A alegria, o amor, a amizade, a felicidade

Tudo passa ao meu redor

Apenas passa

Nunca chega

Estou cansado deste destino miserável

que a vida me reservou

Essa tortura sem fim de ver todos bem

Felizes, alegres, sorrindo, amando

E eu aqui, sozinho, sangrando

Eu sangro, eu choro, eu imploro

Mas sou invisível a esse mundo colorido

Apenas uma coisa vem me consolar

O negro ódio para deste mundo que jamais irei tocar

Quando alguém direciona uma palavra a mim

É apenas para me criticar

Me impedir, me humilhar, me torturar, me matar

E a única coisa que aprendo com tudo isso é,

cada vez mais, odiar

Venha a mim ódio

Venha me encarar

Vamos duelar pelos desejos

deste miserável corpo moribundo

E pela permissão para que essa suposta "paz"

a essa alma um dia possa chegar

Desejo vencer

Para finalmente ter paz

Desejo perder

Para continuar a ter

a única coisa que ainda está ao meu lado

Se eu vencer

Eu perco

Se eu perder

Eu venço

Vencer ou perder?

Será que isso realmente está valendo a pena?

Lutar contra o único sentimento que ainda me resta?

Lutar contra o último sentimento que ainda está comigo?

Venha ódio

Me possua

Vá ódio

Me deixe em paz

Vejo que isso só acabará em minha sepultura

Quando a morte a mim chegar

Mas até lá vou vivendo

Com o último sentimento que ainda me permite chorar

Minha vida sempre fora um inferno. Minha mãe era louca, meu pai foi ausente minha vida inteira. Eu tive que fugir dela. Queria saber o que aconteceu para deixá-la assim, ela parecia tão bem no meu nascimento, mas agora...

Admito, chorei, chorei muito. Chorei por mágoa. Chorei por dor. Chorei por lamento. Chorei por ódio. Chorei por raiva. Mas no final... Nada valia a pena. Nem minha vida. Nada.

Eu sou só um imundo. Um ser que não deveria viver. Um Traidor. Um Inimigo. Um Herói? Dizem que sim, mas eu sei que não...

Forcei Silena a fazer coisas que não queria, prometi coisas que sabia que não iam acontecer, matei Ethan, matei Charles. Enganei todos os meio-sangues traidores...

Mas, a culpa não fora só minha. Foram dos Deuses também. Eles nunca olharam seus filhos, nunca o proclamavam, então, para que, que os tinha? Ah... Essa eu sei, por puro capricho...

Percy, Annabeth, Thalia, Nico e Bianca, todos tinham sorte. Eram amados pelos seus pais, mas, olhem em volta, vê se algum indeterminado está feliz? Tinhamos raiva, tinhamos ódio, tinhamos rancor, podiamos ter todos os sentimentos ruins, mas tinhamos tristeza...

Sim, tristeza. O sentimento de vazio. O sentimento de dor. Todos tem sentimentos e só porque os deuses são seres "superiores" eles vão nos menosprezar... Sinto nojo, sinto ódio, sinto raiva, sinto tristeza e dor...

Quando Cronos me recutrou para o seu lado, a perguntava batucava em minha mente:

"Até onde os Deuses podem ser melhores que os Titãs?"

Me juntei, me tornei um inimigo, mas nunca parei de olhar para os meus "ex"-amigos. Sabia que de um jeito ou de outro eu morreria, não importava por quais mãos me matariam, eu morreria.

No final eu percebi, era eu que tinha que matar Cronos e só fiz o que a profecia mandara. Meu único pedido foi para Percy, ele não podia deixar ocorrer de novo, eu pelo menos queria fazer algo certo na vida e que não fosse pelos Deuses ou por mim mesmo, mas sim pelos outros e pelos meio-sangues indeterminados...

Sim. Quando me juntei a Cronos foi por puro orgulho, que fora um pouco ferido, raiva, ódio, triteza, dor... Patético? Sim, eu também acho isso. foi patéticamente patético.

Na hora da minha morte eu me lembrei de uma grande frase colocada em meu quarto:

"Pelo ódio você mata e pelo amor você morre"

E assim, deixei a insconciência me levar...

Me levar pro mundos dos sonhos e nunca mais acordar...

Deixei a morte me beijar e me tirar a vida que um dia me deu.

"Eu sempre achei que a melhor opção para suportar a dor seria com o ódio, pois eu havia me esquecido do amor"

(Luke Castellan)