Deixei Russel e Zafira na porta de sua casa e meti o pé no acelerador rumando para a delegacia resolver o problema de Cassie e Sandro.

Ou isso fazia parte do jogo também?

Ah claro que deveria fazer, não deixaram que fossem presos tão idiotamente.

Por estar preso em tantos pensamentos quase não escuto meu celular tocando.

Cassie.

-Onde você está? – perguntei serio diminuindo a velocidade.

-Em casa – respondeu ela calma – Queria que eu estivesse aonde?

-Numa delegacia, por exemplo – satirizei relaxando meus ombros.

-Levo depois você para dar uma voltinha por lá, não se preocupe – replicou ela seria – Temos que nos encontrar com Kellan.

-O que aconteceu? – perguntei tornando a ficar tenso.

-Ele parece que quer nos contar o que descobriu e precisa fazer isso pessoalmente – respondeu ela quase sussurrando.

-Onde ele está?

-No seu apartamento – respondeu ela remexendo em alguma coisa – Pode passar aqui em casa e me buscar?

-Estarei ai em cinco minutos – concordei desligando logo depois.

Acelerei mais um pouco fazendo todas as curvas existentes com a mente em branco.

Não queria pensar nada ainda.

Não poderia fazer mais hipóteses dais quais já tinha.

MI6 estava atrás de alguém na King.

Tinha que descobrir quem agora.

Depois de alguns minutos estaciono em frente à casa de Cassie que já fechava a porta vindo ao meu encontro deixando seu corpo escultural coberto por um sobretudo negro. Ela abre a porta do carona, deslizando depois para dentro.

-Rápido – instruiu ela ajeitando seu cabelo – Kellan está com pressa.

-O que houve? – perguntei já colocando o carro em movimento.

-Christian está na cola dele – respondeu ela retocando o batom – Kellan parece que descobriu algumas coisas relacionadas a Yvan e quer nos contar, mas tem que ser rápido. Já que Christian sairá para resolver algumas coisas.

Deixo um sorriso escapar enquanto faço uma curva.

-Acho que ele se esqueceu de que não nascemos ontem – comentei deixando um sorriso ficar por mais alguns segundos em meus lábios.

-O que você acha que fizeram com Kellan? – perguntou ela retórica e sem um pingo de emoção é claro.

-Prefiro nem pensar no que possam ter feito á ele – respondi fazendo mais uma curva ficando na rua do apartamento dele – Espero que tenha balas suficientes em sua arma.

-Pensei que ela não pudesse ser vista – disse ela mostrando sua arma no começo de sua coxa.

-Pelo modo como você caminhava dava para perceber que tinha uma arma – esclareci estacionando em frente ao apartamento de Kellan.

Ela revirou os olhos antes de sair do carro me acompanhando para dentro do prédio depois de ter trocado algumas palavras com o porteiro perguntando se Kellan estava no apartamento. Coisa que ele negara.

-Acha que é quem? – indagou Cassie sussurrando.

Dei de ombros.

Tinha uma vaga idéia de quem estava nos levando para aquela armadilha.

Só que deveria ter planejado melhor. Kellan nunca fora de se importar de passar informações por telefone por saber que era seguro usá-lo e segundo ele não tinha medo de Christian ou de qualquer um. Tão tal que não marcaria seu encontro no seu apartamento já que achava sagrado não haver conexão de seu lar com seu pequeno trabalho.

Assim optaria por um café de um bairro qualquer ou outro lugar de difícil acesso.

Em suma, deveriam ter analisando-o melhor!

Dei passagem para Cassie quando chegamos ao elevador que emitia uma musiquinha de opera que ela cantarolava no mesmo ritmo, até eu olhar torto para ela.

-Que foi? – perguntou ela retórica – Preciso ter embalo para pisar em quer que seja que esteja nos esperando.

-E opera resolve seu problema? – indaguei cético.

Ela deu de ombros antes de sair do elevador.

-Bancamos os ingênuos por quanto tempo? – indagou ela ajeitando seu sobretudo.

-Um minuto – estipulei já começando a caminhar em direção ao apartamento de Kellan.

-Muito tempo – queixou-se ela ficando ao meu lado e depois apertando a campainha.

Não obtivemos resposta. Cassie apertou uma segunda vez nenhuma resposta.

Ela trincou os dentes me dando passagem para abrir a porta do modo mais simples que conhecemos.

Arrombando.

Uma vez dentro do aposento que estava sinceramente parecendo que um furação tinha se dado ao luxo de passar para dar um oi.

Tomamos posse de nossas armas.

Fechei a porta da frente com o pé analisando a sala que possuía alguns cacos de vidro espalhados pelo carpete que até reclamei com ele por ser extravagante demais.

Só que nunca me dera ouvidos.

Notei então a água que descia de algum outro cômodo da casa. Sinalizei para Cassie que fosse examinar os outros cômodos enquanto fui ver de onde estaria vindo à água.

Maldição.

O corpo nu de Kellan estava na banheira com os olhos brancos e o barbeador elétrico estava junto.

-Cassie – a chamei sentindo a vontade de vomitar diante da cena.

-O q-u. Caralho! – xingou ela aproximando-se de mim – O que eles fizeram.

-Precisamos cuidar de ocultar isso – disse me levantando.

-Como é? – perguntou ela me olhando atônita – Quer segredo da morte dele?

-A equipe de Claer não deve saber disso – expliquei – Não ainda.

-Como pretende manter isso? – perguntou ela cruzando os braços – Sabendo que foram aqueles agentes filhos de revoltados.

-Calma Cassie – pedi com minha mente a mil – Encontre os demais capitães, preciso nos cuidar de Kellan agora e a propósito mande alguém vigiar Hale e Yvan por vinte quatro horas.

-Não precisa repetir duas vezes – disse ela saindo do banheiro.