenas, que, aparentemente, só nós dois notávamos, como o fato dele sorrir para mim quando eu chegava à sala ou seus olhos brilharem quando isso me fazia corar.

Até que o tão esperado dia chegou... Vocês acharam que era uma coisa boa? Ledo engano.

- A prova de matemática está marcada. Espero um desempenho acima da média, afinal vocês estão no último ano! – enquanto meu professor seguia com seu discurso sobre a importância das notas do último ano eu me sentia afundar na cadeira.

Porque esse dia tinha que chegar? Eu mal podia imaginar a minha nota nessa prova. Já era uma dificuldade para entender a matéria de todo dia imagina fazer uma prova que, como a dele, era em nível de concurso?

Deitei minha cabeça sobre meus braços em cima da mesa e me preparava para dormir/morrer quando um bilhete foi posto ali vindo da mesa da frente.

Franzi minhas sobrancelhas enquanto o pegava e lia:

“– Você está com medo?”

Nada mais era que uma pequena frase em letra rebuscada. Resolvi responder.

“- Na verdade estou sim. Mal entendo a matéria dele... Imagina essa prova!”

E coloquei o papel novamente na mesa dele, tomando o cuidado de não deixar o professor ver, pois ela não suportava bilhetinhos.

Passaram-se alguns minutos enquanto o via franzir a sobrancelha e hesitar ao escrever até que me fosse entregue a seguinte mensagem:

“- Quer ajuda?”

Sem motivo aparente meu coração disparou e minhas mãos gelaram ante a pequena frase.

Porque ele queria me ajudar? Ele não falava com ninguém, ficava sempre sozinho e, no entanto, de uma hora para outra, resolveu me ajudar?

Talvez tenha sido por ele ser o melhor aluno de matemática ou por tê-lo visto hesitar tanto antes de escrever aquela frase mais minha resposta foi:

“- Eu quero sim.”

Uma frase simples e pouco reveladora, exatamente como a dele.

Corei enquanto o via ler minha resposta e me devolver o papel:

“- Amanhã, 2 horas, no lago atrás da escola?”

Surpreendi-me por ele conhecer esse lugar. Eu mesma só fui descobri-lo ano passado. Mas logo se tornou claro o porquê dele conhecê-lo: muito pouca gente o conhecia e menos ainda iam para lá, seria um lugar perfeito para ele que, aparentemente, apreciava tanto a solidão.

“- Ok.”

Entreguei minha resposta no momento em que o sinal de término das aulas bateu. Passei direto pelas garotas que se amontoavam em volta de Sirius buscando-lhe a atenção. Eu tive que rir da situação. Elas faziam de tudo desde o primeiro dia para fazê-lo falar com elas e nunca conseguiram nada, já comigo que nunca dei-lhe muita corda...

Confusa com o rumo dos meus pensamentos fui para casa, decidida a só voltar a pensar nisso no outro dia.

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O dia se desenrolava como qualquer outro, exceto pela inquietação crescente de duas garotas: a minha e a de Lívia. O motivo? Sirius não havia vindo para a escola.

Eu não deveria mesmo me preocupar com isso, mas ele não parecia o tipo de garoto que marca alguma coisa e deixa de comparecer sem dar um aviso.

Era esse meu pensamento quando vi meu professor abrir a porta e uma mulher, para a qual eu não daria nem 35 anos, entrar.

Observei enquanto falava com o professor e pude constatar ter ele uma beleza por mim já conhecida. Pele claro, cabelos negros até o meio da cintura e olhos negros.Enquanto chegava a conclusão de que Sirius deveria ter herdado os olhos verde-acinzentados do pai vi que ela me fitava e, seja o que quer que tenha pedido, meu professor concordava.

- Isis, a Srª McClain gostaria de falar-lhe – disse ele enquanto voltava para a sala e a senhora McClain se encaminhava ao corredor.

Não nego que fiquei confusa, tanto por ela saber quem eu era quanto por querer falar comigo, e, no momento em que levantava e encaminhava até a porta, pude ver que não era a única.

Deveria ter imaginado que Lívia não deixaria isso passar tão facilmente. Ela caminhava até o corredor ao meu lado, usando toda sua pose de “eu sou a tal”. Pode ter sido minha imaginação, mas tive quase certeza de ter visto desagrado permear aqueles olhos negros e expressivos quando viu quem me acompanhava.

- Titia! – quase gritou Lívia com sua voz forçadamente infantil enquanto abraçava a tia. – O que aconteceu com o priminho? Fiquei preocupada por ele não vir hoje!

Quase revirei os olhos ao ouvir o “priminho”. Ela com certeza não teria coragem de se referir a Sirius assim se ele estivesse a menos de um quilometro de distância. Reprimi minha careta enquanto observava aquela cena. Lívia sabia mesmo ser falsa, coisa que eu nunca consegui, sem nem fazer esforço!

- Querida, não há com o que se preocupar. Meu filho teve assuntos aos quais tratar e não pode vir. Agora volta à sala – a mãe de Sirius tinha a voz leve e com um pouco de sotaque quando, com toda a educação, dispensou a sobrinha.

Ela havia falado com leveza e doçura. Mal pude conter o riso ao ver o olhar de descrença de Lívia ante a óbvia dispensa enquanto voltava à sala.

- Bem, agora que ela finalmente foi embora... – a Srª McClain parou de falar por ter notado meu olhar de assombro. – Oras querida! Não se assuste por eu ter dispensado minha sobrinha! Exatamente por ela ser de minha família sei quem e como é, além, é claro, de como tratá-la.

Preciso dizer que ela me ganhou completamente com essa frase? Senti o sorriso brotar totalmente espontâneo em meu rosto enquanto a Srª McClain ria.

- Mas creio que devo me apresentar, não? Que falta de educação a minha. Sou Sara McClain, a mãe de Sirius. – sempre acreditei que os olhos são as portas da alma e os olhos da Srª McClain brilhavam ao estender a mão para mim.

- Muito prazer, Srª McClain – disse enquanto apertava sua mão.

- Oh querida, pode me chamar de Sara! – ela sorria ao dizer-me isso.

- Se prefere assim, Sara – eu confirmei seu pedido com meu sorriso.

Estava sinceramente surpresa. Já deveria imaginar, tendo por base Sirius, que sua mãe seria, no mínimo, única!

- Sinto muito querida, mas não posso me demorar muito mais aqui. Vim hoje a pedido do meu filho. Ele disse que vocês iriam se encontrar hoje e pediu-me para avisar que não vai poder comparecer.

Deveria ter imaginado que seria algo assim. Sem nenhum motivo plausível saber que eu não estaria com ele hoje me entristeceu, ao mesmo tempo em que saber que ele se preocupou em me avisar fez um calorzinho estranho encher meu peito.

- Não há problema, Sara. Eu já imaginava que ele não poderia vir por não ter comparecido a escola – eu disse com um sorriso amarelo.

- Querida porque você não vai lá em casa? Tenho certeza que, embora meu filho seja muito fechado, gostaria de ver você! – ela disse e estendeu-me um papel com um endereço e um número de telefone.

- Não posso ir hoje. Teria que combinar com a minha família antes. – me vi aceitando, tanto o convite quanto o papel. – Eu ligo quando for, ok?

- Claro querida. Agora tenho mesmo que ir. – ela me deu um abraço e eu a vi indo em direção a saída.

Agora me perguntem se eu entendi o que aconteceu. Conheci a mãe de Sirius porque ele pediu que ela me avisasse que ele não viria, ela não gosta da sobrinha e me convidou para ir à casa deles.

Que dia surpreendente, era tudo em que eu podia pensar. 


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês estejam gostando.
Comentem, opinem,perguntem, questionem...
Vou fazer o possível para que essa história corresponda as melhores expectativas!
E, se possível, gostaria que vocês dessem uma olhada nela no meu blog também!

euprefiroassim.blogspot.com