Vida Dupla de Claer - Round Two escrita por Razi


Capítulo 32
XXXI - Desce a cortina.


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o final.
Gente me perdoem se ele não ficar bom, sou péssima para finais, faço-os bem rotineiros dai já viu né.
Enfim espero que agrade.
^^



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Escolhi a noite para agir.

Por mais que pareça tosco ou coisa parecida ficava melhor para mim a escuridão.

Talvez não fosse a única a pensar dessa maneira, mas nada importa.

Acabaria com a MI6 em um piscar de olhos e depois retornaria a minha vida dupla pacata onde não teria que ver mais a cara de Kisuke ou mesmo de Yvan.

Olhei para o meu colete de proteção pousado no encosto da cadeira, fiquei em dúvida de usá-lo, mas não havia motivo.

Não precisaria dele para acabar com os agentes pés de chinelo.

Coloco as pistolas nos coldres que havia no meu ombro e nas coxas antes de pegar meu casaco preto saindo do quarto do hotel.

Soltei um bocejo enquanto seguia até o elevador com meu celular vibrando.

Desliguei-o.

Não queria papo com ninguém.

Precisava de concentração total para não ter que acabar me arrependendo do que seria capaz de fazer.

Na verdade, ficar arrependida por acertar as contas com eles não é algo muito importante.

Totalmente inútil.

O céu estava parcialmente nublado na Zona 789, como sempre está nessa época do ano fazendo as pessoas saírem de suas casas para curtir um pouco o frio gostoso que fazia.

Atravessei a rua indo ao encontro do Nissan que tinha alugado pela tarde, não tive outra escolha.

Apesar de não ser nem um pouco veloz é facilmente confundido por qualquer pessoa. Já que era modelo de carro mais comum na cidade.

Pisei fundo no acelerador com meus dedos tambolirando no volante enquanto seguia pensativa para o famoso prédio da MI6 que nunca escondeu o seu poderio de ninguém. Gostava de mostrar o quão poderosa era, pensando assim que seus inimigos ficariam acuados.

Só que nunca esperou que a King tornasse sua inimiga mais assídua provavelmente.

Passo pelo prédio que possuía mais de vinte andares indo estacionar na rua detrás.

Quando menos chamar atenção melhor.

Olhei-me pela última vez no espelho do retrovisor certificando-me que não havia ninguém pela rua que pudesse atrapalhar.

Levantei a gola do meu casaco protegendo-me do frio que começava a se tornar irritante enquanto ia em direção a porta do prédio que era guardada por um segurança. Possuía apenas aquela entrada e tinha que me virar com ela.

O segurança deixou seus olhos caírem em mim quando me aproximei o suficiente dele.

-Com licença – disse suave mais sedutora – Preciso de ajuda.

-Em que? – ele perguntou ainda me encarando.

-O pneu do meu carro furou – respondi ficando encabulada – E não sei como trocar...

-Vamos ver – ele me cortou passando na minha frente.

Passei meu braço no segundo seguinte ao redor do seu pescoço o puxando para dentro do prédio se alguém tivesse notado era questão apenas de tempo. Ele se debatia com violência que não tive outra opção além de torná-lo inconsciente colocando-o depois encostado numa coluna onde à iluminação não chegada tanto.

Peguei seu cartão de acesso e a pistola que estava na minha coxa.

O som que meu sapato produzia ressoava no piso de granito do saguão que estava vazio, o que era uma coisa boa para mim que estava apenas com a intenção de destruir todas as informações que possuíssem ou outra coisa mais.

Algo como brinde quem sabe.

Fui para o elevador em direção a cobertura onde ficava a sala do magnata da agência.

Revirei meus olhos quando cheguei no corredor que me levaria à sala.

Muito exagero em cada parte.

Quadros de artistas renomados molduravam as paredes, vasos estavam colocados de maneira única nas laterais tal como bancos revestidos de veludo ou couro mesmo.

Tudo no corredor valia uma fortuna se avaliasse apenas com o olho, mas como não estou no momento a fim de roubar deixo tudo passar na boa.

Minha intenção era apenas uma e tinha que executá-la o quanto antes para sair de uma vez daquele prédio que já me dava vontade de vomitar caso não sentisse alguém por minhas costas. Giro meu corpo ao segundo que perco a posse da minha arma e uma mão vinha em direção ao meu rosto e seria um soco certeiro caso não desviasse para o lado direito levando meu joelho depois ao seu estomago.

Não tinha como ver claramente seu rosto, mas sabia que era um agente e que não poderia estar sozinho aqui.

Ele contorcia-se no chão quando o peguei pela gola da camisa fazendo-o me encarar.

-Quantos homens ainda restam? – perguntei encarando-o gélida.

Ele cerrou os dentes.

Parecia que não estava disposto a falar.

-Seja bonzinho – disse suave – Caso queira ainda voltar para os braços de sua amada.

-Vá pro inferno – ele me xingou antes de chutar meu corpo que bateu com vontade em uma coluna.

Prendi o grito de dor que queria sair da minha boca antes que tivesse tempo de levar minha mão a uma pistola ele já vinha para cima de mim querendo desferir outro soco se não fosse por meu pé indo de encontro a sua virilha levando-o abaixo mais uma vez. Sem perda de tempo o asfixiei, deixando-o desacordado.

Arfei enquanto passava a mão no meu cabelo ajeitando-o.

Sem saber quantos ainda estavam a espreita peguei as duas pistolas que até então estavam repousadas nos coldres de meus ombros e segui dessa vez um tanto mais cautelosa que antes.

A sala ficava no fim do corredor e deveria estar chegando perto apesar da pouca iluminação enxergava o suficiente e ouvia muito bem para saber que alguém novamente estava atrás de mim, pior do lado, que acabo levando um chute nas costelas fazendo-me cambalear antes de levar um soco no rosto colocando-me de contra a parede.

Tentei recobrar a compreensão mais estava complicado com o chute no estômago que me faz cair puxando ar para meus pulmões antes que novamente recebesse outro golpe que me coloca de contra a perna de um dos bancos conseguindo um gemido de dor por parte das minhas costas.

Ponho uma mão no carpete bege e cuspi sangue antes de me erguer encarando meu adversário que já tinha a mão a caminho de desferir mais um soco. Coloquei meu antebraço no caminho e com minha outra mão tentei acertar um soco na barriga se ele não defendesse segurando meu punho apertando-o.

Trinquei os dentes e levei meu pé ao seu joelho acertando-o com força fazendo-o ajoelhar-se perdendo toda a pose que tinha.

Minha mão foi direto ao seu rosto acertando um soco em cheio antes dele se inclinar rumo ao chão, meu joelho foi de encontro ao seu nariz e depois minhas mãos unidas finalizaram acertando-o nas costas fazendo-o tombar de vez.

Isso serviria para nunca mais ousar me bater.

Procurei por minhas armas encontrando apenas uma que estava ao lado de um vaso e a peguei, colocando-a em seguida no coldre.

Limpo o sangue que escorrera da minha boca em forma de filete enquanto caminho para chegar finalmente na porta da sala onde havia no alto uma placa de cobre com o nome do carinha em letras douradas.

Quanta originalidade.

Coloquei minha mão na maçaneta e a girei lentamente retirando minha pistola do coldre caso houvesse alguém dentro da sala, mas estava escura demais para que notasse alguma coisa.

Escancarei a porta com a arma em punho de vez, forcei meus olhos a notarem alguma coisa no cômodo, só que precisava realmente de luz pelo menos um pouco.

Coloquei um pé dentro da sala e depois o outro. Girei meu corpo sem conseguir vislumbrar nada até sentir algo atravessando minha carne na altura do ombro próximo ao coração provavelmente.

Tombei no mesmo instante sentindo uma dor latejante começando a se infestar enquanto o sangue queria sair por meio da minha boca.

-Foi fácil demais – murmurou alguém que pela voz reconheci sendo Yvan.

-Yvan – disse fechando minhas mãos.

-Pensei que fosse mais inteligente – refletiu ele aproximando de mim, sabia disso pelo som de seus passos – Na verdade, pensei que iria trazer alguém em vez de vir sozinha e desprotegida, aliás.

Tossi manchando o assoalho com meu sangue. Senti que ele se abaixava para em encarar o que confirmei quando meus olhos voaram para seu semblante sereno.

-Pelo menos, sabe o que é receber um tiro agora, Hale – continuou ele sério – Sabe o que é sentir dor de verdade. Como é a sensação de que vai morrer?

-Melhor do que está vendo sua cara maldita – respondi por entre meus dentes.

-Não seja grosseira – ele me repreendeu – Ainda tem tempo de vida, pouco mais tem. Pode me dizer que escolhi um bom ponto para atirar.

Tentei me levantar para desferir nem que fosse um soco de leve nele, mas minhas pernas tombaram no mesmo instante fazendo meu corpo todo reclamar.

-Não faça movimentos bruscos – ele me alertou – Quero que você sofra lentamente. Foi o que fez com minha irmã, não?
-Nem faço idéia de quem ela seja para inicio de conversa – disse arrastando-me deixando um rastro de sangue como trilha.

-Aquela mulher em Atenon – ajudou-me ele – Que estava marcada para morrer por conta de seus assuntos nada democráticos para uma secretária de senador...

-Me lembro quem é – o cortei arfante – Não acredito que aquela mulher era sua irmã.

-Incrível não? – ele indagou sarcástico.

Dei um meio sorriso enquanto um filete de sangue descia de meus lábios.

-A corrupção está no sangue então – refleti deixando meus olhos morrerem nele.

-Isso serve mais para você – replicou ele erguendo-se – Queria ficar até o final, mas existem alguns assassinos para serem pisoteados.

Soltei uma risada prazerosa enquanto me encostava na cadeira antes de erguer meu olhar para ele.

-Acha mesmo que pode com a minha equipe? – indaguei retórica – Acorde quando ainda tem chance.

-Eles podem ser bons, mas eu sou melhor – disse ele convencido.

Ri novamente, pelo menos sabia que não seria a única a cometer o pior erro da vida.

-Vá em frente então – ergui meu braço indicando a porta momentaneamente – Veja por si mesmo.

Ele me encarou por alguns segundos e pela escuridão não consegui ver sua expressão com clareza.

-Adeus, Claer – despediu-se ele saindo da sala logo em seguida.

Fiquei calada enquanto a porta ficava meio entreaberta.

Arqueei minhas costas enquanto tossia novamente.

Tinha chances de sair viva dali caso conseguisse ligar para alguém ou para o próprio hospital.

Trêmula tirei-o de dentro do meu casaco, ligando-o em seguida mesmo sentindo meus pulmões já se dando por vencidos. Disquei o número de emergência tossindo.

Quando a mulher atendeu falando uma ladainha irritante, a cortei.

-Rua 123, prédio Corlat companhia depressa – consegui dizer antes que minha mão não agüentasse o peso do celular derrubando-o.

Tossi novamente enquanto um pouco mais de sangue manchava o assoalho e meu casaco ficava ensopado. Fechei meus olhos por um momento.

Se estivesse usando o colete não estaria nessa situação teria matado Yvan e estaria a caminho de casa, mas parece não quis usá-lo por achar que era inútil demais.

Já não o usava fazia semanas, por que teria que usá-lo justo hoje?

A porta abriu-se novamente deixando a pouca claridade do corredor entrasse na sala, mas fora o suficiente para que eu conseguisse ver o semblante pálido de Luzt.

-Hale – disse ele vindo na minha direção.

-O que está fazendo aqui? – perguntei em meio a mais uma tossida.

-Russel me alertou que você tinha vindo para cá – respondeu ele olhando o meu estado provavelmente – Preciso te levar para um hospital.

-Não – neguei apertando com força o seu braço – Quero que vá atrás de Yvan antes que ele escape novamente.

-Sua equipe pode cuidar dele – ele disse sério.

-Talvez – concordei puxando o ar para meus pulmões que doíam – O caso é que minha vida já está por uma linha, a bala deve está alojada perto do coração. Sabe o que isso quer dizer.

-Não chegaremos a tempo no hospital – refletiu ele pausadamente.

-Isso mesmo – disse com dificuldade – Vá atrás dele e descubra quem é a traidora.

-Não há razão para isso – discordou ele sombrio.

Levei minha mão a boca tossindo, senti o sangue manchá-la. O gosto dele na minha boca e garganta era horrível.

-O que quer dizer com isso? – perguntei confusa.

-Já cuidei desse assunto – respondeu ele solene.

-E quem é? – pressionei querendo encontrar seu olhar, mas ele estava distante.

-Cassie – respondeu ele com gelidez, mas consegui notar uma ponta de tristeza.

-Impossível – disse surpresa.

-Não é mais – replicou ele suave – Não se preocupe com isso.

-Onde ela está? – perguntei faltando-me ar.

-No necrotério – respondeu ele hesitante – A matei, não tive escolha.

-Luzt – disse seu nome com tristeza – Sinto muito.

Ele ficou em silêncio por um tempo que resolvi então abrir minha boca para falar, mas seus lábios colaram-se aos meus misturando o gosto do sangue com o gosto de seu beijo que senti uma imensa falta para ser franca.

Suas mãos seguravam meu rosto delicadamente e pousei as minhas sobre as suas enquanto ele mordia meu lábio inferior.

-Seu tempo acabou – decretou ele afastando-se de mim.

-Eu sei – murmurei fechando meus olhos.

                                                       Fim!


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Notas finais do capítulo

Nem sei o que dizer, mas enfim agradeço de montão a quem leu, deixou reviews e a lengalenga de sempre que cai bem repetir.
Valeu por tudo e até a próxima fic que talvez possa ser mais uma não continuação.
Tchau.
o/



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