Na escola Raimon, no banheiro feminino, mais especificamente no armário de limpeza, Kidou e Haruna se beijavam. Kidou sentia os lábios macios da irmã, enquanto abraçou a mesma.

Mas o que Haruna não esperava é que ele aprofunda-se o beijo, ele tivera introduzido a língua e brincava com a língua dela. Haruna se espantou no começo, mas deixou-se levar, afinal Kidou estava comandando tudo. Entretanto uma voz parecia berrar dentro dela “JÁ CHEGA, HARUNA!” Depois disso ela se separou do irmão, mais corada do que antes e o fitou. Ele deu um sorriso malicioso, ele tivera gostado demais, estava estampado no rosto.

Só com isso que Haruna se deu conta que acabara de beijar seu irmão mais velho. Ela também se deu conta que tinha dado seu primeiro beijo, e foi logo de língua. Ela não sabia se ficava feliz ou preocupada, feliz por ter dado seu primeiro beijo ou preocupada por ter beijado seu irmão. O que sentia naquele momento era algo completamente confuso, mas uma coisa é certa, ela tinha gostado tanto quanto Kidou gostou do beijo.

Haruna saiu do armário correndo e logo após do banheiro, ela tinha que pensar, perto do seu irmão sua cabeça parava, só conseguia olhar para ele e nada mais. Touko e Rika estranham, então resolveram segui-la. Kidou aproveitando que o banheiro estava vazio, saiu do armário e do banheiro sem ser visto e notado por ninguém.

O meio-campista franziu sua testa, pensando, só agora percebera a consequência dos seus atos.

- Eu não devia ter beijado a Haruna, mas foi o impulso do momento. – Kidou pensava alto. – Tenho que me desculpar com ela... Mas porque sinto que não devo fazer isso?

Kidou beijou sua irmã mais nova, porque ele quis. Há muito tempo ele vinha tentando entender seu sentimento pela Haruna, sempre se sentia completo quando estava perto dela, ela era sua única família, a única pessoa que podia entendê-lo, a única pessoa...

- Será que eu realmente estou amando a Haruna? – Kidou se perguntava.

Amor de irmãos? Um amor fraternal inocente e comum? Depois do beijo um tanto que ousado que eles tiveram dado, é difícil acreditar que é só amor de irmãos.

Vale a pena notar novamente que Kidou beijou Haruna, porque quis, então teria sido o beijo uma declaração de amor?

Deixemos as especulações de lado. Kidou voltou pra sua casa, muito pensativo, mas feliz. E Haruna tivera corrido tanto que Rika e Touko nem a conseguiram acompanha-la. Ela chegou à sua casa, a sua mãe adotiva preparava o jantar, mas Haruna correu direito pro seu quarto.

O quarto de Haruna era bem arrumado, sua cama ficava encostada na parede, e do lado dela tinha uma escrivaninha com um abajur e seu notebook rosa. Ela sentou-se na cama e se encostou à parede, abraçou suas pernas e lá ficou pensando.

- Onii-chan... – ela sussurrou pra si mesma, ainda tentando aceitar o que tinha acontecido. – Kogure-kun! É tudo culpa dele!

- KO-GU-RE! – a jovem Otanashi gritava logo de manhã no portão da escola.

- O que eu fiz? – Kogure engoliu seco.

- Eu não sei mais acho melhor você correr, ela tá me dando medo. – disse Kurimatsu que estava do lado de Kogure.

Haruna vinha na direção do baixinho, ela parecia estar pegando fogo.

- Fui! – Kogure saiu correndo e ela logo atrás dele.

Kidou acabava de chegar também e logo atrás dele vinha Fudou.

- Bom dia, Kidou-kun. – disse Fudou debochando.

- Bom dia, Fudou. – Kidou respondeu sério. – Porque não apareceu no treino de ontem?

- Estive investigando algumas coisas sobre Kageyama.

- Kageyama?! O que você descobriu?! – disse Kidou espantado.

- Nada do seu interesse. – Fudou levantou seus ombros com um riso de canto.

- Fudou!

- Até logo, Kidou-kun. – Fudou se distanciou.

Depois dessa conversa Kidou voltou sua atenção pra irmã que estava correndo em círculos tentando pegar o Kogure.

- Haruna. – ele acenou tentando chamar a atenção da irmã.

Ela olhou pra ele e depois fitou o chão e saiu correndo pra sua sala. Kogure não entendeu muito a situação, mas ficou aliviado por não ter apanhado. Já Kidou começou a ficar preocupado. Ele se perguntava se ela ainda estava pensando no beijo de ontem.

A hora do almoço chegou, todos sentavam numa mesma mesa que era reservada à Raimon Eleven, tanto jogadores como membros do comitê. Até Natsumi sentava lá, ao lado de Aki e Fuyuka. Haruna sempre sentava ao lado de Kidou, mas dessa vez ela estava sentada do outro lado da mesa, sentada ao lado de Kogure, e este parecia ter um curativo na cabeça.

Kidou se preocupou mais ainda, ela ficou com medo que sua irmã continua-se o evitando. E o sentimento de culpa começava a tomar conta dele, ela começava a se arrepender por tê-la beijado. Mas não queria isso, o beijo tivera isso tão bom pra ele, será que Haruna não tinha sentido o mesmo? Pra agir dessa forma, ele achava que não. Mas tentou não transparecer sua preocupação.

As aulas já tinham acabado, o time da Raimon treinava no campo. Kidou estava com a posse de bola, ela corria no meio de campo, mas Kazemaru deu um carrinho nele e roubou a bola. Kazemaru correu até o gol. Contudo Kabeyama gritou:

- The Wall – uma aura amarela envolveu o zagueiro e uma parede pedra se levantou atrás dele.

Kazemaru se chocou contra a parede, perdendo a bola, novamente Kidou tinha a posse de bola. Ela corria pro gol, mas viu no banco Haruna, talvez ele se perdeu olhando pra irmã, pois quando deu por si, Kurimatsu tinha lhe roubado a bola.

- O que há com você?! – Fudou gritou.

- Nada. – Kidou responder.

- Como nada?! Você só está perdendo a bola.

- Calma, o treinamento terminou por hoje, vamos descansar. – falava Endou.

Kidou saiu do campo com uma bola em direção ao bosque da escola, Haruna não viera lhe entrega uma toalha, ela sempre fazia isso depois do treinamento. Kidou andou um pouco, logo encontrou uma área aberta e começou a chutar contra uma árvore, chutava com toda sua força que a árvore mexia.

- Eu não devia ter beijado a Haruna, mas eu... Eu não sei direito... Acho que eu a amo! – Kidou gritava enquanto chutava a bola que quando batia na árvore voltava pra ele. – Por que ela não fala comigo?! Por quê?

Kidou chutou a bola com toda sua força e no meio tempo que a bola acertava a árvore, ele assoviou. Cinco pinguins totalmente vermelhos saíram do chão e voaram, kidou elevou sua perna direita pra trás e para o alto, os pinguins desceram rapidamente e morderam sua canela e Kidou chutou a bola gritando:

- GOTEN PENGUIM ICHIGO

A bola pegou fogo e os pinguins a rodeavam, os seis projeteis foram em direção a árvore e a mesma caiu com a força do impacto.

- AHHHH! – Kidou gritou enquanto caiu no chão de dor.

Haruna que andava pelo bosque a procura de Kogure que tinha aprontado de novo, viu o irmão usando a técnica hissatsu proibida. Ela correu em direção a ele, parecia estar brava.

- ONII-CHAN! – ela berrou apontando o dedo na cara dele. – Porque você fez isso?! Não foi você mesmo que disse que não poda usar essa técnica?! Está ficando doido?! Você já tem um machucado na perna direita e ainda fica fazendo isso, vai piorar mais! Está me ouvindo?!

Kidou só tivera admirado a irmã, ela ficava muito fofa quando estava brava.

- Você falou comigo... – ele disse.

- Lógico!

- Mas é que depois de ontem, eu pensei...

- Esquece isso... – ela olhou pro chão, mas logo voltou ao normal. – A mãe disse que queria conhecer meu irmão. Ela mandou eu te convidar pra jantar lá em casa, então...?

- Eu aceito. – disse Kidou, afinal ele podia até não saber se amava a Haruna só como irmão, mas enquanto isso ele tinha que agir como um irmão mais velho.

Haruna apoiou o braço do irmão no seu ombro e ajudou ele a levantar, eles foram andando sem dizer mais nada. Só ficavam pensando o que ia acontecer no jantar, afinal o Kidou iria pra casa de Haruna, entrar no quarto dela e...

- Não vai acontecer nada! – disse Haruna tentando limpar seus pensamentos.

- Nada o quê? – ele estranhou.

- Nada não. – ela riu envergonhada.