Emily tinha 13 anos e era infeliz... desde sempre. Essa sou eu. Minha vida nunca havia sido um mar de rosas. Meus pais eram garçons em um restaurante e se casaram após um mês de namoro. Precoce? Sim! Mamãe já estava grávida de Jordan, isso explica tudo. Cinco anos após, eu cheguei. Meu parto não foi nada fácil , talvez isso explique o tal ódio que minhã mãe sente por mim. Como meu pai sempre diz, eu cheguei para arruiná-los, afinal quando eles estavam crescendo financeiramente, vem um bebezinho xexelento e acaba com tudo. Cresci largada pelos cantos, criada por vizinhos e pela vida. Meu irmão, hoje com 18 anos, o Jordan – por quem todas as meninas suspiram – se drogava e quando chegava em casa, sobrava para mim. Meus pais brigando de madrugada, de manha, de tarde, de noite, isso me deixava louca. Eu queria paz! Naquele colégio infernal, todos zombavam de mim. A garota baixinha, magricela e de cabelos escorridos e com frizz! Eu. Era feia, burra... Infeliz. Era motivo de bullyng e palhaçadas.

         No dia 11 de agosto de 2003, resolvi dar um basta. 00:17 da mafrugada, ingeri aquele liquido amargo que para mim, seria a salvação de meus problemas. O que eu não sabia, é que entre o céu e a terra há mais mistérios do que podemos imaginar. E em algum lugar eu ainda vivia... E sofria a dor do suicídio.