Depois do capítulo mamãe encalhada e filha apaixonada, Oli demorou séculos para se arrumar. Quando saímos de casa, de tão cansada dormiu no caminho pra casa de Esme. Chegamos lá e pedi pra Carlisle retira-lá do carro enquanto eu tomava algo na cozinha.

Já estava entrando na casa quando escutei um grito e o barulho de alguém caindo, corri o mais rápido que pude e vi Edward gemendo ao pé da enorme escada na sala.

_ Você está bem?

_ Santa ironia, acabei de cair da escada, depois de um dia super cansativo e você me pergunta se estou bem? Lógico que não. Eu to bem mal por sinal.

_ Cara, sua educação é tanta, que até quando a gente quer ajudar você é rancoroso.

Estendi a mão pra ajudá-lo e ele – revirando os olhos- aceitou.

_ Eu não costumo ser solidária com pessoas como você, mas eu tenho educação e gosto de usá-la quando preciso.

_ Ótimo, continue assim. – Disse se levantando e sentando no sofá.

_ Eu desisto de te ajudar, Edward. – reclamei enquanto ele saia da sala, mancando- Sei que nossa apresentação não foi uma das melhores, mas pare de me tratar que nem um cachorro, eu queria que você voltasse a sua rotina de antes. Que você voltasse a ser aquele cara legal de que todo mundo fala e não querem esquecer.- falei quase gritando.

_ O que você disse? – Perguntou o ridículo, com uma cerveja e salgadinhos na mão.

_ Ai. AAAAAH. Eu te odeio pessoa nojenta. - falei batendo o pé e saindo do lugar onde o lixo estava.

Andei até a cozinha para finalmente tomar minha água e ver se me acalmava. Depois de três copos de água, decidi ir ver como Oli estava e ir embora para me arrumar para a saidinha.

_ Olívia - nada- Oli, Olívia, venha cá, estou indo embora.

_Calma mãe, sente na sala com o tio Eddie, tenho uma surpresa. – disse ela de algum lugar da imensa casa.

Mal-humorada andei até o sofá e sentei-me o mais longe possível em relação a  ele.

_ A criança está bravinha é? Pensei que vocês fossem fortes e nunca conversavam com ninguém. Uma policial que nem você é duro de achar. Senta pelo menos direito, mulher. Olha a postura de gente e de sargento.

Decidi ignorar.

_ Sabe – continuou o traste- estava pensando, como vocês assim tão rígidos tem tempo para relacionamentos tão conflituosos? Namorar um ser normal já é difícil agora imagine duas mulheres namorando, cruzes.

_ Imprestável, arrogante, preconceituoso e ridículo. Você está em que século, ser desconhecido? Amor não tem sexo e nem escolha. Nós amamos a quem nos ama e nos tratam bem. Mulheres podem sim namorar umas com as outras. Que mal há nisso? Elas pelo menos são muito mais felizes que você seu mesquinho de uma figa. E seres normais todos somos, excluindo você e os outros bandos de preconceituosos que existem por aí. – Falei borbulhando de raiva.

_Então você assume. – afirmou perguntando com cara de palhaço.

Eu o fuzilei com o olhar e já estava com a resposta na ponta da língua, quando Olívia entrou na sala, toda emperiquitada de jóias, batom, salto alto e um cachorrinho fofo e peludo amarrado na coleira.

_ Mãaaae, olhe o que vovô e vovó me deram, um cachorrinho lindo. Não é demais? Vovó disse que nós- referindo-se a ela e o novo brinquedinho- vamos ser da elite, claro que com muito respeito, chiques demais... – Continuou a falar e falar e falar, até que cansou -.... Acha de Cogumelo? Isso Cogumelo. Ufa, cansei.

_ Mas também , você é uma matraca, não sei porque mamãe te deu isso. Deixa eu só te explicar Olieta, isso aí não pode quebrar tá? É um cachorro, um animal que precisa de água, comida e carinho; portanto fecha a sua boca e vai cuidar do coitado.

E Oli saiu toda magoada da sala, pois pensava que o tio iria pelo menos lhe parabenizar pelo presente.

_ Você é um chato Edward. Oli é sensível, seja mais carinhoso da próxima vez. – disse Ali que acabará de chegar com um monte de sacolas.

E eu fui atrás da minha princesinha. Encontrei-a sentada em um banquinho no jardim, os saltos jogados ao chão e seu rosto todo borrado de maquiagem pelo choro contínuo.

_ Meu amor, não fique assim, seu tio Edward extrapola o limite várias vezes ao dia. Teremos que nos acostumar com as críticas.

_Mamãe, não estou assim por causa do rancor do tio Ed, mas pensei que ele fosse diferente, que como meu amiguinho fosse o primeiro a me elogiar e ficar surpreso com o meu cachorro, só estou chateada porque amigos de verdade, não traem uns aos outros – falou ela com a voz chorosa.

Às vezes me impressionava com Oli, ela percebia todos os detalhes e sempre filtrava os de grande importância sentimental.

_ Filha, que tal ir lá falar com seu tio? Explicar o que você sente e ficar mais aliviada?

_ Eu vou lá mamãe, mas primeiro você limpa meus rosto? To parecendo uma palhaça. – disse já risonha.

_Claro, minha palhacinha linda, vamos lá ao banheiro lavar o seu rosto. Leve os sapatos de sua avó.

Levantei do banco e estendi minhas mãos para ela segurar. Pegando na minha mão Oli sussurrou um “Obrigado mãe, você é meu anjo particular” O que me encheu de lágrimas os olhos enquanto eu a olhei com compaixão e disse:

_ Você é meu maior presente, tudo que tenho é seu, filha. Meu amor por você é o maior que já se ouviu falar e que é impossível de se pronunciar.

Ela ficou quietinha e apenas me abraçou, e enquanto íamos para o banheiro, as lágrimas eram cedidas por tímidos sorrisos - que foram desabrochando com o tempo.

                                           x~x~x

_ Ah Olieta me desculpa por te magoar, eu não queria eu juro. Da próxima vez vou medir mais as palavras que saem de minha boca.

Sim, inacreditável. Edward se desculpando. Com Olívia.

_ Não foi nada titio, eu exagerei. – sorriu- afinal eu já sei que você é um velho rabugento. - disse fazendo todos rirem alto, até mesmo Edward.

_Bom, já que todos se resolveram, eu vou embora tomar banho. – abracei Oli – se cuida viu meu bebê, e obedece sua avó?

_Ai mãe, eu não sou o bebê e sei me virar sozinha – e saiu da sala batendo o pé.

Atrevidinha.

_ Boa noite então, pra vocês.

Recebi uma boa noite de todos.

_Boa Noite Bella, até a noite.

Sim esse foi Edward.