A Nova Vida de Ruby Menninger escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 17
Uma conversinha indesejável




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/104523/chapter/17

Nico's POV.

Depois que eu saí do quarto da Ruby, fiquei pensando sobre muitas coisas. Fui pro meu quarto e me sentei. Eu sabia que gostava muito dela, mas nunca imaginei perdê-la. Quando eu a vi ali, quase morta, só então consegui entender bem os meus sentimentos.

-Afrodite me paga. - Eu disse sussurrando com raiva. Eu sabia que a Ruby gostava do Austin. Eu não gostava daquele cara. Mas eu sabia que ele também faria tudo pra salvá-la. Ele é filho de Apolo, tem todo aquele jeito de sei lá como conquistar as garotas e tudo mais. Sem tirar que já tivemos alguns desentendimentos. Mas eu não brigaria com ele agora. Ele defendia a Ruby e eu sabia que ela não ficaria nada feliz se eu abrisse uma fenda no chão e fizesse o Austin cair no tártaro ou algo assim.

Eu deitei olhando pro teto. Droga, o que eu podia fazer? Eu gostava muito da Ruby. Gostava demais dela. Eu não sou o tipo de cara... Romântico. Eu sou filho de Hades, não tenho lá muito... Charme com as garotas. Não sou de chegar nelas tipo "E aí, gata? Quer dar um rolê?"

Mas às vezes eu queria ser assim. Talvez ela gostasse de mim como gosta do Austin se eu fosse assim. Talvez eu tivesse chances. Eu peguei uma pulseira que estava dentro do bolso do meu jeans preto. Eu tinha pedido pra um filho de Hefesto fazer a pulseira, eu queria dar aquilo pra Ruby, tinha significado. Mas eu me senti um idiota tentando falar pra ela o significado da pulseira. Olhei pra pulseira. Você deve imaginar como eu consegui os materiais pra pulseira. O metal preto e a prata não foram difíceis de conseguir, os garotos do chalé de Hefesto tinham isso sobrando. Sobrava muito material de espadas e armaduras. O rubi... Foi mais difícil de conseguir. Porém não foi impossível. Travis Stoll me ajudou, com toda certeza. Aquele lá rouba por diversão, nem precisa de motivo ou recompensa.

Era uma pulseira preta de metal e pendurado na pulseira preta, estava um coração de prata e uma pequena pedra de rubi bem no meio do coração. Eu daria a pulseira pra Ruby. Eu simplesmente... Achei que esse não era o momento. Talvez o momento nunca chegasse. Não sei como eu tive coragem de beijá-la na praia, mas eu me lembro do beijo, me lembro muito bem. Queria ter a chance de beijá-la de novo algum dia. E esses pareciam pensamentos bobos, não sei o que estava acontecendo comigo, na verdade. Só sei que lutaria até o fim pela Ruby. Guardei a pulseira novamente e dormi com a roupa que eu estava mesmo. Na verdade, eu caí no sono sem perceber. Eu tive um sonho muito estranho pra um filho de Hades. Muito mesmo.

-Eu pelo quê eu deveria te pagar, Hades Junior? - Me disse uma mulher linda, vestindo uma túnica grega. Ela se olhava no espelho, colocando uma presilha no cabelo. A presilha não enfeitava o cabelo dela, na verdade o cabelo dela parecia enfeitar a presilha. Cachos dourados caíam delicadamente em seus ombros e eram bem longos. Ela tinha a pele perfeita e os olhos azuis. Por um momento, seu rosto assumiu a forma do rosto da Ruby e depois voltou a ser a bela mulher com cachos dourados e olhos azuis. Ela estava com um batom vermelho e todo o tipo daquelas coisas de kits de maquiagem imagináveis. Ela estava sentada em um sofá branco com detalhes dourados. Então ela me olhou e eu sabia muito bem quem era ela.

-Afrodite. - Eu disse seu nome sussurrando. Então ela colocou o espelho com cuidado em cima de uma mesinha ao lado do sofá e me olhou com mais atenção, sorriu pra mim como se estivesse me enfeitiçando.

-Garoto esperto. Agora vem aqui. - Ela disse dando 3 tapinhas no espaço vazio do sofá ao seu lado.

-Hã... - Na verdade, eu não queria sentar, ainda mais perto de Afrodite com todos aqueles planos de amor mirabolantes. Mas ser mal educado com Afrodite seria uma grande estupidez da minha parte.

-Venha, eu não mordo. Pelo menos não forte. - Ela disse rindo. Eu não sei bem o que houve a seguir, só sei que eu a obedeci imediatamente, andei até ela e me sentei. -Você devia usar roupas mais claras, preto não está na moda. - Eu estava muito nervoso sentado ali perto do... Amor em forma de deusa. -Então, pelo quê eu deveria te pagar, filhote de Hades?

-Hã... Meu nome é Nico, senhora.

-Eu sei o seu nome. Não gosta de ser chamado de filho de Hades? - Ela riu novamente.

-Na verdade, gosto. - Ela olhou pra mim impressionada.

-Que bom... - Parecia que eu tinha feito a deusa perder a fala. -Ainda não respondeu o que eu vou pagar a você, Nico. - Ela deu ênfase no meu nome.

-É só que... - Eu suspirei. -Não me leve a mal, Lady Afrodite. Eu só acho que esse lance de amor não é pra mim.

-"Esse-lance-de-amor" é pra todos, garoto. - Ela pareceu meio ofendida.

-Certo. Mas... Porque a senhora fez eu me apaixonar pelo Ruby? Ela tem o Austin. Ele é filho de Apolo. Eu não sou tão bom com as garotas.

-Eu não fiz o serviço sozinha. E não me chame de senhora, eu não sou velha. - Ela disse quase fazendo biquinho, com voz de garota mimada.

-Como assim não fez o serviço sozinha?

-Você se sentiu atraído pelas qualidades dessa garota. Você fez amizade com ela porque se identificou com algumas coisas sobre ela. Aí eu simplesmente tive a idéia de um pequeno triângulo amoroso. Você se envolve assim porque quer, eu te fiz gostar dela, mas você é que faz isso ficar intenso por se identificar com ela. Não me culpe.

-E porque você fez ela gostar do Austin então? - Ela rolou os olhos.

-Mortais... Que graça teria esse romance sem nenhuma intriga, indecisão e essas coisas? Garoto, você é como seu pai, gosta sempre das coisas muito chatas, muito comuns. O amor não é chato. Aceite isso.

-Então você decidiu fazer da minha vida um romance?

-Sim.

-Mas eu sou filho de Hades.

-E daí? É aí que está! É legal, é diferente.

-A Ruby vai ficar com quem?

-Ué, eu sei lá.

-Você é a deusa do amor!

-Mas a vida e as escolhas ainda são da garota.

-Você me odeia.

-Eu não odeio ninguém. Além disso, eu só arrumo romances intensos pra pessoas de quem eu gosto.

-Mesmo que elas não gostem de romances?

-É o meu jeito de mostrar que eu gosto delas, o que importa é a intenção, certo?

-A Ruby gosta de mim?

-Descubra você mesmo. - E com isso, a deusa desapareceu, deixando um cheiro de flores no ar. Cheiro de flor me lembra velório. Isso não vem ao caso, onde estava aquela deusa complicada?

Eu acordei e me virei e vi um papel rosa na mesinha. Eu abri o papel que era perfumado, ainda por cima. Afrodite... Balancei a cabeça. No papel estava escrito com uma letra de mão maravilhosa, de dar inveja em qualquer um que fez anos de aulas de caligrafia. Estava escrito apenas uma frase:

"Dê a ela a pulseira." e a pulseira estava ao lado da carta. Eu peguei a pulseira, indeciso e fiquei olhando. Bom... Pior do que está não fica. Se bem que se tem uma coisa que eu aprendi na vida foi que nada está tão ruim que não possa piorar. De qualquer maneira, ela já sabia que eu gostava dela. Dane-se, pensei. Segurei a pulseira com cuidado, saí do quarto e vi Percy no corredor.

-A Ruby ainda está dormindo?

-Na verdade, não.

-Onde ela está?

-Foi ver o mar. - Eu pensei nessa frase. Ela estava com o Austin, que legal. Então eu vi Austin sair de seu quarto. Ok, ela estava sozinha.

-Onde exatamente?

-Sunset Beach. - Disse Percy, me olhando meio desconfiado, mas nem me importei com isso.

-Obrigado. - Saí andando pelo corredor e peguei o elevador. Lá vamos nós, em direção a Sunset Beach.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Nova Vida de Ruby Menninger" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.