Época de Ouro escrita por Didi8Dedos


Capítulo 5
QUINTO ATO - SNAPE, O AMALDIÇOADO




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Ignorantes e idiotas! Achavam que aquela mulher era uma simples bruxa. Legilimência e Oclumência eram suas melhores qualidades e suas armas preferidas, das quais mais se utilizava. Os tolos não viam ou fingiam não ver! Caíam em seus encantos, totalmente embriagados com sua beleza. Sim, porque mesmo traiçoeira e sagaz, era formosa e bela, não havia como negar. Eu tentava a todo custo me afastar daquelas garras venenosas, dos joguetes tentadores que ela proporcionava apenas para mostrar ao mestre quem eram realmente os comensais. Sempre recusei, com desculpas muito bem argumentadas, os pedidos do mestre em permanecer na mansão, protegendo-a, quando mais ninguém além de Aubrey permanecia lá. E por essa razão a desgraçada me perseguia; cumprimentava-me de forma diferenciada diante dos outros, oferecia-me bebida quando eu era o único sem copo ou chamava-me para o grupo quando eu estava distante dos demais. A todo custo, tentava se relacionar comigo. Tentava, porém, eu não a deixava se aproximar... até aquela silenciosa manhã de domingo.

Eu acabara de acordar, ainda estava exausto, viráramos a noite atrás de bruxos simpatizantes de trouxas. Havia dezenas de pessoas nas camas, mas, menos responsáveis do que eu, continuavam a “descansar”, levantariam apenas quando o mestre os solicitasse. Como ele não estava na mansão... quem sabe quando ordenaria outra tarefa! Preparei um café forte e fui até a varanda do pátio dos fundos. A vista dali era divina, um longo gramado cercado por altas árvores; montanhas se elevavam destacando o céu, que naquela manhã estava impecavelmente limpo. E no meio de toda aquela bela paisagem, um pinguinho bordô se destacava: era Aubrey, sentada sobre uma manta estendida na relva. Alguma coisa me alertou sobre aquela visão, eu, porém, simplesmente supus que fosse a fadiga e a dor de cabeça me atacando. Contra meus princípios, relativos a ela, saí da mansão e segui em direção ao gramado. Aubrey me reconheceu de longe. Sorria radiante a cada passo que me aproximava dela. Por Merlin! Se arrependimento levasse à morte, eu já teria estado no inferno mais de dez vezes só nas últimas horas!

     Olá, Severo - foi o que ouvi havia metros de distância. - Veio me acompanhar?

     Fiquei curioso...

     Comigo? - perguntou sorrindo, parecia rir da minha cara.

     Ora, tão cheia de amigos, a casa está lotadas deles, e você aqui nessa solidão!

     Solidão? - murmurou por entre o sorriso que teimava em lhe permanecer no rosto. - Você está preocupado comigo?

“Idiota, Snape, isso é o que você é!” Meus nervos estavam à flor da pele.

     Não é preocupação. Resolvi ver o que estava aprontando. Armando algum bote?

     Severo - disse ficando de joelhos -, sente-se comigo. Venha conversar de mais perto.

Era óbvia minha hesitação, mas ela não sabia o motivo. Olhei em volta e depois me aproximei, sentando em frente a ela.

     Não doeu, doeu? - falou, agora comprovadamente rindo da minha cara, e me ofereceu uma xícara de chá. - Não tem poção nenhuma no chá, Severo.

     Eu sei - ri da brincadeira, mas juro que pensei na hipótese. Peguei a xícara e bebi um gole. Era um chá doce que eu jamais prepararia. Mas Aubrey era bem do tipo que beberia aquele chá, mesmo que eu recusasse qualquer aproximação para descobrir, ouvia os outros dizendo o quão doce era a mulher. Se assim fosse, porém, que diabos essa maldita estava fazendo ao lado do Lorde das Trevas?

     Você é muito difícil de agradar - e ela pôs a mão no meu braço! Merlin! - Eu gostaria de conhecê-lo melhor, mas fica sempre se esquivando.

     Tenho muito trabalho a fazer. Não venho aqui para brincar...

     Essa é sua vida, Severo. É com que você gasta muito de seu tempo. Por que não me dá uma chance de conhecê-lo?

     Não vejo porque você iria gostar de mim quando já tem muitos com que se ocupar.

     O que quer dizer com isso? - perguntou pendendo a cabeça para o lado e franzindo as sobrancelhas. - Todas as pessoas são importantes. Somos uma família...

     Ah, sim! - e meu sarcasmo não se conteve. - Somos é? Desde quando?

Encaramos-nos e senti que a tinha alfinetado. Ela baixou os olhos e postou a xícara sobre a manta. Observei cada movimento das mãos dela, que largaram a xícara e terminaram mexendo nos longos cabelos.

     Sinto que pense assim - falou finalmente. - Gostaria de saber mais sobe você já que está, quase todos os dias, vivendo ao meu lado. E não tenho tantos amigos quanto você pensa. Especialmente mulheres. A maioria me vê com olhos invejosos...

\t Por que será? - ironizei. Ela me encarou.

     O Mestre... - e riu alto -, ele não deveria causar inveja.

     Cuidado com as palavras! - alertei.

     Você é tão... fiel, Severo - e o olhar dela penetrou em minha alma, não pude impedi-la.

Onde ela queria chegar? Eu não estava afim daqueles joguinhos. Se era um teste, eu já tinha passado! Ergui uma das pernas, apoiando-me para levantar quando ela me pediu para ficar, dizendo que não falaria mais nada. Sentei-me e ela murmurou um pedido de desculpas por qualquer coisa que houvesse dito. Que, diabos, aquela mulher queria? Ficamos sentados durante algum tempo, sem nos falarmos, apenas olhando o horizonte. Os cabelos dela ondulavam com o vento. Deveriam ser tão macios, ou então, não balançariam tão suavemente como estavam balançando agora.

\t É... melhor entrarmos. Logo irá chover.

\t Vá você! - ela falou fitando minha mão, que estava apoiada bem perto da dela. - Vou ficar mais um pouco. Essa brisa é tão gostosa. O verão vai terminar e o frio vai invadir. Tudo vai ficar tão... mais triste! - e então, ela piscou os olhos e sorriu, e foi como se me lançasse um poderoso Imperius.

Num incontrolável impulso me pus de joelhos e a segurei pelos braços, prendendo-a sentada de lado, sem que pudesse se levantar. Enfrentei-a com os olhos e só o que pude ver eram seus lábios entreabertos, brilhantes, molhados. Alcancei-os, sugando-os o mais que pude. Tinham gosto de doçura. Aubrey revidou o beijo e os lábios dela me pareceram mais molhados, mais gostosos; a língua dela me capturou e meu sangue ferveu, intensificando minhas sensações. Então ela enlaçou minha cintura com os braços e meu quadril tocou a região de seus seios. Ela sentiu o quão excitado eu estava e não demorou a sorrir. Maldita! Sorriu e abrindo minhas calças, baixou parte delas e me abocanhou com tanta vontade que gemi alto. Olhei ao redor conferindo se ninguém observava, mas mal me lembrei de onde estava ao senti-la me chupando daquela forma. Ah, por Merlin! Como era boa naquilo e eu não conseguia lutar contra meu corpo, minha mente queria a todo custo que minha boca lhe desse um basta... as palavras simplesmente não saíam como eu queria: “Que boca gostosa, mulher!” Então eu gozei e ela me lambeu todo. Droga! Meus músculos amoleceram, consegui ainda puxá-la para perto e beijá-la. Mas ao contrário do que pensei, meu corpo não se satisfez naquele momento. Quando a puxei para perto e meu antebraço tocou, através do vestido, o seio dela, um calor subiu por minhas pernas e senti novamente meu sangue se aquecer.

Àquela altura eu já nem fazia mais idéia de que estávamos no gramado, em campo aberto a qualquer um que quisesse nos ver. Aubrey tinha levado minhas mãos para dentro do vestido e eu sentia o calor do corpo dela diretamente sob meus dedos. Era tão macia, tão cheirosa. Eu sabia que estava fora de mim, contudo não conseguia retornar de onde estava. Eu apenas queria saciar essa imensa vontade dentro de mim. Minhas mãos desceram pelas pernas dela e subiram novamente, agora por baixo do vestido sedoso. Ela estava sem calcinha e me senti duplamente excitado porque, além disso, estava completamente molhada, e quentinha, e implorando para que eu me enterrasse nela. Só Merlin soube o que eu pensava naquele exato momento, e peço a ele que me faça esquecer toda vez que relembro do acontecido, porque aquela mulher é uma víbora, perversa e sem sentimentos, a não ser os de luxúria. Perdi a noção do tempo em que permanecemos colados, embalados, embriagados pelos veios do gozo a vir. E ele parecia vir a qualquer momento e nos fugia então, viciando-nos naqueles movimentos frenéticos, sôfregos. Oh! E o nome dela que não me saía dos lábios. Eu me arrependia logo depois de pronunciá-lo, mas não conseguia me controlar, eu só queria possuí-la, para sempre! Foi com ela sentada sobre mim que gozei outra vez, mas dessa vez a levei comigo, e a desgraçada não parava, continuava se embalando, acabando comigo. Até que finalmente parou, com as duas mãos no meu rosto sorriu, me beijou suavemente sobre os lábios, depois na testa, e então sentou-se do meu lado, ajeitando o vestido sobre o corpo e arrumando os cabelos desalinhados, molhados por nossos suores.

But God I miss the girl and I’d go a thousand times around the world just to be closer to her than to me. But how I miss the girl and I’d go a million times around the world just to say she had been mine for a day.


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