- Era um lugar grande... Parecia um depósito... Fedia a peixe estragado e possuía vários contêineres enfileirados e sobrepostos... Muitos homens e youkais trabalhavam em computadores, em silêncio... Enquanto um ficava sentado numa espécie de poltrona, apenas sorrindo. Era alto, com a pele bem clarinha, olhos escuros, cabelos negros e ondulados. Estava tudo quieto, até aparecer um homem, todo vestido de preto com um capuz na cabeça. Foi a hora que eu liguei para vocês.. – disse uma jovem, de aparentemente 20 anos, cabelos pretos e ondulados jogados nos ombros. Vestia uma calça jeans suja e  uma camiseta branca, com alguns rasgos. Tinha uma expressão assustada, e estava sentada em frente a uma mesa branca e comprida. Em torno desta, estava sentados várias pessoas, homens e mulheres, todos sérios e vestidos com uniformes do FBI.

- Continue.... – sussurrou um homem másculo, cabelos negros presos numa trança, bem a frente da mulher.

- bom... daí..

-----------------------início narrativa --------------------------------

- Senhor Naraku! Os caminhões com o carregamento das 30 toneladas de heroína estão chegando... Acabou de atravessar o Lago de entrada da cidade de Kyoto. – disse o homem encapuzado, frio.

- Certo. Quero todos eles aqui em menos de meia hora. Prepare os homens para o descarregamento e contate nossos revendedores.Huhuhuhu... – respondeu o homem se acomodando na poltrona.

- Sim senhor! E quando eu posso ligar para o navio de carregamento de armas e munições? Eles devem aportar em menos de duas horas... – disse de novo o encapuzado.

- Quando as drogas chegarem você manda os caminhões de volta para o porto. Ligue agora para os informar. – disse sorrindo.

- Entendido! – gritou saindo do lugar.

- Huhuhuhu... – riu.

Tudo continuou em silêncio por mais alguns minutos, até que o mesmo homem encapuzado aparece correndo e armado, gritando.

- Fomos descobertos pelos federais! Encerrem os programas de contatos! Senhor naraku, pelo túnel, rápido! – disse enquanto o homem na poltrona descia, já sem o sorriso no seu rosto.

- Ei! Você aí!!!kagome!! – gritou naraku, apontando para mim, que estava atrás de um contêiner.

- Senhor, não temos tempo! – disse o encapuzado, dando alguns tiros na minha direção e seguindo para o túnel.

Mais alguns instantes e começou o tiroteio. Me escondi dentro de um barril de ferro e fiquei lá até os tiros pararem, o que durou uns trinta minutos. Depois, um policial me achou, me tirou lá de dentro, me levou até um dos carros e me trouxe para cá.

----------------------- fim narrativa --------------------------------

- Compreendo. De onde a senhorita possuía o nosso número? Como naraku sabia seu nome? – perguntou o homem.

- Antes de hoje, eu já havia entrado neste local. Suspeitei de alguma coisa, por isso pedi para meu primo, que é chefe policial, o número de vocês. Naquela vez, saindo do lugar, alguns metros a frente eu encontrei esse homem, e conversamos. Daí hoje fui lá novamente, mas acabei não conseguindo sair pela porta que entrei... me escondi e liguei... – continuou a bela suspirando.

- Sou Bankotsu, um dos generais de operações do FBI. Mesmo com a prisão de alguns dos integrantes da gangue...Você sabe que não está mais segura, né? O naraku está solto.– disse se levantando.

- sei... – respondeu pesarosa.

- Essa é a equipe do Programa Secreto de Proteção as Testemunhas do FBI. Uma das melhores organizações. Vão dispor a você três dos nossos melhores agentes. Você também vai ganhar uma nova carteira de identidade e um novo apartamento em Tóquio, bem longe daqui. Espero que entenda que essa é uma das maiores gangues do mundo, e que esse homem, naraku, é cheio de contatos. – disse bankotsu.

- Eu... entendo... – disse a jovem, firme.

- Esse é mirok, 23 anos, e essa é a sango, 22 anos. São dois dos três agentes que vão acompanha-la 24 horas. – disse apontando um homem de olhos azuis e cabelos negros curtos, presos; e em seguida se dirigindo a uma mulher de olhos e cabelos cor chocolate, muito bonita e sorridente.

- Prazer... - disse mirok apertando a mão de kagome.

- Será uma honra proteger alguém tão corajosa como você. – disse sango, apertando a mão da garota e lhe dando um beijo no rosto.

- Obrigada... – sussurrou a bela.

- A respeito da sua faculdade, você foi transferida para outra em Tóquio, particular e com um ótimo ensino. Se chama Shouguratem e é bem segura. Lá é toda cercada por câmeras e policiais, então você também estará protegida no estudo.

- Entendido...- respondeu kagome.

- O outro agente que irá te acompanhar se chama inuyasha, e é um hanyou. Você irá encontra-lo no seu apartamento.

- Ele é.. um meio youkai? – disse a jovem receosa.

- Sim. Ele está no comando da operação. Por favor, não se importe com o gênio forte dele. O seu apartamento é bem grande, com quatro suítes, uma sala de estar, uma sala de treinamento de luta, outra sala com os equipamentos, armas, computadores, chips para utilização do trio. Fica num prédio de luxo, bem protegido também.

- certo...

- Seu trajeto diário será do apartamento para a faculdade e da faculdade para o  apartamento novamente. Uma vez por semana você sairá para fazer as compras para a casa, com o cartão de crédito que lhe forneceremos no seu novo nome. Daremos dois dias a cada 15 dias para você sair, sabe, no shopping, bar, essas coisas. Tudo na companhia dos agentes. No mínimo um do seu lado e outro na vigia, um pouco mais afastado.

- Sim... – sussurrou desanimada.

- É para sua segurança querida. Somos eternamente gratos por ter denunciado esse bandido. Por isso nos preocupamos com a sua vida. Agora, você irá até sua casa, pegará algumas poucas roupas, junto com sango. Voltaram para cá e pegaram um jatinho até Tóquio. Pousarão em cima do prédio em qual ficarão, e irá com os três agentes até um shopping comprar algumas roupas. Inuyasha já providenciou comida e utensílios para a semana. Está terminantemente proibida de fazer ligações e levar visitas para casa.

- Entendo... – disse kagome bocejando.

- Ao chegarem no apartamento, serão equipados com microfones e fones de ouvido. Assim, tudo que falarem será transmitido para todos, e gravado.

- Adeus privacidade...- disse a morena, divertida.

- Fico feliz que continue de bom humor... Bom sango... Kagome... podem ir. Não demorem, estamos as esperando. – disse bankotsu sorrindo e saindo da sala.

- Vamos..? – pergunta a jovem de cabelos chocolate.

- Sim... – respondeu kagome se levantando e a seguindo.

As duas entram no elevador e sobem até o térrio. Vão até uma BMW vermelha onde sango entra no banco do motorista e a jovem entra do outro lado.

- onde fica sua casa..? – pergunta a agente.

- a oito quadras daqui... tem certeza que precisa de carro? – pergunta rindo.

- é melhor... não quero que o bankotsu coma meu fígado por te expor ao perigo.. sabe como é... – diz a outra, sorrindo.

A oficial dirige até a casa de kagome, estacionando bem em frente. Era um sobrado cor de abóbora, simples, mas bem decorado. Entram pela porta da frente e vão direto ao quarto da jovem.

- Faça uma mala pequena... compraremos mais roupas em Tóquio... – diz sango abrindo uma mochila.

-  Ok senhorita... - diz, enfiando algumas roupas na bolsa e a fechando, descendo as escadas com a nova amiga.

Entram no carro rapidamente, colocam os cintos. Ao darem a partida, sango para de sorrir, dando lugar a uma expressão séria. Anda algumas quadras e volta a passar na rua em frente da casa da jovem. Agora havia um carro preto parado na frente, fazendo muito barulho dentro da residência. Sango acelera.

- Já estão atrás de você...  – diz séria.

- São mais rápidos do que imaginei....- sussurra kagome.

- São... Muito... Extremamente.. Uma das gangues mais poderosas, mundialmente conhecida...- murmura sango, entrando com o carro na sede subterrânea do FBI.

As duas vão correndo até a central do lugar, onde encontram bankotsu e mirok conversando seriamente.

- Senhor... Temos problemas... já foram até a casa da higurashi, logo depois que saímos. Devem estar de olho nos vôos. – disse a agente.

- Entendo. Comprei uma passagem no nome de kagome higurashi para New York, nos Estados Unidos. E outra de New York para a Flórida. Isso irá despista-los. Agora entrem no jatinho. – diz bankotsu.

Os três jovens entram no veículo, o chefe faz um movimento com a cabeça, o aviador concorda e levanta vôo.

- Então, senhorita kagome, que mudança de vida, não..? – diz mirok se acomodando.

- Pois é... Quando fiz aquilo nunca imaginei que teria tanta repercussão...- responde kagome sorrindo.

- Agora não se pode voltar atrás... Mas prometemos fazer todo o possível para te manter bem, com uma vida o mais normal possível... – diz sango sincera.

- Obrigada gente... – diz a morena com uma leve reverência.

- Se quiser trocar de roupa... Ali tem um banheiro... – indica a amiga, apontando para uma porta ao lado das cadeiras.

- Eu adoraria!! – exclama a bela, pegando sua mochila e se dirigindo até o local indicado.

Minutos mais tarde, ela aparece pronta. Vestia uma saia jeans e uma blusa vermelha. Foi até as poltronas e se sentou do lado dos agentes.

- Bem melhor... não agüentava mais aquela roupa suja e rasgada... – diz kagome, terminando de passar lápis preto nos olhos.

- Bom... recebemos mais algumas informações do bankotsu... – continua o jovem.

- sim..?

- Bom, em eventos da faculdade, ou qualquer lugar público, você irá acompanhada de mim ou do inuyasha, como um casal. Os outros irão como um outro casal acompanhante.  Na faculdade, a sango estudará na mesma sala que você, e nós, eu e inuyasha ficaremos no lado de fora as aguardando.

- entendo...

- para entrar em banheiros públicos e tal, terá a companhia da sango. O prédio que iremos ficar possui apenas 5 andares, sendo um apartamento por andar. O mais seguro da cidade.

- certo.

- Acho que é são esses os recados para a senhorita... – conclui mirok.

- obrigada... – termina kagome com uma pequena reverência.

- Agora podemos esquecer um pouco o que aquele narigudo do bankotsu manda e vamos conversar livremente! – diz sango erguendo as mãos para cima.

O restante da viajem foi tranqüila e sem interrupções. Todos já se viam como amigos ao chegarem no prédio, o que demorou mais vinte minutos. Sango e mirok tiraram uma pistola cada da cintura, ficando a postos. Desceram e entraram no elevador.

- Quinto andar...- murmurou sango para o empregado sentado no banquinho em frente dos botões.


Saíram do elevador e foram direto ao apartamento de número 512. Sango tirou do bolso um pacote com três chaves. Abriu a primeira tranca, abriu a segunda, e apenas girou a terceira, que soltou um pito.

- 356643 – diz a jovem.

Instantes depois, a porta se abre. Os três entram e se deparam com um luxuoso apartamento de primeira classe. A porta dava de frente à sala de estar, que era enorme. Tinha as paredes pintadas numa cor creme, sofás, mobílias e lustres na mesma cor.

- Inuyasha? – pergunta mirok.

- Aqui na sala de equipamentos!!!- grita uma voz atrás de uma das portas maciças.

- vamos kagome... – diz sango sorrindo, a pegando pela mão.

Os três se dirigem até a porta de ontem ouviram a voz, e a abrem cuidadosamente. Sentado numa poltrona em frente de um dos computadores encontra-se um jovem másculo, de olhos dourados, cabelos longos e pratas, orelhas felpudas brancas no topo da cabeça, cobertas por uma toca preta. Estava vestido com uma blusa de manga comprida e calça também preta, com um colete à prova de balas por cima e um cinto com duas armas. A sala cheirava a um exótico perfume masculino, que kagome logo concluiu ser do meio youkai. “Por kami.. que perfume gostoso... que agente do FBI gostoso... Que braços musculosos... que abdômen definido... PODE PARAR DE PENSAR NISSO KAGOME! SUA VIDA CORRE PERIGO!”- pensava a bela consigo mesma, balançando a cabeça.

- Demoraram. – conclui inuyasha, com o olhar sem emoção alguma..

- Estamos no horário combinado. Nenhum minuto atrasado. – disse sango ríspida.

- Não disse que estão atrasados. Só que demoraram. – diz novamente, dessa vez encarando a outra jovem na sala.

- Não vamos brigar de novo...  Inuyasha, essa é Higurashi Kagome, a mulher que denunciou naraku e que nós iremos proteger...- diz mirok sorrindo, pegando a morena pela mão e a fazendo dar um giro.

O hanyou, que já observava a nova protegida, não pode deixar de se perguntar como cabia tanta beleza numa só mulher. Ela possuía o olhar meigo, e um corpo de dar inveja a qualquer um. Possuía maravilhosas curvas e seios avantajados. Seu cheiro era doce, diferente. Tinha um perfume indescritível. Tentou desviar o olhar algumas vezes, em vão. Só conseguiu tomar uma atitude ao vê-la o encarando curiosa.

- Feh!- disse virando o rosto. – Temos que instalar esses fones... O menor atrás da orelha a e corrente no braço direito. Para ativa-lo é só apertar o botão prata, na parte de trás do aparelho da orelha...– terminou pegando alguns aparelhos, entregando um para sango e outro para mirok.

- Adeus privacidade, como disse a senhorita kagome... – murmurou sango colocando o micro aparelho atrás da orelha e a corrente no braço.

- Por mais baixo que vocês digam algo, é possível que o outro escute.. Então pelo amor de deus.. não gritem.... – disse inuyasha terminando de por nele mesmo.

- Quer dizer que se eu estiver falando comigo mesma, vocês todos vão ouvir..? – perguntou kagome graciosamente se jogando numa cadeira.

- Sim. – reponde o jovem de olhos âmbar pegando mais um aparelho e indo na direção da morena.

- E que quando o mirok começar a resmungar sozinho durante a noite, todos nós vamos acordar? – disse sango sarcástica.

- Ei ei... Eu não falo durante a noite... – diz o jovem indignado.

- À noite podemos desligá-los... – sussurra inuyasha se ajoelhando na frente de kagome.- não se mecha... vou por atrás da sua orelha, não vai doer... é com uma cola especial que não sai na água.. – diz tirando os cabelos negros da bela na frente da sua orelha e o ajustando.

- obrigada.- diz corada.

- pronto. Aqui está sua pulseira...– murmura corado, olhando para baixo e encontrando o belo par de pernas da jovem.

- Inuyasha! Cadê nossas novas armas?! – diz mirok empolgado, desviando a atenção do meio youkai.

- No armário à esquerda. As de cima são minhas. – diz o jovem saindo de frente da bela e indo até seu computador novamente – Kagome, amanhã ou depois vai chegar aqui um cirurgião. Vai te anestesiar e implantar um rastreador. – diz abrindo um programa.

- Nossa, inuyasha já decorou o nome da moça! Temos que fazer uma comemoração!! – grita mirok.

- Cala a boca cretino antes que eu enfie duas estacas na sua língua. – diz inuyasha com a expressão totalmente séria.

- Credo, que estresse! Mas o por que de comemorar dele decorar o meu nome? – diz kagome, deitando no mini sofá.

- Ele quase nunca lembra dos nomes! Uma vez eu e ele ficamos numa missão de proteger a filha de um senador americano. Moramos sete meses na casa dela e ele não decorou o nome, nem dela nem o do senador.... – diz mirok mexendo no armamento.

- Você tem problema de memória, inuyasha? – pergunta kagome, cínica e doce ao mesmo tempo.

- Não.. Alias, onde estou mesmo? – perguntou mais sarcástico ainda.

A morena vai até atrás das costas do jovem e tampa seus olhos com as mãos.

- Você está numa expedição para o planeta marte... Relaxe e boa viagem! – diz kagome na orelha do hanyou com uma voz sensual.

Inuyasha, arrepiado, leva suas mãos em cima das da jovem. Ela cora ao sentir aquelas mãos quentes segurando as suas. O meio youkai retira as mãos dela e a puxa para sua frente.

- Engraçadinha.- diz imponente, se levantando e deixando clara a grande diferença de altura entre eles.

Os dois se encaram por alguns instantes, até a jovem sair de frente dele e se jogar novamente no mini sofá.

- Mau humorado... – diz a bela.

- Ele sempre foi assim... – responde mirok.

- Como vocês conseguem conviver com alguém desse jeito? – rebate kagome, divertida.

- Até hoje eu não sei...- sussurra sango, se sentando ao lado da amiga.

- Deve ser pelo fato dele ser nosso “chefinho”....- murmura mirok.

- mas eu acho que ele foi com a sua cara kagome... ainda não te xingou... isso é um bom sinal! – diz sango.

- e lembrou o seu nome... – completou mirok.

- parem de falar como se eu não estivesse ouvindo. Mais um comentário e vou fatiá-los e servi-los para o café-da-manhã do hotel. – diz o hanyou com a voz gélida e assustadora.

- Ele sempre faz ameaças de morte? – pergunta kagome, nenhum pouco abalada.

- Feh! – disse seguido de um rosnado.

- Ei... ele rosnou?! Ai que bonitinho! – diz a morena empolgada.

- feh! – murmura novamente virando a cara, estressado.

- certo... sango, vamos comprar roupas?!?!- diz kagome a puxando pela mão.

- claro k-chan... espera só eu trocar de roupa... É melhor não ir em shopping algum com o uniforme do FBI, não acha? – pergunta indo na direção de um dos quartos.

- Onde vocês pensam que vão? – pergunta inuyasha frio, pegando num dos braços de cada uma.

- Vamos compras roupas! – responde a morena.

- Vocês não podem ir sozinhas e sabem disso! – murmura o jovem, ríspido.

- Mirok, você pode ir com a gente? – pergunta sango.

- Claro querida...

- Maldição! Vocês não podem esperar até amanhã? – pergunta inuyasha grosso.

- NÃO! – exclama as duas garotas.

- Inferno... Então vou ter que ir com vocês... – diz o jovem entrando em um dos quartos do apartamento e trancando a porta.

- Por que ele tem que ir conosco...? – sussurra kagome no ouvido da amiga.

- Talvez o bankotsu ameaçou “castra-lo”  se acontecer algo com você... – responde a outra.

- Ah... e isso faria alguma diferença...? Capado ou não ele vai continuar a pessoa anti-social de sempre... – diz mirok baixo.

- EU ESTOU OUVINDO ISSO!!! – grita o hanyou, em tom de ameaça, do outro lado da porta.

- Droga de fones...- murmura o trio, entrando cada um em seu próprio quarto para se arrumar.

Uns vinte minutos depois o grupo se reuni novamente, com roupas normais. Sango com um vestido leve rosa, até o joelho, e uma jaqueta jeans, onde escondia uma pistola automática e quatro estacas. Inuyasha e mirok com calças jeans e camisetas, uma vermelha e outra amarela respectivamente. No calcanhar deles havia alguma arma e bombas de gás.

- Até que vocês parecem pessoas normais... – diz a morena, sorrindo.

Ela vestia uma blusa laranja e a mesma saia jeans de antes.

- fizemos o possível... Bom, temos ordens para fingirmos que somos dois casais amigos em lugares públicos. Que vão ser os pares..? E não esqueçam de ligar os fones. – pergunta mirok.

- Acho melhor a k-chan ficar com o inuyasha... Do jeito que o mirok é safado, é capaz de assustar a menina... – suspira sango, dando o braço para o amigo – E eu serei sua querida companheira...

- Tudo bem.. vamos inuyasha, kagome? – disse mirok.

- vamos! – exclama a morena, enlaçando seu braço no do hanyou.

Os jovens vão até o carro estacionado na garagem no número do apartamento. Era uma s10 cabine dupla, prata. Entraram no carro e mirok dirigiu até o primeiro shopping avistado. Estacionaram num lugar próximo da entrada (milagres acontecem) e saíram. Os pares deram os braços novamente e entraram no lugar.

- Pelo que me falaram, começo a estudar depois de amanhã... Preciso de algumas camisetas, blusinhas, calças e saias. Muitas saias. Também preciso de alguns shorts e camisetas para ficar em casa, sem contar camisola e lingerie... Como não trouxe calçados, também preciso de um tênis, uma bota preta e duas sandálias. Sem contar alguns vestidos... pelo menos um que seja de festa. – diz a bela, sem intervalos.

- Eu não preciso comprar roupa alguma... Trouxeram meu guarda-roupa inteiro para o apartamento... Então só iremos ajuda-la, querida.... – murmura sango.- Vamos nos dividir para ir mais rápido.. Você usa o mesmo número que eu, né?

- Sim...

- Vou desse lado comprar as calças, blusa, camisetas e saias... mirok vai até a loja de calçados e comprara o que você pediu.. qual seu número?

- calço 36...

- Ok.. tênis, bota e duas sandálias. Tudo preto... – diz o jovem indo até uma das lojas de calçado enquanto sango ia para uma de roupas informais.

- Venha comigo... tenho que pegar shorts, camisetas e roupas de banho... – diz a morena puxando o meio youkai para outra loja.

Entraram e uma atendente de idade veio os ajudar.

- No que posso servi-los? – pergunta a senhora.

- Preciso de alguns shorts de malha, camisetas... e biquínis... – responde a bela, como um gravador.

- Vou lhes mostrar alguns que caíram perfeitamente em você... Seu namorado tem sorte! Você tem um corpo muito bonito! – diz a velha.

- obrigada.. – agradece corando.

Quase uma hora mais tarde, a indecisa kagome já separara os mini micro shorts e as camisetas que levaria.

- só falta eu decidir os biquínis... que tal esse, inu?- diz ela mostrando um minúsculo verde limão.

- muito pequeno. Leva esse! – sorri mostrando um maiô de natação enorme, com mangas.

- Não mesmo... E esse aqui? – mostra um biquíni azul celeste, um pouco mais decente que o anterior.

- Pode ser... mais leva algo maior também... – diz mostrando outro maiô, verde escuro, com as laterais recortadas e um generoso decote em “V”. Corou discretamente ao imaginar a jovem na sua frente com aquelas vestimentas.

- gostei desse!!! – sorri o pegando da mão do meio youkai – Vou levar mais esses!!!! – e entrega as roupas de banho para a senhora.

A velha coloca as roupas em sacolas e as entrega para a bela, que o paga em dinheiro vivo, que recebera em quantidade do bankotsu para as compras de roupas, já que ainda não lhe providenciaram a identidade e o cartão de crédito falso.

- você leva! – diz kagome entregando o monte de sacolas para o jovem de olhos dourados.

- Sou contratado para te proteger, e não carregar sacolas!! – diz indignado.

- e você recebeu ordens para agir como meu namorado,então carrega sem reclamar! – disse doce.

- namorados não só carregam sacolas...- diz com um sorriso malicioso, ao mesmo tempo sarcástico.

- mas você não vai só carregar sacolas... vai carrega-las e ainda me proteger dos mafiosos!-responde sorrindo e acenando para o outro casal que se aproximavam deles, também cheios de sacolas.

- Já comprei os vestidos... Maravilhosos por sinal.. ... Agora a gente pode ir até aquela loja feminina ali comprar o que falta... – diz a mulher de olhos chocolate.

- entendido... eles vão com a gente..? Eu não vou escolher minhas lingeries na frente deles!- diz kagome.

- vocês podem ficar aqui..? Nós vamos rápido....

- Certo. – respondeu inuyasha sentando num banco.

- Ah... eu quero ir... – sussurra mirok.

- Não, você não vai mirok.- grita o hanyou sentado.

- Por que não?

- Porque eu não quero. – responde.

- Certo... você não quer ficar sozinho nesse shopping agitado... – diz o jovem se sentando ao lado do colega.

- Cala a boca, senão não vamos conseguir ouvir elas pelo fone. – sorri malicioso inuyasha.

- Rapaz... você é esperto! – responde o oficial de olhos azuis fixando sua atenção no fone.

- Que tal esse...?o sutiã tem o bojo grande.. dá maior fixação... E a parte do conjunto, a de baixo, é toda bordada!  – diz sango.

- É... vou levar alguns conjuntos desse preto, pra faculdade... me ajuda a achar um sem alças... para usar com vestido...

- deve ter ali... perto das camisolas...

- certo...

- achei!! Vai querer quantos...?

- pega uns três... vai colocando tudo na cestinha...

- ei... olha que lindo isso... leva!

- cinta-liga? Bordada? Vermelha?

- meu deus do céu...– suspira mirok, se esquecendo do fone.

- Que? – pergunta sango. – Você ouviu isso kagome?

- Meu deus... o fone... Ele tá ligado?!?!?!?!?!? – grita a morena.

- Droga!!! Deslig..(...)

- Cert... (...)

- Você não consegue ficar a o boca fechada, mirok?! – pergunta o hanyou.

- Ah... eu não pude evitar inuyasha!!!! – suspira o outro.

- Eu sabia que não dava para acreditar em você....

- E eu não conhecia esse seu lado safado, inu...

- Cala a boca. Eu só estava curioso para saber o que elas falam lá dentro. – respondeu, frio.

- Sei... – disse mirok cínico.

- Eu ainda estou com as duas estacas que ameacei enfiar na sua língua, querido amigo... – disse ríspido.

- Calminha... elas já devem estar chegando.

Minutos mais tarde, as duas jovens saem da tal loja, com mais algumas boas sacolas; e olhares de raiva para os outros.

- Safados, cachorros! – grita kagome.

- Sem-vergonhas e tarados! – conclui sango.

- Que foi? Vocês que esqueceram de desligar... a culpa não é nossa! Estávamos somente preocupados em qualquer barulho suspeito! Não sei se esqueceram, mas esses fones não são brinquedo. É um utensílio para te proteger kagome. Não reclame. – disse inuyasha, sarcástico e frio.

- Diabos... Odeio, mas ele tem razão... – resmunga sango.

- Pervertidos.... – sussurra baixo a protegida.

- Bom, mudando de assunto... Vamos embora..? – diz mirok.

- Pode ser... mas antes eu quero comer alguma coisa! Já está anoitecendo!!! Vamos, por favor?!– exclama kagome.

- Eu concordo... – diz sango puxando a amiga para a praça de alimentação, sendo seguidas pelos outros dois jovens.

- Ei! Liguem o fone!! Podemos no perder!!! – grita mirok apontando para o pulso.

- Tá!! – gritam as duas juntas.

- Feh! – suspira irritado o hanyou, dando um pulo e parando na frente delas.

- O que você quer..? – suspira kagome ao se deparar com aquela muralha escultural em sua frente.

- Isso não é brincadeira! você pode morrer a qualquer momento! – explode o meio youkai, com os olhos cerrados

- E por isso que você está aqui.. Para me proteger! – rebate a morena, calmamente.

- Eu estou no comando da operação! você tem que fazer o que eu mando. – diz num tom superior.

- Me desculpe, mas eu só faço o que eu quiser... – continuou dizendo, sorrindo.

- Os dois pombinhos podem parar de discutir?. – suspira mirok.

- Cala a boca – diz inuyasha com o olhar mortífero.

- K-chan... deixa esse mau humorado aí... estou morrendo de vontade de tomar um sundae de chocolate.... – diz sango se afastando.

O casal se encara raivoso e viram os rostos ao mesmo tempo. Foram numa mesa e se sentam confortavelmente. Um garçom, muito bonito por sinal, vai os atender.

- Boa Noite. Meu nome é Hojo. O que desejam se servir? – pergunta devorando a morena do grupo com os olhos.

- Ninguém perguntou seu nome. – diz inuyasha com um olhar frio para o jovem.

- Inuyasha, seu grosso! Bom hojo... eu quero um sundae de doce de leite... – diz kagome, sorrindo.

- Eu quero um de chocolate!- murmura sango.

- Eu quero um milk-shake de baunilha... –diz mirok.

- Dá uma cerveja... - resmunga o hanyou.

- Certo... – diz hojo anotando os pedidos e voltando a encarar kagome – A senhorita tem namorado..?

- Não tenho...  EI INUYASHA! SOLTA A MINHA BOCA! VOU TE MORDER! – grita a bela ao ter a boca tampada pelo meio youkai ao seu lado.

- Kagome, minha ‘querida’... você tem namorado sim! – diz nervoso. Não gostou nenhum pouco de ter sua protegida sendo ‘cantada’ por aquele garçonetezinho de meia tigela. Muito mais porque a bela estava dando mole para aquele. Isso era ciúmes? Dane-se. Queria apenas se livrar daquela outra presença em frente de sua mesa.

- Tenho...?

- Tem.

- E quem é..? – pergunta inocente.

- Sou EU minha linda! –diz irritado, mostrando os caninos ameaçadoramente.

- Ah é... o bankotsu falou para falar que... SOLTA A MINHA BOCA! – grita ao ter a boca novamente tampada pelo hanyou.

- Vocês não me parecem namorados... – se intromete Hojo.

- Mas somos, né querida k-chan...?

- Claro, meu ‘amor’! – diz cínica.

- Vocês, definitivamente, não são namorados... -  suspira Hojo.

- Quem você pensa que é para dizer se somos ou não namorados?! – pergunta o meio youkai com os olhos furiosos.

- Meu nome é hojo... e até agora, desde que entraram aqui, só brigam e falam com sarcasmo...  – explicou superior.

Inuyasha abaixa a cabeça, com os olhos de raiva, e ao levanta-la novamente, encontrasse somente olhos dourados calmos. Ele se vira para a morena ao seu lado, a pega pelas mãos. Aproxima seu rosto do dela e lhe dá um leve beijo no lábio inferior. Encosta sua testa na dela e a encara divertido.

- Desculpa querida... Ultimamente eu tenho sido um grosso com você, né? – sussurra corado se perdendo naqueles olhos azuis da bela, roçando seus lábios nos dela. Uma luz vermelha piscava dentro da sua cabeça, em sinal de alerta. Suas bocas continuavam muito próximas, o que o fazia sentir um frio na barriga e um arrepio na espinha. Sabia que suas palavras não eram mera interpretação.

- Está desculpado... Eu sempre vou te desculpar... – sussurra ela, ainda surpresa e corada. Não esperava uma atitude tão carinhosa do agente, mesmo que fosse para aparentar uma situação. Sentia aquele perfume masculino invadir suas narinas, a embriagando.

- Kagome...– diz o hanyou sorrindo, afastando seu rosto do dela, ainda a segurando pela mão – Vai demorar para chegar os pedidos? – termina, se virando para o garçom.

- Só um instante. – diz hojo cabisbaixo, se afastando da mesa.

- Ei inuyasha... se eu não te conhecesse, diria que você falava a verdade! Foi muito boa a atuação... estou impressionado! – diz mirok, sorrindo.

- O Hojo não parecia má pessoa... Por que mentir para ele..? – pergunta kagome, rubra ao perceber que o meio youkai ainda segurava sua mão.

- Não gostei dele...  Sem contar que ele podia ser um mafioso austríaco participante da gangue do narak, pronto para te atacar... – diz o hanyou, frio.

- Oras... EU gostei dele... pareceu ser sincero... – murmura a púbere.

- Você pareceu sincera quando disse que sempre me perdoaria, mesmo sendo mentira. Quem garante que ele também não seja um bom ator..? – pergunta inuyasha ríspido.

- Silêncio gente... ele está chegando... – interferiu sango.

O garçom se aproxima novamente da mesa e entrega os pedidos. Coloca a bandeja e se retira.

- Sango.. O que o FBI fez a respeito da minha família...? – pergunta kagome.

- Família..? – pergunta a mulher de olhos chocolate, surpresa.

- Sim... Mudaram eles..? Deixaram agentes..?

- K-chan... Não sabíamos que você tinha família no país.. você não tem ficha completa, então nós deixamos quieto...

- QUE?! – grita a morena, com cara de brincadeira.

- Kagome... Você tem família no país? – pergunta o hanyou sério, segurando a mão dela mais firme.

- Tenho! Minha mãe e meu irmão mais novo!! – diz desesperada. – VOCÊS ESTÃO BRINCANDO, NÉ? PARA ONDE VOCÊS OS MANDARAM??

- Calma... vamos para o apartamento agora e vamos falar com o bankotsu... certo? – diz o meio youkai, se levantando – Mirok, vai pagar a conta... Eu e a sango vamos indo para o carro com ela...

- Tá..  – diz o outro jovem se levantando.

- Por favor... diga que você sabe de alguma coisa inuyasha... – implora a morena, lacrimejando.

- Por enquanto eu não sei de nada... mas fique calma... Vamos falar com o bankotsu... – diz angustiado, a levantando.

- inuyasha... – sussurra num fio de voz, com lágrimas caindo desesperadamente de seus olhos.

- vai ficar tudo bem... calma... – murmura a abraçando ternamente. Como a garota era pequena e frágil. Sentia como se pudesse ‘quebrá-la’.

- amiga... eles devem estar bem! Tenho certeza!! – diz sango animada, alisando os cabelos da garota.

- vamos logo...- sussurra o meio youkai, a levando até a saída do shopping, com sango e mirok logo atrás.

Foram até o carro prata e mirok dirigiu o mais rápido possível até o apartamento. Subiram correndo, com inuyasha e kagome na frente. Deram a senha e foram correndo até o computador de conversas.

- Bankotsu. Aqui é inuyasha. – diz ao acessar e iniciar a transmissão.

- Olá inuyasha. O que deseja? Algum problema..? – diz bankotsu, aparecendo na tela do computador.

- A família da kagome. Como eles estão? – pergunta o hanyou.

- Que família..? – pergunta sério.

- A família dela em Kyoto. Mãe e irmão mais novo. – diz o hanyou, segurando firme a mão da jovem ao seu lado.

- Nós não sabíamos disso. Kagome, qual era o numero da rua que eles moram? – pergunta o chefe do outro lado da tela, digitando algo.

- 347... No centro.... – diz a garota chorosa.

- Fique calma kagome, eles devem estar bem. Já mandei dois agentes para lá... teremos mais informações em alguns minutos. Só não chore. – diz o comandante vendo as lágrimas da bela pela câmera.

- Relaxe um pouco agora k-chan... já mandaram agentes... vai dar tudo certo! – diz o hanyou, colocando a jovem sentada no seu colo e a abraçando ternamente. Estava preocupado com a bela. Provavelmente a casa já havia sido encontrada pela gangue de naraku. Queria protegê-la da dor que a aguardava. Toda aquela aproximação, aquele contato de pele, fazia com que novamente aquela luz vermelha piscasse dentro de si, em sinal de perigo.

Kagome, corada, apenas deixou-se abraçar, apertando forte o corpo do meio youkai contra o seu próprio. Mais alguns instantes, sango e mirok entram na sala.

- E então..? – pergunta o moça de olhos chocolate, acariciando o rosto da amiga.

- Mandaram dois agentes para a casa da mãe dela. Estamos esperando resposta. – sussurra o hanyou, ainda com a morena em seus braços.

- É... tudo minha culpa se eles tiverem machucados! Eu devia ter falado do FBI para minha família! Mas não.... eu só me preocupei comigo mesma!! Droga... – murmura a garota, voltando a chorar.

- Psiu... Nada é sua culpa.. nada, entendeu? Vou te levar para o seu quarto... Você vai ficar lá descansando até eu receber novas notícias. Prometo que você será a primeira a saber... Tire o fone e relaxe...– sussurra o hanyou se levantando com kagome em seu colo.

- Não! Eu quero ficar aqui inu! Por favor!! – implora a morena se esperneando, sendo levada para fora daquela sala.

- K-chan... é melhor.. ali você estava desconfortável.. Agora tire essas roupas.. coloque algo mais relaxante que eu já volto aqui com mais notícias, tá? – diz ele a colocando em cima da cama do quarto dela, do lado das sacolas, e fechando a porta ao sair.

O hanyou chega na sala e se senta novamente em frente do computador. Bankotsu, na tela, está virado para o lado, apreensivo. Até que ele coloca algo no ouvido e faz uma expressão pesarosa.

- Notícias, chefe? – pergunta sango.

- A casa foi invadida. A mulher foi encontrada já morta e o menino foi levado para o hospital agora mesmo com risco de vida. –disse uma voz irreconhecível do outro lado da máquina.

- Como falaremos isso para a kagome? – pergunta mirok assustado.

- Deixa que eu falo com ela... – sussurra o meio youkai saindo novamente da sala.

Os dois jovens restantes se encaram com uma expressão meio confusa, mas logo viram se de volta para o monitor.

- Mirok, sango... O que deu no inuyasha..?

- Por que pergunta bankotsu..?- murmura sango, triste.

- Ele e a kagome... já se conheciam antes..?

- Não mesmo... – responde o oficial.

- Eles parecem tão íntimos... Mas bom, espero que a garota consiga superar isso... boa sorte e qualquer coisa me procurem. – Diz o chefe antes de encerrar a transmissão.

- Mirok... você acha que eu devo também falar com a kagome...? Estou tão preocupada! - pergunta sango.

- Deixa isso com o inuyasha.. Ele parecia querer fazer isso sozinho... Vou falar com ele antes dele entrar no quarto dela... – disse o agente de olhos claros saindo da sala.

Ao sair se depara com o hanyou de olhos dourados, vestido com um shorts azul e uma regata branca, em frente à porta da morena.

- Inuyasha...? – chama o outro.

- O que quer?

- Sabe o que dizer.. a ela?

- Não. Mas isso não importa. – diz entrando no quarto da bela.

Inuyasha entra e fecha a porta atrás de si. Encontra a garota com o olhar perdido, sentada na cama abraçada aos joelhos. Tinha trocado de roupa, agora vestindo uma camisola branca, de algodão, com estampa de desenho animado. Vai até ela e senta-se ao seu lado, a fazendo despertar do transe.

- Inuyasha..! Me conta... – grita ela agarrando os braços do meio youkai e os apertando com força.

- Primeiro você vai ter que me fazer uma promessa.

- Qual..? – pergunta a púbere, ansiosa e lacrimejante.

- Que você vai ficar nesse quarto até eu dizer tudo que eu tenho para falar. – conclui o hanyou.

- Eu prometo, agora me conte.

- A casa da sua família foi invadida. Sua mãe foi morta e seu irmão está numa cirurgia de alto risco, em Kyoto. – diz ele sem pausas.

A garota não disse uma só palavra. Fechou os olhos e se jogou nos braços do jovem a sua frente. As lágrimas corriam desesperadas sobre sua face.

- Mamãe... culpa minha.. ela foi... embora... Souta...!!! – disse se desesperando, chorando como louca.

O hanyou, que temia uma reação como essa, a abraçou também, prensando o corpo dela contra o seu, com ternura. Ver as lágrimas da morena estava o deixando apreensivo.

- Calma... estou aqui com você, não estou?!... Não chora...! Eu odeio ver pessoas chorando... E eu sei que você é forte... vai superar isso... – sussurra ele enquanto a abraçava o mais forte que podia, afagando-lhe os cabelos.

- É tudo minha culpa... se não fosse minha maldita boca tudo estaria bem com eles!! – exclama tendo a voz abafada pelas lágrimas.

- É nossa culpa. Culpa do FBI. É nosso trabalho proteger a testemunha e a família da testemunha... Nós falhamos e sentimos muito... – sussurra.

Passam-se mais minutos de desespero da garota, que continuava abraçando e sendo abraçada por aquele hanyou, também desesperado, tentando a relaxar, massageando seus cabelos carinhosamente.

- Eu... estou sozinha... – murmura a morena fraca, por fim.

- Nunca mais diga isso. Eu estou com você... sempre vou estar... É uma promessa, k-chan.... – disse sem que tivesse a plena consciência de suas palavras. Queria fazê-la parar de chorar, parar de sofrer. Sentia um calor no corpo toda vez que ficava próximo dessa garota, toda respondona e cheia de opinião. E agora ela estava em seus braços, fragilizada, e se sentindo sozinha.

- Você... promete? – pergunta a púbere mais calma. O perfume do hanyou que a abraçava ternamente a tranqüilizava.

- Sim... prometo se você também prometer que vai ficar do meu lado..sempre..

- Eu prometo...obrigada... inu... – suspirou ela, soluçando e tentando secar as lágrimas com as mãos.

- Vou buscar um pouco de água para você... já volto, tá? – diz o meio youkai soltando a bela e se levantando, saindo do quarto.

Ao entrar na cozinha, vê Sango e mirok sentados, se comunicando em bilhetinhos. Ao vê-lo, escondem os papéis atrás de si. Inuyasha os olha indignado, percebendo que estes o ouvia pelos fones. Leva as mãos até o aparelho e o desliga.

- Idiotas.. Depois acerto as contas com vocês... – diz o hanyou enchendo um copo com água.

- até que você não é tão ruim nisso, inuyasha... – murmura mirok.

- Cale a boca... – diz ele se retirando do local.

Foi andando até o quarto da protegida, que se encontrava jogada na cama, desolada, mas sem mais lágrimas, apenas soluçando. Ele se senta ao lado dela, a fazendo se sentar também.

- Beba isso...e tome esse comprimido... – diz o hanyou lhe entregando um copo com água e uma cápsula.

- O que é..? – pergunta receosa.

- Um tranqüilizante natural... Quando fico nervoso eu tomo... Me faz dormir bem melhor...

- Obrigada inu... – sussurra antes de tomar o remédio e beber a água.

- AGORA a senhorita vai dormir... está horrível com esses olhos inchados e vermelhos... Mas nada que uma boa noite de sono não resolva, certo? – diz divertido, colocando o copo ainda pela metade em cima da cabeceira da cama..

- Estou tão feia assim...? – pergunta sarcástica, enxugando as últimas lágrimas.

- Está assustadora... – diz imitando uma expressão assustada, arrancando um doce sorriso da morena.

- Obrigada pela sinceridade... E por me agüentar chorando por um longo tempo... – sussurra kagome se deitando na cama e se acomodando no travesseiro.

- De nada... Tenha uma boa noite... – murmura a cobrindo com um lençol e lhe dando um terno beijo na testa – Qualquer coisa você sabe onde me encontrar....

- Sei... Boa noite também... – suspira a bela.