Eu, Ele e o Bebê - Rumo Argentina escrita por Camila_santos


Capítulo 10
Guerra de travesseiro com o Sr. tanquinho




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-AHHHHHH!

-O que foi? Quem morreu? –Ele me encarou assustado.

-O que você está fazendo na minha cama?

-Perdeu a memória, Jaqueline?

-Não. Felipe, você não aceitou dormir no chão? –Acusei. –Me assustei de te ver aqui. E tão perto assim de mim.

-Tava tão frio. Dá um desconto né?

-Ai! Já falei isso não dá certo. –Falei enquanto me levantava e ia para o banheiro, lá pelo menos eu estaria sozinha. Bem, assim espero! No posto nem no banheiro eu estava só.

Fiz minha higiene e sai cantando baixinho a musica: Alguém que te faz sorrir do Fresno.

Alguém que te faz sorrir
Alguém que vai te abraçar
Quando a escuridão cair
Te impedindo de me enxergar
E eu que hoje estou aqui
E pra sempre vou ficar

Não sei por que, mas eu liguei os versos da musica ao Felipe. Posso dizer que agora eu só o tinha. E era do lado dele que eu ia chorar se eu precisasse. Aquilo não fazia sentido, mas era o que eu sentia.

Balancei a cabeça me livrando dos pensamentos fúteis. Até aquele momento eu estava de cabeça baixa, depois de balançar a cabeça para me livrar dos pensamentos fúteis eu encarei uma cena diante de mim. Não posso dizer que era ridícula, mas também não posso dizer que era algo respeitoso da parte dele.

-Felipe você é doido? –Falei enquanto ficava de costas para ele.

-Doido? Por quê? Não me diga que nunca viu um homem de cueca? –ele riu sínico.

-Er.. Ah Felipe. –Resmunguei sem saber o que dizer. –Vista se logo! –Sabe aquele esforço que se faz para não perguntar quando está curioso, pois é esse meu esforço de virar para não vê-lo só de cuequinha era o triplo disso ai. Resista Jaqueline! Resista! Meus olhos começaram a lagrimejarem, e ele lá parado, aposto que esperando minha recaída.

-Pode se virar, menina! –Disse tranqüilo.

-Se você fosse se vestisse ia ser bom! Vista-se logo! –Ordenei.

-Estou confortável aqui! –Falou sínico.

-Escute aqui Felipe!? –Comecei bravinha, e acho que entrei num circuito dentro de mim quando fui ver eu estava virada para ele. Para não dá na cara que era por falta de resistência que virei, continuei falando. –Se você acha que...

-Que? –Ele fez para eu continuar. Mas sabe que eu nem lembro o que eu dizia. Meus olhos fitaram o corpo dele. Bem malhadinho até.

-Hãn? –Isso foi o máximo que consegui dizer.

-Jaqueline? Está esperando o mosquito estacionar é? Fecha a boca gatinha! –Ele começou a rir. E eu sai do meu estado de hipnose. Pela segunda vez ele me manda fechar a boca. Que tipo de menina eu estou virando? Logo eu que era tão controlada!

-Se enxerga, seu idiota! –Peguei os travesseiros da cama e taquei nele.

-Ai! Isso vai ter volta. –Ele pegou os do chão e jogou em mim.

-O que está pensando da vida em?

E lá se foi uma guerra de travesseiros. Estávamos feito idiotas na nossa batalha de travesseiros. E a cena ficava ainda mais estranha quando eu voltava a reparar o imprudente de cueca. Tem uma dama aqui!

-Toma essa! –Ele gritou.

E mandou uma tão forte que eu cheguei a cair na cama. Olhei o quarto e estava todo cheio de espuma, estilo aqueles filmes de pestinhas. Felipe aproveitou que eu estava indefesa continuou jogando. E eu estava toda cheia de espuma. Quando ele foi pegar o ultimo travesseiro, eu chutei a perna dele. E antes se eu não tivesse feito isso. Se arrependimento matasse...

Ele caiu em cima de mim. As espumas até deram uma voada. Ai já viu né? A brincadeira acabou ele me encarou e a gente se beijou!

-Dá licença Felipe! –Eu o empurrei. Se eu não fizesse isso sabe lá o que ia acontecer. Para quebrar o gelo joguei o ultimo travesseiro nele, e ele nada fez. Continuou na minha frente me encarando, enquanto eu sentei na cama. Nessa mesma hora a porta se abre. Ladrões? OMG!

-Ouvi a barulheira, achei que era briga... –A recepcionista começou sem graça. (Aquela mesma recepcionista que nos deu a ultima chave, dizendo que era sorte). –Mas vejo que me enganei. –Ela disse encarando Felipe. E ela também ficou daquele estado (de boca aberta, esperando o mosquito).

-O que dizia moça? –Falei, para ela focar na conversa e não focar no meu gat... É quero dizer no Felipe.

-Viu como falei que vocês iam reconciliar! –Ela começou com a mesma ladainha. –E que reconciliação em. –Ela analisou Felipe, e deu uma piscada de como quem diz “Que sorte”.

Eu ri sem graça e ela saiu falando que ia o deixar terminar o serviço, sem interrupções. Nessa hora não agüentei, levantei da cama e ri horrores.

-Do que está rindo? –Felipe me perguntou sério.

-Você estava parecendo um maníaco, enquanto me tacava travesseiro, ainda mais de cuequinha. –Falei e disparei a rir.

-Isso não tem graça nenhuma!

-Para você! Para mim tem! –Pisquei para ele. –Vou para o café no restaurante do hotel. Estava me virando para descer, mas estava esquecendo meu celular, Pedro podia ligar de manhã e eu precisava estar alerta. Do jeito que Felipe é era bem capaz de falar um monte de lorota pro meu friend. Aproveitando que voltei, fui fazer raiva no Felipe.

Ele agora estava de bermuda, sentado numa cadeira perto da janela, distraído viajando na maionese. Cheguei bem perto dele e cochichei no ouvido dele como se fosse um grande segredo:

-Você estava querendo me seduzir, é?

-Hãm? –Ele pareceu confuso.

-Se você queria me seduzir, ficando só de cuequinha, você dançou. Não sou assim tão seduzível.

-Não seja tola. –Ele falou segurando o riso.

Peguei meu celular e sai rindo da cara do Sr. Tanquinho. Fui para o refeitório, ainda lembrando da cena da cuequinha. Não demorou muito tempo o Sr. Tanquinho chegou lá.

-Jaqueline eu estava pensando.

-Hum? –Fiz para ele continuar, enquanto comia animada um pedaço de bolo.

-Eu vou com você para a Argentina. –Ele falou sério. E eu engasguei com o meu pedaço de bolo. –Está tudo bem? –Ele disse, me encarando. –Você está vermelha. Beba a água. –Ele em estendeu um copo de água e eu desengasguei mais ainda estava chocada com o que ele tinha dito.

-Felipe, eu... Bem. Eu... –Ele percebeu que eu estava confusa e tentou explicar.

-Você disse que é a oportunidade dá sua vida. Você não pode deixar passar!

-Mas, você não precisa ir lá. Tá legal que eu queria ir, mas não deu. Fazer o que? Eu volto como o filho pródigo peço perdão e boa.

-Não. Esse é o seu sonho. Eu não vou deixar você abandoná-lo. Não vou mesmo. –Ele falou e se levantou da mesa.

-Ei? Felipe? Não vai tomar café?

Que cara estranho. Ele nem me conhece direito. Me conheceu a dois dias. E está preocupado com meus sonhos? E o que ele tinha que fazer aqui, ele vai abandonar?

Sai correndo atrás de Felipe, eu precisava saber o motivo dele. De praticamente exigir de me levar até lá.

Quando cheguei ao quarto, ele estava na janela olhando as ruas movimentadas de São Paulo. Ele não tinha percebido minha presença ainda, eu ia começar a falar quando o celular dele tocou.

-Oi? Já te disse para não me ligar Monique.

Monique? Hãn? Quem é essa? Continuei parada analisando a conversa.

-Que? Claro que consegui! A gente vai. –Ele continuava falando no telefone. Tentei não fazer nenhum barulho, para ouvir até o final a tal conversa. Eu estava dando passos para trás para me esconder. Pensei que escondida poderia ouvir melhor, e realmente eu ouviria. Se não tivesse tropeçado em um chinelo que estava no chão, tropicado e batido o pé com força no piso.

Quando dei esse meu tropicão eu quase morri de raiva. Como eu era azarada! Mais que depressa Felipe se virou e me encarou confuso, só vi que ele disse baixinho:

-Depois conversamos, e não me ligue!

Ele me encarou e não disse nada, como se não me devesse nenhuma explicação. E isso me assustou e muito. Eu começava a desconfiar dele. E a pensar que eu podia estar me envolvendo com uma quadrilha. Ele sabia tanta coisa de mim, e nunca me dizia nada dele. Quando ele falava alguma coisa de mim que eu nunca tinha o dito, ele tentava me tapear dizendo que eu já tinha comentado. Meu coração gelou, e pensei em sair dali. Mais talvez isso fosse ainda pior. Eu não sabia que eu era tão medrosa, ultimamente eu me mostrava tão forte e decidida, mais eu era medrosa sim e muito. Tanto era que minhas pernas estavam bambas e minha garganta seca. Sentei na cama e tentei falar com Felipe, a mais calma possível.

-Quem era, Felipe?

-O que conversamos sobre perguntas, mesmo?

-Quando o Pedro me ligou você exigiu que eu contasse quem era, não se lembrou desse negocio de não perguntar nada! –Acusei.

-Escute aqui! –Ele gritou comigo. E quem era ele para gritar? A minha mascara de forte também caiu nessa hora. Eu que quase nunca chorava por insultos, gritos e etc. Estava tremendo os olhos para não deixar as lagrimas caírem. Era como se nesse momento eu estivesse sozinha. Nem o Pedro eu tinha mais. E o Felipe, aquele que eu achei que era o “Alguém que te faz sorrir, Alguém que vai te abraçar” Era o que me fazia chorar.

Segurei o choro o máximo que pude. Mas as lágrimas ignoraram meu esforço e caíram. Felipe viu e amoleceu aquela cara de bravo.

-Desculpe!

-Estou confusa. Eu não sei quem você é! –Falei meio que soluçando. Custo pra chorar mais quando choro eu desmorono. Eu ia completar a frase dizendo que tinha medo dele, mas não vou dá esse gostinho para ele.

-O que você quer saber, Jaqueline? O que? –Ele falou exaltado. Eu não liguei para o tom de voz dele, ele estava me dando o direito de perguntar. Eu podia perguntar!

Continua no próximo capitulo... (sempre fui doida para dizer isso. Rs)


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Notas finais do capítulo

Oiee!
Obrigado pelos reviews! Obrigada a Naah que indicou a fic! Ameii...
Myndy usei o apelido que você deu ao Felipe (Sr. Tanquinho) obrigado!
Estou muito feliz pelos comentários. Bjo



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