O Amor é Maior que Tudo? escrita por maridomingos


Capítulo 1
FAÇO PARTE DE UMA FUGA




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Eu estava completamente infeliz.

Há meses não via meus amigos. Na verdade, há meses não ia ao Acampamento Meio Sangue. Eu pensei que poderia ser melhor. Mas não foi.

Acho que devo mencionar que sou Annabeth Chase. Eu, e meu melhor amigo - diferente do que todos pensam - nos tornamos deuses alguns meses atrás. Sim, deuses. Mas deuses pequenos. Eu me tornei, orgulhosamente, a deusa da arquitetura, tudo o que eu poderia sonhar em me tornar. Percy, se tornou o deus das criaturas marinhas, o que foi ótimo para ele, porque se ele preferisse escolher entre a terra e a água, escolheria a água. Mas segundo ele, só se eu estiver junto... Ah deuses, isso é tão meloso.

Na verdade, eu não entendo muito bem meu relacionamento com Percy. Não sei bem o que ele me considera. Uma amiga? Uma companheira? Uma namorada? Bem, na última vez que estivémos juntos, estava mais para a última opção. No acampamento, demos um beijo apaixonado no lago de canoagem. Bem, isso não é bem uma coisa que amigos fazem.

De qualquer modo, lá estava eu, no meu luxuoso escritório no Empire State, planejando modelos para a re-construção do Olimpo. E eu estava louca.

Havia rascunhos de desenhos por toda a minha mesa, e todo o chão. Eu estava maluca, quase convencendo á mim mesma de que eu não era capaz.

Sim, eu sou uma deusa. Mas ainda tenho os mesmos pensamentos, a mesma alma. Ainda sou Annabeth Chase. Mas sou uma deusa, e ia conseguir fazer aquilo.

Olhei para a prateleira a cima de mim. Havia um retrato, com uma foto minha com Percy e Grover, quando tínhamos apenas 12 anos. Estávamos na missão para achar o raio de Zeus, e estávamos num trêm, no qual ficamos três dias. Eu segurava a câmera num ângulo perfeito. Percy estava ao meu lado, sorrindo timidamente. Ao lado dele, Grover - que era um sátiro, nosso melhor amigo - Fazia caretas.

Deixei uma lágrima rolar do meu olho. Nossas vidas eram tão perfeitas. Eu era a pessoa mais sortuda do mundo. E essa estúpida profecia aparece para por tudo a perder.

Não que eu não gostasse de arquitetura. Eu amava, era tudo para mim. Mas eu queria fazer isso sem ser uma deusa imortal e tudo mais. E o mais importante: perto dos meus amigos.

Percy estava no fundo do oceano, cuidando de negócios com seu pai. Grover provavelmente estaria viajando. Puxa vida, fazia muito tempo desde que vira Grover. Uma saudade maior que nunca bateu em mim.

E lá estava eu, num escritório a quilometros de distância, rabiscando em papéis, completamente sozinha.

Foi quando alguém bateu na porta.

- Quem é? - gritei, tentando desesperadamente limpar as lágrimas.

- Hã, acho que você já sabe - uma voz conheçida disse.

Saltei da cadeira, correndo até a porta, derrubando duas cadeiras e fileiras de livros.

Abri a porta e o abraçei antes mesmo de ver seu rosto.

- Percy! Ah deuses...

Ela me abraçava mais forte do que nunca, mas eu não me importei.

Nós nos afastamos, e ele segurou meus ombros.

- Como você está?

Tentei mudar a expressão. Engoli em seco.

- Muito bem! - eu disse, com a voz embreagada.

Ele ergueu uma sombrançelha para mim. Ele sabia mesmo quando eu estava mentindo.

- Mesmo?

Chutei algumas folhas no chão.

- Não.

Ele suspirou fundo, pegando minha mão.

- As coisas também não estão fáceis lá no mar.

- Pensei que você amasse o mar.

- E eu amo, mas... - ele pareceu distante. Seus olhos verdes se fixaram em algum lugar, e brilhavam intensamente - Eu sinto muita falta.

Engoli em seco mais uma vez.

- A mesma coisa acontece comigo! Eu adoro arquitetuta, e isso é um projeto dos meus sonhos, mas estou tão isolada...

Nós ficamos em um silêncio constrangedor. Ela ainda segurava minha mão, encarando o chão. Ele parecia diferente. Seu cabelo preto estava um pouco mais comprido, e ele parecia mais bronzeado, como seu pai. Mas ainda via, que era o mesmo Percy Jackson de sempre.

- Como conseguiu sair do mar e vir para cá? - perguntei, quebrando o silêncio rudemente.

- Ah, estou lá tantos os meses, e fiz tantas coisas! Meu pai me deixou tirar uma folga, mas acontece que ele pensa que eu fui visitar minha mãe.

Arregalei os olhos.

- Ele não sabe que está aqui? Sabe... Vindo me ver?

Ele sacudiu a cabeça lentamente.

- Mas precisava te ver - ele disse. Mas depois, seus olhos verdes se ergueram - Quer dizer... Precisava saber como estava as construções do Olimpo. É, isso.

Eu dei risada, e lhe dei um soco de leve no ombro.

- Cabeça de Alga.

Ele franziu a testa para mim.

- Ainda com esse apelido?

Assenti.

- Para sempre.

Ele sorriu, e eu percebi que seus dentes estavam mais brancos também. Pensei se o fundo do mar também tinha serviços de branqueadores. Não duvidava nada.

Ele ficou me observando de um jeito diferente, o que me deixou um pouco icomodada.

- Acho que devia visitar sua mãe - eu disse, por fim.

- É, eu sei.

Assenti.

- Visitou o Acampamento utimamente? - Percy perguntou.

Sacudi a cabeça.

- Estou presa aqui todos esses meses. E ainda não construi nada descente. E você?

- Hã, eu tentei dar uma escapadinha pelo mar para o Estreito de Long Island, mas fui pego cinco vezes. Eu... Queria saber como anda as coisas, e acho que com a minha folga seria possível. Depois de visitar minha mãe, é claro.

- Ah, você pode ir - eu disse. Tinha que admitir que estava com muita inveja. Ele poder sair para onde quisesse, e eu presa naquele escritório.

- Está doida? - ele disse - Você vem comigo.

Eu o fitei.

- Mas não estou de folga. E ainda sou uma deusa menor. Não tenho permissão para sair do nada! Tenho uma responsabilidade, e...

- Espere! - ele ria - Calma ai, Sabidinha.

Eu suspirei.

- O que está planejando?

Ele deu um sorriso malicioso.

- Uma fuga.

Ergui uma sombrançelha.

- Uma fuga? - repeti.

- Sim. Nós vamos para o Acampamento.

- Mas sabe de que nós não temos permissão para ir ao acampamento.

- Eu sei - ele disse.

Franzi a testa, desafiadora.

- Você está ficando muito atrevido - conclui.

- Isso pode ser bom, não pode?

Dei de ombros.

- Depende. Qual seu plano?

- Vamos simplismente sair daqui.

- Temos guardas que me impedem de sair.

- Eu sei. Por isso que não vamos passar por eles.

Dessa vez não o interrompi. Queria ouvir o resto do plano.

- Vamos pela janela - ele apontou para a janela do escritório.

Eu ri.

- Sabe a quantos metros do chão estamos? Isso é loucura.

- Somos deuses, lembra?

- Sim, mas nós não somos deuses que sabem voar.

- Annabeth! - ele disse, soando óbvio - Você está se esqueçendo das coisas muito rápido. BlackJack!

Eu havia me esqueçido completamente do pégaso favorito de Percy, que já havia nos levado para muitos lugares ao longo das nossas missões.

- É mesmo! - eu disse, tola.

- Então você topa?

Recuei.

- Não sei. Quando descobrirem... Ah deuses.

- Annabeth Chase com medo? Puxa, isso não é normal.

Soltei um pouco de ar, e apertei a mão de Percy.

- Pode chamar BlackJack. Nós vamos para o Acampamento.

Ele sorriu, e colocou as mãos no meu rosto.

Quando ele estava prestes a me beijar, ouvimos um barulho estrondoso na janela.

- BlackJack? - disse Percy, caminhando até a janela, comigo logo atrás dele.

Abrimos a janela, e o mais pégaso do mundo voava atrapalhamente.

Demorou um tempo, até que Percy disse:

- Não tem problema. Vamos, Annabeth.

Acho que devo constar que Percy pode ouvir os pensamentos dos cavalos e falar com eles.

- É, vamos... - eu disse, relutante.

Ele subiu primeiro, com facilidade. E estendeu a mão para mim.

A segurei, e subi em cima do pégaso.

- Cale a boca! - disse Percy, provavelmente para o pensamento do cavalo.

Mal tive tempo de respirar, quando ele saiu voando pelos ares na velocidade da luz, quase nos deixando para trás.


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Notas finais do capítulo

Em breve posto o segundo capítulo, quero reviews!



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